Por amabilidade da Maria Lisboa chegou-me hoje o parecer ou recomendação do Provedor-Adjunto de Justiça Alberto Oliveira, datado de 18 de Novembro de 2008 e dirigido ao Secretário de Estado da Educação, no qual se levantam diversas questões sobre o regime de avaliação do desempenho docente.
Por agora vou apenas deixar a primeira página aqui, mas desde já gostaria de alinhavar três ideias:
- Este parecer, e respectiva resposta do SEE datada de 26 de Novembro, fazem-me acreditar que passou por aqui boa parte da razão da existência do simplex2. O que, indirectamente, provaria algo que afirmo há muito e que é a necessidade da demonstração jurídica dos evidentes lapsos legislativos do ME.
- No entanto, e apesar disso, as correcções introduzidas foram feitas de modo errado porque se, de acordo com transcrição da dita resposta, o SEE, afirma que «o ME tomará medidas de correcção nas matérias referidas, pelo que assim que sejam aprovados e publicados os normativos (Dec-Regulamentar e despachos respectivos) deverá ser dado conhecimento à Provedoria», tais correcções feitas sobre matérias inscritas no ECD nunca poderiam ser feitas através de normativos de valor jurídico inferior.
- De onde se deduz igualmente, e sem especial dificuldade, que ao existir a necessidade de introduzir as referidas correcções (nomeadamente quanto aos resultados dos alunos) elas nunca poderiam acontecer de modo temporário, mas sim de forma definitiva, pelo que o decreto regulamentar 1-A/2009 não resolve verdadeiramente o problema que está, obviamente, na necessidade de rever o ECD.
Pronto. Agora já perceberam que, afinal, o interesse em rever o ECD por parte do ME até pode ser mais do que mínimo, não sendo de excluir que um dos objectivos seja expurgá-lo do que que lá está errado desde o início?
Mais páginas e/ou excertos do parecer para mais logo.
Fevereiro 2, 2009 at 8:20 pm
Alguém sabe novidades da reunião de Sexta Feira entre os Ministérios da Educação e das Finanças sobre acerto da data ( 1 de Outubro de 1989 ou 31 de Dezembro de 1989 ) que é considerada para APOSENTAÇÃO? Refere-se a colegas do 1º. ciclo!
Fevereiro 2, 2009 at 8:27 pm
Que broncos!
Fevereiro 2, 2009 at 8:40 pm
É o chamado chico-espertismo.
Em Portugal há muito…
Fevereiro 2, 2009 at 8:44 pm
Excerto da entrevista de Carlos Fiolhais
(Professor de Física na UCoimbra, autor de vários livros, director da Biblioteca Geral da UCoimbra, o cientista português com o artiga científico mais citados em todo o mundo…não é nenhum dótor de aviário NO…)
“Poder-se-ia pensar – se no estado actual de confusão se pudesse pensar alguma coisa – que às escolas fosse dada suficiente autonomia para se organizarem da maneira que os professores achassem melhor (os professores são centrais na escola!), em colaboração com as autarquias, as famílias, etc. e que o governo se limitasse, em vez de querer ser o “rei” absoluto, que tudo estabelece e determina, a definir regras claras, incentivando as escolas mais bem organizadas e desincentivando as outras.
P: Este processo pode levar a que os melhores docentes, desencantados, abandonem o ensino?
O actual processo já está a levar a isso. Os professores estão desanimados com a entropia que vai nas escolas. E os melhores estão mais desanimados. Muitos estão a ir embora e só não vão mais porque não podem. A sociedade, a começar pelo governo, deveria valorizar mais os professores, em particular os melhores professores. A avaliação que tem sido anunciada para escolher os melhores julgo que não cumpre esse louvável objectivo.
P: O governo confundiu os professores com os sindicatos?
Sim, os professores estão mal representados pelos sindicatos, mas o certo é que o governo não os distingue. Ao querer luter contra os sindicatos cometeu o grande, o enorme erro de lutar contra os professores”
PIM!
Fevereiro 2, 2009 at 9:00 pm
Numa aula de estudo acompanhado
Professora agredida à dentada por aluno de dez anos numa escola em Faro
Um aluno de dez anos, do 5º ano de uma escola em Faro, agrediu à dentada uma professora durante uma aula de estudo acompanhado. A docente pretende apresentar queixa nos próximos dias.
Ana Lares, docente de Inglês há 33 anos e a trabalhar no agrupamento de escolas do 1º, 2º e 3º ciclos da escola Neves Júnior, em Faro, disse ter sido mordida num braço quinta-feira, depois de um desacato provocado pelo aluno durante uma aula de estudo acompanhado.
“É um aluno que tem um historial de desestabilização em várias aulas, que estava a comportar-se mal. Quando pedi para me dar a caderneta para enviar um recado ao encarregado de educação atirou-a contra mim, mas caiu no chão. Depois começou a atirar coisas para o chão e aos pontapés a elas”, explicou.
Ana Lares precisou que, como era uma aula de estudo acompanhado, estava no local a directora de turma do aluno, que interveio e pediu ao menor para apanhar os objectos do chão, “um dos quais uma folha de papel que amarrotou e atirou” contra a colega.
Entretanto tocou a campainha para o intervalo e a directora de turma decidiu castigar o aluno, não lhe permitindo sair da sala de aula, tendo ficado vigiado por uma empregada.
Quando as docentes saíram começaram a ouvir barulho causado por “pontapés que ele estava a dar nas mesas e cadeiras”.
“O aluno fugiu depois da sala de aula, mas a directora de turma interceptou-o e agarrou-o por um braço para o levar ao Conselho Executivo. Quando chegou às escadas, agarrou-se ao corrimão e foi aí que achei que devia intervir, retirando-lhe a outra mão do corrimão. Quando se sentiu impotente com os dois braços agarrados, mordeu-me por cima de um casaco de cabedal e ainda hoje tenho uma nódoa roxa no braço”, contou Ana Lares.
O estudante foi levado ao Conselho Executivo da escola, mas não estava presente nenhum responsável, e a professora pediu então a presença no local da PSP, tendo um elemento da Escola Segura estado nas instalações 15 minutos depois para registar a ocorrência.
A directora de turma chamou à escola a encarregada de educação, que é representante dos encarregados de educação da turma do filho. “Ela faz muita fé no miúdo, que mente, e acusou-nos de perseguirmos o filho, mas quando entrei na sala e o confrontei, ela percebeu que as coisas eram a sério”, acrescentou.
A professora tem agora um prazo legal de seis meses para apresentar queixa e assegurou que vai fazê-lo nos próximos dias.
O presidente do Conselho Executivo, Francisco Soares, confirmou ter recebido esta manhã o processo na sua secretária, com a exposição de um acto disciplinar da professora de Inglês e adiantou que vai analisar o documento e se houver prova do indício “age-se disciplinarmente”. “Qualquer atitude de violência na escola tem que ter um enquadramento disciplinar”, declarou o professor, referindo, no entanto que as intervenções pedagógicas para com um aluno de dez anos passam principalmente por fazer “reintegração” através do diálogo e da partilha de outros valores, que não os da violência.
Fevereiro 2, 2009 at 9:03 pm
http://livresco.wordpress.com/2009/02/02/depois-la-diz-o-governo-que-nao-protege-os-bancose-o-que-eu-digo-que-se-lixa-e-o-mexilhao-nspeccao-geral-das-financas-diz-que-se-perdem-dezenas-de-milhoes-de-euros-circular-que-penaliza-sector/
Fevereiro 2, 2009 at 9:04 pm
#4
Que artigo científico é esse?!
Fevereiro 2, 2009 at 9:04 pm
Do grande jornalista que é o Mário Crespo:Segredos e enredos
Não é “insultuoso”, como me retorquiu o ministro Silva Pereira, interrogar governos sobre se houve troca de favores por dinheiro. É insultuoso para todo o sistema democrático o governo não responder.
A Mark Felt, Director do FBI, morreu há poucos meses. Entrou para a história por ter sido o “garganta funda” no caso Watergate. Felt, guiou Bob Woodward, do Washington Post, com “fugas cirúrgicas de informação” até o jornal conseguir entender o que estava em causa: a Presidência dos Estados Unidos era culpada de um processo ilícito de espionagem política usando agências e dinheiros governamentais. Num livro recente, Woodward analisa quais teriam sido as motivações de Felt para fazer sair do hermético sistema do FBI para os media informações cruciais para rectificar uma ilegalidade que tinha todas as probabilidades de vir a ser encoberta e esquecida. A conclusão de Woodward é que Felt o tinha feito para honrar os valores que o Estado americano lhe tinha confiado. Felt teve a percepção de que algo incrivelmente pérfido se estava a passar na maior democracia do Mundo e que todo o sistema, FBI incluído, capturado por interesses, não ia responder. “Estavam em causa coisas como democracia, responsabilização do poder político e pura e simples honestidade”, diria Ben Bradley, Director do Post.
Quando na passada semana o discurso oficial, da Procuradoria ao Governo, começou a centrar-se na “gravidade” das fugas de informação, colocando-as, em termos de importância, pari passo com a enormidade criminal do que pode estar em causa, eu interroguei-me sobre as motivações de quem divulgou os pormenores que nos permitem começar agora a compor uma imagem do escândalo Freeport. Pensei também que se não tivesse havido fugas de informação sobre o horror que se estava a passar na Casa Pia tudo tinha continuado como sempre, na conveniência confortável dos silêncios do pecado colectivo e não tinha havido a denúncia pública de que havia crianças abusadas por pervertidos poderosos num asilo do Estado. Sem fugas de informação também não se tinha chegado ao conceito ainda indefinido de que algo está mal no Freeport de Alcochete.
Nos dois casos, as fugas, por sorte, acertaram na rara combinação de coragem e persistência que é a maneira de Felícia Cabrita estar no jornalismo. É fácil e útil para quem queira controlar mediaticamente os estragos varrer tudo para os lados “ocultos” da “força”. Não se pode é excluir que haja pessoas de bem na administração pública, genuinamente ultrajadas porque um Estado pactuante com perigosas irregularidades, deixa passar anos a fio sem nada fazer até as coisas caírem no esquecimento, ou pior ainda, na habituação. Aqui, tal como Mark Felt fez com o Washington Post, alguém passou informações para o Sol. E fez muito bem. O Freeport não é um Watergate à portuguesa. Com estes montantes e possíveis envolvimentos do executivo e justiça, é, por si só, um grande escândalo em qualquer parte do mundo. Face a isto não é “insultuoso”, como me retorquiu o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, interrogar governos sobre se houve troca de favores por dinheiro. Seria insultuoso para todo o sistema democrático não o perguntar. É insultuoso o governo não responder. Não chega repetir “deixem-nos trabalhar”. É essencial saber onde chega o Freeport. Com os valores que estão em questão, tudo o mais é menor. Até as próximas eleições.
http://livresco.wordpress.com/2009/02/02/do-grande-jornalista-que-e-o-mario-cresposegredos-e-enredos/
Fevereiro 2, 2009 at 9:06 pm
Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do Correio da Manhã: A fábula das leis más
O Presidente da República está preocupado com a má qualidade das leis. Tem razão, mas é preciso saber porquê. Esta fábula das más leis tem várias explicações, mas a mais preocupante está na subordinação do instrumento legislativo a interesses particulares ou de grupo.
