Recebido por mail, com pedido de reserva da identidade, pelo menos por agora.
Boa tarde.
Sou professora do 1º ciclo, destacada numa escola de Viseu por D.C.E.. Pois, tenho um filho com uma doença rara chamada sindroma de C.H.A.R.G.E. que é composta por uma diversidade de malformações nos órgãos vitais. É uma criança que já foi sujeita a mais de uma dezena de cirurgias e pela qual pouca gente teve fé. Graças a Deus, ele tem tido força para sobreviver, com muitas limitações e um grande acompanhamento.
Apesar de tudo isto e da sua enorme dependência, é uma criança muito enérgica e feliz. Mas com a alteração vergonhosa, desrespeituosa e desumana das regras para o D.C.E., não sei como ultrapassar esta fase da minha vida que muito me angustia. Recorri a tudo quanto me lembrei e espero que alguma coisa resulte se não…
Na verdade, tal como me diz uma colega sentada no ministério a atender chamadas do famoso número da D.G.R.H.E., ser professora foi uma escolha minha e embora tenha uma situação de vida muito difícil, que eu não escolhi, fiquei colocada onde quis. Claro que, de consciência do risco que corria de ficar fora dos Q.A. e não saber das consequências de que tal acarretaria, concorri para Santa Maria da Feira que sempre é mais perto do que alguns agrupamentos do Q.Z.P. a que epertencia e fiquei onde escolhi logo, ah… ah… ah… deixem-me rir, fiquei onde quis mas não perto de casa como o secretário de estado disse há uns tempos atrás.
Para conseguirmos dar o acompanhamento devido ao meu filho e estar um de nós sempre disponível para o acompanhar em consultas, terapias exames e tudo mais, o meu marido passou a trabalhar em part-time numa superfície comercial e eu limito-me a pedir que me flexibilizem o horário para conjugarmos a nossa vida em função do meu filho.
Nesta altura, após a saída da lista de colocações verifiquei aquilo que já não era novidade para mim, ficaram muitos Q.Z.P. de Viseu por colocar e agora pergunto-me como é que a mentira do D.C.E. pode ser desmentida, como é que eu vou conseguir resolver a minha situação. Quem vai assumir a responsabilidade de tirar uma liberdade essencial a uma criança como o meu filho de lhe tirar a mãe porque tem que ir para longe se quer trabalhar (atendendo a que com 35 anos não arranja outro emprego) sem contar com todo o resto que ele ainda não entende mas que põe o coração dos pais nas mãos.
Como não consigo dizer mais nada… agradeço a oportunidade de poder desabafar e peço desculpa pelo incómodo. Como aqui se fala da educação, aproveitei para falar de uma pequena fatia desta nossa educação. Mais uma vez peço desculpa esperando que o meu filho e muitas mais pessoas na minha situação preencham um microscópico espaço do vosso pensamento.
E. B.
Julho 15, 2009 at 10:13 pm
Eu levaria o meu filho cmg.
E mais não digo.
Julho 15, 2009 at 10:22 pm
O que mais uma vez demonstra que há muita mais vida para além da ADD, coisa que já estou farto de dizer (poupem na crítica porque já mudei de agulha).
E a minha solidariedade à colega. Perante os palhaços (não caniches, não retiro a palavra) que nos governam, é o que nos resta. E lutar (também não me esqueci).
Julho 15, 2009 at 10:27 pm
Portugal é um país “humanista” mas só da boca para fora!
Julho 15, 2009 at 10:30 pm
É terrível ler estes testemunhos e sentir que não se pode fazer nada. Tenho a certeza que esta gentalha que nos rege há-de pagá-las todas!
À colega, desejo muito força e que ponha sempre o filho em primeiro lugar, mesmo tendo que faltar as vezes que foram precisas para o acompanhar.
Acreditemos que tudo isto vai mudar. Eu acredito!
Julho 15, 2009 at 10:33 pm
colega não deixe de pedir aproximação.O seu filho em 1º lugar! Lute com todas as suas forças e una-se ao seu marido nesta luta.
Não desista! Mobilize o maior número de pessoas que conheça e peça ajuda. Ainda há gente com coração e humanismo, mesmo nas Instituições do ME!
Caso nada resulte….parta para a comunicação social e utilize as estratégias que funcionam bem através da opinião publica!
Nos ultimos tempos temos vistos que é o único recurso que funciona.
Bem Haja! Lute sempre!
