Procurador: “país do respeitinho” condiciona opinião
(…)
“A jurisprudência nacional, no solucionamento entre o direito à honra e o direito à liberdade de expressão, tem-se maioritariamente inclinado a favor do primeiro”, escreveu Euclides Dâmaso Simões, num dos últimos números da Revista do Ministério Público.O director do DIAP de Coimbra questiona se tal “inclinação” se deve à lógica do “país do respeitinho, confundido com a intolerância à crítica e ao dissenso, cultivado ao longo dos séculos”.
Abril 10, 2009
O Respeitinho É Muito Bonito
Posted by Paulo Guinote under Liberdade?, Medo, Nevoeiro, Opiniões[12] Comments
Abril 10, 2009 at 3:35 pm
Dúvida:
Como pode haver honra sem respeito?
Ou estou a ver mal a coisa…
Abril 10, 2009 at 3:39 pm
#1
Perdoem-me a gralha:
eu queria dizer “Como pode haver honra sem respeito e sem liberdade de expressão?”
Ou estou a ver mal a coisa…
??????????
Abril 10, 2009 at 4:17 pm
Entretanto mandam a pseudo namorada Fernandinha Já Cansa Câncio defender a censura encapotada e já agora porque não querida?: o regresso da PIDE e a prisão de jornalistas…
A infalibilidade jornalística
por Fernanda Câncio
Não me parece desejável que ninguém guarde estes guardas – em que me incluo. Não é saudável o corporativismo.
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1197846&seccao=Fernanda%20C%E2ncio&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco
Abril 10, 2009 at 4:20 pm
Engraçado é ler a dita sra. a disser que não houve pressões nenhumas (grande jornalista que me saíste…: é cá uma independência relativamente ao poder podre que até estala!)
Pressões impressivas
por Fernanda Câncio
03 Abril 2009
O que é ao certo uma pressão? Como se reconhece? No contexto político-mediático português, a palavra tem vindo a revelar-se deslumbrantemente polissémica
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1190193&seccao=Fernanda%20C%E2ncio&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco
Abril 10, 2009 at 6:01 pm
Eu só lamento que haja “honras” que não se dão bem com a liberdade, qualquer que ela seja.
Só entendo o respeito com liberdade!
Abril 10, 2009 at 6:27 pm
Uma vez li um discurso de um dos irmãos Kenedy, quando era presidente, em que ele PEDIA aos artistas, jornalistas e comentadores da coisa política em geral, que CRITICASSEM O PODER, que nunca deixassem de o fazer, porque assim os políticos poderiam ter uma referência, poderiam saber se o rumo das suas políticas era o mais justo.
É um discurso notável. Vinha numa Atlantic Monthly que anda perdida no meio dos papéis.
Claro que tal visão da importância das opiniões livres, está nas antípodas da ideia que os nossos politicozecos, netos ilegítimos (mas ninguém lhes disse) do Salazar, têm do que é governar.
Abril 10, 2009 at 8:53 pm
A corrupção é um imposto
Todos pagamos a corrupção. Pagamo-la se formos vítimas directas dela – por exemplo, se a nossa empresa se vir indevidamente preterida num fornecimento ao Estado porque uma concorrente obteve um tratamento de favor, ou se a operação de que estamos à espera for protelada ainda mais porque alguém nos passou à frente. Mas também a pagamos quando somos vítimas indirectas, como acontece se o dinheiro dos nossos impostos vai parar, sem contrapartida cabal, a bolsos particulares.
Quanto custa a corrupção a cada um de nós? Não tenho meios de fazer esse cálculo. Pagamos a diferença entre o que ganhamos e o que ganharíamos se vivêssemos numa sociedade mais eficiente e mais justa, mas não sei a que nível se situa este limite superior.
Pode ser que paguemos mais em corrupção do que pagamos em IRS, em IRC, em IVA e em imposto sobre os combustíveis. Mas mesmo que não seja esse o caso, e que a corrupção não seja o maior dos nossos impostos, uma coisa é certa: é, de longe, o pior e o mais injusto de todos os impostos. Os outros são pagos ao Estado, que bem ou mal ainda nos vai dando algumas contrapartidas em troca deles; mas a corrupção é paga a um baronato que não nos dá contrapartidas nenhumas e se limita a enriquecer sem produzir.
A corrupção não só não produz, como destrói. Destrói o ambiente, destrói a paisagem, destrói a concorrência leal entre as empresas, destrói a recompensa devida ao mérito. Não é um jogo de soma zero: é um jogo de soma negativa. Os custos para quem perde são maiores do que os benefícios de quem ganha.
http://www.legoergosum.blogspot.com/2009/04/corrupcao-e-um-imposto.html
Abril 10, 2009 at 9:08 pm
Essa do respeitinho à portuguesa sempre me fez aflição .O respeito é tambem contestar quando somos mal governados .Mas neste país a contestação foi sempre mal vista.Acho que oa jovens não são contestatários o suficiente cá em Portugal, porque ninguem lhes ensina essa “competência ” .Quando faço perguntas aos meus alunos sobre questões importantes ,é raro algum estar informado quanto mais dar a sua opinião pessoal sobre as coisas !