Dizia-se no tempo das ideologias que o Direito era um instrumento de domínio dos poderosos sobre os dominados e continua a não haver nada mais actual. No Penal legisla-se ao sabor dos interesses de uma parte da classe política e amigos. O Direito Administrativo manipula-se em função de desígnios totalmente opacos em matéria de concessão, viabilização, licenciamento, adjudicação, etc. – palavras mágicas que abrem a porta a muitos milhões.
Um velho professor de Direito Administrativo costumava dizer: o Direito é uma linha que só em condições muito excepcionais se pode atravessar, mas, hoje em dia, com tanta lei, portaria ou regulamento, a linha passa a vida a ser empurrada para cá e para lá. Na verdade, a ‘má qualidade da lei’ é isso: os interesses ocultos instalados em cada Governo ou maioria política fazem do ‘legislador’ ou do governante um mero executor de acertos cozinhados nos bastidores.
Há uns anos, o chamado ‘legislador político’ conseguia favorecer interesses pessoais dando a ideia de que o diploma lavrado se dirigia aos interesses gerais e abstractos da comunidade. Até esse pudor já lá vai…
http://livresco.wordpress.com/2009/02/01/eduardo-damaso-director-adjunto-do-correio-da-manha-a-fabula-das-leis-mas/
Fevereiro 2, 2009 at 9:20 pm
Exacto, Paulo.
Foi essa a minha leitura. 😉
Fevereiro 2, 2009 at 9:24 pm
Professores reformados para trabalho voluntário nas escolas
Reforma com 50 e tal de anos de serviço porque esta é uma profissão de desgaste, o pessoal queixa-se que não aguenta até aos 65 na escola (senão ficamos todos maluquinhos de vez) e o governo, sábio como ninguém, toca de querer professores reformados para fazerem voluntariado.
Mais uma medida que visa a poupança até ao último cêntimo, aumentando o número de professores que estão no desemprego.
Por outro lado, se a grande maioria dos professores que se está a reformar está completamente farta disto, e outros só não lhes fazem companhia porque não podem, que professores reformados é que vão fazer voluntariado para as escolas?!
Sem comentários…
Fevereiro 2, 2009 at 9:32 pm
jurema (7) Não sei. Na entrevista referem só que esse artigo tem mais de 5600 citações, descreve a energia de um sistema electrónico, e que foi feito em colaboração com colegas americanos.
Fevereiro 2, 2009 at 9:34 pm
Por mim gasevam-se mas era os alunos sempre era o dois em um ..sem alunos não há professores ..logo não se paga a professores…ponto..
Fevereiro 2, 2009 at 9:34 pm
Paulo, se realmente vão ter que rever o ECD em vários pontos, pq razão insistem na avaliação ainda este ano ( mesmo que seja uma avaliação simplex?)
Achas possivel que revejam a divisão da carreira? Duvido…
A Maria Cmapos já aqui deixou umas “dicas” que havia coisas a serem alteradas.
O que tenho pena é que isto fique no segredo do ME e Sindicatos.
Duvido que possam anular o concurso para titulares que, para mim, foi a coisa mais absurda que alguma vez vi!
Fevereiro 2, 2009 at 9:36 pm
#14 Reb
O que pretendem alterar é cosmética, mais nada. No fundo não vão mudar nada.
Fevereiro 2, 2009 at 9:38 pm
Para que tudo mude é preciso que fique na mesma…
Fevereiro 2, 2009 at 9:47 pm
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain.asp%3Fdt%3D20090202%26page%3D5%26c%3DA
A crise das famílias chegou aos colégios privados
02.02.2009, Andreia Sanches
Dificuldades económicas e desemprego levam pais a atrasar pagamento das propinas
dos filhos
Há cada vez mais pais que não conseguem pagar as mensalidades dos colégios dos
filhos a tempo e horas. Outros que tentam negociar planos especiais de
pagamento. Outros ainda que estão a abdicar das actividades extracurriculares
para aliviar a despesa no final de cada mês. Isto acontece “mesmo nos grandes
colégios das grandes cidades”, o que “é algo novo”, diz o presidente da
Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (Aeep),
Rodrigo Queirós e Melo. “Este ano lectivo está a ser difícil.”
Os efeitos da crise que afecta muitas famílias fazem-se sentir mesmo em escolas
frequentadas pelos filhos da classe média e média alta. “É a primeira vez que me
lembro de ver grandes colégios a viver esta situação”, continua Queirós e Melo.
O presidente da Aeep admite que “há alguma preocupação” nos estabelecimentos
privados de ensino porque as mensalidades são a sua grande fonte de receita para
suportar as despesas de funcionamento e os ordenados. E se, do ponto de vista
jurídico, um colégio até pode mandar embora os alunos que estejam em dívida –
para substituí-los por outras crianças em lista de espera -, na prática, ninguém
assume ter coragem para interromper o ano lectivo de um estudante.
No Colégio da Quinta das Palmeiras, em Lisboa, por exemplo, a data limite de
pagamento é o dia 10 de cada mês, “mas isso é cada vez menos respeitado”, admite
Luísa Pitschieller, a directora desta escola com mais de 100 alunos.
“As pessoas explicam-nos que não têm dinheiro, ou que alguém ficou desempregado,
ou simplesmente pedem para pagar mais tarde, mesmo com penalização.” Há pais que
devem desde Outubro. O que levanta problemas: “Duas crianças com dois meses de
[propinas em] atraso podem representar até quatro ordenados” de trabalhadores
auxiliares, exemplifica.
Pagamentos suaves
Os funcionários do colégio ainda não receberam subsídio de Natal. E se os
atrasos das famílias estão longe de explicar todos os problemas de tesouraria, a
verdade, diz Luísa Pitschieller, é que contribuem bastante. A propina média
ronda os 340 euros.
No Colégio Bartolomeu Dias (com 500 alunos do pré-escolar ao 12.º ano), em Santa
Iria de Azóia, o administrador Pedro Gomes Freire fala de “casos pontuais” de
pessoas que perdem o emprego e pedem para “que seja feito um plano de
pagamentos” mais suave. Mais visível, continua, é o fenómeno das desistências
das actividades extracurriculares – do ballet à natação, passando pela
ginástica. “Mesmo pais que, no início do ano lectivo, tinham começado por
inscrever os meninos nessas actividades têm desistido nos últimos dois, três meses.”
“Também há mais crianças a trazer o almoço de casa”, diz, por seu lado, Helena
Florindo, da direcção da Colmeia, um infantário e jardim-de-infância em Queluz.
Desta forma, os pais evitam gastar com os almoços na escola – uma preocupação
que era bem menos visível “há dois ou três anos”.
“Por vezes, os pais têm dificuldade em admitir que estão com problemas, é a
pobreza envergonhada”, diz Esmeralda Lima, directora pedagógica do Colégio de
Santa Teresa de Jesus, em Santo Tirso. E é assim mesmo quando o orçamento
familiar já não chega para as propinas do colégio.
“Compreendemos se um pai nos diz que ficou desempregado e nos pede para
prolongar o prazo”, garante a irmã Maria Dina, do Colégio Sagrado Coração de
Maria, em Lisboa, frequentado por cerca de 1400 alunos – do pré-escolar ao
ensino secundário – que pagam entre 381 e 455 euros por mês. Mas há limites: a
escola tem alguns milhares de euros por receber. “E tivemos que meter advogados…”
Rodrigo Queirós e Melo considera que seria importante que o Ministério da
Educação aprovasse, para este ano, um aumento significativo das comparticipações
previstas para as famílias com menos recursos que têm filhos no sector privado.
“Mas a proposta é de apenas dois por cento, o que é insuficiente.”
Fevereiro 2, 2009 at 9:49 pm
É mais trabalho escravo, voluntariado já eu faço com o ordenado que recebo: SOL – Fenprof acusa Governo de querer usar reformados para garantir funcionamento das escolas
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=125006
Voluntariado
Fenprof acusa Governo de querer usar reformados para garantir funcionamento das
escolas
Por Margarida Davim
Maria de Lurdes Rodrigues quer pôr docentes reformados nas escolas, em salas de
estudo e bibliotecas ou em projectos de integração com a comunidade. Mas, para a
Federação Nacional de Professores (Fenprof) esta é uma «medida economicista» que
pode atirar jovens professores para o desemprego
O projecto de despacho enviado pelo secretário de Estado, Jorge Pedreira, ao
Conselho das Escolas prevê que os estabelecimentos de ensino possam recrutar
professores reformados para prestarem serviços de voluntariado.
A ideia passa por envolver docentes «de livre vontade, sem remuneração, numa
prática privilegiada de realização pessoal e social», em trabalhos como o
acompanhamento dos alunos das bibliotecas e salas de estudo, assim como na
realização de projectos de aproximação da escola ao meio e na dinamização de
actividades extra-curriculares.
Mas, para a Federação Nacional de Professores (Fenprof) trata-se de uma forma de
pôr reformados a desempenhar tarefas que «deveriam ser da responsabilidade de
professores no activo».
O sindicato acusa Maria de Lurdes Rodrigues de não dar às escolas a
possibilidade de contratar docentes para manter o seu normal funcionamento. E
acusa o Ministério da Educação de, «em vez de criar as indispensáveis condições
às escolas», querer «através do trabalho gratuito dos docentes aposentados
substituir aqueles que nelas deveriam ser colocados».
Para a Fenprof, esta medida poderá mesmo «remeter para o desemprego jovens
professores que tanto têm para dar e tão necessários são às escolas portuguesas».
Apesar das críticas ao projecto de despacho que classificam de «economicista»,
os sindicalistas não acreditam no sucesso da medida proposta pelo Ministério.
«Não é de crer que este voluntariado consiga muitos adeptos» , comenta a Fenprof
em comunicado, acrescentando que é precisamente «a natureza e o rumo da política
educativa» de Maria de Lurdes Rodrigues que tem estado na origem «do afastamento
de muitos professores das escolas», através da aposentação antecipada .
Fevereiro 2, 2009 at 9:53 pm
Suomi (12)
Ok… Curioso.
Fevereiro 2, 2009 at 9:58 pm
Vá lá: é para rir – depois de nos roubarem na reforma e dos nos queimarem os miolos..
Educação
Ministério quer recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas
02.02.2009 – 17h38 Lusa, PÚBLICO
O Ministério da Educação (ME) pretende recrutar professores reformados para, em regime de voluntariado, colaborarem no apoio aos alunos nas salas de estudo, em projectos escolares ou no funcionamento das bibliotecas, entre outras actividades.
Segundo um projecto de despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, as escolas definem no início de cada ano lectivo as suas necessidades, estabelecendo o perfil dos candidatos a recrutar e elaboram um programa de voluntariado.
O programa tem a duração de um ano lectivo, sendo renovável por iguais períodos de tempo. O trabalho do professor voluntário implica um mínimo de três horas por semana.
No final de cada ano lectivo, os professores voluntários elaboram um relatório anual da sua actividade, no qual deve constar uma autoavaliação.