Julho 15, 2009 at 10:35 pm
Colegas como podem ver quem trata os filhos dos outros assim como é que pode parir…? Não a mulher não tem útero deve ser um cano de esgoto…não admira que a filha tenha cortado relações …chiça ..nem o Kadafi aguentava…
Julho 15, 2009 at 10:43 pm
Fora com essa canalha!
Coragem, colega. As coisas têm de mudar.Está nas nossas mãos.
#5
Subsvcrevo e farei o que estiver ao meu alcance para ajudar a colega.
Julho 15, 2009 at 11:14 pm
Estou de alma e coração com a colega.Também eu estou nas mesmas condições sendo eu a portadora da doença incapacitante.Conheço esta colega e temos enviado mensagens para todos os lados. Respostas…Poucas
Somos poucos e estamos fragilizados. A esperança de que algo mude é muito pouca. O tempo que resta para as colocações vai diminuindo.
Apesar de tudo temos a força e a dignidade de quem “tem amarras à vida” e isso faz a diferença entre viver e existir. Eu quero viver. Força amiga, cá estamos para continuar e apoio dos colegas dá-nos força.
Julho 15, 2009 at 11:15 pm
Colega,
Não desista de lutar por si e pelo seu filho. Siga o conselho de #5#.
Faça uma exposição do caso directamente à Ministra, faça seguir cópias para o primeiro_ministro, para todas as instâncias – Provedor, Presidente da Ass da República, Pres da República, e SIC, TVI, Público (Barbara Wong), DN. E vai ver que consegue. Mas vai ter que gritar alto. FORÇA!
UM ABRAÇO
Julho 15, 2009 at 11:25 pm
Eu aconselharia a enviar um mail a denunciar a situação para os grupos parlamentares. Quase todos, excepto o PS, respondem e têm inclusivamente denunciado e questionado o ME quando alertados para as situações.
Julho 15, 2009 at 11:32 pm
VERGONHOSO esta cambada do ME devia ser expulsa do País
Julho 15, 2009 at 11:43 pm
Além das sugestões que aqui têm sido dadas ( nada melhor que a comunicação social para fazer mexer alguma coisa), sugiro-lhe que coloque a sua situação no blog pprofavaliação em “PERMUTAS”.
E tudo o mais que precisar e possamos ajudar…é só pedir…
Beijo. Coragem!
Julho 15, 2009 at 11:55 pm
Assistimos à vergonha de após um concurso ficarem mais de trinta mil vagas para necessidades residuais. Se calham a não ser residuais eram para aí 120.000. Compreende-se que se poupe nos professores, pois ainda têm muitos amigos que ainda não conseguiram roubar o suficiente, com a conivência da justiça e dos outros órgãos de soberania que se dedicam à defesa da coisa pública com espírito de missão e sacrifício…um nojo de gente que nem merece o ar que respira…a colega ter que lutar pelo seu filho envergonha o País, mas não a eles que nem sabem o que isso é…
Julho 16, 2009 at 12:28 am
Colega,
Força, muita coragem porque alguém a há-de ajudar. Se não conseguir leve o seu filho. Eu levei a minha com meses para a zona da Guarda e andei anos nisso. Com saúde é sempre mais fácil, mas anos depois fui parar ao Alentejo profundo e com mais um filho… está a ver. Hoje revolta-me pensar que muito desgaste se pode evitar a uma mãe com um filhote pequeno. Lute, lute…
Julho 16, 2009 at 12:53 am
Também eu sou uma mãe cujo filho necessita de acompanhamento permanente derivado de síndrome de Down. Se por vezes é complicado quando estamos perto e temos disponibilidade, como será se nos for negado isso? A angústia é demasiado grande. Pensar que posso não conseguir assegurar que o meu filho continue a frequentar as várias terapias semanais que lhe têm permitido ir tão longe… e levá-lo comigo não é solução, como alguém sugeriu. Infelizmente, em muitos dos concelhos onde posso ficar colocada nem sequer existem as terapias, além de que é importante a continuidade das terapeutas. Eu tento não estar sempre a pensar na situação, mas não é possível com tantos procedimentos que é necessário efectuar para concorrer a DCE.
As bancadas parlamentares já sabem desta e de outras situações, mas não nos deram respostas. Se desisti de lutar? Claro que não, mas confesso que já não sei o que fazer a seguir.
Julho 16, 2009 at 3:26 am
O que vou dizer não é a brincar com o sofrimento da colega. Num outro país isto seria brincadeira.
