Já me chegou, graças ao Oliveira e à Maria E., o material que foi enviado para as Escolas (ou para algumas) a meio da semana passada para, rapidamente e em força, os órgãos de gestão designarem os felizes contemplados com a frequência das Acções de Formação ministeriais sobre Avaliação do Desempenho Docente.
Ao que parece chegou num dia para que tudo estivesse decidido no outro, impedindo em muitos casos que houvesse tempo sequer para contactar os seleccionados.
Aqui fica uma selecção para quem estiver interessado:
Não sei é se o Conselho Científico para a Avaliação dos Professores foi ouvido ou achado em tudo isto.
Acho que não, mas também não o criaram para isso, penso eu de que…
Junho 23, 2008 at 10:04 am
“EDUCAÇÃO, GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO:
O DEBATE PRECISA CONTINUAR!
Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”. Quem não ouviu,
no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? Globalização e neoliberalismo são, sem dúvida, marcas
de nosso tempo. No entanto, a discussão sobre o conteúdo de tais conceitos está permeada de ambigüidades
e, para além dos modismos, ainda suscita dúvidas. Diagnósticos e suposições acerca de uma sociedade
mundial, uma paz mundial ou, simplesmente, de uma economia política mundial surgem seguidamente,
apontando para processos de unificação e adaptação como suas conseqüências, assim como para o
nivelamento de padrões de consumo e uma crescente e inevitável massificação cultural. Nesse sentido, é
pertinente o questionamento: trata-se apenas de conceitos comuns de nossa época ou de fenômenos que
indicam uma transição forçada? E, com vistas ao nosso objeto de discussão, quais são os efeitos da
globalização e do neoliberalismo sobre a educação?”
Click to access 905Santos.pdf
Junho 23, 2008 at 10:28 am
As fichas já estão despachadas.
http://arlindovsky.wordpress.com/2008/06/23/despachadas-as-fichas-de-avaliacao/
Junho 23, 2008 at 11:30 am
Não podemos continuar a opôr o modelo da escola jacobina ao modelo da escola neo-liberal.
A esmagadora maioria dos argumentos contra a mercantilização da educação são munições argumentativas do espólio da “esquerda” ressentida e bafiente; de Rousseau/Robespierre a Rancière, passando por Bourdieu e Gorz, continua-se a destilar o ódio às elites, ao saber, à cultura e à autoridade.
A miséria intelectual de quem combate a McEscola em nome dos excelentes planos quinquenais da burocracia do Estado, a insistência na pedagogização da política e na utilização do espaço educativo enquanto campo de infantilização e doutrinamento, só pode conduzir a uma escolha entre ser estúpido de esquerda ou idiota de direita.
O capitalismo neo-liberal não é pior do que o capitalismo de Estado, o mesmo que defende a instrumentalização da escola de acordo com o seu programa de “igualitarismo”, de “inclusão” e de “solidariedade” amnésica.
A Nomenklatura, seja do Estado, seja das empresas privadas, joga de acordo com as mesmas regras. Basta ver os exemplos da Rússia e da China para percebermos que o mercado e as mafias político-financeiras são compatíveis e altamente eficientes.
Portanto o problema não está no neo-liberalismo mas sim na própria concepção ínstrumental da escola enquanto meio de fabricação de “peças” para outros fins que não os da própria elevação da humanidade da sua condição básica de lama.
Junho 23, 2008 at 11:52 am
Pois pois mas a Suécia que é o país que tem mais funcionários públicos da Europa é sem dúvida um exemplo a a pontar de que se pode fazer bem e público..ok eu sei que são protestantes e nós católicos e rançosos..
Junho 23, 2008 at 11:54 am
E afinal, segundo me informa o Sindicato, a “formação” pode ser obrigatória… Não percebi bem em que termos.
Junho 23, 2008 at 12:03 pm
Bem até logo á noite..deixo todavi alguns pensamentos para reflexão(em especial para o FAFE)
O Costume Constrange a Natureza
A coisa mais importante de toda a vida é a escolha do ofício: o acaso prepara-a. O costume faz os pedreiros, soldados, empalhadores. «E um excelente empalhado», diz-se; e, falando dos soldados: «Eles são loucos», diz-se; e outros pelo contrário: «Não há nada maior do que a guerra; o resto dos homens são uns cobardes». À força de ouvir louvar na infância estes ofícios e desprezar todos os outros, escolhe-se; pois naturalmente ama-se a virtude, e detesta-se a loucura; estas palavras emocionam-nos: só se peca na aplicação. É tão grande a força do costume que, daqueles que a natureza fez apenas homens, se fazem todas as condições dos homens; pois há regiões onde são todos pedreiros, noutras todos soldados, etc. Certamente que a natureza não é tão uniforme. É portanto o costume que faz isto, porque constrange a natureza; e algumas vezes a natureza supera-o, e conserva o homem no seu instinto, apesar do costume, bom ou mau.
Blaise Pascal,
Um Ser Revoltante e Falso
Quanta felicidade dá a grata suavidade das coisas! Como a vida é cintilante e de bela aparência! São as grandes falsificações, as grandes interpretações que sempre nos têm elevado acima da satisfação animal, até chegarmos ao humano. Inversamente: que nos trouxe a chiadeira do mecanismo lógico, a ruminação do espírito que se contempla ao espelho, a dissecação dos instintos?
Suponde vós que tudo era reduzido a fórmulas e que a vossa crença era confinada à apreciação de graus de verosimilhança, e que vos era insuportável viver com tais premissas… que fazíeis vós? Ser-vos-ia possível viver com tão má consciência?
No dia em que o homem sentir como falsidade revoltante a crença na bondade, na justiça e na verdade escondida das coisas, como se ajuizará ele a si mesmo, sendo como é parte fragmentária deste mundo? Como um ser revoltante e falso?
Friedrich Nietzsche,
Esta tem a ver com o facilistismo dos exames..