Para a coordenação do trabalho voluntário será criada ao nível de cada Direcção Regional de Educação uma estrutura própria.
As áreas de intervenção do professor voluntário incluem ainda o apoio à formação de professores e pessoal não docente, o planeamento e realização de formação para pais, o apoio a visitas de estudo e o envolvimento em projectos de melhoria da sociedade local.
No texto do projecto de despacho, o secretário de Estado da Educação afirma que o “trabalho dos docentes aposentados será uma actividade assente no reconhecimento das suas competências científicas, pedagógicas e cívicas, exercida de livre vontade, sem remuneração, numa prática privilegiada de realização pessoal e social”.
Medida “economicista”
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já criticou a iniciativa do Governo, afirmando que aquelas actividades “deveriam ser da responsabilidade dos professores no activo”, com os quais, no entanto, as escolas “não podem contar”. Por outro lado, afirma que a medida “economicista” poderá “remeter para o desemprego jovens professores”.
“Não se questiona das actividades que são referidas (…), discorda-se é que, para as desenvolver e assumir em pleno, o ME, em vez de criar as indispensáveis condições às escolas dotando-as dos recursos que lhe fazem falta, pretenda, através do trabalho gratuito dos docentes aposentados, substituir aqueles que nelas deveriam ser colocados”, critica a Fenprof.
Em comunicado, a estrutura sindical afirma que este voluntariado não deverá conseguir muitos adeptos, uma vez que “um dos motivos de afastamento de muitos professores aposentados” das escolas é “a natureza e o rumo da política educativa do Ministério da Educação”.
O projecto de despacho foi remetido para o Conselho das Escolas, tendo em vista a emissão de um parecer, e para as Direcções Regionais de Educação. A Lusa tentou sem sucesso contactar o presidente deste órgão consultivo do Ministério da Educação, Álvaro Almeida dos Santos.
Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, reagiu às críticas da Fenprof afirmando que “a lei do voluntariado não permite substituir os profissionais por voluntários” e que aquela proposta, “que por enquanto não passa disso mesmo”, frisou, “foi apresentada ao Ministério por um grupo de professores aposentados”.
Notícia actualizada às 21h05.
Fevereiro 2, 2009 at 9:59 pm
4. Dificilmente haverá memória de um Ministério mais Estúpido que o actual Ministério da Educação (ME), que agora, depois de ter cometido toda a espécie de tropelias legislativas, linchamentos morais, sordidezes processuais de toda a sorte contra pessoas concretas, pretende peregrinamente recrutar professores reformados para, em regime de voluntariado, colaborarem no apoio aos alunos nas salas de estudo, em projectos escolares ou no funcionamento das bibliotecas, entre outras actividades. Segundo um projecto de despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, as escolas definem no início de cada ano lectivo as suas necessidades, estabelecendo o perfil dos candidatos a recrutar e elaboram um programa de voluntariado. É impossível não qualificar isto como uma medida estúpida e estapafúrdia, uma ofensa aos professores em qualquer estágio da carreira ou da pós-carreira, representam um passo atrás em relação às leviandades cometidas contra pessoas concretas. Certamente que a Reforma em massa de professores, que a fuga de recursos humanos preciosos, macerados pela brutalidade do ME, gente enorme com uma preciosa experiência no campo, tudo isto pode ter abalado a sustentabilidade de algumas escolas escoradas justamente nessa experiência de bom-senso, de mediação e grande solidariedade interdocentes e transversal à escola enquanto cadinho social acarinhado e formado pelo papel do Professor. Porém, já nada pode ser feito por este ME para corrigir a Estupidez como sistema natural de funcionamento lançada para dentro e para cima das escolas. Aliás, à Aberração Pseudo-Avaliativa em Decurso, promovida por este Ministério Estúpido composto por inqualificados e inqualificáveis espécimens sem lisura nem ética, só está submeter-se um refugo de seres humanos naturalmente hesitantes e medrosos porque pais e mães de família, que infelizmente não compreenderam que transigir com uma Aberração implicará nunca mais deixar de transigir com a malignidade processual de este governo em tudo Aberrante e Malígno nesta história, conforme os factos estudados de esta legislatura incompetente não deixarão de demonstrar. Se há dúvidas, avaliem este Trambolho: «MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE PROFESSORES AVALIADORES Presidente do Conselho Executivo Avalia:- Assiduidade – Grau de cumprimento do serviço distribuído – Progresso dos resultados escolares dos alunos e redução das taxas de abandono tendo em conta o contexto socio-educativo- Participação nas actividades da escola- Acções de formação realizadas – Exercício de outros cargos de natureza pedagógica- Dinamização de projectos de investigação – Apreciação dos encarregados de educação, desde que haja concordância do docente e nos termos a definir no regulamento da escola Coordenador do Departamento Curricular: Avalia a qualidade científico-pedagógica do docente com base nosseguintes parâmetros- Preparação e organização das actividades lectivas- Realização das actividades lectivas- Relação Pedagógica com os alunos- Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos. FASES DA AVALIAÇÃO 1.ª fase Objectivos e indicadores- O Conselho Pedagógico da escola define os seus objectivos quanto ao progresso dos resultados escolares e redução das taxas de abandono, que são elementos de referência para a avaliação dos docentes.- O Conselho Pedagógico da escola elabora os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida que considere relevantes para aavaliação de desempenho. 2.ª fase Objectivos individuais – No início de cada ciclo de avaliação de dois anos, o professoravaliado fixa os seus objectivos individuais, por acordo com osavaliadores, tendo por referência os seguintes itens:- Melhoria dos resultados escolares dos alunos- Redução do abandono escolar – Prestação de apoio à aprendizagem dos alunos incluindo aqueles com dificuldade de aprendizagem- Participação nas estruturas de orientação educativa e dos órgãos de gestão da escola- Relação com a comunidade;- Formação contínua adequada ao cumprimento de um plano individual de desenvolvimento profissional do docente.- Participação e dinamização de projectosNota: Na falta de acordo quanto aos objectivos prevalece a posição dos avaliadores; 3.ª fase: Aulas observadas – O coordenador de departamento curricular observa, pelo menos, três aulas do docente avaliado em cada ano escolar.- O avaliado tem de entregar um plano de cada aula e um portfólio ou dossiê com as actividades desenvolvidas; 4.ª faseAuto-avaliação- O professor avaliado preenche uma ficha de auto-avaliação, ondeexplicita o seu contributo para o cumprimento dos objectivos individuais fixados, em particular os relativos à melhoria das notasdos alunos- Os professores têm de responder nas fichas de auto-avaliação a 13 questões (pré-escolar) e 14 questões (restantes ciclos de ensino); 5.ª fase Fichas de Avaliação – O presidente do conselho executivo e o coordenador do departamento curricular preenchem fichas próprias definidas pelo Ministério da Educação, nas quais são ponderados os parâmetros classificativos.- Os avaliadores têm de preencher uma ficha com 20 itens cada, porcada professor avaliado- O coordenador do departamento curricular preenche uma ficha com 20itens, por cada professor avaliado- O presidente do conselho executivo tem de preencher uma ficha com 20 itens, por cada professor avaliado- As pontuações de cada ficha são expressas numa escala de 1 a 10. 6.ª fase Aplicação das quotas máximas- Em cada escola há uma comissão de coordenação da avaliação dedesempenho formada pelo presidente do Conselho Pedagógico e quatro professores titulares do mesmo órgão, ao qual cabe validar aspropostas de avaliação de Excelente e Muito Bom, aplicando as quotasmáximas disponíveis. 7.ª fase Entrevista individual- Os avaliadores dão conhecimento ao avaliado da sua proposta deavaliação, a qual é apreciada de forma conjunta. 8.ª fase Reunião Conjunta dos Avaliadores- Os avaliadores reúnem-se para atribuição da avaliação final apósanálise conjunta dos factores considerados para a avaliação eauto-avaliação. Seguidamente é dado conhecimento ao avaliado da sua avaliação. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO – Excelente, de 9 a 10 valores- Muito Bom, de 8 a 8,9- Bom, de 6,5 a 7,9- Regular, de 5 a 6,4- Insuficiente, de 1 a 4,9. EFEITOS DAS CLASSIFICAÇÕES – Excelente durante dois períodos seguidos de avaliação reduz emquatro anos tempo de serviço para ser professor titular- Excelente e Muito bom reduz em três anos tempo de serviço para serprofessor titular- Dois Muito bom reduz em dois anos tempo de serviço para ser professor titular- Bom não altera a normal progressão na carreira- Regular ou Insuficiente implica a não contagem do período para progressão na carreira- Dois Insuficiente seguidos ou três intercalados implica afastamento da docência e reclassificação profissional.» [Fonte: Jornal 24 Horas]. É evidente a estupidez grossa inscrita no Trambolho Pseudo-Avaliativo. Razões sobejas para nunca perdoar a estes burocratas, mestres da mais asinina asneira com o beneplácito de uma claque de caciques servis. Todos eles, o galheteiro ministerial Valter/Lurdes/José e sobretudo o Primeiro-Ministro, praticantes do «Façam o que eu digo, mas não o que eu fiz ou faço». Que esperar de uma detentora de um doutoramento automático sem prestar provas?! Que esperar de um secretário de estado que não sabe pontuar a mais singela frase?! Que esperar de um falsário por vocação e natureza, um grande esgueirado da política, um rato dos corredores e das oportunidades no seu partido?! Atiraram com um fardo pesadíssimo para cima de gente comum e cheia de valor humano e pedagógico e esperam o quê?! Deviam ter todos vergonha, pedir-nos desculpa, parar de insultar-nos, esses acabados impostores. Vão lá mas é poupar no que devem, esses mãos largas consigo mesmos! Brilhante, esta posta de Zé Morgado, do Antenta Inquietude: «[…] vejamos a ideia do ME de recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas. Ao princípio pensei que se tratasse de brincadeira, mas não, parece a sério. Não querendo aceitar que se trate de uma provocação, embora da cabeça do Dr. Lemos já pouca coisa me possa surpreender, duvidando de que se trate de uma ingenuidade infantil, só pode ser mesmo um enorme disparate político misturado com alguma delinquência ética, já habitual. Os professores reformados podem ser extremamente úteis nas suas comunidades, muitos são-no, conheço experiências muito interessantes que provam isso mesmo. Mas voluntariado nas escolas para desempenhar tarefas que cabem às escolas e aos professores no activo, é delinquente do ponto de vista ético, existem milhares de professores no desemprego. Sabe-se também que muitos professores estão a fugir, é o termo, para a reforma, com custos pessoais significativos, por não aguentar o clima instalado nas escolas. Vir agora convidar os professores reformados para trabalho voluntário nas escolas é absolutamente inacreditável. A seguir, provavelmente, o ME irá convidar jovens ainda sem idade para estar no mercado de trabalho para que dêem uma ajuda, voluntária é claro, no tomar conta dos mais novos, numa versão sofisticada da exploração de mão-de-obra infantil. De que mais irá esta gente lembrar-se?»
