Foi cá uma andorinha que me sussurrou. O que tem a sua graça, atendendo a este meu post de dia 19 e à sua conclusão:
Discutir a sério, meus caros, nunca é sinal de fraqueza ou divisão. Discutir a sério é sinal de força e vitalidade. Não discutir ou evitar o confronto público é que é sinal de fraqueza. Aprendam com o passado recente alguma coisa.
Mas espero – com toda a sinceridade – estar errado e a consulta de 20 a 24 de Abril me demonstrar que tudo está em aberto.
Nesse caso, darei a mão à palmatória. Nem que marquem a manifestação para dia 15 ou 23, só para mostrar imensa abertura à opinião dos professores.
Eu gostava de dar a mão à palmatória, mas que não fosse apenas com a mudança de data da manifestação.
Por duas razões, que nem me vou alongar muito a expor, por causa das coisas.
- Porque a participação na semana da consulta está a ser muito abaixo do esperado e qualquer decisão baseada na amostra em causa será sempre muito frágil. Aliás, penso que seria bem mais útil reflectir sobre as causas da baixa participação e, em vez de estarem a preparar o cenário da retirada no final do ano lectivo nos bastidores, tentarem perceber onde está a origem do problema.
- Porque a classe docente não pode funcionar como primeira linha e carne para canhão de uma estratégia mais global de confronto político, sem que estejam garantidas contrapartidas caso ela resulte. Lamento mas – sou tacticista e para além disso realista – actos de sacrifício colectivo em nome do bem comum não se devem fazer apenas em troca de elogios no momento do funeral. Para bons entendedores…
E agora não me venham dizer que estou a alinhar com isto e aquilo, porque já expliquei que não foi à minha custa que este Governo chegou ao poder, nem será com ele que o primeiro fax continuará. Mas também não gosto que usem o meu grupo profissional como isco ou diversão…
Só com papel passado e garantia…
Nem me digam que é por causa dos textos e comentários de um ou outro blogue que houve baixa participação na consulta. Como o presidente do CCAP pretendeu quanto à contestação em torno da ADD. Nem eu tenho tais delírios de grandeza.
Abril 24, 2009 at 10:51 pm
Os professores já perceberam que tem andado a servir de tropa de choque ao PCP…
Abril 24, 2009 at 10:54 pm
Toda a razão!
Balanços/ relfexões precisam-se!
Não me digam só que isto é feito de avanços e recuos, pq o que eu vejo é desmotivação e desmobilização. Não vejo aquele “passo atrás para dar dois em frente”.
Alguma coisa deixou de convencer aqueles que acreditavam!
Estarei presente em todas as formas de luta que organizarem, mas isso não me chega!
E não gosto de me sentir “peão” de jogo de xadrez.
Por isso, escrevi sobre o individual e o colectivo.
Abril 24, 2009 at 10:55 pm
Dia 16 não tem problema técnico nenhum, pelo simples facto de já não existir.
Problema técnico resolvido.
Abril 24, 2009 at 10:58 pm
#2
Não te preocupes, a fé regressa sempre durante a crucificação.
Já houve quem lhe chamasse paixão.
Abril 24, 2009 at 11:02 pm
#4,
Mas dói quando os pregos estão enferrujados.
E depois um tipo até pode gangrenar depois de defunto.
O que é chato, convenhamos.
Abril 24, 2009 at 11:04 pm
Os pregos doem sempre, com ou sem ferrugem. 🙂
Abril 24, 2009 at 11:06 pm
na minha escola não apareceu nehum prof à reunião sindical, à tal de auscultação das vontades colectivas; ao ponto a que isto chegou são mais vontades individuais.
25 novamente!
Abril 24, 2009 at 11:06 pm
A propósito, qdo são as primeiras eleições ( para a Europa) ?
Só para ter uma ideia de qdo isto vai aquecer.
Abril 24, 2009 at 11:15 pm
#4 e 5 Os senhores parece que estão a falar por alegorias e o Paulo anda particularmente sibilino…
“Problema Técnico” só me faz lembrar “fripor”, serei bom entendedor? Tou fora.
Abril 24, 2009 at 11:17 pm
#9, o título é o melhor desse livro do MEC. 🙂
Abril 24, 2009 at 11:20 pm
Várias vezes tem sido dito que a Fenprof anda a reboque do PCP.Esta uma verdade insofismável. Pena é que todos os outros sindicatos da Plataforma Sindical (o nome de plataforma por si só é mais do que sugestivo) andem a reboque da Fenprof numa cadeia sugestiva que em termos ferroviários poderá ser configurada da seguinte forma: locomotiva (PCP), carruagem de 1.ª classe (Fenprof), carruagens de 2.ª classe (todos os outros sindicatos da Plataforma (repito, o nome de Plataforma por si só é mais que sugestivo!).
