A entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues ao Correio da Manhã é daquelas coisas que ficariam nos anais do jornalismo, se de jornalismo estivessemos a tratar.
A entrevista é um tapete vermelho, estendido pelo jornalista António Ribeiro Ferreira, o mesmo que foi autor de uma das prosas mais achincalhantes (lado a lado com Emídio Berbequim Rangel e Miguel Soubom Tavares) para a classe dos professores.
António Ribeiro Ferreira tem, contudo, a relativa lisura de admitir a sua enorme paixão intelectual e política pela Ministra, sobre a qual profere o seguinte elogio ditirâmbico:
O jornalista tem uma grande admiração pela ministra da Educação, acha que tem feito um grande trabalho no Ministério da 5 de Outubro e tomado um conjunto de medidas que eram necessárias há muitos anos e que por falta de coragem política foram sendo sucessivamente adiadas. Mas as opiniões, como é óbvio, não interferem na forma como as questões foram colocadas a Maria de Lurdes Rodrigues na quinta-feira, à hora de almoço, numa pequena sala do 13.º andar do Ministério da Educação, logo a seguir à assinatura do acordo com os sindicatos sobre a avaliação dos professores. Uma avaliação que a ministra continua a defender com unhas e dentes e que considera essencial levar para a frente. Maria de Lurdes Rodrigues não pára, muitas vezes nem para almoçar. A semana que passou foi uma delas. Praticamente sem tempo para almoçar. E a mulher dura, necessariamente com muito mau feitio para suportar os ataques duríssimos de sindicatos e da generalidade dos partidos da Oposição, é uma senhora adorável que pergunta ao jornalista se pode ir comendo umas bolachas durante a entrevista. Uma mulher determinada, inteligente, que percebe bem as razões que levam os professores para a rua. Nunca, em trinta anos, alguém lhes impôs princípios que são hoje universais.
Na edição online esta prosa surge no fim da entrevista. Em papel não sei como é. Mas eu acho que, nos dois casos, esta apostilha fumegante de afecto deveria substituir toda a entrevista, já que esta não passa de um mero tempo de antena exercido por MLR sem qualquer tipo de contraditório que se preze, mas apenas com «deixas» para esta «senhora da Educação» debitar o seu ficheiro em mp3.
Acho particularmente comovente o pedido aceeca das bolachas. Seriam de água e sal ou de aveia?
Abril 20, 2008 at 5:25 pm
As palavras do senhor deixam perceber uma certa paixão, uma espécie de enamoramento. Gostei do romantismo mas passemos à entrevista propriamente dita.
Abril 20, 2008 at 5:25 pm
Nojento..este jornalista..não tenho outra palavra…mandem-me prender, se quiserem…. será que não faz parte do código deontológico do Jornalista “ser imparcial”…. NOJO!!!
Abril 20, 2008 at 5:27 pm
Eu acho que as bolachas deviam ser daquelas com montes de fibras, pois a senhora anda sempre com cara de quem sofre de problemas intestinais. E quando os intestinos não funcionam, a cabeça torna-se numa panela de pressão cujo escape é a boca, ou fenda, como alguém já definiu.
Quanto ao jornalista, não vale a pena fazer comentários. Apenas quis fazer um comentário às bolachas, como é óbvio.
Abril 20, 2008 at 5:33 pm
L&L,
Jornalista? Já aqui no blog varias pessoas disseram quem é este personagem.
Agradeço que voltem a falar do “dito jornalistico”.
Pago para trabalhos “destes”, claro.
Abril 20, 2008 at 5:37 pm
A minha preocupação é que quem lê normalmente o Correio da Manhã, acredita em tudo e o linguarejar desta entrevista passa facilmente para o leitor. Mais uma vez se demonstra que a vitória, se houve, foi dela. A propaganda continua e a sra já percebeu como se lida com a imprensa. Está a ficar uma verdadeira política…infelizmente desses já há que chegue. Em relação ao conteúdo…nada que me surpreenda, pois conheço este PS de outras lides.
