Com os devidos agradecimentos à Ana pelo envio, aqui deixo as quatro páginas do «Balanço e Observações Finais» do estudo feito, por encomenda de Maria de Lurdes Rodrigues a João Freire, acerca da reorganização da carreira docente:
Chamo em especial a atenção para alguns aspectos a desenvolver futuramente, caso assim o tempo livre e a paciência o permitam:
- A forma como o autor do estudo parece tê-lo conduzido a pensar no que agradaria ao(à) autor(a) da encomenda, nomeadamente quando afirma que apesar de «partir de uma visão própria da situação» se julgar que a mesmo é «no essencial, partilhada pelos responsáveis do ME, tal como foi entrevisto na reunião inicial havida».
- O modo como, apesar de se anunciar como um estudo comparativo, se conclui que «o esforço analítico da comparaçâo da situação actual dos docentes com outras profissões portuguesas e com as homólogas carreiras em certos países também não pôde constituir, verdadeiramente, uma fundamentação para as propostas de reorganização do estatuto profissional dos professores. A informação disponível não permitiria, por certo ir mais longe». Maravilhoso!!! Afinal o estudo feito não serve para grande coisa e a reorganização do estatuto da carreira docente não se deve basear em nenhum tipo de análise comparativa com outras carreiras nacionais ou com a estruturação das carreiras docentes em outros países. Ao menos, a admissão clara do que já se sabia.
- O modo como estas reflexões finais se desfiam e desfilam mais como um guião para a condução da negociação (mesmo quando não o assume) com os sindicatos e para a imposição das novas medidas aos docentes, fornecendo um aparato ideológico e instrumental para conduzir a acção do Ministério, do que como conclusões de um estudo académico ou «científico» sobre a realidade existente. No fundo, João Freire explica à sua discípula Maria de Lurdes Rodrigues, com alguma sofisticação e muito cinismo, como deve agir sobre uma realidade que se quer mudar, mesmo se nada do que foi objecto do estudo parece fundamentar o sentido dessa mudança.
- A proposta, quase a finalizar, de colocar uma espécie de «espiões» do ME a controlar o funcionamento das Escolas, considerando-se para isso como mais adequados os elementos da Inspecção Geral da Educação.
Este documento é essencial, na minha opinião e não só, para compreendermos que o Estatuto da Carreira Docente não foi mudado por se percepcionar que o anterior estava mal ou porque a mudança visava compatibilizar a docência com outras carreiras da Função Pública ou a carreira docente em outros países (como tanto o ME anunciou), mas apenas porque a sua organização se revelava incómoda para o poder político. Por questões organizacionais, orçamentais mas, pelo que transpira de muitas das páginas deste estudo, principalmente por questões de controle do exercício da doc~encia, visto como uma profissão demasiado livre e horizontal.
No entanto, e apesar de afirmar que «o diagnóstico que foi feito da situação pode parecer menos rigoroso e fundamentado do que aquilo que seria desejável ou expectável», este estudo serviu claramente como a base de acção do ME durante o ano de 2006.
Que o seu autor e a executora tenham o lastro curricular e ideológico que lhes conhecemos só torna tudo isto mais lamentável e tortuoso.
Junho 29, 2008 at 11:28 pm
É a novel versão de Guerra e Paz, revista pelo Sara Mago?
Junho 29, 2008 at 11:32 pm
Paulo
Parece-me que falta a hiperligação para a página supeiror esquerda…
Junho 29, 2008 at 11:37 pm
Fafe, essa foi um bocado fraquinha. Para quem aqui o defende, estou desiludido. Mas todos os génios de serviço têm direito a falhar. Até o Hitchcock fez um ou outro filme apenas mediano.
António, acho que já resolvi o problema.
Junho 29, 2008 at 11:39 pm
Obrigado Paulo.
A coisa parece demasiado sumarenta, mas como a noite é má conselheira, vou deixar para amanhã.
Boa noite.
Junho 29, 2008 at 11:42 pm
Para a história aqui fica uma carta aberta já com mais de 3132 leituras:
Junho 29, 2008 at 11:42 pm
E nós estamos no Chile:
Junho 29, 2008 at 11:43 pm
Só queria dizer ao PS que nós não esquecemos:
473 leituras
Junho 29, 2008 at 11:44 pm
Já agora mais lenha para fogueira…:
Junho 29, 2008 at 11:48 pm
Para “A Vergonha” que tem sido este governo aqui fica para a história:
NO DIA DA CRUZINHA PENSEM BEM…
31 Março 2008 – 00h30
Educação: Linhas gerais e instrumentos
Chile: uma fonte para a avaliação
Há várias semelhanças entre o sistema de avaliação de professores chileno e o português. Nas últimas semanas os e-mails e blogues relacionados com a Educação têm sido inundados de mensagens que apontam para semelhança entre os dois modelos.