A Dificuldade do Poder Obtido sem Esforço
Aqueles que, só pela mão da fortuna, de vulgares cidadãos se tornam príncipes alcançam o mando com pouca fadiga, mas só com muito esforço o conseguem manter. Não experimentam dificuldades na caminhada para o poder, parecendo que para lá vão voando. As dificuldades surgem depois de serem entronizados. É o que sucede com aqueles a quem é dado um estado a troco de dinheiro ou por graça de quem o concede (…) Os que assim sobem à condição de príncipe ficam dependentes da vontade e da fortuna de quem lhes proporcionou o trono, que são duas coisas assaz volúveis e instáveis, não sabendo nem podendo garantir a sua conservação. Não sabem – porque, a menos que seja um homem de grande habilidade e virtude, não é razoável que, tendo sempre vivido como vulgar cidadão, saiba comandar; não podem – porque não dispõem de forças que lhes possam ser amigas e fiéis. Além disto, os estados que surgem de repente, como todas as outras coisas da natureza que nascem e crescem rapidamente, não desenvolvem as raízes, o tronco e os ramos, sendo destruídos pelo primeiro temporal. Isto, a menos que aqueles que, como eu disse, de repente se tornaram príncipes possuam tanta virtude como a fortuna que tiveram quando o estado lhes caiu no regaço e saibam, rapidamente, preparar-se para o conservar. E aqueles pressupostos que outros preencheram antes de se tornarem príncipes sejam por eles reunidos posteriormente.
Nicolo Maquiavel,
Junho 23, 2008 at 12:32 pm
Para distrair a malta da bronca dos exames e provas de aferição (claro, do que realmente interessa) foram dadas instruções, pelos tais do Gabinete de Comunicação, para a brigada x (no caso DGRHE) avançar. A palavra a usar é “avaliação” para o povão continuar anestesiado.
Junho 23, 2008 at 12:32 pm
Mas afinal o que vem a ser o Estado ?, para além da vulgata marxista e da patetice neo-liberal:
“We have considered two aspects of Freedom, – the objective [what Berlin calls the positive, but which is the negative for Hegel] and the subjective [what Berlin calls negative, but is positive for Hegel]; if, therefore, Freedom is asserted to consist in the individuals of a State all agreeing in its arrangements it is evident that only the subjective aspect is regarded. The natural inference from this principle is, that no law can be valid without the approval of all. This difficulty is attempted to be obviated by the decision that the minority must yield to the. majority; the majority therefore bear the sway. But long ago J. J. Rousseau remarked, that in that case there would be no longer freedom, for the will of the minority would cease to be respected. At the Polish Diet each single member had to give his consent before any political step could be taken; and this kind of freedom it was that ruined the State. Besides, it is a dangerous and false prejudice, that the People alone have reason and insight, and know what justice is; for each popular faction may represent itself as the People, and the question as to what constitutes the State is one of advanced science, and not of popular decision.”
“If the principle of regard for the individual will is recognised as the only basis of political liberty, viz., that nothing should be done by or for the State to which all the members of the body politic have not given their sanction, we have, properly speaking, no Constitution. The only arrangement that would be necessary, would be, first, a centre having no will of its own but which should take into consideration what appeared to be the necessities of the State; and, secondly, a contrivance for calling the members of the State together, for taking the votes, and for performing the arithmetical operations of reckoning and comparing the number of votes for the different propositions, and thereby deciding upon them. The State is an abstraction, having even its generic existence in its citizens; but it is an actuality, and its simply generic existence must embody itself in individual will and activity. The want of government and political administration in general is felt; this necessitates the selection and separation from the rest of those who have to take the helm in political affairs, to decide, concerning them, and to give orders to other citizens, with a view to the execution of their plans. If, e.g., even the people in a Democracy resolve on a war, a general must head the army. It is only by a Constitution that the abstraction – the State – attains life and reality; but this involves the distinction between those who command and those who obey.”
(Hegel, Lectures on the Philosophy of History)
Junho 23, 2008 at 12:36 pm
Vou repetir o meu comentário colocado num post anterior.
Quase todos cairam na armadilha muito bem montada pela 5 de Outubro de considerar que “isto tudo” se trata de um modelo de avaliação de desempenho profissional, no caso docente.
Esta foi/é a armadilha bem montada pelos “gestores de imagem” da funesta “5 de Outubro”. Ora do que se trata é, exactamente, da ausência de modelo de avaliação profissional, por ter sido revogado o existente e não haver outro neste momento.
A sinistra e companhia podem tentar enganar meio mundo e arredores. Não conseguem enganar são exactamente os especialistas da área dela e que investigam e trabalham nestas áreas em contextos organizacionais diversos e especialmente nas empresas privadas que, como é sabido, não se dão aos luxos de percas de eficiência e eficácia como o (nosso) idiota e estúpido “Estado”, que coloca á frente da área chave do desenvolvimento do país e da sua afirmação identititária uma doida varrida e seus comparsas, a brincar “aos engenheiros sociais”.
Endoidou tudo?
MODELO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL!!!!!!!!!
Acordem. NÂO, HA NESTE MOMENTO, MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSINAL DE PROFESSORES, PORQUE FOI REVOGADO O QUE EXISTIA E NÂO HÁ OUTRO.
Daquilo de que se fala é de outra coisa. Mas não de todo de “avaliação de desempenho profissional”, certo?
O único profissional dentro da escola com hierarquia diferenciada é o P.C.E. e por delegação de competências os vices. Mas mesmo neste caso ha margem de discussão na medida que o funcionamente deste orgao executivo radica no modelo agora revogado- 115/98.
Só há dois níveis hierarquicos numa escola:O conselho executivo e os operários (os professores). Interessante verificar que, com excepção do P.C.E., todos os restantes, tinham no seu horário actividades lectivas.
Os “tritulares” (a total aberração) não são chefias. Podem dar um parecer. Mas quem valida tem de ser sempre a malta do nível hierarquico superior. Ora os “tritulares” são do mesmo nível hierarqico dentro da organização-escola do que os “não-titulares”. São operacionais.
Alguém conhece alguma empresa, serviço onde um operacional é avaliado por um colega do mesmo nível operativo, em desempenho profissional com consequências na carreira e na retribuição salarial? Claro que não, pois isso seria a total aberração organizacional.
Pois não.
Coloque-se a questão a um jornalista, médico, operário fabril, administrativo, escritorário!!!! Se as coisas forem colocadas devidamente , talvez que finalmente as pessoas percebam (através da sua propria experiência profissional)por que houve a Marcha da Indignação dos Professores.