Pois bem: Acampe junto ao sítio para onde costuma telefonar. Faça greve de fome. Chame as televisões e os jornais. Telefone para a produção dos programas do Goucha e a Júlia e peça para lá ir.
Contacte outros colegas em situação semelhante para se juntarem à sua causa. E peça apoio a todos nós para dar visibilidade à situação.
Tenha esperança.
Julho 16, 2009 at 6:55 am
Quem trabalha na Dren tem direito a flexibilidade de horário quando tem filhos até aos doze anos.
Quando a minha filha era bébé ,pedi horário compatível para não ter de a pôr numa creche mas sabem quem recusou ?Foram as minhas colegas de grupo que não queriam abdicar dos seus horários perfeitos !No entanto há uns anos atrás essa indicação estava na lei.
Julho 16, 2009 at 8:06 am
Sta Maria da Feira tem um excelente hospital, ao que dizem aqui por cima.
Como os horários das aulas são incompatíevis com os horários hospitalares, poderia informar-se junto do hospital quais os médicos que dão consultas privadas.
Julho 16, 2009 at 8:07 am
No caso de não vir a conseguir o DCE.
Julho 16, 2009 at 4:27 pm
Bem… o meu comentário não é de “colega”, pois não partilho a mesma profissão. Partilho, isso sim, uma profunda admiração pela PESSOA que escreveu este “apelo” versus “desafabo”!!! Se há heróis, e eu acredito que há, pois este casal é um exemplo de heroísmo!!! Já para não falar do filho… de quem sou fã incondicional!!! Desculpem-me as pessoas que falam que que, “a colega deve levar o filho consigo”… Isso não é sequer solução que se apresente!!! … Pois a CRIANÇA em causa necessita/merece e tem direito a muito mais do que isso!!! Já para não falar do histórico de consultas e terapias que tem de fazer!!! É a história de alguém que está a ser escrita numa determinada cidade e que nem todos têm a coragem e a decência de acompanhar!!! Não é uma mercadoria, um carro que pode ir a um outro concessionário!!! É um SER HUMANO!!!
Para mim, o que gera estas situações é mesmo a ignorância humana!!! A ignorância é o pior mal da humanidade!!! É tacanha, estúpida, egoísta… Pois não acredito que alguém que se esclareça minimamente sobre determinadas situações, tome decisões de forma leviana!!! (Mas como é ano de eleições anda por aí muita gente a prostituír-se por um lugar ao sol!!!)…
Voltando ao que aqui me trouxe, peço, em vez das habituais críticas à Ministra, que alguém esclarecido informe e preste informações credíveis sobre casos concretos!!!
Deixem-se informar convenientemente para depois decidirem em consciência!!!
Julho 16, 2009 at 4:31 pm
Coragem colega e lute até ao fim e siga alguns conselhos aqui expressos.
Julho 16, 2009 at 4:51 pm
Concordo com o #16.
Vamos lutar por mais esta causa. Estamos consigo e terá de ter maior visibilidade.
Julho 16, 2009 at 5:37 pm
Não vou comentar a preceito a atitude do ME e da DGRHE para não deixar a classe mal vista. Há vernáculo que, simplesmete, uma senhora não deve dizer.
Em relação ao drama da colega, aqui na minha zona surgiu um caso semelhante no concurso de 2006. A colega em causa tinha um filho pequeno muito doente e, a seguir à colocação, não largou a DGRHE e esteve nos programa da Júlia Pinheiro e Fátima Lopes. É triste ter que se recorrer a programas destes, mas o certo é que resultou. Resultou porque a produção pressionou o ME. Depois de quase um ano de atestado médico a tentar resolver o problema, conseguiu ficar a trabalhar na área de residência.
O que eu digo à colega é que não desista nem se deixe ir abaixo. Num caso destes, vá a todo o lado, dê a cara, aponte o dedo e, enquanto não tratarem o assunto com a Humanidade e dignidade que o assunto merece, fique em casa com o seu filho. Nenhum médico lhe vai recusar atestado nessas condições e os alunos não morrem.
Lute até conseguir, mas não deixe o seu filho para trás.
Julho 16, 2009 at 5:48 pm
“Não é uma mercadoria, um carro que pode ir a um outro concessionário!!! É um SER HUMANO!!!”- que coisa mais absurda para ser escrita.
é filho, porra!
médicos e terapias há em SMF.
