Rodrigo Moita de Deus, que se assina «escritor», produziu prosa para o blogue do PSD dedicado à Educação. Para ele a Educação nacional falhou porque a base do sistema – os professores – são maus, do piorio, reles licenciados que por aí andam porque não sabem fazer mais nada.

Rodrigo Moita de Deus cita a OCDE. Sabe escrever «obsessãozinha corporativa».

Rodrigo Moita de Deus é, notoriamente, um «escritor».

Ele escreve. Escreve muito. Embora pareça ganhar a vida como director qualquer coisa da famosa agência comunicacional de Luís Paixão Martins. Mas já em 2006, na Universidade de Verão do PSD se apresentava como «escritor». Mas parece que antes era da Fundação Champallimaud. E até os amigos lhe chamam «consultor», coisa que nos tempos que correm é obscenidade.

Mas acha-se «escritor». É o que lhe enche a alma. É o seu verdadeiro inner self.

Porquê?

Porque escreveu DOIS LIVROS. Este livro! Em 2001. E mais este. Em 2002.

Este Rodrigo Moita de Deus não é um licenciado qualquer. É um «escritor».

E escreve sobre Educação. Um daqueles assuntos de que, juntamente com Futebol e História, todo o patego nacional sabe um pouco.

Eu até argumentaria relativamente ao texto de RMD se lá fosse possível encontrar algo mais do que um mal-alinhavado de preconceitos anti-professores.

A isso, em coerência com os meus maus fígados, só posso responder com os meus preconceitos: RMD é um beto com vergonha do que faz na vida, escondendo-se atrás do rótulo pretensioso de «escritor».

De Educação e Literatura saberá algo que nós não sabemos.

Raios me partam se depois de um dezena de livros e meia centena de artigos publicados eu me assinaria «historiador». Ganho a vida como professor e de tal não me envergonho. Ao contrário de RMD, director de clientes, e ao que parece logo da REN e tudo.

Parafraseando-o: continuo a acreditar que até a pior das literaturas funcionará sempre com os melhores escritores. Sendo que o contrário, vê-se, também é verdade.

Não se percebe. Mas condiz com as opiniões de RMD sobre Educação.

Com contributos destes, o PSD bem se pode enterrar. Paulo Rangel não deveria ser tão grato pela inclusão de textos seus na revista Atlântico.