Os objectivos e os instrumentos da avaliação ou algumas das suas consequências são iguais nos dois países. Há algumas semanas, a ministra da Educação admitiu que o Governo se foi inspirar em modelos estrangeiros para ‘desenhar’ o tão polémico sistema de avaliação de professores.
Da leitura comparativa dos dois sistemas, há uma diferença que salta à vista: a periodicidade da avaliação. Enquanto em Portugal os professores serão avaliados em cada período de dois anos, no Chile a avaliação é de quatro em quatro anos. No entanto, no que respeita aos instrumentos de avaliação, por exemplo, as semelhanças são claras: existe auto-avaliação, uma entrevista pelo professor avaliador, a avaliação da direcção da escola. Em vez das aulas assistidas que o modelo português preconiza, no Chile uma aula é gravada por profissionais credenciados.
Se em Portugal a principal consequência da avaliação é a contagem ou não do tempo de serviço para a progressão na carreira, do outro lado do Atlântico os melhores professores recebem um abono, que pode ir até 25% do salário mínimo nacional. Para os professores com piores resultados, os dois sistemas sugerem a criação de acções de formação contínua. Com várias notas negativas, os professores saem da carreira, tanto no Chile como em Portugal.
INSPIRAÇÃO EM VÁRIOS PAÍSES
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou, em entrevista recente ao ‘Acção Socialista’, que o Governo procurou “compatibilizar uma avaliação por objectivos com uma avaliação de competências”, tendo para isso buscado inspiração a países como “Inglaterra, Espanha, Holanda e Suécia”. A governante explicou que os sistemas de avaliação de desempenho dos professores no Continente europeu “são todos diferentes”, mas que os objectivos dos vários sistemas acabam por ser similares.
No Chile, os professores com bom desempenho recebem uma ‘bolsa’ mensal, indexada ao salário mínimo. No último ano lectivo foram aprovadas bolsas para mais de 350 professores.
DESCUBRA AS DIFERENÇAS
LINHAS GERAIS
PORTUGAL
Melhoria dos resultados escolares e da qualidade das aprendizagens; proporcionar desenvolvimento pessoal e profissional; avaliação do docente de dois em dois anos
CHILE
Avaliação orientada para melhorar o trabalho pedagógico e promover o desenvolvimento profissional contínuo; avaliação de cada docente de 4 em 4 anos
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
PORTUGAL
Fichas de auto-avaliação; entrevista pelo professor avaliador; avaliação do coordenador de departamento curricular e da direcção executiva; assistência do avaliador a pelo menos três aulas
CHILE
Fichas de auto-avaliação; entrevista pelo professor avaliador; avaliação do director e do chefe técnico da escola; portfólio, que inclui a gravação em vídeo de uma aula
NÍVEIS DE DESEMPENHO
PORTUGAL
Excelente; Muito Bom; Bom; Regular; Insuficiente
CHILE
Destacado; Competente; Básico; Insatisfatório
CONSEQUÊNCIAS DA AVALIAÇÃO
PORTUGAL
Excelente: duas vezes seguidas reduz em quatro anos o tempo de serviço para acesso a Titular; quatro vezes seguidas dá direito a prémio de desempenho
Excelente e Muito Bom: duas vezes seguidas reduz três anos;
Muito Bom: duas avaliações seguidas reduz dois anos;
Bom Tempo vale para progredir
Regular/ Insuficiente: Não progride; proposta Acção de Formação Contínua
Insuficiente: Não renova contrato; duas classificações seguidas ou três interpoladas (quadro) determinam a não atribuição de tempo lectivo e a reconversão profissional
CHILE
Destacado ou Competente: recebe um abono mensal; tem de realizar prova de conhecimentos disciplinares e pedagógicos. O abono dura entre dois e quatro anos, entregue no ano seguinte à prova, e varia de acordo com o desempenho na avaliação e na prova, entre cinco e 25 por cento do Salário Mínimo Nacional;
Insatisfatório: repete a avaliação no ano seguinte e submete-se a Planos de Superação Profissional (Formação Contínua); se na 2ª avaliação obtiver Insatisfatório, deixa de dar aulas durante um ano; à 3.ª avaliação Insatisfatória sai da carreira, mas recebe um abono.