http://joshuaquim7.blogspot.com/2009/02/alarme-social-e-amnesia-selectiva.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:03 pm
Razões sobejas para nunca perdoar a estes burocratas, mestres da mais asinina asneira com o beneplácito de uma claque de caciques servis. Todos eles, o galheteiro ministerial Valter/Lurdes/José e sobretudo o Primeiro-Ministro, praticantes do «Façam o que eu digo, mas não o que eu fiz ou faço». Que esperar de uma detentora de um doutoramento automático sem prestar provas?! Que esperar de um secretário de estado que não sabe pontuar a mais singela frase?! Que esperar de um falsário por vocação e natureza, um grande esgueirado da política, um rato dos corredores e das oportunidades no seu partido?! Atiraram com um fardo pesadíssimo para cima de gente comum e cheia de valor humano e pedagógico e esperam o quê?! Deviam ter todos vergonha, pedir-nos desculpa, parar de insultar-nos, esses acabados impostores. Vão lá mas é poupar no que devem, esses mãos largas consigo mesmos! Brilhante, esta posta de Zé Morgado, do Antenta Inquietude: «[…] vejamos a ideia do ME de recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas. Ao princípio pensei que se tratasse de brincadeira, mas não, parece a sério. Não querendo aceitar que se trate de uma provocação, embora da cabeça do Dr. Lemos já pouca coisa me possa surpreender, duvidando de que se trate de uma ingenuidade infantil, só pode ser mesmo um enorme disparate político misturado com alguma delinquência ética, já habitual. Os professores reformados podem ser extremamente úteis nas suas comunidades, muitos são-no, conheço experiências muito interessantes que provam isso mesmo. Mas voluntariado nas escolas para desempenhar tarefas que cabem às escolas e aos professores no activo, é delinquente do ponto de vista ético, existem milhares de professores no desemprego. Sabe-se também que muitos professores estão a fugir, é o termo, para a reforma, com custos pessoais significativos, por não aguentar o clima instalado nas escolas. Vir agora convidar os professores reformados para trabalho voluntário nas escolas é absolutamente inacreditável. A seguir, provavelmente, o ME irá convidar jovens ainda sem idade para estar no mercado de trabalho para que dêem uma ajuda, voluntária é claro, no tomar conta dos mais novos, numa versão sofisticada da exploração de mão-de-obra infantil. De que mais irá esta gente lembrar-se?»
http://joshuaquim7.blogspot.com/2009/02/alarme-social-e-amnesia-selectiva.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:04 pm
Ministros e gestores em volutariado
Categorias: educação
Eu cá gostava é que tivéssemos ministros, gestores e cargos de nomeação política em voluntariado. Sempre me saía menos dinheiro do bolso para impostos.
Publicado por Fliscorno at Segunda-feira, Fevereiro 02, 2009
1 comments:
velocipedica fundação disse…
gosto da ideia!…
poderíamos começar por um desses abaixo-assinados on line.
Por certo que as assinaturas choviam.
estamos nessa…
Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009 21H35m WET
http://fliscorno.blogspot.com/2009/02/ministros-e-gestores-em-volutariado.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:05 pm
Agora já perceberam que, afinal, o interesse em rever o ECD por parte do ME até pode ser mais do que mínimo, não sendo de excluir que um dos objectivos seja expurgá-lo do que que lá está errado desde o início?
Percebido.
Fevereiro 2, 2009 at 10:05 pm
Li, sem grande surpresa mas com grande consternação, que são os professores contratados, os mais novos, que estão a entregar os objectivos individuais e, com isso, a boicotarem um processo de objecção a um corpo legislativo absolutamente estúpido e extremamente penalizador do país e da profissão.
A ausência de surpresa deve-se ao que tenho visto nesses jovens professores. Salvo honrosas excepções, são uma cambada de cobardes absolutamente servis e, portanto, sem o mínimo das condições exigidas para leccionarem numa escola que deveria pretender formar homens livres e não meros carneiros. Contudo, e embora talvez eles próprios já sejam vítimas desse modelo educativo castrador de liberdades e fomentador do mais miserável servilismo, deveriam fazer um acto de contrição e tomarem consciência que não se pode ensinar ninguém a andar de costas direitas quando o exemplo que vêm é de alguém que rasteja, no intervalo das vénias, pelos corredores e salas das escolas. Isto parece-me ser do mais elementar bom senso. Infelizmente conheço-os e sempre me espantou esta cobardia miserável, sobretudo da parte de quem tem mais a perder com o novo pacote legislativo e teria menos consequências no caso de o ajudar a fazer implodir. Os contratados parecem não perceber que são, cada vez mais, o núcleo fundamental do modelo escolar demencial que tem vindo a ser implementado, já que, por não estarem na carreira e por isso auferirem os mais baixos salários sem quaisquer regalias, são os mais apetecíveis para a vil mentalidade que nos tutela.
Como a enormíssima maioria da classe docente, também eu fui contratado durante vários anos e andei por aí à maçã do chão, como sempre costumei dizer. Como tal, conheço bem a situação, mas nunca verguei as costas, nem nunca deixei que me pusessem a pata em cima, pelo contrário, sempre pautei as minhas atitudes pelo mais elevado padrão de exigência e respeito. Ouvia os mais velhos e procurava aprender com eles o que achava que me era útil e respondia-lhes frontalmente quando necessário. Aprendi que os professores eram uma classe nobre e livre, precisamente por não se deixarem vergar, subjugar e não terem patrões a quem tivessem que responder servilmente, tínhamos colegas que ocupavam, por vezes, funções de chefia e era tudo.
Nos últimos anos, o que tenho reparado é que cada fornada de jovens colegas vem pior que a anterior, têm medo de tudo, obedecem a tudo, fazem de tudo e para quê? Para serem ainda mais espezinhados do que já são? O que espera ganhar com isso essa canalha cobarde que tem invadido as escolas? Como podem esses indivíduos, que não têm respeito por si próprios, ensinar futuros cidadãos a serem livres e a exigirem para si o respeito que todos merecemos? Deixem-me invocar António Sérgio, passados quarenta anos sobre a sua morte, a 24 de Janeiro de 1969, pedagogo e pensador brilhante que permanece mais esquecido do que no tempo de Salazar. Não será, sem dúvida, por acaso… Dizia, pois, o nosso estimadíssimo Sérgio em 1915: A albarda da resignação trazemo-la todos da escola.[1] É isto que querem perpetuar? Julgo-me afortunado por ter conseguido escapar a este destino mas, em grande parte, devo-o aos meus professores e aos meus colegas que me ensinaram a pensar pela minha cabeça e a resistir e lutar contra o que não considerava ser correcto. É grande parte do que tenho ensinado aos meus alunos e aos colegas mais novos com que lido, porém cada vez mais me parece falar para o boneco, essa gentinha já me aparece tão formatada que é quase impossível trespassar a albarda da resignação em que os formaram. Hoje vivemos um momento gritante em que essa experiência de vida os pode fazer deitar tudo a perder, ou se endireitam agora ou viverão curvados para sempre. Por isso não tenho parado de vos exortar, de escrever e tentar passar esta mensagem que julgo ser vital para a sobrevivência da intelectualidade e mocidade portuguesas.
Ainda vou mais longe, e continuo a lembrar-vos António Sérgio,[2]o objectivo mínimo para qualquer aluno de qualquer escola é não lhe fazer mal… A escola tem sido um acervo de coisas maléficas, de tratos diabólicos, de prescrições tirânicas: e é já importantíssima reforma a simples anulação das coisas más. Grande programa: não fazer mal![3] E, infelizmente, nós pactuámos com isso, esta reforma do ensino é um exemplo acabado de um programa para criar escravos, sobretudo nos cursos profissionais, que não é mais do que um ensino de segunda para impedir qualquer concorrência futura com os educados no ensino regular. Obviamente, para criar um ensino formador de escravos servis, ter-se-ia que operar, primeiro, a escravização e servilização dos professores, homens livres e de livre pensamento recusam-se a formar escravos, foi precisamente isso que a nova legislação veio fazer, nomeadamente através dos novos estatuto da carreira docente e gestão escolar. É por isso que me tenho batido tanto contra tudo isso e custa-me aceitar que colegas meus o não entendam… Essa canalha está a pactuar com a canalha que quer fazer mal à escola pública e aos alunos, quer formar cidadãos servis que aceitem tudo sem pestanejar e é contra isso que erguerei sempre a minha voz. A minha avaliação está feita, é clara e que se lixe a deles. Recuso ser servil e mais ainda, recuso a ensinar alunos a tornarem-se escravos incutindo-lhes a albarda da resignação de que nos falava António Sérgio. Talvez por isso, pelo menos assim espero que seja, a sua sobrinha-neta, Matilde Sousa Franco, deputada do PS, tenha sempre votado contra, por ter lido e percebido as obras e a lição que o seu ilustre parente nos deixou. Apenas lamento que no artigo que escreveu, recentemente, num jornal, não tenha aludido claramente a tudo o que aqui deixo dito e que, em enormíssima parte, pertence a este, injustamente esquecido, pensador e, para mim, figura cimeira do século vinte português. Ganhou o seu arqui-rival? Sinal dos tempos e da merda de povo em que nos tornámos.
Notas:
[1] Cf. Educação Cívica, 1915, foi reeditado, em 1984, pelo Ministério da Educação e, apesar do número de 25 000 exemplares garantir que existe em quase todas as escolas, devia ter sido lido pelos professores e não foi…
[2] Cf.“Divagações pedagógicas. A Propósito de um Livro de Wells.” 1923 in Ensaios, tomo II, Sá da Costa.
[3] Seria bom para os amantes de tudo o que é estrangeiro que se dessem ao trabalho de ler Karl Popper, que viria a escrever esta ideia mais de quinze anos depois… Contudo, como eu já sei o que a casa gasta, poupo-vos esse trabalho e transcrevo o texto… “o princípio de que aqueles que nos são confiados, antes de mais, não devem ser prejudicados, deveria ser reconhecido como tão fundamental para a educação como o é para a medicina. ‘Não causes dano’ (e, portanto, ‘dá aos jovens aquilo de que mais urgentemente necessitam a fim de se tornarem independentes de nós e capazes de escolher por si mesmos’) seria um objecto valiosíssimo do nosso sistema educacional, cuja realização é algo remota, embora nos pareça modesto.” Karl Popper, A Sociedade aberta e os seus Inimigos (escrito entre 1938 e 1943), Editorial Fragmentos, Lisboa, 1993, 2ºvol., p.271. Isto, meus caros, era precisamente o que defendia e escrevera António Sérgio muitos anos antes…
http://porquemedizem.blogspot.com/2009/02/lembrando-antonio-sergio.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:09 pm
#17
Livresco,
que ponham os filhos em escolas públicas. Com uma verba mínima, através das associações de pais e em colaboração com os CE conseguem por uma escola pública a funcionar bem.
Também eu quero que o ME aumente o orçamento das escolas públicas, que tem vindo a diminuir ano após ano.
Fevereiro 2, 2009 at 10:09 pm
Será que o Pinóquio já arrumou a mala…
Fevereiro 2, 2009 at 10:10 pm
Encontro estava combinado há três semanas
Cavaco Silva recebe Procurador-Geral da República amanhã em audiência
02.02.2009 – 17h37 Lusa
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, recebe amanhã em audiência o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, encontro que foi combinado há cerca de três semanas.
