Avisado por comentadores «na hora» do programa-reportagem-debate existente na Sic sobre a nova droga que atemoriza os espíritos mais sensíveis – a Internet e especificamente os blogues – chego tarde a uma alegada aparição do Umbigo nas imagens, a propósito de umas diatribes sousatavarianas contra as maldades que lhe terão feito na blogosfera (e que ele nunca fez a ninguém nos jornais e TV…).

A seguir surge um vingador Rodrigo Guedes de Carvalho (já por cá passou, abespinhado, há muito tempo quando critiquei um seu livro…), acolitado por um tonitruante Rogério Alves e um desalentado Moita Flores a dirigirem acusações diversificadas contra a net e «os blogues» como se tudo fosse o mesmo e a pedirem regulação e mão pesada contra a malandragem. Como se eu dissesse «todos os advogados são uns aldrabões» ou «todos os autarcas são corruptos». Não sei se gostariam…

No meio daquilo, o psiquiatra José Gameiro começou a tentar colocar ordem no desvario, mas com pouca anuência do incitador, desculpem, do moderador.

O problema, o velho problema, é sempre o mesmo: a acusação vaga e generalizada sobre um meio, confundindo tudo.

Quanto a esta forma de trabalhar e abordar este tema eu diria apenas três coisinhas:

  • Seria útil que estes debates não nascessem inclinados à partida, como se tudo fosse mau na net e nos blogues, excepto o do Pacheco Pereira, sempre ouvido quando se trata de zurzir na má-má-má blogosfera.
  • Gostaria de saber se, escrevendo eu em nome próprio, com identidade à vista, não me deverei considerar ofendido por terem exposto o meu espaço virtual diário associado a uma reportagem com os leads ofensivos desta. Porque, afinal, posso sentir-me gravemente lesado e nem sequer de forma indirecta. Mas descansem, não penso processar ninguém. A menos que tivesse dinheiro para contratar o advogado Rogério Alves e me dessem tempo de antena na Sic para me lamentar.
  • Por fim, sinto pena de pessoas que, lutando por ser públicas, tanto se confrangem com o que os «anónimos» pensam delas. Acusem-me a mim dos maiores pecados e pecadilhos (aliás, coisa que o Anti-Tretas praticou e voltou a praticar recentemente) para ver se eu me (pre)ocupo muito com o assunto. Sendo verdade o que poderei obstar? Se é mentira, a mesma acabará por ser demonstrada, certamente com maior dificuldade e alarido do que aconteceu com MST, essa alma frágil do nosso Portugal.

Adenda: Aqui, pelo menos, publicam-se desmentidos de dados menos correctos (caso da colega que terá citado incorrectamente MST) e nunca se negou a publicação do que fosse a quem o solicitou, em reacção de desagrado ás minhas escrituras. Já no Expresso, TVI, SIC, etc, não me lembro de darem espaço a ninguém «anónimo» (isto é, um cidadão tão comum como MST ou RGC, que não consta terem ascendência fidalga) para rebater eventuais disparates cometidos pelas sumidades convidadas ou dos quadros da empresa.