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=154825FC-5B83-4752-94D7-A281E20BF0E6&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010
Junho 29, 2008 at 11:49 pm
PSD, PS vai tudo dar ao mesmo – tão ‘miguinhos que eles são!
Junho 29, 2008 at 11:50 pm
A ditadura existe meus caros…encapotada e sórdida…
Junho 29, 2008 at 11:52 pm
Sublinho, de novo, o carácter meramente ideológico (entendido o termo no seu sentido mais negativo – o de distorção da realidade com fins de legitimar opções políticas) que a sociologia não parece ter vergonha de assumir.
Em segundo lugar, o profundo ataque à liberdade de ensinar que se consubstancia em tudo isto. Essa liberdade essencial na qual um ser humano está perante outros seres humanos a transmitir um currículo (conjunto de valores cognitivos e práxicos) que a comunidade seleccionou.
Estamos perante a confissão clara de uma profunda inimizade à liberdade e àquilo que pode tornar os alunos em homens e mulheres livres: o exemplo da liberdade dos seus professores. Vindo do PS, o partido que se dizia ser o da liberdade, não está mal.
Junho 29, 2008 at 11:54 pm
Já agora obrigado pelas visitas
livresco.wordpress.com
aos poucos vai crescendo…Paulo dois milhões de visitas é obra…aqui cheguei às 30.000 leituras e sabe Deus:
http://www.scribd.com/people/view/347254-liberdade
Junho 30, 2008 at 12:01 am
o livresco ainda não está no ponto – em termos de design – mas uma coisa prometo: ser ácido…
Junho 30, 2008 at 12:03 am
Continuem a divulgar o blog do Paulo (“I support Paulo”):
http://www.scribd.com/doc/2389156/A-Educacao-do-Meu-Umbigo
Já vai com 417 leituras
Junho 30, 2008 at 12:03 am
Paulo Guinote Diz:
“Fafe, essa foi um bocado fraquinha. Para quem aqui o defende, estou desiludido. Mas todos os génios de serviço têm direito a falhar. Até o Hitchcock fez um ou outro filme apenas mediano.”
Estava distraído. Era de Sara Mago que falava ou de Tolstoi?
Junho 30, 2008 at 12:05 am
Militância é preciso – acima de tudo honestidade intelectual…coisa que não abunda neste (des) governo de propaganda
Junho 30, 2008 at 12:09 am
Aquele programa na SIC foi histórico: ligar o Portugal Profundo, o blog do Ramiro Marques e o blog do Paulo a pedofilia, pornografia e sabe Deus! – só demonstra o quanto incomodado estes modernaços neoliberais de matriz fascista estão…até amanhã
Junho 30, 2008 at 12:12 am
E apareçam por aqui:
http://doportugalprofundo.blogspot.com/
Junho 30, 2008 at 12:13 am
Sexta-feira, 27 de Junho de 2008
GPS, educação e escola pública (em actualização)
Imagem picada daqui
O Grupo GPS, SGPS, S.A., que detém a G.P.S. – Educação e Formação, S.A. (GPS é aqui o acrónimo de “Gestão de Participações Sociais” – Diário XXI de 14-12-2006), foi criado em 2003, a partir da GPS – Educação e Formação, e está sediado no Louriçal, Pombal, possui e opera vários colégios e escolas profissionais, principalmente na região Centro. Para além da sua área nuclear, a educação e formação, na qual está em grande expansão, a holding GPS, SGPS, S.A., integra “mais de meia centena de empresas na área do imobiliário, serviços (onde integra empresas do turismo)”, como se pode comprovar no seu organograma (clicar em Mapa GPS e depois em Organograma), e continua em forte crescimento da sua actividade, conforme se pode verificar num motor de busca.