Abril 20, 2008 at 5:38 pm
Só faltaria o toque de um “sherry” oferecido pelo menino à menina… para empurrar a bolacha intestinal.
Abril 20, 2008 at 5:38 pm
Eu depois de ouvir a entrevista de António Pedreira, confirmei aquilo que sempre pensei sobre a estratégia do Ministério da Educação: “zero” de política educativa.
Ao menos este Secretário de Estado é sincero ao contrário da MLR e do VL, quando afirma que a política educativa tem um único propósito: REDUZIR O DÉFICIT.
Pela sinceridade de António Pedreira: nota “vinte”.
Abril 20, 2008 at 5:41 pm
Jorge Pedreira.
😉
Abril 20, 2008 at 5:41 pm
Pedro:
Dá-me ideia que o homem se chama Jorge. Que é Pedreira, de pedra, não há dúvida.
Abril 20, 2008 at 5:41 pm
[10] digo Jorge Pedreira
Abril 20, 2008 at 5:42 pm
Fernando,
Fez-me rir até às lágrimas! 😀
Abril 20, 2008 at 5:43 pm
Pedro Costa,
Please. É tão sinistro como a dama.
Abril 20, 2008 at 5:43 pm
Pelos vistos já estavem em sintonia com o meu lapso!
Abril 20, 2008 at 5:45 pm
Mas Anahenriques, pelo menos Jorge Pedreira na entrevista foi sincero! Dele já sabemos o que contar.
Abril 20, 2008 at 5:46 pm
É o negiador-mor dos fatídicos “entendimentos”. Tem utilizado o que os sindicalistas (alguns de grande boa fé lhe dizem) para depois, nos momentos de crise política do trio maravilha lançar o isco a “alguns” professores desprevenidos. Os 3 são sinistros. Cada um no seu registo.
Tenebrosos. Este é outro tenebroso e ardiloso.
Mau e vil.
Abril 20, 2008 at 5:47 pm
brit com : então amanhã lá nos vemos outra vez em frente ao Governo Civil!!!
Sobre esta entrevista e literatura junta , o Paulo já disse tudo. Quanto mais se disser sobre o sr. que se intitula jornalista é dar-lhe importância que não tem…
Abril 20, 2008 at 5:47 pm
Da entrevista de MLR, faço minhas as palavras do Paulo e da Olinda. As paixões são cegas.
Abril 20, 2008 at 5:49 pm
negociador
Acrescento: como foi vice-presidente de um sindicato de professores, tem-se feito passar por muito proximo dos sindicalistas, para depois os trair.
Uma peça tão sinistra como os outros dois. Manobra mais na sombra.
Abril 20, 2008 at 5:52 pm
há uma pirómana dentro desta maria de lurdes rodrigues. benzádeus! há que divulgar a entrevista da senhora…
o camisa negra do trabalhador da silva não anda por aí?
(aaah!… está agarrado às escutas e à monitorização de ip’s… ou acabaram-se as bolachas à mlr e foi comprar mais?)
Abril 20, 2008 at 5:54 pm
renda,
sem dúvida. Leva o telemóvel. Quando chegar telefono-te. Ainda dará para um café antes, não? 😉
Abril 20, 2008 at 5:55 pm
Se todos os Portugueses se transformassem em políticos seria uma grande branca, acabavam os partidos. No ensino secundário deveria haver uma disciplina a fomentar a literacia política.
Abril 20, 2008 at 5:56 pm
Pedro (14),
Não acredites. Lê meu comentário anterior.
Segui muito de perto algumas tentativas de negociação de sindicalistas com este personagem. E sei o que ele fez. Desvirtuou e lançou bombons para dividir. Repara que sempre que estão politicamente “aflitos” ele lança uns “bombons” que falou com os sindicatos!
Óbvio, que estive sempre informada e atenta ás “manobras”.