E por que sou daquelas pessoas que considera que O GRANDE PROBLEMA DESTES PAÍS ESTÁ A MONTANTE – NO ENSINO UNIVERSITÁRIO E POLITÉCNICO, onde indivíduos destes, ainda por cima académicos e da organização do trabalho, foram pagos principescamente por todos nós para imporem barbaridades destas. Ou estão a gozar com a cara de todos os portugueses; ou, de facto,´não sabem mais do que isto e então terão que ser varridos do Ensino Público; ou simplesmente defendem interesses estranhos aos dos portugueses.
Tudo (muitíssimo grave).
Junho 23, 2008 at 12:45 pm
“…
A leitura do documento, apesar de constantemente estar(mos) a receber instruções / ordens / directrizes / repreensões nas escolas, sabe-se lá via quem, chocou-me totalmente.
O conteúdo da “informação” emanada de uma tal entidade “Gabinete Comunicação” cheira a pidesco. Não traz assinatura. É enviado num sábado. A sua divulgação por todas as escolas/professores do País, com o teor documentado, mais parece ser uma forma de intimidação de todos os professores, atitude não aceitável em Democracia!
O estranho, ainda, é que esta “entidade” tem o poder de fazer com que o Director Regional (no caso Adjunto) envie a “informação” a todas as escolas e professores do âmbito de uma Direcção Regional. Segundo as regras processuais e de funcionamento do M.E., os Directores Regionais reportam hierarquicamente aos Secretários de Estado e Ministra da Educação e não a um “Gabinete de Comunicação”.(…)”
queixasdeprofessores.blogspot.com/
Deduz-se que a DGRHE também recebe “instruções” dos tais da “comunicação”.
Junho 23, 2008 at 12:49 pm
logo no início constava que existiam umas pessoas que se movimentavam pela 5 de Outubro que nunca ninguém tinha visto por lá…
Deve existir cada história pela 5 de Outubro e pela da 24 de Julho…
Junho 23, 2008 at 12:53 pm
“(…) vejamos os números. Houve, em matemática por exemplo, 8,8% de reprovações no 4º ano e 18,3% no 6º ano. Mas, se olharmos os números do ano passado, veremos que a taxa de reprovações foi mais do dobro (19,7% no 4º ano e 41% no 6º). O que significa isto? Que os nossos alunos progrediram assim tanto, de um ano para o outro, ou que os exames foram simplificados? Cada um retirará as suas conclusões.” (in O país do faz-de-conta)
sinistraministra.blogspot.com/2008/06/porque-nada-na-vida-real-assim-to.html
Junho 23, 2008 at 1:15 pm
Exame de Matemática de 12º – muito fácil!!!! (comentários de alunos de nível médio)
Acabou a crise de resultados.
No próximo PISA estaremos lá bem para cima. Vamos deixar de ser “pisados”.
Yupiiiie!!!
Ou haverá necessidade de alterar os critérios do PISA, para contemplar esta fúria de bons resultados (fabricados) que se avizinha???
Junho 23, 2008 at 1:31 pm
Quanto aos exames, passou-se em 1, 2 anos, do 8 para o 80. E isto é a uma das maiores escandaleiras a nível de exames.
Em segundo lugar, depois de ter lido esta espécie de ínformação/convocatória ou o que se possa chamar a isto, senti-me definitivamente ultrajada.
Mas o que é isto?
É assim que se faz formação?
E que formação é esta? É mais do mesmo, talvez agora com quadros interactivos?
E quanto é que o ME paga por isto?
A quem interessa isto?
Quais os critérios de nomeação para quem vai?
E que formadores são estes?
Eu bem que queria desligar-me um pouco desta incompetência. Mas não consigo.
E no site da DGRHE nada. Para além do rapaz jeitoso em fundo verde esperança.
Junho 23, 2008 at 1:32 pm
Quanto ao PISA, não me admirava nada que os critérios fossem alterados….
Junho 23, 2008 at 1:35 pm
Telefonei agora a um jovem amigo que este ano estava a repetir os exames de FQ A e de Matemática. Muito fáceis.
Este não teve o PAM. Mas do 5 valores do ano passado, deve passar, no mínimo, para os 11, 12 ou 13.
Olha que chatice o meu mais novo não ter feito este ano exames!!!!
Junho 23, 2008 at 1:36 pm
Sempre lhe aumentava a auto-estima.
Hoje estou que nem posso.
Abram alas.E não me digam nada.
Junho 23, 2008 at 2:11 pm
Se repararem, 7,5 horas da maioria das acções propostas, ou seja, metade do tempo previsto, destinam-se a analisar legislação: o ECD, o dec da avaliação e o diploma dos conteúdos funcionais, o perfil profissional, o projecto profissional e os direitos e deveres impressos em cada RI.
Gosto pouco de ser tratada como atrsada mental!. Já me bastou a vez que fui aturar o Se Pedreira a ler o doc da avaliação durante hora e meia.
Os módulos que poderiam interessar a todos (se fossem tratados com coerência e numa perspectiva formativa) seriam os módulos 3, 5 e 6. No entanto, estes estão divididos pelos diferentes destinatários, ficando cada um deles a “saber” um “bocado de avaliação”.
Cabe na cabeça de alguém “ensinar” aos “professores”(?) como se definem objectivos individuais, mas não o fazer a quem está definido que terá que os “negociar” com eles?!
Como de costume, mais uma obra feita em cima do joelho! Não traz planeamento. Não traz o nome dos formadores, Não traz datas. Chega no dia 18 ao fim do dia para ser respondido no mesmo dia!!!! Fazem acções de 15 horas, 7,5 das quais a “encher chouriços”. Fazem uma de 22,5 horas…. quando, apenas com mais um pouco, poderiam fazer uma acção creditada.
Resumindo: querem acções? dizem que não sabem? então aqui vai disto! governem-se!
Continuamos a ser gozados e a ser tratados como mentecaptos! A falta de respeito pelos profissionais é cada vez maior.
Junho 23, 2008 at 2:20 pm
Maria Lisboa,
Uma vergonha, simplesmente uma vergonha.
Quer na forma como, ao que parece, chegou às escolas, quer no conteúdo. Vamos lá ler a legislação em conjunto…..
Tudo feito à pressa, sem qualquer respeito.