A GPS, SGSP, S.A., é uma sociedade gestora de participações sociais e está matriculada na Conservatória do Registo Predial e Comercial de Pombal com o número de pessoa colectiva 506 607 062. A G.P.S. – Educação e Formação, S.A., está também matriculada na Conservatória do Registo Predial e Comercial de Pombal com o número de pessoa colectiva 507 177 630, e é uma sociedade anónima, com acções nominativas e ao portador. O seu líder, que ocupa o cargo de Presidente do Conselho de Administração da SGPS e da sociedade anónima, é António Jorge Freire de Brito Calvete, “antigo deputado do PS” (segundo notícia do JN de 17-3-2008, via O Sexo e a Cidade, link original fornecido pelo JPG do Apdeites na caixa DPP). Além da sua ligação ao ensino básico e secundário, também terá estado ligado ao ensino superior: segundo o CM, terá alegadamente gerido também a “Escola Universitária Vasco da Gama, em Coimbra (EUVC), durante o período (…) 2004/2005”.
Expande-se o ensino privado pelo básico e secundário e mirra a escola pública…
Do Portugal Profundo escrevo sempre com a preocupação da verdade – factos-factos-factos! – e, por isso, não afirmo, nem publico, o que não confirme. Portanto, coloco uma pergunta, em nome da transparência e escrutínio de cidadania no sensível sector da educação: haverá algum público e notório defensor da escola pública que seja accionista das sociedades GPS, SGPS, S.A./G.P.S. – Educação e Formação, S.A. ou das suas participadas?
Nota: Como sempre procuro fazer, contactei hoje, 27-6-2008, a GPS, SGPS, S.A./GPS-Educação e Formação S.A., mas não foi possível falar até este momento com nenhum responsável do grupo. Se entretanto, obtiver alguma resposta para a questão acima, publicá-la-ei.
Pós-Texto (14:35 de 28-6-2008): o grupo GPS – Educação e Formação tinha no final de 2006, “mais de 10 mil alunos”, segundo o seu líder António Calvete, no III Fórum – Educação e Formação em 4/5-9-2006 na Escola Internacional de Torres Vedras perante cerca de 800 professores do grupo. A Escola Internacional de Torres Vedras do grupo GPS foi inaugurada em Setembro de 2005 com direcção pedagógica (“gestor educacional”) do dr. José Maria de Almeida, ex-director regional da Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) em 2004/2005 e agora indicado, em 13-6-2008, como “supervisor pedagógico do grupo” GPS (SIC, 26-6-2008), na apresentação da Escola Internacional da Covilhã que abrirá em Setembro de 2008.
Actualização: este post foi actualizado às 17:49 de 27-6-2008 e 14:35 de 28-6-200
http://doportugalprofundo.blogspot.com/
Junho 30, 2008 at 12:15 am
Sabem quem a anda por trás – adivinhem: VL
Junho 30, 2008 at 12:16 am
VL sabem quem é? pois – já por aqui houve denúncias…acreditem meus queridos…esta gente é maquiavélica…isto parece a teoria da conspiração..cruzes!
Junho 30, 2008 at 12:17 am
Expande-se o ensino privado pelo básico e secundário e mirra a escola pública…
Junho 30, 2008 at 12:17 am
Paulo Guinote Diz:
“Fafe, essa foi um bocado fraquinha. Para quem aqui o defende, …”
Agora, um pouco mais atento.
Não conte receber pela protecção, nem sequer vá por aí. Considerei isso uma falta de respeito, incluindo a surpresa da factura.
Junho 30, 2008 at 12:18 am
os tipos sabem a cartilha toda…as políticas são feitas em função dos seus interesses
Junho 30, 2008 at 12:23 am
Os tipos apenas conduzem ovelhas.
Junho 30, 2008 at 12:23 am
Não se esqueçam – está gravado na pele:

Junho 30, 2008 at 12:24 am
Balir para quê?
Junho 30, 2008 at 12:24 am
A força está no voto
Junho 30, 2008 at 12:25 am
imagem picada daqui:
http://porquemedizem.blogspot.com/
Junho 30, 2008 at 12:29 am
Não consigo ler o post muito bem. A aste direita dos óculos está partida.
Mas pelo que li, confesso que ainda mantenho a minha capacidade de me espantar com tantas palavras que, espremidas, não dizem quase nada de nada,pois não dizem?
Junho 30, 2008 at 12:29 am
Ri-se o Hitler, o Mugabe e o SS. E todos os outros, desde sempre e para sempre.
Junho 30, 2008 at 12:33 am
Caro Fafe, os pastores de povos também se abatem. O Homero, da Ilíada, já o sabia. Aparecem outros que também terão o mesmo destino. Os rebanhos são submissos mas não primam pela fidelidade.
Junho 30, 2008 at 12:33 am
Que venha mais uma biografia e uma condecoração no dia da raça para os seus autores.
