Em conversa no outro dia, por ocasião do debate promovido pelo BE, todos concordavam que uma medida como a escolaridade obrigatória de 12 anos é algo, em abstracto, difícil de contrariar.
E tentar demonstrar que o contexto nacional justifica imensas reservas a um projecto tão generoso é visto como uma intolerável incompreensão.
Mas não.
Portugal é pródigo, em especial na área da Educação, em legislação para o retrato. Fomos dos primeiros a decretar a escolaridade primária obrigatória nos alvores do regime liberal. E dos primeiros a decretá-la universal e gratuita, nos alvores da República.
Isso mudou alguma coisa? Quem conhece a evolução dos principais indicadores sobre a escolaridade, escolarização e alfabetização da nossa população sabe que nunca se deu qualquer dramática (ou sensível) inflexão na sequência de tais medidas.
Mas adoramos decretar o Paraíso.
Esta medida – claramente eleitoralista – é apenas mais uma numa longa lista de alegadas boas intenções. Apenas isso.
Público, 24 de Abril de 2009
Abril 24, 2009 at 2:31 pm
MLR confia nos professores???? Em quais?? Nos 13?
Abril 24, 2009 at 2:32 pm
A ministra “confia no trabalho dos professores” ???? Eu seja ceguinha de um olho se acredito 🙂
Abril 24, 2009 at 2:36 pm
Somos bons a fazer decretos?!!! Quem?
Não se refere ao trio concerteza…
Abril 24, 2009 at 2:36 pm
Fora do contexto do post: Paulo, posso contar comprar o livro nas Caldas? É que se não houver garantia levo-o já daqui. Tenho também uma encomenda.
Abril 24, 2009 at 2:44 pm
#4,
Irão estar livros disponíveis.
Através de um livreiro local com apoio da editora.
Abril 24, 2009 at 2:44 pm
Mais duas legislaturas e a percentagem de portugueses com o ensino superior vai triplicar…com equipas ministeriais destas ainda ultrapassamos os nórdicos!
Abril 24, 2009 at 2:54 pm
Em tempo de consulta geral, ainda vão os sindicatos tentanto – e resolvendo – alguns problemas!
http://www.spzc.pt/drupal/node/585
Abril 24, 2009 at 3:28 pm
“MLR confia no trabalho dos professores”
A dona Maria é uma “artista” d(o) “circo”.
Abril 24, 2009 at 4:11 pm
“MLR confia no trabalho dos professores”.
É uma forma típica de os incompetentes chutarem para o lado (neste caso, para baixo) a culpa pelo que vai correr mal… porque já se sabe que vai correr mal… porque é feito em cima do joelho… porque é só para a fotografia… porque é mal pensado…
A escolaridade obrigatória de 9 anos não chegou a ser consolidada. Os alunos portugueses andam na escola durante 9 anos, é verdade, mas uma parte muito significativa limita-se a isso mesmo: andar na escola. E isso, em termos práticos, é o mesmo que não ter andado os 9 anos na escola. Em demasiadas vezes, ter andado simplesmente na escola durante 9 anos é bem pior e nefasto que só ter andado 4 ou 6. Mas, claro, não fica bem na fotografia…
Interessa o que fica bem na fotografia, mas nunca o que é eficaz, o que faz sentido ou o que é necessário.
Abril 24, 2009 at 5:03 pm
Paulo
Lendo o ponto 5 do art. 21 do decreto-lei nº 75 de 2008, podem os professores do quadro de zona pedagógica ser recrutados para subdirector e adjuntos do director?
Agradecia que o Paulo ou alguém me esclarecesse.