Este trabalha mais na sombra do a sinistra e do mediatico valterzinho. Mas é um personagem igualmente “sinistro”.
Abril 20, 2008 at 6:00 pm
É o mais sinistro de todos eles.
Abril 20, 2008 at 6:00 pm
brit com : talvez não dê para um café, porque vamos , com certeza, descemos a rua com os colegas com quem nos vamos encontrar à porta da escola. vou deixar-te no mail o tm do marido que esse anda sempre com ele.
Abril 20, 2008 at 6:04 pm
Ok, renda. Encontramo-nos lá então.
Abril 20, 2008 at 6:09 pm
[22]Anahenriques, eu sei o quanto ele é sinistro. Até revela oportunismo, porque nesta entrevista ele pretende salvar a face, prevendo um futuro desastre na política educativa. Logo atira a culpa para o déficit, lavando as mãos como Pôncio Pilatos.
Abril 20, 2008 at 6:10 pm
O Pedreira pediu a demissão a 10 de Março, mas não foi aceite.
Abril 20, 2008 at 6:12 pm
Mabel:
Por que motivo não aceitaram?
Abril 20, 2008 at 6:15 pm
nao aceitou porque é ele que encomenda as bolachas na 5 de Outubro…é o responsavel pelo economato
Abril 20, 2008 at 6:16 pm
jm:
Está explicado! Motivo de força maior.
Abril 20, 2008 at 6:34 pm
Alice (comentário 11)
Fico feliz porque já consegui fazer alguém rir. Algumas vezes acontece-me o contrário, ou seja, depois de ler alguns comentários fico completamente deprimido porque verifico que alguns colegas mostram um abatimento que não pode existir. E, tal como a alegria se comunica, a tristeza e o abatimento também. Não chegaremos a lugar algum se não acreditarmos o suficiente em nós próprios e isso não é difícil. Eles têm o poder, é certo, mas nós temos a razão. Há duas coisas essenciais para chegar áquilo que nos propusemos: boa disposição e paciência. Não são coisas muito portuguesas, eu sei. Mas têm que ser.
Eça de Queirós diz, num dos seus textos, que para deitar abaixo uma instituição deve passar-se uma risada por cima dela. Os portugueses, que se caracterizam muitas vezes pelo ridículo, não suportam que se lhes ponha um espelho à frente, se possível, legendado. Eça, como homem superiormente inteligente e conhecedor do que era ser português, sabia do que falava.
Abril 20, 2008 at 6:47 pm
Fernando (comentário 31)
Ó colega, que sábias as suas palavras! E como me fizeram bem! É que eu também ando muito séria ultimamente e até nem é o meu género… Agradeço-lhe as valentes gargalhadas e, agora, a comoção (aquela que enche a alma).
Abril 20, 2008 at 6:53 pm
Paulo,
O comentário do «jornalista» amante da gentil senhota vem, na edição escrita, em cacha cinzenta ao lado da fotografia da querida, mesmo no centro das páginas 8 e 9 do CM. Eu li-a e deixei o jornal no café (gestos falhados…) e agora já não há nada aqui ao pé que o venda, senão mandava-lhe um scan. Mas a entrevista on-line é mais completa, pois então, que isto de cansar o leitores do papel com coisas de vadios depois não dá para ler o resto das «notícias»…
Abril 20, 2008 at 6:55 pm
Maria José 😆
Abril 20, 2008 at 7:09 pm
Ainda obre o Concurso de Titulares:
Este Concurso de Titulares, fez com que Professores de 8º escalão passássem à frente de colegas de 9º e de 10º Escalões. Como se a experiência Profissional não fosse uma mais valia!?
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso promoveu colegas Licenciados, que vão avaliar Mestres em Educação?
Como pode ter sido um Concurso que, segundo a Ministra, colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares permitiu que colegas fossem promovidos a Chefes com os mesmos pontos que outros que não foram promovidos, nas mesmas Escolas, porque as Vagas nos Departamentos eram diferentes e os Cargos mais pontuados eram os Administrativos.