Junho 30, 2008 at 12:35 am
Fernanda1,
Um bocado pastoso o texto do João Freire.
Até nisso a discípula o seguiu.
Junho 30, 2008 at 12:35 am
Fernanda1 Diz:
“Não consigo ler o post muito bem. A aste direita dos óculos está partida.
Mas pelo que li, confesso que ainda mantenho a minha capacidade de me espantar com tantas palavras que, espremidas, não dizem quase nada de nada,pois não dizem?”
Se fosse um lente partida, ainda vá que não fosse, sempre havia Cuba. A turística, muito claro. De “aste”, entretanto, percebo pouco.
Junho 30, 2008 at 12:42 am
Será que este sr não tem vergonha?!
Foi-lhe pedido um trabalho que fundamentasse determinada política e ele não se coibe de apresentar a sua visão própria da situação, visão essa que ainda subjuga ao que lhe é dito que é precisop!
Diagnóstico não faz porque não tem tempo.Audição de peritos ou informantes (?!) não faz porque não tem tempo! Comparação com outras profissões, não faz porque não tem tempo! Comparação com a mesma carreira noutros países não faz porque não tem tempo!
No entanto, teve tempo para ouvir as opiniões dos altos responsáveis do ME!!!
E o sr atreve-se a chamar estudo a esta vergonha?! E o sr atreve-se a entregar (vender com toda a certeza) este montão de linhas para determinar um ataque sem precedenteas a uma profissão que o sr não faz minima ideia como se exerce porque nunca a exerceu, porque nunca esteve numa escola, porque nunca foi prrofessor!
E foi com base nesta vergonha quie a outra desavergonhada atacou, insultou, denegriu e rebaixou toda uma classe profissional!
E culminando com a sugestão da inspecção ter rédea curta, a srª manda aumentar o seu efectivo inspectivo!
E se para se ser professor só se pode ser se se tiver uma avaliação de 14, se para se entrar na carreira só se pode entrar com uma nota de 14… para se vir avaliar escolas e /ou professores basta ter uma nota de 9,5!!!!
Aliás, ando cada vez mais estupefacta com a inversão de valores reinante no reino da milu!
“Descobri” (forma de falar, porque já sabia), com esta história das eleições para o Conselho Geral, que as listas podem ser constituídas, na sua globalidade, por professores não titulares e que o director não precisa de ser titular.
Fiz esta “descoberta” minutos depois de ter acabado de ler a introdução ao diploma que define o acesso a titular, onde se diz que “A estruturação da carreira tem por objectivo dotar cada estabelecimento de ensino de um corpo de docentes reconhecido, com mais experiência, mais autoridade e
mais formação, que assegure em permanência funções de maior responsabilidade. A categoria de professor titular consubstancia -se portanto no desempenho de funções no âmbito da coordenação,supervisão pedagógica e avaliação do desempenho dos restantes professores, com repercussão
na organização das escolas e no trabalho colectivo dos docentes, no sentido da promoção do sucesso educativo, da prevenção do abandono escolar e da melhoria da qualidade das aprendizagens.”
Mais uma vez esta inversão de valores, consubstanciada na não necessidade de quem vai mandar, efectivamente, nas escolas, ser titular, tal como quem vai inspeccionar e avaliar não o ser, acumulando com o facto de nem precisar de ser classificado de bom, vem demonstrar que o espartilhar da carreira não tem a ver com competência, nem com valorização da carreira, nem com a dignificação da classe, tratando-se simplesmente de uma questão economicista.
Querer hierarquizar uma profissão, introduzindo uma hierarquia em que apenas o meio tem que ser titularizado, depois de todas as desculpas esfarrapadas emitidas para a opinião pública para fundamentar essa hierarquização, é gozar com toda uma classe profissional, e desconsiderá-la totalmente.
Junho 30, 2008 at 12:54 am
JCM Diz:
“Caro Fafe, os pastores de povos também se abatem. O Homero, da Ilíada, já o sabia. Aparecem outros que também terão o mesmo destino. Os rebanhos são submissos mas não primam pela fidelidade.”
Está na sua natureza não primarem, a não ser na existência de um grande líder que promova a que horas ruminar. Como não estou para aí virado, nem vou a concursos de dança, é um problema.
Teria preferido Os Lusíadas, mas ia dar ao mesmo: não creio que Pollack os tivesse lido.