Abril 24, 2009 at 5:29 pm
#10 -> Esse ponto fala em professores “dos quadros de nomeação definitiva” que “se
encontrem em exercício de funções no agrupamento”. Se os QZP (em extinção) fossem deixados “de fora”, a referência seria “do quadro de nomeação definitiva do agrupamento”…
O que ainda está por esclarecer é o caso de professores do QZP que sejam recrutados neste último ano em que estão em exercício no agrupamento, ficando colocados em lugar de quadro noutro agrupamento, depois de recrutados… Haverá destacamento ou requisição para este efeito? Deve ser mais um despacho e portaria para publicar à última da hora e em cima do joelho…
Abril 24, 2009 at 5:29 pm
“Em conversa no outro dia, por ocasião do debate promovido pelo BE, todos concordavam que uma medida como a escolaridade obrigatória de 12 anos é algo, em abstracto, difícil de contrariar.
E tentar demonstrar que o contexto nacional justifica imensas reservas a um projecto tão generoso é visto como uma intolerável incompreensão.”
Tanto assim é que ao tempo do governo PSD/CDS foi aprovada no parlamento uma Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) que foi vetada pelo então presidente Jorge Sampaio que fixava a escolaridade obrigatória em 12 anos e que todos os partidos com assento parlamentar concordaram. Na altura Joaquim Azevedo publicou um excelente artigo no Público criticando a medida e lembrando exactamente as datas que o Paulo Guinote agora recorda.
É pura política do simulacro e é lamentável que poucos questionem esta decisão.
Não tenho a menor das dúvidas de que a tendência será para que a escolaridade secundária seja de facto a escolaridade mínima para as sociedades desenvolvidas nestes tempos de feroz competitividade internacional. Mas seria muito mais razoável, no nosso caso específico, criar todas as condições para que um número crescente de jovens concluísse o ensino secundário em vez de decretar a sua obrigatoriedade.
Por outro lado, existe um argumento formal tão ao gosto do autor deste blogue: esta medida contraria a LBSE actualmente em vigor. O governo parece partir do princípio de que esta vai ser mudada no sentido que anunciou. Mas quem decide isso é o Parlamento, não o governo.
Abril 24, 2009 at 5:43 pm
MLR «confia nos professores»! Aleuia! Mas eu, como professora, não confio nela: nada me espanta que o muito abandono escolar que vem de certeza aí no novo secundário obrigatório recaia sobre mim. Isso essa mulher não diz agora, mas não tenhamos dúvidas que vai acontecer: o abandono e o racair ele sobre nós, professores, como se dele fossemos os grandes culpados!
Abril 24, 2009 at 5:44 pm
Na parte que me toca, fico extremamente sensibilizada. Comoveu-me até às lágrimas.
De arruaceira a confiável é, digamos, um grande salto na carreira.
Abril 24, 2009 at 5:48 pm
Confiam nos professores? Desde quando? Em que decreto saiu isso?
Abril 24, 2009 at 6:04 pm
«O governo parece partir do princípio de que esta vai ser mudada no sentido que anunciou. Mas quem decide isso é o Parlamento, não o governo.»
Num Governo normal seria assim. Estes já deram provas de que, ou não conhecem a LBSE ou se estão perfeitamente nas tintas para ela.
Restavam os Tribunais e, pelo sim pelo não, avançaram com as “reformas” na justiça e no pagamento das custas judiciais.
Abril 24, 2009 at 6:29 pm
Este governo levou à sua potência máxima essa tendência portuguesa de decretar “para inglês ver”.
Abril 24, 2009 at 6:49 pm
Eu cá acho que se devia decretar a obrigatoriedade de ter um emprego e de ser rico ou pelo menos remediado.Resolvia-se logo dois dos maiores problemas dos portugueses, o desemprego e a pobreza.De qualquer modo, com este governo, o problema fundamental na área da educação deixou de ser a qualificação e passou a ser a certificação.O que interessa é certificar muito, todos os dias da semana. Como é que os anteriores governos nunca pensaram nisto? Eu, nesta linha de pensamento, proponho ao senhor engenheiro certificado a obrigatoriedade de frequentar o ensino superior até aos 30 anos, no mínimo com certificado de doutoramento pela internet, que o fax está a ficar fora de moda.