Abril 10, 2009 at 11:21 pm
O respeitinho…
Somos um país de «brandos costumes», eufemismo para a subserviência, o medo, a indiferença…
Abril 11, 2009 at 1:02 am
O respeitinho é muito lindo e eu gosto! Faço por merecê-lo.
Abril 11, 2009 at 1:33 am
A defesa da “honra” (do respeitinho!) é algo muito siciliano.
Abril 11, 2009 at 1:25 pm
Olha! Houve alguém que me ouviu…:
Namorada do Primeiro-ministro defende-o
A namorada do primeiro-ministro tem sido um dos rostos mais visíveis das críticas ao caso Freeport.
Carolina Reis
9:30 Sábado, 11 de Abr de 2009
Habituada a polémicas, do aborto ao casamento homossexual, Fernanda Câncio, jornalista do “Diário de Notícias” e namorada de José Sócrates, tem-se destacado nos últimos tempos pelas críticas que faz à investigação judicial e jornalística do Freeport.
A jornalista tem utilizado todos os meios onde escreve para atacar o processo em que o primeiro-ministro se tem visto enredado. Seja em textos de opinião no “DN”, no blogue onde escreve – o ‘jugular’ -, ou no Twitter – uma rede social que funciona como microblogue.
No entanto, foi a sua participação num programa da TVI24, que causou mais mal-estar no seu local de trabalho. No “A Torto e a Direito” (onde participa todas as semanas), Câncio criticou a investigação judicial, mas também a cobertura jornalística, que disse resumir-se a fugas de informação.
O Expresso sabe que, na sequência das declarações, Carlos Rodrigues Lima, jornalista que acompanha o caso no “DN”, enviou uma carta ao Conselho de Redacção e à direcção do jornal. No documento, Lima, que na redacção se senta a dois lugares de distância da colega, questiona se as declarações da redactora põem em causa o trabalho do jornal; e se se justifica que Fernanda Câncio continue a defender o líder do Executivo numa coluna de opinião sem que haja uma declaração de interesses.
Jornalistas contactados pelo Expresso revelam que com o caso Freeport houve uma mudança de atitude por parte da jornalista. Se até aqui Fernanda se mantinha à parte sobre tudo o que estivesse relacionado com Sócrates, agora não se coíbe de opinar sobre o tema, chegando a alertar os colegas para escreverem só após ver os documentos.
Ao Expresso, a jornalista não quis fazer comentários. No entanto, sublinhou que a investigação jornalística se reduz não só a fugas de informação, mas igualmente a “coisas parecidas com fugas de informação, já que não se sabe de onde vêm”. Filomena Martins, directora-adjunta do “DN”, não quis comentar o assunto.
Sobre a independência dos jornalistas, o ponto 10 do Código Deontológico é claro: “O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses”.
A polémica já se estendeu à web. No Twitter, a jornalista defendeu as suas posições. Dirigindo-se ao jornalista Carlos Vaz Marques, que comentara o assunto, disse: “Mas se me quiseres provar por A+B onde está o jornalismo de investigação no caso Freeport, feel free. E quem diz no caso Freeport, diz no caso Maddie. Assim só para começo de conversa, mas, claro, pode apenas ser que o meu conceito de jornalismo de investigação e o teu sejam muito diferentes. (…) E aguardo serenamente que me expliques por que motivo eu não tenho uma opinião independente. Tipo, a que organização pertenço, para além do jornal onde trabalho, às ordens de quem estou, para além da direcção do “DN”.”
Dias depois, Câncio bloqueou a maioria de quem a seguia no Twitter . Agora quem quiser seguir o que ela escreve, só com autorização da própria.
Desde o início do ano, com o reacender do caso Freeport, já se pronunciou várias vezes sobre o assunto. Depois das primeiras buscas a casa do tio de Sócrates, escreveu: “é sempre uma festa ver gente a ser acusada sem provas nem julgamento, vende jornais, sobe audiências, etc. Gosto desta forma de ver as coisas: seríamos todos mercenários.” Seguiu-se uma crónica na sua coluna de opinião no “DN”, a 30 de Janeiro, onde recorreu a “J’accuse”, de Émile Zola, para denunciar uma “campanha mediática abominável”. “Escrita como carta aberta ao Presidente de França, é um apelo indignado em nome de um inocente injustamente condenado, libelo contra um sistema judicial corrupto e uma opinião pública contaminada pela manipulação da verdade e pelos seus preconceitos (o condenado era judeu) através de uma campanha mediática ‘abominável’.”
Câncio não se ficou por aqui. Há uma semana, escreveu outro artigo de opinião sobre o assunto no “DN”. “Se o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público denuncia a existência de pressões sobre os procuradores do caso Freeport que implicariam nem mais nem menos que a intervenção do Presidente, de duas uma: ou as pressões existem e nesse caso só se percebe que não tenham sido directamente comunicadas, como seria normal, à hierarquia da magistratura (…) ou trata-se de mais do mesmo, ou seja, uma acção tendente a adensar o clima de suspeição e alarme que rodeia o processo.”
http://aeiou.expresso.pt/namorada-do-primeiro-ministro-defende-o-=f508178