Junho 30, 2008 at 12:59 am
Esqueci-me de colocar o endereço da lista de “inspectores” admitidos a estágio:
http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.ige.min-edu.pt/
Junho 30, 2008 at 1:00 am
Fafe,
Mas astes ver que eu ainda vou arranjar esta haste.
Junho 30, 2008 at 1:04 am
Quando académicos ou cientistas vendem a “alma” ao serviço do seu “amo” e “senhor”, não perceberam que puseram em causa a sua idoneidade.
Pelas conclusões, o sr. Freire demonstra que não fez qualquer estudo científico nem academico mas simplesmente foi o “testa-de-ferro” que serviu de legitimação técnica a uma opção política profunda: descredibilizar e domesticar os professores em nome do deficit.
Das conclusões nada se retira em prol da melhoria da educação, pelo contrário assiste-se à engenharia social (nova especialidade do ISCTE) para domesticar os professores, diminuindo o seu prestígio e culpando-os de tudo o que de mau aconteceu na educação.
Junho 30, 2008 at 1:16 am
Fernanda1 Diz:
“Fafe,
Mas astes ver que eu ainda vou arranjar esta haste.”
Um professor a sério é aquele que ensina e que quando erra se recrimina. Depois há os outros, os malabaristas.
Os que criticam a ministra com inveja – e fazem pior.
Junho 30, 2008 at 1:38 am
Fafe,
Não é qualquer um/a que apanha com um elogio destes vindo de si.
Junho 30, 2008 at 1:39 am
Ao ler as quatro páginas do estratega político Freire, percebemos que não existe um estudo credível, mas somente um guião para enfrentar uma “guerra” com os professores.
Junho 30, 2008 at 1:51 am
Resumo este “estudo” a uma centralização. A única conclusão que se tira é que os professores estavam muito livres e por isso era necessário hierarquizar para melhor controlar. De quem vem não é de estranhar.
Repare que nunca se associa esta nova organização a melhoria de resultados dos alunos. Coitado, não teve tempo para pensar que o ensino só existe em função dos alunos. Mesmo quando hesita entre profissão e vocação, está a pensar na subjugação dos professores, se têm ou não direito à liberdade.
Com comunas é assim: liberdade é poder cumprir! As recomendações manipuladoras, deste documento, são de deixar os cabelos em pé. A visão centralizadora que comanda as mentes, prevendo a sua reacção.
Junho 30, 2008 at 2:59 am
“Ri-se o Hitler, o Mugabe e o SS. E todos os outros, desde sempre e para sempre.”
Amén.
Sem balir.
Junho 30, 2008 at 9:17 am
A subserviência e rendição dos intelectuais a determinados modelos políticos autoritários e mesmo totalitários não é novidade.
Sartre e Heidegger terão sido o expoente máximo de cães de fila que seguiram as ordens dos respectivos donos ideológicos, colaborando com políticas imorais e com regimes assassinos.
Mas outros rafeiros, como Saramago, também deram as suas dentadas em prol da instauração de sistemas iníquos, embora limitados à guarda de galinheiros da seita, contentes por a sua herança ficar registada em nomes de ruelas e em obras perecíveis.
Caro JCM
Suponho que a sociologia desde sempre teve um carácter ideológico.
Seja na forma crítica, seja na forma apologética, a sua função será sempre a de dar conta da realidade de uma certa forma interpretativa, quer em termos de “é assim” ou de “deve de ser assim”, pela simples razão de qua as relações humanas não obedecem a nenhum logaritmo identificável.
As ditas ciências humanas resvalam perigosamente para aquele patamar onde o positivismo as sempre quis colocar, perdendo-se o hábito de questionar, filosofar e moralizar, para tudo se diluir em considerações terapêuticas e normas transnacionais, servidas por estatísticas imbecilizantes e considerações medíocres de engenharia política.
As nossas universidades são pântanos povoados por criaturas viscosas que se alimentam do comodismo e do carreirismo anestesiante que faz da venda da alma ao Estado a sua principal motivação académica.
Junho 30, 2008 at 9:59 am
Caro h5n1,
Eu não seria tão feroz com o Sartre e o Heidegger. Não é que eles tenham sido meninos de coro, não o foram. Há muita gente que não perdoa o discurso do reitorado do Heidegger ou o compromisso esquerdista do Sartre. Mas, para além disso que remete para a esfera da cidadadania, há a obra e aquilo que ela dá que pensar, inclusive aquilo que nessas obras escorrega para o abismo totalitário. Este também precisa de ser pensado.