Junho 23, 2008 at 2:27 pm
A classe (as classes e as classificações sempre constituiu um grande problema) dos professores é muito heterogénea, apesar de haver uma carreira única. Não será difícil de explicar porque se irmanaram em tão grandiosa manifestação em Lisboa. Também não será difícil explicar como agora vão cada uns para seu lado. Uns serão formadores – com formação ad hoc – outros formandos; uns serão avaliadores e outros avaliados. Subrepticiamente, ou nem por isso, todos se irão ajeitando.
Junho 23, 2008 at 4:07 pm
H5n1,
“Portanto o problema não está no neo-liberalismo mas sim na própria concepção ínstrumental da escola enquanto meio de fabricação de “peças” para outros fins que não os da própria elevação da humanidade da sua condição básica de lama.” (com. 3)
A concepção instrumental da escola depende /é consequência de uma concepção de trabalho, que – parece-me a mim – é defendida pelo neo-liberalismo, quer ele seja de esquerda, quer de direita. Sendo isto verdade, o problema também está no neo-liberalismo.
Ou estará na concepção de trabalho?…
Junho 23, 2008 at 4:36 pm
Este é um pobre país, cada vez mais pobre, onde a mediocridade singra, como convém, que se assim não fosse deixava de ser medíocre e a exigir qualidade e respeito! E, repito:
Tempo e dinheiro para formação em filosofias/ sociologias/ antropologias e afins da avaliação; esquemas conceptuais/ origens e evolução, modelos e práticas de mecanismos avaliativos; tipologias/finalidades/ objectivos e essências da avaliação… enfim: mais do mesmo – sexo dos anjos; conversa da treta e “pseudocientificismo” do nada! E assim anda tudo muito contente, com muitos ares de competência e com uma retórica pretensamente iluminada, inatingível (por vazio de objectividade) e “pseudohermético-distinta” (quem sabe, se ninguém entender, a coisa passa a parecer válida…
– Longe vão os objectivos de formação nas áreas específicas do saber, nas novas tecnologias ou nas áreas relacionadas com a natureza funcional dos professores!
– O que pode ensinar um professor, um médico, um canalizador, um electricista, um padeiro, um jornalista,…, sobre um ofício se não o domina? Fingir pode!- basta, para tal, ter algumas aptidões em teatro (amador é suficiente)e residuais competências na arte de “bem-falar”. Que competências (teórico-práticas e experimentais)terão estes senhores, supostamente especialistas em avaliação, para numas horitas se armarem em doutorais e doutorarem outros no assunto? – Mas, neste cantinho, vive-se de aparência e não de eficiência/honestidade/ profissionalismo e rigor!
Vive-se a e para fingir!
Vivam os portefólios e trabalhe-se para eles (só a utilização do termo configura a seriedade da coisa…)que atestarão da competência de cada um (ainda que na prática se possa ser uma verdadeira nulidade e oportunista da 1ª) mas por cá, ninguém é (mesmo) penalizado por se fazer passar pelo que não é; bem pelo contrário!(Tal como na história: não é por vestir um pobre com roupa de rico que ele deixará de ser pobre – mas nada como a aparência para dissimular verdades inconvenientes).
Mais do que ser, importa parecer – e, cada vez mais, assim será!
Junho 23, 2008 at 4:36 pm
Nem mais …hoje bem se pode dizer que se existe uma religião a aumentar os seus devotos são os whorkohlics..a familía que lixe..os amigos que se lixemo que eu quero é trabalhar produzir..tipo Arbeit Macht Frei..mas este sociedade da produção vai ter um problema a curto prazo: com o empobrecimento das sociedades ocidentais e o não enriquecimento geral das asiáticas , africans e sul americanas tanta produção vai ser para quê? Para cães e gatos comprarem?
Não aprenderam nada com 1929..e depois é todos so tio do estado ..ajudem-me senhor estado ..só aí o estado já serve…
Marx tinha razão numa só coisa os capitalistas vão-se enforcar com a sua própria corda..faz-me lembrara a estorinha da rã e do boi..a rã tanto quis ser boi que estourou de vez…nem ouviu as recomendações de que se ficasse mais cheia podia rebentar..rebenrem todos e afoguem-se no dinheiro..só é pena que a sida não se propaga com o stress…
Junho 23, 2008 at 4:49 pm
Bigbrother,
os sábios bem nos avisam…
“Those who would give up essential liberty to purchase a little
temporary safety deserve neither liberty nor safety.”
Benjamin Franklin
Junho 23, 2008 at 5:01 pm
Estamos aqui num dos grandes impasses da escola enquanto espaço massificado de uma dada sociedade.
No islamismo a escola serve para transformar as crianças e os adolescentes em bombas ideológicas, desde os mais habilitados até aos mais ingénuos e mesmo deficientes. É o igualitarismo militante e explosivo em nome da causa religiosa.
E em relação ao trabalho, lembro a concepção comunista dos heróis stakhanovistas, que se distinguiam por serem máquinas produtivas, tipo bestas de trabalho, mutantes do Estado capitalista com ligações afectivas aos queridos líderes e que personificavam o atrasado mental ideal dos regimes de esquerda.
No capitalismo a escola serve para transformar as crianças e os adolescentes em consumidores compulsivos, desde os mais ricos até aos mais pobres. É o igualitarismo do valor abstracto em nome do mercado.
O problema não reside no trabalho, nem na religião, mas sim na manipulação da instituição escola por Sacerdotes fundamentalistas que sacrificam a liberdade do ser humano no altar de valores supremos (Progresso, Deus, Revolução)que desprezam a própria vida e exigem a desumanização da relação pedagógica.
Junho 23, 2008 at 5:52 pm
Concordo com a Maria (18).Mais uma vez um “modus operandi” inaceitável.
Entretanto continua a reinar a dipersão.
Junho 23, 2008 at 6:07 pm
Marialisboa 18.
Onde se pode ver o documento original e na íntegra??
Obrigado
Junho 23, 2008 at 6:10 pm
Paulo: acho que tinha interesse pores o doc todo….penso que na maioria das escolas os PCE´s esconderam-no ou fizeram tramóia com ele.
Junho 23, 2008 at 6:19 pm
Hoje andei a perguntar na escola se alguém sabia do tal documento. Nickles, népias, niente, zero.
Junho 23, 2008 at 6:19 pm
Colegas: este doc é perigoso,está cheio de artimanhas, os “formadores” vão ganhar uma pipa de massa, os tótós avaliadores vão ser tratados como cães..mas alguns gostam.