Abril 24, 2009 at 7:10 pm
#18
Todos com o diploma devidamente autenticado com o carimbo “Não Certificado pelo ME”.
Abril 24, 2009 at 7:30 pm
Certo é que há uma grande adesão aos Centros Novas Oportunidades.
Daqui a poucos meses/anos seremos um dos países com maiores/piores habilitações!
Abril 24, 2009 at 7:38 pm
A propósito da escolaridade obrigatória, este quadro (do ME!!!) mostra como a maioria dos países europeus não tem 12 anos de escolaridade obrigatórios.
http://www.min-edu.pt/np3content/?newsId=3505&fileName=tabelas_imp_2009_04_23.pdf
(DA num comentário num outro post)
Abril 24, 2009 at 7:45 pm
Obrigada, Pedro-na-escola.
Abril 24, 2009 at 7:47 pm
Ainda o lançamento do novo trabalho do artista…
Paulo, não há uma leg da tournée que cubra o norte?
Abril 24, 2009 at 7:52 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2009/04/24/revolucao-dos-cravosimagens-raras/
OLÁ Swan……bom 25 de ABRIL..O SONHO JÁ LÁ VAI… RESTA A ESPERANÇA….
Abril 24, 2009 at 7:54 pm
A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias
Tocqueville, Charles
Abril 24, 2009 at 7:54 pm
Olá bbb. 🙂
Abril 24, 2009 at 7:58 pm
Estou comovida com as palavras ensaiadas da ME!
Os Professores, agora, já lhe dão um desconto cada vez que ela se sai com mais uma.
Deve pensar que nós somos ingénuos que nem os seus antigos alunos do 1º ciclo e que até vamos acreditar. Ninguém vai na fita das falinhas mansas.
Vamos acreditando, isso sim, que vem aí mais asneira e prepotência.Baaah!
Por que razão fugiu do ensino e se arrumou num gabinete?
Tem uma boa oportunidade de mostrar quanto vale agora como professora com alunos dos nossos e tudo.
Cá esperaremos… sentados!
Abril 24, 2009 at 8:05 pm
Na minha escola há muitos, mesmo muitos, alunos a frequentar o 4ºano de escolaridade com 14 anos de idade.
Claro que irão cumprir os 12 anos de escolaridade obrigatória. Está-se mesmo a ver, não está?
Abril 24, 2009 at 8:22 pm
Eu tenho um primo que estudou até à quarta classe e agora é médico…
Abril 24, 2009 at 8:27 pm
Medina Carreira na TVi
vejam
Abril 24, 2009 at 8:27 pm
Mais a sério:
O Socrates adora obrigar, contrariar, em suma, pisar seja quem for…
Agora com uma cajatada quer matar a liberdade dos jovens que não querem estudar e a boa vontade dos professores que os têm que aturar.
Abril 24, 2009 at 8:29 pm
MARIA MORAIS- Muito bem!
Abril 24, 2009 at 8:34 pm
Um ciclista no poço da morte!!!
eh eh eh
Abril 24, 2009 at 8:35 pm
O Socas, claro!
E quem o disse? Medina Carreira!
Abril 24, 2009 at 9:08 pm
Cuidado com esses ciclistas, de tanto andar à volta perdem o sentido às realidades e depois já não querem mais abandonar o lugar.
Parar pode ser fatal, dai são capazes de inventar tudo mais alguma coisa só para continuar a atrair o público necessário à sua perpetuação.
Depois a pergunta: Afinal qual é o grande problema do país?
Medina Carreira deu respostas, que parece que outros temem ou não admitem.
Abril 25, 2009 at 12:03 pm
Sócrates mentiu mais uma vez: na maioria dos países europeus, a escolaridade obrigatória não vai até aos 18 anos
http://www.ocantinhodaeducacao.blogspot.com/2009/04/jose-socrates-mentiu-mais-uma-vez-na.html