Explico porquê. Buscando um dos seus significados em Eça de Queiroz (“Os Maias”): “Todas as portinholas estavam agora fechadas, em silêncio caíra sobre a ‘plataforma’. O apito da máquina varou o ar; e o comprido trém…começou a rolar”. Apenas uma coincidência?
Abril 24, 2009 at 11:21 pm
Na minha escola ainda foi mais grave, os dirigentes sindicais não “consultaram” ninguém… Simplesmente ignoraram a consulta!
Confrontei os dois colegas, de sindicatos diferentes, que referiram não ter conhecimento de nada, ou seja, não tinham recebido a “ordem”. Um deles disse-me, mais ou menos isto: “se depois de os professores terem assinado moções contra a avaliação e à entrega dos OI, 75% os foram entregar, então não há nada a fazer.”
Eu não entendo esta postura (ou talvez entenda) por parte dos dirigentes sindicais nas escolas, porque na minha foram poucos os que entregaram os OI.
A sensação que tenho é que, de facto, os sindicatos andam atrás da manada…e não são os professores.
São todos uns “vendidos” e “oportunistas”, e, por isso, de mim não levam nada.
Eu penso como a Reb, por isso, vou até ao fim, assumindo todas as consequências!
Abril 24, 2009 at 11:22 pm
🙂
# 11, o Fafe tem uma outra versão de comboios e outros atrelados.
Abril 24, 2009 at 11:22 pm
“Porque a classe docente não pode funcionar como primeira linha e carne para canhão de uma estratégia mais global de confronto político” – No Educação do Meu Umbigo (Paulo Guinote).
Quererás dizer com isto que te opões a que a luta dos professores queira contribuir para a derrota do PS? Para mim e para muitos professores, nesta altura do campeonato, esse é o principal objectivo porque dele depende tudo o resto. Paulo! Gostava de te ver a ser mais crítico para com esta gente que se apoderou do País! É só um desejo meu…mais nada. Estás no teu direito de ser tacticista e de privares com eles de vez em quando.
Abril 24, 2009 at 11:25 pm
# 12, fatimafreitix 🙂
a “poção mágica” existe dentro de nós, não é? 🙂
Abril 24, 2009 at 11:28 pm
#rqmiro, claro que todos queremos a derrota do PS!
Todos sabemos que somos vítimas do autismo ( que me perdoem os doentes) daquela corja.
Mas temos tb uma luta específica, não?
Abril 24, 2009 at 11:28 pm
#15
Adorei! fatimafreitix, uma verdadeira gaulesa…
Nem todos foram ao “caldeirão”…
Abril 24, 2009 at 11:28 pm
#10
Tresli-o. Não se aguenta em pé…
Abril 24, 2009 at 11:33 pm
reb (#13): Qual é essa outra versão. Nesta altura do campeonato, todas elas são bem-vindas. Foi pelo menos essa a intenção da minha versão.
Abril 24, 2009 at 11:33 pm
#11 também pode ter conotações bélicas, depende do contexto “alegórico”, tipo: “se querem gerra é guerra que vão ter!” (onde é que eu já ouvi isto?)
Abril 24, 2009 at 11:35 pm
#9,
São mais assuntos da religião.
Tanta coisa que não posso escrever…
Ou melhor, não devo.
Mas eu tenho tendência para cumprir só alguns deveres e outros nem tanto.
Espero para ver.
Disparo só com o branco do olho em cima do meu.
Abril 24, 2009 at 11:36 pm
#12,
Dão como bons os dados do ME.
Ora eu sei de um agrupamento em que na semana passada só entregaram OI 2 docentes.
Terão entrado nas contas?
Abril 24, 2009 at 11:37 pm
#19, se fores ao blog do fafe, encontras a versão dele em “on the road again”
Abril 24, 2009 at 11:38 pm
Sou professora não voto PS
MAS, não sou partidária e defendo/luto pela minha classe.
Estes podem ser muito piores, no entanto, quem já lá esteve também …
E o 25 de Abril é já daqui a pouco, só não sei se éestamos a 24 de Abril de 1974!
Abril 24, 2009 at 11:45 pm
#21,
Ia ter uma certa piada o “cruzamento” no dia 16.