Honestamente, e por isso no primeiro post eu afirmei que mais n dizia, na situação desta mãe eu n teria arriscado tanto no concurso.
Julho 16, 2009 at 6:21 pm
#24
E parece-lhe correcto fragilizar dessa maneira uma família, separando-a? Quando a Lei permite (ou devia permitir) que o casal se possa apoiar e apoiar o filho? Uma criança nestas condições não precisa só de terapias. Precisa dos Pais!
E acredito que a colega arriscou acreditando na boa fé do Estado que SEMPRE colocou estas situações em 1º lugar. Sempre, até agora. É desumano que assim não seja e isso é que tem que ser denunciado.
Julho 16, 2009 at 6:29 pm
Alguém sabe dizer se ainda existe aquela portaria (acho que era a 622B, dispensa da componente lectiva)?
Conheço um caso em que a colega pediu essa portaria por causa de um filho doente(e era maior de idade…). Reuniu um documento da escola próximo de casa em como a aceitavam e foi colocada administrativamente, em apoio. No caso da portaria, a colocação não estava dependente de vaga e podia ser pedida em qualquer altura do ano.
Não sei é se a portaria ainda existe.
Julho 16, 2009 at 6:33 pm
aho que não
Julho 16, 2009 at 6:35 pm
o telado não tem a tela “se”
Julho 16, 2009 at 7:07 pm
# 25
Desculpe a minha visão matriarcal da família;
tem razão, é um caso em que n deveria haver obstáculos.
Mas eu repito que sem a certeza de que me seria concedido o DCE, n teria arriscado no concurso.
No meu caso, não negligenciando o papel do pai dos meus filhos, permita-me considerar que estes precisam muito mais de mim do que do pai.
Manias minhas.
Julho 16, 2009 at 7:09 pm
Acima de tudo, julgo que o meu filho precisaria de mim e da terapia.
Julgo que em SMF, haverá condições para continuar terapias.
Eu levaria o meu filho cmg.
Julho 16, 2009 at 10:56 pm
Eu nem esperava por DCE,mandava mail para todos os meios de comunicação, alertando para a situação e que iria acampar com o filhote para a porta do ME até resolverem a situação. Vai ver que ao fim de uns dias está resolvido. Eles não gostam de escandalos à porta de casa e com os media todos a chagarem-lhes a cabecinha.
Julho 17, 2009 at 1:40 pm
Absurdo e patético é o que a Sra do post nº 24 escreveu. Decerto não entendeu o enquadramento do texto.
Cara Colega força com as denúncias à Comunicação Social.
Julho 18, 2009 at 10:17 am
#24
Sou bastante próximo do caso em questão. Não duvido que hajam bons médicos e meios de reabilitação em SMF mas há aqui algo que não pode ser esquecido, a mãe desta criança nunca teve medo de ir para longe ( uma aldeia problemática de Torres Vedras, Curral das Freiras na Madeira, Ribeira Quente e Povoação nos Açores…)infelizmente, com o nascimento de um filho deficiente com uma doença rara cujo índice de mortalidade infantil é muito elevado e que exige tratamento muito peculiar, tudo isso deixou de ser possível. O conhecimento da criança por parte da classe médica é muito importante ( segundo o que sei,o médico de família desta criança confessou à mãe que esta criança era «areia a mais para a sua camioneta». A terapeuta da fala, a terapeuta ocupacional, a fisioterapeuta, a hipoterapia e a hidroterapia são companhia desta criança há 5 anos, assim como a unidade de surdos que acompanha esta criança há 4 anos (não sei se há unidade de surdos em SMF)com a ajuda de uma tarefeira que tem tido formação contínua tanto em língua gestual como com actos médicos / de enfermagem que fazem parte do quotidiano desta criança (controle de convulsões / ataques de epilepsia, alimentação e manutençao da gastrostomia, aspiração de secreções…). Imagina o quão difícil seria voltar com tudo à estaca zero? Não acha normal e conveniente que esta criança mereça a continuidade do trabalho que tem sido feito com ela e que se mantenham laços afectivos de que esta criança tanto depende?
Quanto ao alargamento das escolhas, eu sei que a colega sempre foi aconselhada por sindicatos e pessoas ligadas aos serviços da educação em fazê-lo por, dentro de pouco tempo, poder ir parar à lista de supranumerários… além do mais, SMF é mais perto do que muitas das escolas do QZP a que esta colega pertencia.
Eu penso que esta família deve ter todo o apoio de todos nós.