Sobre a sociologia, estou plenamente de acordo consigo, bem como sobre a Universidade
Junho 30, 2008 at 10:15 am
Alguém sabe quanto custou este pretenso estudo? Sim, porque de graça não foi.
Junho 30, 2008 at 11:05 am
Caro JCM
Não pretendo queimar as obras filosóficas e condenar o pensamento de Sartre e Heidegger, porque isso seria ridículo e desproporcionado em relação ao conjunto da obra monumental dos dois, tanto mais partindo de uma criatura microscópica como eu.
Apenas pretendi chamar a atenção para a facilidade com que mesmo alguns, mesmo os “melhores” e mais “sábios”, são atraídos para o abismo dos campos de concentração e para retórica do “povo novo”.
E embora partilhe da opinião de Rorty de que se deve separar a esfera PRIVADA da esfera pública, penso que nos casos em apreciação, não se trata “apenas” de um pormenor, da esfera da cidadania, uma vez que a actividade PÚBLICA desenvolvida pelos dois se traduziu, quer no branqueamento dos crimes estalinistas e em ataques perversos contra a integridade de certos homens (Camus e Aron entre outros), quer na própria participação na política de “arianização” da sociedade alemã, com a ordem de expulsão de vários docentes judeus da academia.
E isto não são amendoins, como quem tem práticas sexuais sado-masoq com adultos, mas sim a interferência do julgamento pessoal e moral na decisão sobre a vida de seres humanos.
Quanto a isto, não tenho qualquer dúvida de que devem ser moralmente e politicamente condenados, por terem alimentado as bestas do totalitarismo.
Junho 30, 2008 at 11:40 am
Por que é que se há-de perguntar uma coisa a alguém quando já sabemos que a opinião dessa pessoa é diferente da nossa e não pretendemos usá-la? Pensamento Simplex: “o esforço analítico da comparaçâo da situação actual dos docentes com outras profissões portuguesas e com as homólogas carreiras em certos países também não pôde constituir, verdadeiramente, uma fundamentação para as propostas de reorganização do estatuto profissional dos professores. A informação disponível não permitiria, por certo ir mais longe“. Prontos! De génio!
Junho 30, 2008 at 11:50 am
Neste “Balanço e orientações finais”, perdão, “Balanço e observações finais”, reconhece-se que “o diagnóstico…pode parecer menos rigoroso e fundamentado do que aquilo que seria desejável ou esperável”. Reconhecem-se também limitações “nas condições de tempo e de recursos disponíveis”. Mas isso não interessa nada. Há sintonia entre o autor do estudo e o ME, confirmada, quando necessário com altos funcionários. Isso é importante.
Quanto aos “quatro pontos a não descurar”, nem precisaríamos de os ler. Já os sentimos através do “ pequeno abalo de confiança social que reside em cada indivíduo”. Mission accomplished.
Junho 30, 2008 at 11:51 am
caro h5n1,
Quando referi a esfera da cidadania não utilizei o advérbio “apenas”, não o poderia, em consciência, fazer. Os compromissos políticos, democráticos ou totalitários inserem-se na esfera da cidadania. Aquilo que fiz não foi opô-los à esfera privada mas às respectivas obras. E aqui surge um problema muito interessante: as obras filosóficas ou artísticas pertencem a que esfera? À esfera pública ou à privada? Ou nem a uma nem a outra, ou às duas ao mesmo tempo?
Por exemplo, é inadmissível o estalinismo ou o nazismo enquanto projectos políticos de configuração da esfera pública. Mas a obra artística ou filosófica de um nazi ou de um estalinista serão admissíveis? Eu defendo que sim. Mas isso arrasta o problema do estatuto das obras de arte e da filosofia (um dos ramos da literatura de ficção).
Aquilo que nos está a separar sobre o assunto terá a ver com isto.
Junho 30, 2008 at 12:26 pm
João Freire: “o único a emitir opiniões objectivas sou eu!”
Estou a ser injusto. João Freire nunca proclamou esta afirmação. Vejamos mais de perto como se exprimiu exactamente. A partir de agora é apenas citação directa (e alguma arrumação).
O aparente acréscimo de rigor que traria ao diagnóstico a audição de peritos e informantes (desprovidos) de saber objectivo (levou-nos) a preferir uma visão própria da situação.