É que alguns não andam nada católicos nestes últimos dias…
…
…
Abril 24, 2009 at 11:48 pm
#21
Ok, mas como alguém por aqui garantiu que romaria, Almada e Cristo-Rei ou coisa que o valha eram dia 15 pensei que fosse outro tipo de problemática…
#22
A propósito de Santo Onofre (ora aí está mais uma temática religiosa) falei com uma amiga que trabalha noutra escola na zona de Caldas que me garantiu que na escola dela estava tudo a zero na entrega dos O.I. e que a própria PCE não queria falar do assunto…
Abril 24, 2009 at 11:53 pm
Por falar em alegorias e aldeia gaulesa, quem é que teve a ideia de pôr o nosso Assurencetourix Darquencix amarrado na árvore? Bestial!
Abril 24, 2009 at 11:55 pm
#20: Em todas as guerras há mortos e feridos. Seja como for, entendo que os professores não devem servir de carne para canhão de desígnios, pouco ou demasiado claros, da política e dos políticos, seja qual for a sua coloração.
E, principalmente, não devem servir de plataforma de apoio para os seus desígnios. Já basta de ingenuidade para com a assinatura da famosa MOÇÃO intersindical-governamental.Para evitar possíveis más ou mesmo malévolas interpretações, “intersindical”, como significado de sindicatos da Plataforma. “Cesteiro que faz um cesto faz um cento”, não sou eu que o digo, é a voz do povo!
Abril 24, 2009 at 11:59 pm
Na minha escola, a tão apregoada semana de consulta, estranhamente, passou à margem, não se ouvindo uma só palavra a seu respeito por parte do delegado sindical que aí lecciona.
Apesar de pertencer a um agrupamento que, maioritariamente, recusa o modelo de avaliação vigente (apenas 8 professores entregaram os O.I.), sente-se, nos últimos tempos, um desânimo, uma descrença relativamente à forma como a Plataforma Sindical tem gerido a luta para travar a aplicação daquele, havendo a convicção de que a falta de uma acção continuada, tem dado grande espaço de manobra ao adversário.
Abril 25, 2009 at 12:04 am
#27, adorei!!!!!!!! :)))
ACho que foi o controleirix que o pôs lá. E ali ficará durante alguns dias. 🙂
Abril 25, 2009 at 12:05 am
Os foguetes ouvem-se por aqui… já é dia 25!
Eu vou dormir! Bons sonhos e em LIBERDADE!
Abril 25, 2009 at 12:21 am
reb#23: Segui o teu conselho.Obrigado. Fui consultar o blog do Fafe. Impecável. Parabéns ao seu autor.
Apenas um minúsculo reparo: a não ser que os outros sindicatos viagem no bojo do atrelado da Fenprof, faltam lá mais de uma dezena de atreladinhos. Só o Fafe poderá esclarecer esta minha dúvida!
Abril 25, 2009 at 12:45 am
#32
Esclarecerei. Chiu!
Abril 25, 2009 at 10:39 am
Notícias fresquinhas: iremos manifestar-nos em Junho, aquando das eleições europeias.
Parece que foi o que os professores escolheram na consulta desta semana.
Lá estarei, evidentemente, esperando que não sejam os profs os únicos a manifestar-se…
Mas acho curioso que a luta contra o ECD e o modelo de avaliação e a nova gestão só se possa voltar a concretizar nessa altura. Somos “carne para canhão” apenas??
Hoje estarei em S.Onofre, pq neste 25 de abril de 2009 é o sítio onde mais me apetece festejar a Liberdade!
Abril 25, 2009 at 11:08 am
Estou há coisa de uma hora a ler os arquivos deste blog no que diz respeito a sindicatos. E fiquei surpreendido com a capacidade que muitos, a começar pelo Paulo, de entender a realidade, porque previram quase tudo o que ia acontecer no que respeito diz aos sindicatos. Este blog é uma escola 🙂
É quase a prova “científica” da intuição 🙂
Fui lendo e cheguei à conclusão que os sindicatos já não enganam ninguém. Quando, armado em esperto, me lembrei de escrever para vos contar da minha brilhante conclusão, percebi que afinal estava errado. Os sindicatos enganam quase todos, porque, considerando um universo de 140000, digo
, professores, a dezena e picos de professores que, aparentemente, já não vão em cantigas, nem sombra faz no número imenso de
. Mesmo que multipliquemos esta dezena e picos por outra dezena e picos de blogs.
Esta é a aposta, bem pensada, dos sindicados e da sua agenda politico-partidária, bem entendida por bastantes activistas nas escolas e bem traduzida por cantos de sereia em alguns blogs. Então e os professores? O nosso interesse como classe profissional?
Se perguntarmos:
– há professores que não gostam da linhagem política que nos governa? Sim, há.
– há professores que não gostam das políticas do ensino que se têm praticado em Portugal nas últimas dezenas de anos? Sim, há.