De acordo com uma nota de Belém, a audiência está agendada para as 11h30.
Contactada pela Lusa, fonte da Presidência da República adiantou que o encontro entre Cavaco Silva e Pinto Monteiro foi combinado pelos dois “por ocasião do encontro de apresentação de cumprimentos de Ano Novo”, realizado a 13 de Janeiro.
A mesma fonte escusou-se, contudo, a revelar a agenda da audiência.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1358522&idCanal=12
Fevereiro 2, 2009 at 10:11 pm
PARA RIR!:
Contactada pela Lusa, fonte da Presidência da República adiantou que o encontro entre Cavaco Silva e Pinto Monteiro foi combinado pelos dois “por ocasião do encontro de apresentação de cumprimentos de Ano Novo”, realizado a 13 de Janeiro.
Fevereiro 2, 2009 at 10:11 pm
ah ah ah
Fevereiro 2, 2009 at 10:12 pm
Segunda-feira, Fevereiro 02, 2009
em política o que parece é
há pouco mais de 48 horas titulei um ‘post’ com a interrogação ‘questão de estado?’ socorrendo-me a propósito da (não) afirmação proferida num campo de golfe pelo presidente da república, cavaco silva, sobre um eventual envolvimento do primeiro-ministro no caso ‘freeport’.
ou o presidente sabia (sabe) mais do que dizia ou então estávamos perante um manifesto ‘lapsus linguae’ do mais alto magistrado do país. porque o caso em apreço é tão só e de momento, tanto quanto sabemos, uma questão da justiça e não do estado.
hoje lemos que cavaco silva encontrará amanhã o procurador-geral da república, facto com relevância política suficiente para ser lido à luz da actualidade e que não se compadece com explicações de agendas planeadas há semanas: em política o que parece, é!
também o ‘camarada’ jerónimo sousa parece estar atento.
embora, como o ‘belenenses’ no caso do ‘goal-average'(*), com dias de atraso.
enfim, as águas continuam agitadas…
(actualizado às 8.00 pm)
http://antonioboronha.blogspot.com/2009/02/em-politica-o-que-parece-e.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:13 pm
CAVACO, RESERVA MORAL
Que palavras terçará o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, quando receber amanhã em audiência o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro? Se é verdade que este encontro foi combinado há cerca de três semanas nem por isso deixará de estar prenhe de factos recentemente revelados e acumulados da maior gravidade para a combalida periclitância do Regime, fragilizado pelas bases de metano moral em que parece assentar. Talvez concluam ambos que estão sob o controlo dos que efectivamente controlam o Regime. De acordo com uma nota de Belém, a audiência está agendada para as 11h30. Contactada pela Lusa, fonte da Presidência da República adiantou que o encontro entre Cavaco Silva e Pinto Monteiro foi combinado pelos dois “por ocasião do encontro de apresentação de cumprimentos de Ano Novo”, realizado a 13 de Janeiro. A mesma fonte escusou-se, contudo, a revelar a agenda da audiência. Digam o que disserem, o que se espera de ambos extravasa o âmbito de qualquer convencionalismo e se um nos semelha derradeiramente uma reserva moral da Nação, o outro, inseguro de ter o teleforne sob escuta, é provavelmente aquele que investido de responsabilidades, voluntarioso e sério, foi indigitado ou nomeado segundo desígnios que nitidamente o ultrapassam.
http://joshuaquim7.blogspot.com/2009/02/cavaco-reserva-moral.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:13 pm
Está a chegar à nossas caixas um mail da DGRH a publicitar as regras para mobilidade dos professores titulares.
Mais outro exemplo de justiça. Dois professores titulares, um no 1º escalão/8º escalão e o outro no 3º escalão/10º escalão: pelo sistema antigo, o que está no 10º escalão encontrava-se à frente do outro em cerca de 1500 lugares. Com o novo sistema, o que está no 8º escalão passa à frente porque teve mais pontos no concurso para titulares.
O mais interessante é que, entretanto, o professor que está no 8º escalão não teve mais cargos pedagógicos. Se os cargos que o professor do 10º escalão teve de então para cá fossem convertidos em pontos, ultrapassaria folgadamente o do 8º escalão. Contudo não lhe vão servir de nada…
Sempre me convenci que o concurso para titulares era uma espécie de novas oportunidades para os que fizeram os cursos com médias de 10 valores e para os mais novos passarem à frente dos mais antigos.
Fevereiro 2, 2009 at 10:18 pm
Boa noite!
Apareçam:
http://livresco.wordpress.com
Fevereiro 2, 2009 at 10:19 pm
#14 Reb
Antes de alterar a situação dos titulares vão conseguir colocar os amigos (titulares) nos lugares que há muito desejavam e que só desta forma vergonhosa o irão conseguir. Com o apoio e o silêncio dos sindicatos…
Fevereiro 2, 2009 at 10:25 pm
Também tive os meus filhos em escola pública.Não precisei de os colocar num colégio para serem disciplinados e adquirirem os conhecimentos necessários, inclusive para tirarem um curso superior´.Se têm dificuldades, lamento, é a crise.Aguentem.
Professores refomados nas escolas em voluntariado? Serão necessários é em hospitaids e outras instituições sociais.Se chegarem às escolas,só há uma atitude a tomar – escorraçá- -los. É porque não terão vergonha na cara.
Fevereiro 2, 2009 at 10:28 pm
Já agora:
No Prós e Contras da RTP vao tentar um branqueamento do Pinóquio…
Fevereiro 2, 2009 at 10:42 pm
No Pró e Contras está a falar outro Pinóquio: O Rui Gonçalves
Olhem aqui um dos pagamentos que recebeu:
Ainda segundo “O Crime” de 15-1-2009, Rui Nobre Gonçalves volta ao Governo em Março de 2005 como secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas mas é recuado em 1 de Fevereiro de 2008 para, segundo o seu currículo na EGF, ser nomeado em Abril de 2008 vogal da sub-holding do grupo público IPE para o tratamento e valorização de resíduos, a Empresa Geral de Fomento S.A. e, “por inerência”, “Presidente do Conselho de Administração da Valnor, S.A., da Rebat, S.A., da Resat, S.A., da Residouro, S.A. e ainda de Vogal do Conselho de Administração da Valorsul, S.A.. De acordo com a mesma fonte, “em Setembro de 2008 assumiu o cargo de Presidente da Resiestrela S.A.”, empresa que faz a exploração e gestão do sistema de recolha e tratamento de lixos da Cova da Beira
http://doportugalprofundo.blogspot.com/2009/01/freeport-o-segundo-nome-que-no-deve-ser.html
Fevereiro 2, 2009 at 10:43 pm
Eu até poderia fazer voluntariado na Quinta do Mocho ou na Cova da Moura. Voltar à escola enquanto estes analfabetos funcionais estiverem no ME nunca!
Fevereiro 2, 2009 at 10:44 pm
O cabr.. do Júdice outro corrupto a falar…a branquear
Fevereiro 2, 2009 at 10:46 pm
O Júdice anda a mamar à grande no BPP e já não falo no filho do Júdice
Fevereiro 2, 2009 at 10:48 pm
O Júdice que não fale no segredo de justiça:
Não abram a pestana que não é preciso…: Paula Teixeira da Cruz, Advogada – Em estilhaços
“Ano Judicial abriu quando já estava aberto. O Governo aproveitou a ceri-mónia e foi, também ele, desfasado”
Anteontem ‘reabriu’ o Ano Judicial. Parece-me que o Ano Judicial deve abrir quando abre mesmo. Sem desconhecer a razão da tradição, o facto é que abriu quando já estava aberto. O Governo aproveitou o cerimonial e foi, também ele, desfasado.
Há anos atrás, o Congresso da Justiça e o Primeiro Pacto – entre magistraturas, advocacia, solicitadores, funcionários judiciais – uniram os operadores. Ganhou-se a consciência crítica da necessidade de diagnósticos e acções comuns, que se efectuaram e encetaram.
Pela primeira vez as tensões dentro do Sistema foram compreendidas e deram-se passos para obter uma cultura comum, tendo como objectivo primeiro o Cidadão. O Pacto para a Justiça travou a funcionalização das Magistraturas.
No discurso do Governo está tudo bem – e nós a saber que não. Sob o olhar preocupado do Presidente da República, desfilou o discurso da realidade virtual. Nem uma palavra sobre a independência dos Tribunais e a agonia do Ministério Público. Assim haja força para não o permitir.
As alterações ao Estatuto do Ministério Público conjugadas com o novo mapa judiciário violam princípios e garantias constitucionais e põem em causa a independência dos Tribunais.
O Conselho Superior do Ministério Público é esvaziado de poderes, a hierarquia pode movimentar como entender magistrados entre serviços situados em áreas do território entre as quais existem grandes distâncias; os procuradores-gerais nos Tribunais da Relação são nomeados em comissão de serviço (renováveis em função do parecer da hierarquia); sem concursos, a hierarquia coopta-se a si própria (os que forem de confiança); as escolhas das coordenações e chefias intermédias são feitas com base em indicação da hierarquia, violando o princípio da igualdade no acesso às carreiras públicas.
Princípios de independência, de inamovibilidade, de autonomia, são destituídos de sentido. Instala-se a falta de transparência na actuação do Ministério Público. Que importa, se é exactamente isto que o Governo pretende? Convém-lhe.
O Senhor Provedor da Justiça, os Grupos Parlamentares, não podem deixar de suscitar a fiscalização da constitucionalidade das alterações ao Estatuto.
A nós, compete-nos não deixar. Pelo menos aqueles que são livres e incondicionáveis.
Há que resistir à vontade do Governo de deixar a independência dos Tribunais em estilhaços.
http://livresco.wordpress.com/2009/01/29/nao-abram-a-pestana-que-nao-e-preciso-paula-teixeira-da-cruz-advogada-em-estilhacos/
Fevereiro 2, 2009 at 10:50 pm
Dedicado a um sr. imaginário chamado Júdice – outro filho da p…:
Rui Rangel, Juiz desembargador: A Transparência
“O que pode fazer a justiça contra o jornalismo de investigação? Nada, nem o segredo de justiça pode valer”
A transparência, a lealdade processual e a autonomia, livre de pressões ou influências, devem ser as marcas genéticas de qualquer investigação criminal. Os órgãos de polícia criminal e o Ministério Público não devem investigar em função da importância do suspeito, da importância mediática dos factos investigados ou dos períodos eleitorais, fazendo uma gestão política da investigação. Devem estar imunes às pressões, que todos sabemos poderem existir, quando o visado é uma pessoa influente e com poder. Em tempos não muito longínquos, a investigação andava a reboque dos interesses partidários e políticos. Eram os próprios agentes da justiça a permitir esta promiscuidade. Que o ‘Senhor’ nos livre de tal tentação.