Junho 23, 2008 at 6:28 pm
Gostaria de ver até que ponto nós iremos colaborar neste embuste.
Anda quase tudo com muita ansiedade para frequentar estas acções, num frenesim deveras impressionante. Não era altura de dar uma lição ao Ministério.
Até quando a classe dos professores ganha dignidade?
Depois não me venham dizer que a culpa é só dos sindicatos.
PS:
Fiquei contente por assistir alguns colegas, coordenadores de departamento, rejeitarem as referidas acções.
Junho 23, 2008 at 6:41 pm
Pedro: na minha escola, não se sabe nada disto… e noutras que consultei também não.
Já agora, outro dia dizias que na tua escola tinham “contornado” a questão das fichas e dos instrumentos; poderás dar umas dicas?
Obrigado
Junho 23, 2008 at 6:54 pm
António
O documento é este. O resto são folhas para inscrição dos diferentes “formandos”, indicando que o CE procederá à selecção de 5 elementos (1 deles o PCE) para a acção destinada aos elementos da CCAD, 8 para a acçção para a dos coordenadores/avaliadores e 10 para a dos professores/avaliados.
Este conjunto de pseudo acções, quanto a mim, não visa formar ninguém. “Eles” têm os seus objectivos individuais a cumprir e têm que o fazer porque o SIADAP não perdoa. Para além disso têm que calar as vozes que dizem não haver formação na área. Acontece, no entanto, que não sei onde vão arranjar gente com competência para o fazer já que não existe formação neste contexto. Pelo que se lê no documenmto estão a tratar de “pescar” os formadores e de libertá-los do serviço que iriam ter durante o mês de Julho (?!), o que nos faz subentender que existem especialistas a trabalhar nas escolas (!!!) – gosto do pormenor: os formadores que não se esqueçam que têm que fazer os pedidos de acumulação!!!
Fora de brincadeiras 😦 o que se subentende disto é que “nas altas esferas” alguém congeminou um plano de formação com alguns itens que distribuiu por módulos, impingindo a legislação a todos para encher horas de serviço e aplicar as verbas que tinha para distribuir e agora vai procurar formadores que lhe ponha em prática o plano que engendrou. Sempre gostava de saber que formador(es) se presta(m) a uma situação destas!
Junho 23, 2008 at 6:58 pm
OK ,Maria já entendi.
Mas isto permanece secreto nalgumas/muitas ?? escolas… não se percebe muito bem porquê a não ser que… os lugares estejam já reservados para os 4 supercoordenadores a nomear e mais um “amigo” de cada o que perfaz 8!
Junho 23, 2008 at 7:00 pm
E os 10 palhaços dos avaliados que se vão prestar a isto???
Pago para ver!!!!!
Junho 23, 2008 at 7:00 pm
António,
este documento chegou à escola via centro de formação da área.
Junho 23, 2008 at 7:10 pm
Comentário do meu filho que fez hoje o exame de 12ºano de matemática:
– Mãe, o exame foi básico! Porque é que eu não anulei a disciplina!?
Junho 23, 2008 at 7:10 pm
Pedro Castro, sobre os exames de Matemática A/B/Aplicada às Ciências Sociais, o que achas?
Os Alunos de Humanidades da minha escola queixaram-se do de MACS.
Os de Matemática A e B parecem ter sido mais fáceis, já o de MACS nem por isso.
Junho 23, 2008 at 7:11 pm
Ana, com. 38, na minha escola vários alunos com CIF entre os 13 e os 17 anularam.
Junho 23, 2008 at 7:13 pm
Ana, (37)
São muitos os alunos a desejar ter anulado a marrícula à disciplina!
Junho 23, 2008 at 7:14 pm
matrícula
Junho 23, 2008 at 7:16 pm
Ontem não sabia de nada a não ser por informações de uma amiga, hoje soube que o meu PC já fez a lista com os felizes contemplados, mas ninguém foi contactado.
A certeza que tenho é que se não for obrigatório não vou!
Pelo que li aqui, há muitos objectivos bonitos e mais nada, concordo plenamente com o post 18.
Um dos nomes que aparece no documento – Jorge Nascimento, é director de um dos Centros de Formação de Guimarães.
Junho 23, 2008 at 7:17 pm
Este ano, 2008, as médias de acesso ao superior vão disparar!
As universidades vão ter novamente os lugares todos ocupados, como no ano passado. Fica toda a gente contente!
Junho 23, 2008 at 7:18 pm
Alguns colegas do meu filho, com notas superiores a 15 também anularam…
Agora vamos esperar pelas notas.
O certo é que os aluns esperavam um grau de dificuldade maior. Mas há que melhorar as estatísticas.
Junho 23, 2008 at 7:25 pm
Só os alunos de Matemática Aplicada às Ciências Sociais é que não tiveram sorte com a prova.
Junho 23, 2008 at 7:30 pm
Como isto tudo é VERGONHOSO e descarado. Nos anos em que os meus filhos fizeram exame (um há 2 anos e outra há 5 anos) viram-se e desejaram-se para terem uma nota de jeito no exame de Matemática(os dois com médias de acesso de 17). A maioria reprovava.Mas agora vejo que eles é que eram burros, hoje são muito mais espertos, aprendem mais. Vamos no bom caminho, no caminho do INSUCESSO!!!!
Junho 23, 2008 at 7:35 pm
H5n1,
“O problema não reside no trabalho, nem na religião, mas sim na manipulação da instituição escola por Sacerdotes fundamentalistas que sacrificam a liberdade do ser humano no altar de valores supremos (Progresso, Deus, Revolução)que desprezam a própria vida e exigem a desumanização da relação pedagógica.” (com 25)
Parece-me haver uma profunda contradição nas políticas para a educação; por um lado, há um discurso de autonomia da escola, o que, à partida, poderia significar uma valorização do trabalho docente. Mas, por outro lado, há um controlo pedagógico cerrado, centralizado pelo Estado (ME), que, no fundo, é a negação da autonomia e que, como bem diz, obriga à desumanização da relação pedagógica.
Penso que vivemos tempos em que os conceitos estão vazios de conteúdo (autonomia, sucesso…).
Junho 23, 2008 at 7:57 pm
É L&L,(45)
Um espanto o que o QI aumentou!