Ora, parece-me que o número dos segundos é MUITO maior que o número dos primeiros. Do ponto de vista do interesse da classe profissional dos professores, sou de opinião que não se deve apostar em “lutas” que sejam politicamente e partidariamente oportunistas, porque isso levará à desmobilização e aí ficamos a perder. Perdemos força que poderá levar muito tempo a recuperar. Esta força é mais necessária e traduz-se em maiores ganhos para NÓS que mais ou menos um deputado, onde quer que seja. E quando digo NÓS, digo portugueses. A “luta” dos professores é uma “luta” por Portugal e pelos portugueses, contra a sangria de inteligência que se tem feito neste país, a bem da satisfação onanística de quem tem andado pelos corredores do ministério e dos seus serviços, pelas ESE, pelos ISCTE deste país, por aí fora.
Como já defendi (por isso é que eu fui ver o “passado”, para saber da minha coerência), os diferentes planos de “luta” 😉 não podem ser confundidos. Podem até ser paralelos, mas não podem ser confundidos, a bem do interesse da classe profissional a que pertenço. Nós somos professores. Eu sou professor. O interesse da minha classe profissional é ser bem tratada, até financeiramente, bem preparada, com boas licenciaturas, com tempo para fazer estudos de aprofundamento dos seus conhecimentos, para poder fazer aquilo que o país espera dela: empurrá-lo para o desenvolvimento. Eu não estou do lado da inércia, eu estou do lado da força, só que cada vez consigo fazer menos, mesmo em plena sala de aula.
Por isso, mais vale falar com as palavras todas, deixarmos a jogadas políticas, o escondidinho, e não alinhar em agendas que não são as nossas. Não me sinto com vontade de alinhar, mesmo que esteja politicamente de acordo com alguns princípios, com uns bons rapazes, que querem ver o clube a ganhar a qualquer preço. Além do mais, não acredito em nenhum dos clubes. Os treinadores são humanos, tem os conhecimentos que têm, os jogadores que têm, e bem vistas as coisas, não há diferenças significativas no plano prático, porque o “vício” existe e é contra esse “vício” que nós temos que lutar, enquanto professores. Se eu, por causa de um calculismo partidário, vou desbaratar uma união, o sentido de uma força, mais vale estar calado e quieto e deixar à consciência individual o voto nas eleições que se aproximam.
Se me perguntarem: gostavas de ver o PS perder. É claro que sim, gostava. Mas, por outro lado, se perguntarem se eu acho que isso vale o preço da perda da coesão entre professores. Ah, não, isso não. Se me perguntarem ainda se encontro alguma força partidária que tenham uma visão para o ensino que coincida com a minha, não, não encontro. E o mal, para além dos nabos que existem nos partidos e que se pensam entendidos, o mal está em quem puxa os cordéis, quem dá opinião. O mal está na doutrina que vê a escola como um tampão para não deixar engrossar o mercado de trabalho. Que vê a escola como um armazém de pessoas. Que acha que o nível de conhecimento médio dos habitantes de um país é já aceitável, para aquilo que se pretende dele. E depois, uma quantidade enorme de idiotas que lê uma quantidade menor de outros idiotas, que se auto-intitulam de especialistas da “educação” e estão convencidíssimos que têm razão, a fazer um frete insuspeito a quem lá de cima acha que Portugal está bem como está, e dali não precisamos mais do que das praias. Quanto aos portugueses? Eh pá… o que é que se há-de fazer!? Damos-lhes uns subsídios!
Abril 25, 2009 at 12:01 pm
Sócrates mentiu mais uma vez: na maioria dos países europeus, a escolaridade obrigatória não vai até aos 18 anos
http://www.ocantinhodaeducacao.blogspot.com/2009/04/jose-socrates-mentiu-mais-uma-vez-na.html
Abril 25, 2009 at 3:08 pm
Há muito que venho dizendo que os professores têm vindo a ser usados como plataforma de lançamento pulitico do sr mário nogueira que quer ser depetado à custa da classe docente.
Aibram os olhos enquanto ainda é tempo!
Não se deixem enrolar em maningâncias e em cantigas de embalar, pois os tempos não estão para brincadeiras.
Lembrem-se que vocês ainda vão tendo emprego que é pago muito acima da média dos cidadãos que fazem os descontos para vos poderem pagar, enquanto nós trabalhadores do privado nos vemos confrontados com o desemprego, ordenados muito baixos e mais horas de trabalho só para garantirmos o posto de trabalho. Lembrem-se que quem vos avisa vosso amigo é!
Máxima : de mobilização em mobilização até à derrota final…
Abril 25, 2009 at 4:55 pm
Faço minhas as palavras de Luís Ferreira