Quem ousar fazer uma gestão política dos processos e da investigação deve ser denunciado e responsabilizado, porque está a manchar a credibilidade da justiça. O mesmo se dirá de quem andar com os casos que tem sob a sua alçada, movido por pressões, venham elas da política, dos lóbis, da Maçonaria ou da Opus Dei. O pior que pode acontecer, para a seriedade da investigação criminal, que, como sabemos, não é uma ciência exacta – antes é constituída por um puzzle que se vai formando, por vezes, com avanços e recuos, firmeza e hesitações -, é dizer que apenas dá sinal de vida quando se está em época de eleições. A justiça não pode permitir que este anátema seja lançado sobre os seus ombros. Nesta época, em que a Comunicação Social fala de tudo e sobre tudo, a serenidade e os bons exemplos devem vir de cima.
Toda a gente tem direito à defesa do seu bom-nome e este não pode ser ofendido na praça pública de forma gratuita. Mas o que pode fazer a justiça contra o jornalismo de investigação? Nada, nem o segredo de justiça pode valer. E é bom que assim seja, pois são estas as regras da democracia representativa.
Destes cacos partidos em que se está a transformar a nossa sociedade, o que deve ser salvo e reforçado, para garantia das pessoas, é a clara separação de poderes, é a negação da partidarização ou politização dos actos praticados pela justiça e é a recusa de uma ‘República de Juízes’. Há que perceber que a justiça existe para todos e não só para alguns e todos são potenciais candidatos a sentarem-se no ‘banco dos réus’. O Poder Judicial não quer nem pode decidir quem governa o País, tarefa que compete só ao povo, mas não o acusem disso quando exercita apenas as suas competências, mesmo que o cidadão seja ‘Rei’ de Portugal.
http://livresco.wordpress.com/2009/01/28/rui-rangel-juiz-desembargador-a-transparencia/
Fevereiro 2, 2009 at 10:51 pm
O Poder Judicial não quer nem pode decidir quem governa o País, tarefa que compete só ao povo, mas não o acusem disso quando exercita apenas as suas competências, mesmo que o cidadão seja ‘Rei’ de Portugal.
http://livresco.wordpress.com/2009/01/28/rui-rangel-juiz-desembargador-a-transparencia/
Fevereiro 2, 2009 at 10:56 pm
Dedicado ao Prós e Contras da RTP de hoje – uma tentiva vergonhosa de branqueamento…:
Do grande jornalista que é o Mário Crespo:Segredos e enredos
Não é “insultuoso”, como me retorquiu o ministro Silva Pereira, interrogar governos sobre se houve troca de favores por dinheiro. É insultuoso para todo o sistema democrático o governo não responder.
A Mark Felt, Director do FBI, morreu há poucos meses. Entrou para a história por ter sido o “garganta funda” no caso Watergate. Felt, guiou Bob Woodward, do Washington Post, com “fugas cirúrgicas de informação” até o jornal conseguir entender o que estava em causa: a Presidência dos Estados Unidos era culpada de um processo ilícito de espionagem política usando agências e dinheiros governamentais. Num livro recente, Woodward analisa quais teriam sido as motivações de Felt para fazer sair do hermético sistema do FBI para os media informações cruciais para rectificar uma ilegalidade que tinha todas as probabilidades de vir a ser encoberta e esquecida. A conclusão de Woodward é que Felt o tinha feito para honrar os valores que o Estado americano lhe tinha confiado. Felt teve a percepção de que algo incrivelmente pérfido se estava a passar na maior democracia do Mundo e que todo o sistema, FBI incluído, capturado por interesses, não ia responder. “Estavam em causa coisas como democracia, responsabilização do poder político e pura e simples honestidade”, diria Ben Bradley, Director do Post.
Quando na passada semana o discurso oficial, da Procuradoria ao Governo, começou a centrar-se na “gravidade” das fugas de informação, colocando-as, em termos de importância, pari passo com a enormidade criminal do que pode estar em causa, eu interroguei-me sobre as motivações de quem divulgou os pormenores que nos permitem começar agora a compor uma imagem do escândalo Freeport. Pensei também que se não tivesse havido fugas de informação sobre o horror que se estava a passar na Casa Pia tudo tinha continuado como sempre, na conveniência confortável dos silêncios do pecado colectivo e não tinha havido a denúncia pública de que havia crianças abusadas por pervertidos poderosos num asilo do Estado. Sem fugas de informação também não se tinha chegado ao conceito ainda indefinido de que algo está mal no Freeport de Alcochete.
Nos dois casos, as fugas, por sorte, acertaram na rara combinação de coragem e persistência que é a maneira de Felícia Cabrita estar no jornalismo. É fácil e útil para quem queira controlar mediaticamente os estragos varrer tudo para os lados “ocultos” da “força”. Não se pode é excluir que haja pessoas de bem na administração pública, genuinamente ultrajadas porque um Estado pactuante com perigosas irregularidades, deixa passar anos a fio sem nada fazer até as coisas caírem no esquecimento, ou pior ainda, na habituação. Aqui, tal como Mark Felt fez com o Washington Post, alguém passou informações para o Sol. E fez muito bem. O Freeport não é um Watergate à portuguesa. Com estes montantes e possíveis envolvimentos do executivo e justiça, é, por si só, um grande escândalo em qualquer parte do mundo. Face a isto não é “insultuoso”, como me retorquiu o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, interrogar governos sobre se houve troca de favores por dinheiro. Seria insultuoso para todo o sistema democrático não o perguntar. É insultuoso o governo não responder. Não chega repetir “deixem-nos trabalhar”. É essencial saber onde chega o Freeport. Com os valores que estão em questão, tudo o mais é menor. Até as próximas eleições.
http://livresco.wordpress.com/2009/02/02/do-grande-jornalista-que-e-o-mario-cresposegredos-e-enredos/
Fevereiro 2, 2009 at 10:58 pm
Dedicado à mama do Júdice no BPP:
Do Diário de Notícias: Cravinho diz que João Rendeiro é “homem de bem”
BPP. O ex-ministro do PS escreveu prefácio do livro do banqueiro
O socialista João Cravinho não se arrepende de ter escrito o prefácio do livro “Testemunho de um Banqueiro”, de João Rendeiro, mesmo depois do escândalo que envolve o Banco Privado Português (BPP). “O prefácio representa o que penso de João Rendeiro, até prova em contrário. Continuo a pensar que é um homem de bem”, afirmou ao DN.
O actual administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) sublinha que “é amigo” do ex-presidente do BPP e que apesar de ter sido membro do Conselho Consultivo do banco durante três anos não teve “qualquer conta ou transacção” com o BPP.
“Fiz o prefácio porque o amigo me convidou. Fi-lo com a responsabilidade e o sentido de verdade à data em que o fiz. E se ele me convidasse agora também o faria”, garante João Cravinho. Aproveita para dizer que João Rendeiro lhe transmitiu estar convicto de que o BPP iria sobreviver apesar da crise financeira.
No prefácio do “Testemunho de um Banqueiro”, Cravinho diz a propósito da personalidade de Rendeiro e da ambição que o moveu: “Chegar mais alto pelo seu próprio mérito, com toda a limpeza, é também apontar caminhos aos outros, um pouco como quem abre portas a futuras marés que levantam os barcos à medida que a linha de água sobe.”
O antigo ministro das Obras Públicas do Governo de António Guterres recorda que o banqueiro começou a sua vida profissional na administração pública e que, na altura, mesmo sem o conhecer bem pessoalmente “desde logo me apercebi da sua craveira intelectual e carácter”. Daí que tenha sido ele próprio a escrever uma carta recomendando a admissão de Rendeiro ao programa de doutoramento de Sussex, desviando-o da carreira na função pública.
João Cravinho afirma ainda no prefácio que João Rendeiro soube tirar partido da liberalização dos mercados de capitais em meados dos anos 80. “Hoje, não carece de demonstração o sucesso da ambiciosa e inovadora estratégia empresarial que vem prosseguindo em torno do Banco Privado Português”, pode ainda ler- -se nesta introdução às memórias.
O livro de João Rendeiro, o primeiro em Portugal sobre a vida de um banqueiro, foi lançado em Novembro do ano passado, numa altura em que o BPP já estava debaixo de fogo. Na altura não quis falar da situação do banco, mas prometeu não baixar os braços. Ainda em Novembro, o banqueiro abandonou a presidência do banco destinado a gerir fortunas e do qual era o principal accionista.
Em Dezembro, para salvar o BPP da falência, foi-lhe concedido um empréstimo de 450 milhões de euros, vindos de seis instituições de crédito, com a garantia de Estado, entre as quais a Caixa Geral de Depósitos. Recentemente, a PJ, o Ministério Público e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários fizerem buscas às instalações do BPP que visaram apreender registos de movimentos bancários, que podem estar relacionados com aplicações financeiras suspeitas.
http://livresco.wordpress.com/2009/02/02/do-diario-de-noticias-cravinho-diz-que-joao-rendeiro-e-homem-de-bem/
Fevereiro 2, 2009 at 11:00 pm
Dedicado ao Júdice:
Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do Correio da Manhã: A prova está feita!
Sócrates é suspeito para os ingleses mas não o é, até ao momento, para a justiça portuguesa. A carta rogatória britânica não tem factos “juridicamente relevantes” para o procurador-geral da República e será integralmente baseada numa carta anónima que deu origem ao processo, em Portugal, mas, já se viu, que os servidores de sua majestade não largam o osso.
Enfim, a questão está transformada num verdadeiro quebra-cabeças para o cidadão comum e num imenso lamaçal para a vida política e para a justiça. Não apenas para Sócrates e PS mas para todos os que exerceram o poder nos últimos vinte anos. A política e a justiça estão recheadas de episódios inexplicáveis. Ou porque a lei não permite a prova, ou porque a cooperação internacional não ajuda, ou porque não há meios, ou porque há sempre milhares de ‘porques’…
Uma coisa é certa: este é apenas mais um caso que faz a prova da crise de regime que vivemos há mais de duas décadas. Não há transparência nos mecanismos administrativos, há uma partidarização do poder legislativo, de há muito que se assiste a uma tentativa brutal de controlo do poder judicial, a corrupção não é investigada a sério. Do lado da justiça, pactuar com mecanismos anacrónicos de funcionamento e não assumir a eficácia e a celeridade como paradigma já só contribui para a desgraça geral que é o estado actual da Nação.
http://livresco.wordpress.com/2009/01/30/eduardo-damaso-director-adjunto-do-correio-da-manha-a-prova-esta-feita/
Fevereiro 2, 2009 at 11:11 pm
Este Júdice é cá um parvalhão e um tretas que até mete nojo…
Fevereiro 2, 2009 at 11:15 pm
O Subtil outro cromo…
Fevereiro 2, 2009 at 11:15 pm
A branquear
Fevereiro 2, 2009 at 11:16 pm
A. Raposo Subtil – Sócio Fundador
Licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa.
Mestrado (Parte Escolar) em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa (1999).
Pós-Graduação em Direito do Arrendamento pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa (2002).
Docente na Universidade Lusófona e no ISPA.
Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados (2005-2007)
http://www.rsa-advogados.com/default2.asp?menu=Geral&submenu=Advogados&page=Equipa&id=1
Fevereiro 2, 2009 at 11:19 pm
Dedicado ao cromo do Subtil com o blá blá de merd..:
Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do Correio da Manhã: A fábula das leis más
O Presidente da República está preocupado com a má qualidade das leis. Tem razão, mas é preciso saber porquê. Esta fábula das más leis tem várias explicações, mas a mais preocupante está na subordinação do instrumento legislativo a interesses particulares ou de grupo.