Ser-se estudante em 2008, em Portugal, aumenta o QI!!!
Junho 23, 2008 at 8:01 pm
facilitismo 2
(segundo a SPM, sobre Mat 12º)
“Prova de Matemática A com ‘grande número de questões elementares’”
(… )
“o grupo IV da prova ( B ), cotado em 20 pontos numa escala de 0 a 200, está «perfeitamente ao alcance» de um aluno do 7.º ano e o VI pode ser «facilmente» resolvido por um estudante do 9.º ano.”
(… )
“«a nivelação por baixo» poderá ter custos futuros «muito graves».”
Lusa / SOL
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=99103&dossier=Exames%202008
Junho 23, 2008 at 8:05 pm
objectivo
um dia, em PT, todos hão-de ser engelheros como sócrates.
Junho 23, 2008 at 8:12 pm
Mais um empurrãozinho para o futuro radioso de Portugal
A Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) criticou hoje a existência de “questões extremamente elementares” no exame nacional de Física e Química A, realizado sexta-feira, considerando que algumas perguntas “exigem apenas que o aluno saiba ler”.
Realizada por cerca de 54 mil estudantes do ensino secundário, a prova desta disciplina, nuclear para quem quer seguir Medicina, é uma das que conta com mais alunos inscritos.
Num breve parecer disponibilizado na Internet, exclusivamente sobre a parte de Química, a Sociedade salienta que “todas as perguntas [do exame] se ficam por questões extremamente elementares”, criticando ainda a persistência na prova “de algumas questões já ‘batidas’ em anos anteriores”.
Ressalvando não ter conhecimento dos critérios de correcção estipulados pelo Ministério da Educação, a SPQ lamenta igualmente a existência de “questões que pouco ou nada exigem de conhecimentos prévios em Química”.
“Exigem apenas que o aluno saiba ler um texto ou os eixos de um gráfico”, não precisando “sequer de ter grandes competências a nível da interpretação”, critica a Sociedade, apontando como exemplo duas das perguntas da prova. In publico.pt, 23.06.2008, 15h31, Lusa
Matemática “demasiado fácil”
“Demasiado fácil”, “não é compensador do esforço”, “não havia nenhuma questão que permitisse distinguir um aluno de 18 de um de 11”, estes foram alguns dos comentários recolhidos pelo PÚBLICO entre os 45 estudantes do 12º ano do colégio Valsassina, em Lisboa, que hoje fizeram o exame nacional de Matemática A. Clara Viana idem, 16h53
criticademusica.blogspot.com/
Junho 23, 2008 at 8:14 pm
L&L e Citizen,
O Ensino Superior precisa desesperadamente de alunos. As 45000 vagas do Ensino Superior Público têm de ser preenchidas. E há cada vez menos candidatos…
O ano passado foi o que registou maior taxa de ocupação do Superior, este ano não pode ficar atrás.
Junho 23, 2008 at 8:18 pm
Este ano para ingressar em Medicina as provas de ingresso são 3: Matemática, FQ e BG.
Com o grau de dificuldade que tiveram, o último colocado vai entrar com 19.
Junho 23, 2008 at 8:31 pm
19,9
Junho 23, 2008 at 8:36 pm
Relativamente ao exame nacional de matemática, para quando o “Deram muito nas vistas” , Paulo?
Junho 23, 2008 at 8:50 pm
Afinal, graças a estes exames, todos os soldados poderão chegar a generais. Que grande tiro no pé!
Junho 23, 2008 at 8:51 pm
O despacho nº 16872/2008 foi publicado HOJE em DR , II série, mas é exactamente o mesmo que está no site da DGRHE com data de 7 de Abril….. mas que só hoje foi efectivamente publicado.Portanto; nada de novo , as mesmas fichas, os mesmos critérios e as mesmas ponderações.Neste caso, a ausência de novidades é uma má notícia pois o complex mantém-se em todo o seu esplendor.
Ramiro Marques
Junho 23, 2008 at 9:02 pm
Uma colega correctora de exames (40),disse-me que o exame de Economia também era “de caretas”. A vaga vai crescendo.
Junho 23, 2008 at 9:06 pm
Recebi à bocado por mail e achei piada….
Soneto à maneira de Camões
Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.
Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.
Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:
Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p’ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!
Junho 23, 2008 at 9:26 pm
h5n1 (25)
No islamismo a escola serve para transformar as crianças e os adolescentes em bombas ideológicas, desde os mais habilitados até aos mais ingénuos e mesmo deficientes.
Cuidado quando se reproduzem estereótipos da pior propaganda neoliberal mais belicista sem ressalvas. Tenho muitos amigos muçulmanos que nada têm a ver com este insulto gratuito.
Junho 23, 2008 at 9:30 pm
Espantada.Como é que é?~
Alunos com médias de CIF a Matemática entre 15 e 17(!!!) valores anularam a disciplina ppara poderem ter melhores notas?
Ao longo de quase 30 anos de serviço, confesso que nunca tinha assistido a isto!
Eu bem disse aos meus alunos que tinha este palpite que estavam no ano certo, à hora certa.Mas não imaginava que alunos com boas médias de frequência tivessem anulado. E quem lhes terá aconselhado a fazerem isto? Hum!?
Junho 23, 2008 at 9:33 pm
Senhores Doutores do Ensino Superior, reformulem estratégias.
Junho 23, 2008 at 9:45 pm
Avaliação do desempenho docente?!! Formação? Formadores? Formandos? Na minha escola não se passa nada, não se sabe nada. Alguns professores só não se podem queixar da falta de trabalho.
Junho 23, 2008 at 9:50 pm
Fernanda,
Basearam-se nas notas dos testes intermédios. Sentem-se capazes de chegar ao 18/19.
São alunos que querem cursos de difícil acesso.
Junho 23, 2008 at 10:35 pm
Caro Ferrão, não me venha também com critérios estatísticos superlativos da superioridade moral para cima de mim.
É evidente que quando falo do islamismo, estou a considerar o hard-core militante do ressentimento que perspassa pelas madrassas que formam jovens devotados a uma visão niilista do Mundo.
O islamismo não é homogéneo, como o não é o cristianismo, mas em termos filosóficos e políticos podemos inferir uma série de características que são instrumentalizadas pelos loucos furibundos que fazem lavagens aos cérebros mais sensíveis e sugestionáveis, em nome de Deus e da salvação do mundo.
