Numa previsível sintonia de tema a generalidade dos editoriais de ontem da imprensa nacional (não apenas a hebdomadária, mas mesmo a diária) dedicaram-se ao episódio Carolina M. (será sina que no Porto este nome surja tanto à baila?), mesmo se em registos diversos e com posturas um pouco diferentes.
Já ontem tinha postado parte do editorial do DN, ficam aqui agora os textos de Fernando Madrinha e Henrique Monteiro no Expresso, Nuno Pacheco no Público e José António Saraiva no Sol. Agradeço ao MJMatos os clips dos 3 primeiros.

Claro que todos têm opiniões estimáveis e respeitáveis. Nem sequer vou aqui tentar passá-las em revista, apenas anotando que concordo globalmente com Nuno Pacheco, embora existam situações em que o recurso aos Tribunais se torna necessário. quanto a Madrinha & Monteiro, lamento que, ao contrário daquela metáfora popperina dos corvos brancos e pretos, para eles por muitos corvos pretos que apareçam todos os corvos são brancos. Ou seja, por muitos exemplos contrários que surjam em relação à qualidade e lógica das «reformas» do ME o que resta é sempre a sensação que tudo está bem, só uns detalhes é que falham e, nestes casos, os detalhes passam quase em exclusivo pelo Estatuto do Aluno e não por tudo o que o antecedeu.
Março 30, 2008 at 2:57 pm
Vi ontem o “Eixo do Mal” e as opiniões de Daniel Oliveira. O senhor inflamou-se com este caso, diz que a escola pública…etc…e o ensino é obrigatório… e a professora não soube lidar com a situação etc… e o eduquês, fala-se muito e as pessoas não sabem sequer o que é! Passa-se a vida a falar no antigamente…
Resumo: não seria de esperar outra coisa desse senhor e da linha ideológica que defende! Na realidade quem passa a vida a falar complexadamente do antigamente é ele e os tipos como ele. Esses sim já se tornam irritantemente enjoativos com tanto complexo e cegueira. Até parece que não existem outras alternativas para resolver o problema da indisciplina nas escolas. Até parece que estamos condenados toda a vida a “aturar” estas ideias recalcadas!
Mas uma coisa é certa: são tipos como Daniel oliveira os grandes responsáveis por este descalabro galopante, do qual cegamente quiseram sempre fechar os olhos em teorias erradas e sem sentido prático!
Março 30, 2008 at 3:21 pm
Bom. Eu, no caso dos teleles, que estão terminantemente proibidos nas aulas e devem estar desligados e guardados – nada de servirem para ver as horas – actuo, caso necessário da forma seguinte:
O aluno(a)prevarica; chamo-lhe a atenção para o facto; mando desligar o telele; peço que mo entregue; informo-o que será entregue no C.Executivo, onde o seu encarregado de educação o irá levantar.Se, e isto nunca me aconteceu, houver recusa em mo entregar, chamo através da funcionária um elemento do C.Executivo…
Penso que um telemovel não deve ser “tirado”, mas será mais eficaz para evitar mais chatices, pedi-lo desligado…todo este procedimento não serve para apagar os execráveis comportamentos do Michaelis….
Só mais uma achega:os telemóveis devem estar mesmo desligados inclusive o do professor, e não em modo de vibração para urgências: estas,se as houver deverão ser comunicadas pela central telefónica da escola, para alunos e professores.
UM bom recomeço de actividades a todos
Morfeu
Março 30, 2008 at 4:01 pm
Vários jornalistas têm-se revelado autênticos abutres da informação. Casos como o divulgado no Youtube não são raros nas escolas. Quando surgem imagens (carne em putrefacção) aí estão eles a mexer e remexer… enquanto der para vender mais jornais. E o que é interessante (apenas como objecto de estudo) é a constatação da ignorância que expõem relativamente ao que, de facto, se passa nas escolas? Querem fazer um trabalho sério? Algumas pistas:
1- Frequentem/visitem uma escola qualquer durante um mês completo, circulando o mais anonimamente possível; falem com os professores, observem, registem; a partir de uma pauta de final de período, escolahm uma turma (ou mais) que tenha alguns alunos com mais de 30 faltas injustificadas (todas as escolas têm algumas dessas turmas); visitem as aulas dessas turmas, de improviso, quatro ou cinco vezes por semana; e tirem conclusões (NB: não vão para lá com pré-juízos).
2- Alternativa: peçam a 50 conselhos executivos, escolhidos aleatoriamente, que informem, com verdade, relativamente aos problemas disciplinares/queixas apresentados no Conselho Executivo,quantos registos de queixas fizeram no sistema informático do ME. Merece um doce bem grande qualquer CE que tenha registado metade dessas queixas.
3- Outra alternativa: dirijam-se a qualquer escola e perguntem a todos os professores quantas vezes apresentaram queixa nos CE’s por situações de mau comportamento dos alunos e… nada. Os alunos ainda se ficaram a rir da situação. Podem igualmente perguntar se é ou não verdade que estas situações se têm agravado desde que Santos Silva e Ana Benavente foram Ministro e Secretária de Estado da Educação.
O discurso desprestigiante pega. Recuperar o prestígio é bem mais complicado.
A paciência tem limites.
As forças vão-se esgotando.
Março 30, 2008 at 4:33 pm
Todos falam muito e percebem muito sobre Educação e Futebol…
Não seria necessário o tribunal, se tudo se passasse dentro dos muros da Escola… divulgação incluída… Ora este episódio, por exemplo, ultrapassou muros, barreiras e fronteiras…
Março 30, 2008 at 6:42 pm
Colega de bilros: alto lá! De futebol muito poucos percebem… e de educação talvez mais alguns mas não muitos.
Logo, acha que , NESTE MOMENTO, 10 % dos professores dominam todos os pormenores da av do desempenho?
Ou do estatuto do aluno… as 2 versões que coexistem??
Eu acho que NÃO!!
António
Março 30, 2008 at 7:16 pm
Quem vive mais para o lado do “interior esquecido” lê os jornais e ouve notícias e comentários na rádio e TV, procurando ver neles a razoabilidade dos argumentos. Naturalmente, desconhece parte das “razões” que influenciam esses “operários”. Por aqui tenho aprendido alguma coisa. Assim, vou deixar de dividir as opiniões “jornalísticas” sobre educação só em sérias e imbecis. Vou criar as categorias de interesseiras, pretenciosas, injustas, mas também de esforçadas e de sensatas. Conjuntos abertos, claro.
Março 30, 2008 at 7:37 pm
Ah, esqueci-me! 😉
Março 31, 2008 at 12:24 am
No melhor pano (A Educação do Meu Umbigo), cai a nódoa 😀
“…pretensiosas…”