Dizia-se no tempo das ideologias que o Direito era um instrumento de domínio dos poderosos sobre os dominados e continua a não haver nada mais actual. No Penal legisla-se ao sabor dos interesses de uma parte da classe política e amigos. O Direito Administrativo manipula-se em função de desígnios totalmente opacos em matéria de concessão, viabilização, licenciamento, adjudicação, etc. – palavras mágicas que abrem a porta a muitos milhões.
Um velho professor de Direito Administrativo costumava dizer: o Direito é uma linha que só em condições muito excepcionais se pode atravessar, mas, hoje em dia, com tanta lei, portaria ou regulamento, a linha passa a vida a ser empurrada para cá e para lá. Na verdade, a ‘má qualidade da lei’ é isso: os interesses ocultos instalados em cada Governo ou maioria política fazem do ‘legislador’ ou do governante um mero executor de acertos cozinhados nos bastidores.
Há uns anos, o chamado ‘legislador político’ conseguia favorecer interesses pessoais dando a ideia de que o diploma lavrado se dirigia aos interesses gerais e abstractos da comunidade. Até esse pudor já lá vai…
http://livresco.wordpress.com/2009/02/01/eduardo-damaso-director-adjunto-do-correio-da-manha-a-fabula-das-leis-mas/
Fevereiro 2, 2009 at 11:20 pm
Dá-lhe Amorim!
Fevereiro 2, 2009 at 11:20 pm
O PGR é outro
Fevereiro 2, 2009 at 11:21 pm
Comprem o SOL!
Fevereiro 2, 2009 at 11:22 pm
Aqui há gato…
http://gataescondida.wordpress.com/2009/02/02/gato-e-lua/
Fevereiro 2, 2009 at 11:22 pm
O PGR é um boneco nas mãos do Pinóquio ó Judice!
Fevereiro 2, 2009 at 11:25 pm
Teses de Doutoramento à venda por 50 mil euros
O crescimento do número de candidatos a mestres e doutores deu azo ao negócio e à falsificação. Resultado: Há teses de mestrado e doutoramento a serem vendidas por 50 mil euros e quem falsifica tem tido uma actividade lucrativa e, até agora, sem punições
lEIS DO MERCADO…
Fevereiro 2, 2009 at 11:26 pm
Virgindade de Natalie já ascende aos três milhões de euros
A estudante de 22 anos Natalie Dylan, que colocou a sua virgindade à venda na internet, já recebeu e recusou variadíssimas ofertas. Até agora, ninguém superou um empresário australiano de 39 anos que ofereceu 2, 87 milhões de euros
tudo se vende tudo se compra…NÃO É bÁRBARA E mARIA CAMPOS…
Fevereiro 2, 2009 at 11:27 pm
A quem possa interessar:
José Sócrates, candidato a ficar on her Majesty plaesure?
Fevereiro 2, 2009 at 11:27 pm
Quem dera à MC poder vender a virgindade…
Fevereiro 2, 2009 at 11:28 pm
#58,
A propósito… Isto não se vende…
http://gataescondida.wordpress.com/2009/02/02/somos-muitos/
Fevereiro 2, 2009 at 11:28 pm
Domingo, 27 de Julho de 2008
Perdeu a virgindade aos 10…pARA AQUELES QUE AINDA ESTÃO NA DÚVIDA PARA ENTREGAREM OS O.I VALE SEMPRE DECIDIR BEM NEM QUE SEJA TARDE…VALE MAIS DO QUE NUNCA …
QUITO (AFP) – O solitário George, a última tartaruga gigante de sua espécie, que habita as ilhas Galápagos, conseguiu acasalar aos 105 anos, e três dos ovos com suas primeiras crias estão sob cuidadosa observação, disseram as autoridades ecológicas da reserva equatoriana.
Fevereiro 2, 2009 at 11:29 pm
A MC tem 105 anos?!! Tchiiiii…………
Fevereiro 2, 2009 at 11:29 pm
AOS 105 ANOS…
Fevereiro 2, 2009 at 11:30 pm
Dedicado à estúpida da fatinha:
Pedro Lomba: A ARTE DE ENGANAR TODOS
“Sou muito chegado aos reguladores. A minha sobrinha até casou com um deles.”
Bernard Madoff, 2000
Com certeza que ouviram já falar de Bernard Madoff, o trader de Wall Street que durante décadas criou um esquema colossal de vigarice, com perdas de 50 mil milhões de dólares. Tenho andado a ler sobre a odisseia de Madoff. Podem pensar que nada disto é connosco, mas enganam-se. Notícias de ontem revelavam que, sozinho, Madoff impediu os bancos espanhóis de lucrarem 650 milhões de euros. Em Portugal ainda não sabemos os efeitos, mas o País é pequeno e isso, ocasionalmente, traz vantagens. Um só homem conseguiu o que muitos políticos anti-sistema reclamam: sugou os lucros da banca. Pelo meio apanhou investidores individuais, fundos de pensões, instituições de benemerência social. Fomos todos um pouco por todo o lado roubados por Bernard Madoff.
É verdade, porém, que foram sobretudo os ricos americanos os penalizados pela “arte” de Madoff que usava o dinheiro investido por novos clientes para pagar as comissões dos velhos clientes. Dizem que tudo não passava de um típico esquema Ponzi – nome do trapaceiro italiano que há cem anos aterrou na América e teve a ideia original. Tratava-se de um plano tão simples que ninguém percebe como é que durou tanto tempo sem ser deslindado. Acontece que Madoff era um homem deste tempo. Manipulava aparências como poucos. Controlava-se. Sobreestimava-se. Durante décadas a sua maior preocupação foi alimentar obsessivamente uma imagem de financeiro contido e meticuloso que conhecia a fundo o mercado e, acima disso, a cabeça dos reguladores. Tinha ganho a confiança de todos.
E é isso que faz de Madoff um interessante caso psicológico. Eis aqui um homem que, não só prometia aos investidores retornos rápidos e um certo estatuto selecto – duas coisas que os ricos não desprezam -, como tudo sabia sobre a forma de agir dos reguladores. “Vivia”, na prática, no meio deles. Conhecia-os em Washington, colaborava em comissões governamentais, fazia o discurso legalista que os reguladores apreciavam. Na mesma audiência de 2000, Madoff disse ainda: “Neste sistema de regulação é virtualmente impossível violar as regras por um considerável período de tempo sem ser detectado.” Acho que não se riu.
Desconfiem sempre de políticos demasiado íntimos de jornalistas, de promotores imobiliários demasiado íntimos de autarcas e de outros decisores, de agentes económicos demasiado íntimos dos respectivos reguladores. Todos frequentemente escondem um intento pessoal e pouco saudável. Todos, seguindo o princípio de Madoff, vivem onde menos se vê. No meio.
Jurista – pedro.lomba@eui.eu
http://livresco.wordpress.com/2009/01/29/pedro-lomba-a-arte-de-enganar-todos/
Fevereiro 2, 2009 at 11:31 pm
Dedicado ao tó tó do Subtil e à fatinha e ao tretas do Júdice:
Mário Crespo: Acção executiva
Independentemente da verdade, José Sócrates pode já não estar em condições de continuar a chefiar o Governo. O envolvimento de familiares seus num processo de despacho governamental delicado cria-lhe fragilidades que o vão acompanhar daqui para a frente.
O ambiente de alegadas influências em decisões governamentais (supostas ou reais) para extorquir contrapartidas dá um carácter de favoritismo na prática governativa que, falso ou verdadeiro, lhe criam uma pressão política intolerável.
Em política, ao nível a que José Sócrates chegou, pura e simplesmente não há presunções de inocência quando há indícios insofismáveis. Não há comunicados com desmentidos nem notas da Procuradoria a dizer que hoje está tudo bem mas amanhã não se sabe, que lhe valham. Será este julgamento popular de José Sócrates injusto? É. Mas é assim. A infelicidade é que no ponto da pirâmide executiva onde José Sócrates se encontra o que parece já é, mesmo antes de o ter sido. É uma vulnerabilidade que vem com o território.
José Sócrates devia sujeitar-se ao julgamento popular que vem com o voto e aí saber se Portugal acredita na sua boa-fé e na ingenuidade do seu tio e primo, e se este conceito de “família” é compatível com a maneira como em Portugal se entende a função governativa. Está em jogo o bem-estar de uma população de dez milhões de pessoas e a necessidade de tomar medidas rigorosas e duras para enfrentar a crise. Está em jogo a respeitabilidade da imagem de um país que a esta hora está a ser retratado nos media estrangeiros na síntese dos que vêem a realidade de fora através dos desapaixonados despachos das agências noticiosas. Nessa óptica, o que aparece é o chefe do Governo de Portugal no centro de um furacão que envolve pagamentos avultados por favores oficiais num processo que entronca no estrangeiro com offshores de familiares metidos pelo meio. Justa ou injustamente a Standard and Poors vai adicionar este elemento à contabilidade do rating da República.
No mundo da banca e da finança internacionais também não há presunção de inocência. Na zona da vida pública em que José Sócrates se encontra, com a necessidade de executivo claro firme e duro que a crise exige, com a ameaça de todo o Portugal se tornar numa gigantesca Qimonda, a verdade ou mentira de uma insinuação são valores subjectivos de menor importância.
O momento não se compadece com as delongas da justiça à portuguesa. É preciso indagar se o povo aceita renovar a confiança em José Sócrates nestas envolventes ruidosas e cheias de incógnitas, ou se vamos continuar no “pântano” profetizado por António Guterres quando se demitiu, (curiosamente em data muito próxima do início de toda esta questão do Freeport). Alguém vai ter de tomar uma decisão executiva porque, face ao que já está escrito e dito, não chega clamar pela celeridade da justiça, que não existe, nem pedir o aval diário do até-aqui-tudo-bem-depois-se-verá da Procuradoria. José Sócrates, por si, ou Cavaco Silva, por ele, terão de tomar a única decisão possível, que é fazer o primeiro-ministro sujeitar-se ao juízo do voto antecipado que relegitimará, ou não, o seu Executivo. Por muito, muito menos, Jorge Sampaio sujeitou Santana Lopes a esse julgamento popular.
http://livresco.wordpress.com/2009/01/27/mario-crespo-accao-executiva/
Fevereiro 2, 2009 at 11:33 pm
Olá Gata, já viste os comentários do Público?
Vai lá rir-te com os nossos conhecidos Xibanga e MC.
Fevereiro 2, 2009 at 11:33 pm
Este não é de ninguém. E de toda a gente…
http://gataescondida.wordpress.com/2009/02/02/coracao/
Fevereiro 2, 2009 at 11:33 pm
Vou já, Olinda.
Fevereiro 2, 2009 at 11:35 pm
Não processam ninguém porque a corrupção ainda é pior…MUITO PIOR
Fevereiro 2, 2009 at 11:36 pm
Agora está a falar outro gayzola…yes gayzola
Fevereiro 2, 2009 at 11:37 pm
Não sabiam…é amiguinho do outro! Ó fatinha cala-te que só dizes merd…
Fevereiro 2, 2009 at 11:37 pm
Ó Rui Gayzola cala-te!