A minha crítica não será mais ofensiva do que aquela que colocou um preservativo no nariz do Papa.
Se as pessoas não conseguem distinguir entre a liberdade de opinião e a verdade científica, então é porque o mundo está a ficar perigosamente totalitário.
Junho 23, 2008 at 11:34 pm
Caro H5N1
Se não se desse o caso de o argumento que citei ser hoje usado para uma ocupação militar que enxovalha o papel das Nações Unidas, algo que não tem correspondente simétrico dos muçulmanos contra os cristãos, estaria de acordo com o paralelo que faz com a inexpressiva (do ponto de vista das relações internacionais) colocação do preservativo no nariz…
Só que os actos alteram o significado das palavras e nem tudo pode ser visto no mesmo plano.
Junho 24, 2008 at 12:47 am
A avaliação de desempenho profissional é algo muito sério. Implica a vida profissional/pessoal das pessoas. Não deve por isso ser “gratuita” e “leviana”.
Cada profissão tem especifidades e sabe-se que quanto mais complexo de definir é o descritivo funcional de uma profissão, em face do “produto ou serviço prestado”, maior deve ser o cuidado colocado na “avaliação do desempenho profissional dos seus operacionais”.
No caso do sector da Educação, os operacionais designam-se de professores. A sua actividade profissional é pautada pela sua formação científica e pedagógica inicial, o que remete para a maior ou menor qualidade dessa formação superior (e pelas formas de selecção e recrutamento para os cursos e tb de classificação académica/profissional, que o formando não controla); pela experiência profissional e pela formação contínua que frequentou e frequenta, que também não controla; e por factores ditos “pessoais” que remetem para dimensões do “Eu”.
A profissão docente tem ainda particularidades “especiais” que tornam ainda mais complexo a avaliação de desempenho profissional – O número de variáveis em jogo que não são passíveis de ser controladas pelo professor e que dizem respeito ao aluno e ás suas “circunstâncias” (o meio sócio-cultural e económico) e outras. Quanto se tenta avaliar o desempenho dos professores pela via dos resultados dos alunos em provas ou testes parte-se do absurdo de se pensar que há uma homogeneidade social-cultural-económica, de capacidades intelectuais, de comportamento e de personalidade nos alunos. Ora o que existe, de facto, é heterogeneidade – os alunos são todos muito diferentes e, segundo a opção do SNE português, as turmas de alunos são obrigatoriamente heterogéneas (utros sistemas de Educação têm turmas de nível).
Por outro lado, foi pedido aos professores portugueses, até agora, pelos responsáveis políticos portugueses, que ajudassem a tentar estreitar as enormes diferenças sociais fruto do atraso da nossa sociedade face a outras europeias. E a promover, na base de uma cultura humanista, a integração de todos os jovens de culturas diversas, estratos sociais, opções religiosas, de povos estrangeiros, etc. (em outros países tal nunca foi pedido aos professores, daí problemas rácicos, religiosos ou outros que a sociedade portuguesa não padece, grosso modo).
Chegados a este ponto, e sabendo que em muitos SNE de países nossos “parceiros europeus” nem existe um sistema de avaliação docente ou se existe é simplesmente no papel, o que se pretende afinal com a “avaliação dos professores” sabendo-se que nem definido ou redefenido foi o conteúdo funcional do professor (?)
Como, afinal, se vai criar um modelo de avaliação profissional dos professores portugueses se nem a filosofia, nem o conteúdo funcional está definido (?)
Bons resultados nos testes nacionais da disciplina “tal” segundo o programa “tal”? Ok. Mas aí temos que ter turmas de Nível.
não temos, não querem.
Heterogeneidade das turmas. Ok. Mas terão que existir professores especializados de apoio individual aos alunos e em co-teaching e diferenciação curricular e de vias ou percursos vários (profissionais, profissionalizantes, etc), como existem nos outros SNE.
Só se pode ter um modelo de avaliação de desempenho profissional dos professores se for claramente definido o que se pretende.
Seguir o pensamento da ministra e dos secretarios de Estado é confrangedor e um exercício totamente masoquista – querem duas coisas ao mesmo tempo, em simultâneo, mutuamente exclusivas. Boas notas disciplinares e turmas heterogéneas.
Se não sabe devia saber que os professores trabalham com grupos-turmas e não com alunos individualmente considerados. E se um professor se dirige para o grupo alto/médio da turma (emtermos de aprendizagens de conteúdos disciplinares) os restantes alunos ficam “para trás”. Se dedica tempo a rebocar os alunos com mais dificuldades nas matérias, o desempenho dos outros alunos baixa. Está totalmente provado e diariamente os professores o comprovam.
Então vai-se avaliar, o quê?
Ninguém sabe.
Mas faz-se formação. Tem piada.
Junho 24, 2008 at 1:02 am
Ana Henriques
para além de todos esses considerandos, o que eu ponho em primeiro lugar, é o nós não trabalharmos com massas inertes cuja “modelação” final apenas depende da nossa capacidade/habilidade de “produção”. Nós trabalhamos com seres humanos com vontade própria o que quer dizer que o resultado final da nossa acção depende em, primeiro lugar, da sua vontade de produzir trabalho. E este é o ponto fulcral de todo o erro desta avaliação. Não “mede” o que nós fazemos, mede o que o “outro” quer fazer, independentemente da nossa vontade.
Junho 24, 2008 at 1:44 am
Para rever. A propósito. Parte de um texto do Fernando Cortes Leal publicado no Kosmografias.
“O ME e a Avaliação do Desempenho Docente: Má-Fé, Brejeirice e Mentira Pública!
O ME e o Governo que o tutela insistem em veicular para a opinião pública a falsa ideia de que em Portugal, antes da “geração Sócrates”, os professores não estavam sujeitos legalmente à avaliação do seu desempenho profissional.
Com efeito, muitas têm sido as inoportunas ocasiões em que, publicamente, a ministra da educação e até mesmo o primeiro ministro, têm ardilosa e falsamente invocado, em seu benefício, aquele argumento.
Perguntemo-nos: É ou não verdade que os docentes portugueses não eram (não são) avaliados?
Resposta possível número 1: SIM, os professores em Portugal são avaliados!