Professor Mambo. Considero-o certificado para posteriores diagnósticos do ME. Queira aproveitar as Novas Oportunidades.
Paulo, é injusto. Este documento merece uma escalpelização mais cuidada, mas está a ser preterido. Como manifesto à ignorância, vale em cada um dos seus parágrafos.
Junho 30, 2008 at 2:22 pm
O mais interessante nesta exposição de João Freire não é o que está lá, mas o que lá falta. Há deficiências em matemática? Onde residem precisamente as causas? Os conceitos dos programas estão bem concatenados ao longo dos anos? O tamanho das turmas é adequado? Os livros estão escritos com cuidado? Há excesso de disciplinas? O ratio de horas lectivas para horas de descanso dos alunos (e professores) é adequado?
Repare-se que cada uma destas perguntas poderia ser o mote para uma análise. Muitas outras questões poderiam ser acrescentadas. É óbvio que o esforço para realizar tal tarefa está fora do alcance de um único indivíduo durante poucos meses. Por isso, a única atitude honesta de João Freire teria sido rejeitar o convite por incompatibilidade entre os sues objectivos e as condições de execução. Não deveria ser eu, que não sou sociólogo, a ter que vir aqui esclarecer João Freire sobre os requisitos temporais e materiais para se conseguir realizar uma análise sociológica, aliás, de grande interesse para o país. Como é fácil distinguir verdadeiros técnicos (ou intelectuais) daqueles que se contentam em parecê-lo.
Uma vez que aceitou o convite, teve que reduzir o seu alcance. O aspecto mais saliente dessa redução é que a figura do aluno desapareceu do mapa. Ficou apenas o lado marginal das relações entre os professores e o Ministério. Em rigor, é uma obra, não sobre educação, mas sobre relações laborais.
Ora, neste ponto é que reside também a minha maior surpresa. Até ler estas palavras de João Freire, estava eu convencido que o ensino era a sua área de especialização académica e profissional.
Junho 30, 2008 at 2:42 pm
Sem ter lido o documento em apreciação, parecem-me pertinentes e certeiras as considerações de Ferrão (55).
No entanto, qualquer intelectual pode servir para o que muito bem lhe aprouver, de acordo com a sua liberdade de julgamento, de decisão e de gestão da conta bancária..
Não questiono a honestidade de João Freire, mas apenas a sua orientação política ao serviço da racionalização da educação nos moldes preconizados pelas agências trnasnacionais do Capital.
Junho 30, 2008 at 4:00 pm
Consternamento
Ai, my Good! Mas não é assim que se faz vulgarmente na Tugolândia, perdão, em Portugal? Não foi utilizando a mesma metodologia que se “provou”, por exemplo, que os professores portugueses eram os mais bem pagos da Europa e arredores? Oh! Bless Me! Yet!!! If not… I’m a portuguese guy…
Haaaaaa! Olhós marcianos!!!!
Afinal há homens verdes com antenas
Marte poderá mesmo ter vida, diz o Portugal Diário. Quando se lê o texto, percebe-se que a novidade é a descoberta de alguns nutrientes que existem no solo terrestre, não há absolutamente nada sobre a existência de “vida”. A própria fonte da notícia, a BBC, diz apenas Martian soil ‘could support life’.
Mas não custa nada alterar umas palavrinhas e apimentar a história… ninguém liga. idem, 28 de Junho, 14:58
In,
criticademusica.blogspot.com/
Junho 30, 2008 at 5:37 pm
Analisando, na horizontal de todos os Ministérios, a arqueologia dos fenómenos educativos dos recentes 3 anos, é de concluir que o ME seja o mais transparente de todos eles, sem especulações: os Professores do Ensino Público são uma classe a abater ou reduzir.
Julho 1, 2008 at 12:01 pm
Creio, ser essencial, que todos façamos a divulgação desta informação , via mail, com pedido explícito (Tb) de divulgação.
Julho 3, 2008 at 7:50 pm
[…] . A Arqueologia do Estatuto da Carreira Docente […]
Julho 5, 2008 at 9:16 pm
[…] que vemos? Vemos o professor idealizado pelo professor João Freire e transfigurado no novo ECD [o PGuinote tem publicado alguns excertos desse famigerado […]
Abril 6, 2014 at 12:40 pm
[…] sindical e ter feito neste blogue sete posts (A Arqueologia do Estatuto da Carreira Docente 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) a propósito desse guião destinado a domesticar a classe docente, estrangular […]