Fevereiro 2, 2009 at 11:39 pm
Ó Rui Gayzola cala-te que ainda vais levar com mais…
Fevereiro 2, 2009 at 11:40 pm
És outro corrupto…
Fevereiro 2, 2009 at 11:41 pm
Está a falar Eduardo Dâmaso!:
Oiçam
Fevereiro 2, 2009 at 11:49 pm
Ó Júdice cala-te cromo – deixa falar o Eduardo!
Júdice = fdp
Fevereiro 2, 2009 at 11:53 pm
Como se sai?:
Se o Pinóquio fosse homem…
Fevereiro 3, 2009 at 12:01 am
Titulares de aviário…
Caro ‘GuinotE’, ou será ‘General Guinot’?…
De titulares de aviário está o ME cheio, e já lá vão 20 e tal, se não m’engano…
Depois há os que querem, querem mas ainda não perceberam que nunca lá chegarão…
Depois há os ‘heróis’ da banda desenhada sovieto-maoista…
‘A revolução tem de avançar a todo o vapor’…
MRPPisses já bem conhecidas…
Afinal quando chega a carta de Garcia?
Quando o dito se apresentar pela onésima vez a candidato a qualquer coisinha?…
ONDE É QUE TODOS NÓS, PROFESSORES, JÁ VIMOS ISTO?…
Sensaçãozinha de ‘dejá vu’…
Olhe, ‘guinote-se’!
É QUE TODOS NÓS TRABALHAMOS!!! Somos simplesmente PROFESSORES!!!
Fevereiro 3, 2009 at 12:02 am
Agora fala outro tangas: o do Alcochete
Fevereiro 3, 2009 at 12:03 am
Não se preocupem o dinheiro chegou para todos…
Fevereiro 3, 2009 at 12:14 am
Nas origens do simplex não estão, de todo, razões de bondade ou boa-vontade, de eficácia, de recuos, de vontade de diálogo…
Estão tão só rectificações que a não serem feitas despoletariam um sem número impugnações a que os tribunais dificilmente não dariam razão e, que em boa verdade, decorreram de inúmeras exposições de escolas e docentes à Provedoria/Procuradoria…
Para além destas questões, o ME tem estrategicamente programados os momentos/ as formas e os mecanismos de actuação. As aparências, as mentiras e a gestão da imagem são a grande competência deste governo!
NADA é inocente, NADA é um recuo, NADA é um “bombom”, … – TUDO É INTENCIONALMENTE ESTRATÉGICO!
Fevereiro 3, 2009 at 12:15 am
até que enfim fala um gajo de jeito.
Fevereiro 3, 2009 at 12:15 am
as luvas são para quê!
Fevereiro 3, 2009 at 12:17 am
Paulo Morais… um teso a falar
Fevereiro 3, 2009 at 12:18 am
este secretário de estado… o interesse público foi servido. Ah pois foi… foi.. e também o particular. Calem este parvo. está a enganar quem?
Fevereiro 3, 2009 at 12:19 am
poças… que vergonha.
Fevereiro 3, 2009 at 12:22 am
“As aves foram devidamente protegidas.” – Interessante. Não sabia que o Free tinha sido construído para proteger aves. Mas isto sou eu que sou uma besta, raciocinando.
Fevereiro 3, 2009 at 12:24 am
#81 J.F.
COMPLETAMENTE se acordo.
Fevereiro 3, 2009 at 12:24 am
DE acordo, claro!
Fevereiro 3, 2009 at 12:24 am
Saíram o Xiganga e a MC e apareceu aqui o primo deles
o #78
Humpty Dump
Que cromo!
Para nós que já aturamos o Xigang e o MFerrer, o TS/JS e outros que tais…
Tu és um docinho com melaço!
Vai nanar…
Fevereiro 3, 2009 at 12:25 am
“Leis confusas”, pois é… servem para tudo!
Fevereiro 3, 2009 at 1:12 am
«… não sendo de excluir que um dos objectivos seja expurgá-lo [o ECD] do que que lá está errado desde o início?»
Expurgar ou (mais do que provável) tentarem impor uma alteração ao artº 44º, a actual alínea a) passe a ser “… definição de objectivos individuais”.
E digo isto baseado na convicção de que o legislador cometeu no artigo referido um lapso de que só se apercebeu depois da redacção e publicação do 2/2008. Mas para não darem o braço a tocer, e apesar de todas as evidências, insistem na obrigatoriedade de definição de OI. Se forem espertos, e aproveitando a maioria absoluta da AR, ainda estão a tempo de alterar o ECD, coisa que devem estar a preparar-se para fazer, aproveitando a recente proposta da FNE. É preciso ficar de olho neles!…
Fevereiro 3, 2009 at 1:15 am
«… 44º, de modo que a actual alínea a) passe a ser…»
Fevereiro 3, 2009 at 1:22 am
Maria Teresa
Muitos professores parecem ter regressado a um estado de letargia que me desilude e desencanta … não sei se fraqueza, não sei se cansaço, não sei se alheamento, não sei se por comodismo, não sei se aguardam simplesmente que os outros façam… só voltarão, de novo e mais uma vez entre muitas outras vezes, a compreender o alcance dos “pézinhos de lã” e “aparente sossego – deixa andar – deixa passar – finjamos que saímos de cena e que estamos a negociar”, depois de já lhes ter caído em cima.
Este é um país, profundamente, perigoso!
Quando se escandalizam mais com a fuga da informação do que o conteúdo da informação… quando se preocupam mais em abrir procedimentos para averiguar as ditas fugas do que abri-los para averiguar actuações… está tudo dito: melhor é mesmo que tudo continue no silêncio dos deuses para o “portugalzinho da perfeição”
Digo eu: ainda bem que vão existindo fugas de informação, ainda bem que existem pessoas que denunciam… felizmente continuam a haver AQUELES QUE NÃO DESISTEM!
Parabéns a todos os que resistem e não desistem!
Fevereiro 3, 2009 at 1:30 am
http://primeirofax.wordpress.com/2009/02/03/o-inspector/
Fevereiro 3, 2009 at 9:53 am
Inspector Bacalhau?
Fevereiro 3, 2009 at 9:59 am
É verdade que existem problemas de natureza jurídica a resolver. Esta é uma amostra, outros problemas existem e têm sido diagnosticados. Por isso o ME não está confortável… MAS isso não significa que ESTES problemas sejam suficientes para liquidar o sistema.
Mesmo com o parecer do Garcia Pereira (desculpem, mas um parecer vale o que vale e um do Garcia Pereira…), não vale a pena entrar em órbita “que agora é que é!”
Fevereiro 4, 2009 at 4:19 am
Terça-feira, Fevereiro 03, 2009
O Caso Freeport e os comentadores – A RTP prestou um mau serviço à Democracia
O País assistiu a uma edição do programa “Prós e Contras” na RTP que foi uma autêntica tentativa de lavagem do Primeiro Ministro , no caso Freeport.
Fátima Campos Ferreira convidou:
1 – José Miguel Judice – Presidente da Assembleia Geral do BPP – banco que esta semana foi alvo de buscas pela PJ e pelo Mº Pº;
1.1. – José Miguel Judice que foi escolhido por José Sócrates para presidir à reabilitação da Zona Ribeirinha do Tejo;
1.2. – José Miguel Judice que foi mandatário de António Costa , do PS, nas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa.
2 – Dr. Raposo Subtil, amigo de José Sócrates , que exerceu o cargo de professor na UNI, a tal que fez José Sócrates “engº” e que entregou na Ordem dos Advogados uma declaração falsa para poder frequentar o estágio, em 1986;
3 – O Secretário de Estado de José Sócrates que viabilizou o projecto Freeport e que em bom rigor terá de ser ouvido -resta saber em que qualidade – no processo Freeport.
Como contraponto a estes apoiantes de José Sócrates – viram a virulência do discurso de Raposo Subtil? Mais parecia que estava numa luta entre os “super dragões ” e os “no name boys”, tal a ânsia de dizer que José Sócrates não é suspeito – temos o Prof. Amorim, o Prof, Saldanha Sanches e o Dr. Morais.
Mas dos 5 comentadores principais 4 são pró-PS e pró-Sócrates.
A participação no programa é tão pobre que ou faltou a aquiescência de figuras de vulto que podiam contrapor, ou então a RTP quis lavar a imagem pública do PS e de José Sócrates.
O caso, todavia, é muito complexo e politicamente insustentável.
Por mais que falem, os factos que vieram a público serviriam ,em qualquer país democrático, para o DCIAP já ter constituído arguidos.
Nem sei do que está à espera!
O Governo Português parece que se esquece que a investigação criminal está também a ser feita no Reino Unido.
E que Portugal é um país sem poder nem força na União Europeia.
Este programa serviu que nem uma luva para José Sócrates e o PS falarem ao Povo e “venderem”a sua versão.
Mas o confronto não é apenas, não está apenas, nas mãos do DCIAP, do Mº Pº, está entre países e daí Cavaco Silva ter dito que ´caso Freeport é um “assunto de Estado”.
O programa “Prós e Contras” serve a estratégia do PS, mas destroi a credibilidade de Portugal no Mundo.
Os ingleses estão a rir-se deste tipo de papalvices.
Os portugueses não aceitam como suficientes as “explicações” dadas por José Sócrates, como se vê da sondagem publicada em :http://diario.iol.pt/politica/socrates-freeport-sondagem/1039162-4072.html
O programa serviu para reforçar a tese de que é necessário dissolver a Assembleia da República, demitir Sócrates, fazer uma investigação pura e dura sobre o caso e responsabilizar quem tiver de ser responsabilizado.
O Presidente da República não terá dúvidas que enquanto José Sócrates estiver como PM o Mº Pº não terá coragem de ir até ao fim.
Cavaco Silva, que destruiu Santana Lopes , agora está calado, sem força, sem ter a conduta que é exigível: Dissolver a AR e convocar eleições.
José Sócrates não pode continuar PM!
Santana Lopes foi corrido de PM porque Cavaco Silva lhe carregou em cima, Marcelo Rebelo de Sousa saiu da TVI e porque um ministro disse umas coisas sobre coordenação!
Cavaco Silva lembrou então a “Lei de Gresham” para destruir Santana Lopes e destruiu o PSD também, , dando trunfos ao PS.
É incompreensível esta dualidade de critério do Presidente da República.
Não escondo que não gosto do procedimento de Cavaco Silva, que no último mandato foi um péssimo PM, e que me preocupa a imagem negativa, provinciana, caciquista, medieval que vai passando de Portugal para o Mundo.
A União Europeia ficará a saber destas estratégias que não resistem a um espírito informado.
POR FIM: O PR deve sensibilizar o PGR para afastar a Drª Cândida de Almeida do DCIAP e do Processo Freeport. Porque os portugueses não são ígnorantes.
Os portugueses merecem mais e melhor política.
Por Portugal!
http://josemariamartins.blogspot.com/2009/02/o-caso-freeport-e-os-comentadores-rtp.html