Na óptica oficial da União Europeia e dos governos que em Portugal antecederam o do
amnésico Governo do Engº Sócrates, no sistema educativo nacional vigorava um sistema de avaliação do desempenho docente, fazendo-se Portugal integrar no restrito grupo de países europeus em cujo sistema educativo se reconhecia oficialmente a existência e funcionamento de um efectivo sistema de avaliação dos seus professores.
Perguntar-se-á como é que isto se prova(?). É fácil, basta consultar a base de dados
oficial da UE (Eurydice) e verificar-se-á que nela se reconhece o óbvio: em Portugal, ao contrário de muitos outros países europeus, os professores eram efectivamente avaliados!
(crf:
http://www.eurydice.org/portal/page/portal/Eurydice/EuryPage?country=PT〈=PT&fragment=248
).
Eu sei que a Ministra MLR sabe disto e também sei que ela simula não o saber. Logo, das duas uma, ou ela assume publicamente a sua indecorosa mentira ou…
…ou então a ministra não é nem portuguesa nem europeia mas, quiçá, chilena.
É claro que este facto não a desculpabiliza de tanta insensatez e malfeitoria, mas num
País “democrático e moderno” como o nosso(?) esta reiterada brejeirice e mentira
políticas deveria conduzir natural e necessariamente à sua demissão. (Obs.: A este propósito recordo-me do episódio triste do ex-ministro do ambiente António Borrego, o qual, por publicamente, algures no interior do norte de Portugal, ter contado uma anedota de mau gosto, foi de imediato demitido por Cavaco Silva… Imaginem o que não teria já
acontecido a Maria de Lurdes Rodrigues se o decoro democrático e a decência política
fossem outros no Governo do Engº Sócrates);
Resposta Possível nº2: Para a União Europeia, o governo nacional diz que “sim, está instituído em Portugal um sistema de avaliação do desempenho dos docentes”; para os portugueses, o mesmo governo, diz que “não”. Conclusão: “NIM!”
Junho 24, 2008 at 2:08 am
Esse link do Eurydice não funciona.
Mas funciona este:
http://www.eurydice.org/portal/page/portal/Eurydice/EuryCountry
Onde se pode ler no documento em PDF de 2006/2007 sobre Portugal o seguinte:
“A Lei de Bases do Sistema Educativo, de 1986, define os princípios gerais das carreiras do pessoal docente e de outros profissionais da educação, reconhecendo aos “educadores, professores e outros
profissionais da educação (…) a retribuição e carreira compatíveis com as suas habilitações e
responsabilidades profissionais, sociais e culturais”.
Os aspectos mais relevantes estatuídos pela Lei, no que se refere às condições de serviço dos
professores, prendem-se com a definição de novos princípios relativos à progressão na carreira em ++articulação com a avaliação de toda a actividade desenvolvida – individualmente ou em grupo – no
estabelecimento de ensino e na comunidade em que este se integra, e, ainda, em função da
aquisição de qualificações profissionais, pedagógicas e científicas++.” (p. 193)
e ainda:
“8.2.2. Temas em debate e futuros desenvolvimentos
Nos últimos dois anos, tem-se verificado um forte aumento do número de docentes sem colocação
nas escolas. A questão coloca-se na reconsideração da empregabilidade de alguns dos cursos de formação inicial de professores.
Algumas manifestações de sindicatos de professores apontam para a avaliação do processo de
concurso e de colocação dos professores.
Relativamente ao ano passado, estima-se um aumento de 30% no universo de professores
desempregados, o que corresponderia a de 40 mil docentes no desemprego. Pretende-se uma urgente alteração nos modelos de formação inicial e contínua, a difusão de uma avaliação do desempenho dos docentes feita por pares e não órgãos unipessoais ou especialmente contratados
para este efeito.” (p. 194)
Junho 24, 2008 at 2:26 am
Maria Lisboa,
O que dizes no comentário 68 reforça e explicita ainda mais o que escrevi no meu comentário. A vontade do aluno em aprender ou não, faz parte dos factores de “comportamento e personalidade individual de cada aluno”, factores sobre os quais qualquer professor, como o sabemos na prática, tem pouco ou mesmo nenhum controlo.
“…A profissão docente tem ainda particularidades “especiais” que tornam ainda mais complexo a avaliação de desempenho profissional – O número de variáveis em jogo que não são passíveis de ser controladas pelo professor e que dizem respeito ao aluno e ássuas “circunstâncias” (o meio sócio-cultural e económico) e outras. Quanto se tenta avaliar o desempenho dos professores pela via dos resultados dos alunos em provas ou testes parte-se do absurdo de se pensar que há uma homogeneidade social-cultural-económica, de capacidades intelectuais, de comportamento e de personalidade nos alunos. Ora o que existe, de facto, é heterogeneidade – os alunos são todos muito diferentes…”
.
Junho 24, 2008 at 2:56 am
bigbrother Diz:
Junho 23, 2008 at 12:03 pm
“Bem até logo á noite..deixo todavi alguns pensamentos para reflexão(em especial para o FAFE)
O Costume Constrange a Natureza”
Quem começa com um “á” bem pode copiar pensamentos de terceiros. O que daria que pensar, caso o caso fosse importante.
Enfim, comiseração para os crentes do MRPP.
Junho 24, 2008 at 9:22 am
Não meu caro eu pertenço a célula de Bin Bin que pretende desmascarar certas pessoas que se vestem de negro com bandeiras e apregoam aos sete cantos do mundo o que fizeram para que alguém os ouça ..esta célula pretende destruir o egocentrismo de algumas pessoas que acham que o mundo é a sua barriga e o centro do universo o seu alter e3go.. esta célula tem como objectivo final arrasar todos os flatuentes da comiseração que acham que com as bufas podem mudar o mau cheiro do mundo ..portanto Fafe como vê não pertenço ao MRRPP..embora reconheço coerencia e inteligência ao Garcia Pereira..para si a coerencia é a inconsistência do seu pensamento por meios enigmas armado em intelectual de meia tijela; perdão tijela e meia..na sua escola deve ser daqueles que fazendo tudo exige que lhe seja erigida uma estátua com 30 metros de altura..enfim como diria o outro vá-se catar..é verdade que eu cito pendsamentos alheios mas que condizem com os meus pontos de vista..agora você que me parece uma pessoa algo culta -todavia ressabiada com a viada-limita-se a enviar bitaites..