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares colocou em pé de igualdade, em termos de assiduidade, um Professor que faltou 8 vezes por ano e um Professor que não teve uma única falta. Zero faltas por ano e 8 Faltas teve a mesma pontuação.
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares desvalorizou carreiras/percursos de investigação, Professores Formadores de Professores, Orientadores de Estágios e promotores de Projectos internacionais. Nestes casos apenas pontuou os Orientadores de Estágio com 5 pontos por ano, quando se sabe que estes seriam os mais aptos a avaliar os colegas, porque o fizeram em colaboração com as Universidades.
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares valorizou quem teve Cargos Administrativos nos últimos 7 anos, esquecendo uma Carreira inteira de pessoas dedicadas à P*rofissão.
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experinetes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares, despromoveu Chefes, que agora passam a ser subalternos. Coisa nunca vista em lado nenhum!
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
Este Concurso de Titulares, não pontuou as Actividades de dinamização das Escolas, como serviços que os Professores conseguiram para as escolas (UNIVA´s, Gabinetes de Psicologia, Clubes de Cinema equipados pelos Professores que andaram de porta em porta a pedinchar, Projectos Internacionais).
Como pode ter sido um Concurso que colocou os mais experientes à frente das Escolas? Como pode ter sido um Concurso justo?
NÃO! Este Concurso apenas pontuou quem teve a SORTE (foi um Concurso de SORTE(S), uma Lotaria Administrativa)… a SORTE de ser Chefe de Departamento nesses 7 anos de Concurso, quem esteve nos Conselhos Executivos e pouco mais. Os outros cargos, actividades, projectos foram desvalorizados ou pura e simplesmente ignorados! Pior para aqueles que democraticamente ofereciam o Cargo aos colegas, muitas vezes por uma lógica de rotatividade de trabalho.
Pode ser que se reponha a justiça com um novo Concurso. mas o que não se pode dizer, ISSO NÃO, é que este Concurso colocou à frente das Escolas os melhores e os mais experientes de entre os Professores.
Vargas
Abril 20, 2008 at 7:56 pm
No fundo, é uma entrevista fast(food) 😆
Abril 20, 2008 at 8:42 pm
É mais junk(food)
Abril 20, 2008 at 10:55 pm
Para se perceber melhor o fulano, noto que foi este mesmo ARF quem protagonizou a única divulgação da fonte por um jornalista em Portugal de que tenho conhecimento.
Aquando da investigação da Judiciária à Universidade Moderna, Ribeiro Ferreira era informado pelo próprio director da PJ, Fernando Negrão, de factos em segredo de justiça.
Apertado pelo PGR da altura, Cunha Rodrigues, acabou por divulgar a sua fonte o que motivou na altura a demissão de Fernando Negrão.
Que me lembre, nunca foi punido pela classe por esta violação do Código Deontológico.
Abril 21, 2008 at 1:14 am
Bolachas como almoço já é muito.
São inúmeras as vezes que ficamos a tratar de assuntos dos alunos na hora de almoço. O almoço converte-se num salgado engolido no bar dos alunos.
A semana passada tive 5 EEs na hora de atendimento e foi necessário prolongar para a hora de almoço. Lá fui dar aula de seguida com a barriga a dar horas e a última EE “despachada” a alta velocidade.
Claro que a minha barriga como não é de ministra não conta (tal como a hora extra que não é paga). Também não me é permitido comer bolachas enquanto recebo EEs e muito menos numa aula. Ser ministra dá direitos!
Abril 21, 2008 at 9:58 pm
Que rir com o Fernando. Eu nas 4ªs-feiras quase nunca tenho tempo para jantar: reunião oblige!
Julho 23, 2011 at 2:01 pm
[…] novo director do I, António Ribeiro Ferreira, esse grande admirador da arguida Maria de Lurdes Rodrigues, já meteu uma das suas marcas pessoais no jornal: o ódio ao funcionário […]