Violência contra professora fica por punir
Em Fevereiro, uma professora da Escola Secundária António Sérgio, de Gaia, foi agredida física e verbalmente por estudantes do 7.º ano no espaço de uma semana. Os casos, apesar de prontamente denunciados pela docente ao presidente do conselho executivo, continuam impunes.
A primeira agressão ocorreu a 19 de Fevereiro, depois de Fátima Freitas ter chamado a atenção de uma aluna sobre o seu comportamento na sala de aula. Esta ripostou, empurrando-a violentamente. A segunda aconteceu após a primeira agressão, com outra aluna da mesma turma a provocar a professora: “Foi a stora que levou nas trombas de uma colega minha?” Indignada, Fátima Freitas – que conta 25 anos de serviço – pediu-lhe “cuidado com a linguagem”, ao que a aluna retorquiu: “Ah, desculpe! Levou no… focinho!” Aquando do toque de saída, é informada de que um grupo de estudantes daquela turma estaria a preparar-se para lhe fazer uma espera.
Antes que a socióloga Maria de Lurdes Rodrigues, ministra, e o sociólogo João Sebastião, observador da segurança nas escolas, surjam a dizer que tudo isto são casos isolados e que não devemos ser alarmistas e que as escolas são dos espaços mais seguros do país, a seguir a todos os outros que são mais seguros e antes dos que o não são, convém deixar telegraficamente algumas ideias que julgo serem partilhadas por quem anda nisto há uns anos e conheceu mais de meia dúzia de escolas e conhece gente (alunos e professores) em muito mais:
- Estas situações são razoavelmente comuns, mesmo quando não atingem estas proporções. Há, porém, casos bem mais graves em termos de violência física e psicológica sobre os docentes.
- Muitas delas ficam sem qualquer tipo de registo, quer porque o(a)s docentes preferem não fazer uma escalada da conflitualidade na sala de aula, quer porque alguns órgãos de gestão aconselham a que as coisas se resolvam sem ir para as estatísticas de indisciplina na escola. E há, muitas vezes, vergonha em confessar o que outros aparecem a considerar «fraqueza» ou «falha na condução das aulas».
- O Ministério da Educação não está verdadeiramente interessado em abordar com frontalidade este tema, preferindo «observatórios» que observam e pouco fazem para além de lançar mensagens-xanax para a opinião pública.
Também não vou exagerar: nos meus tempos de aluno as coisas não eram necessariamente melhores, pelo menos pelas minhas bandas. Só que, à época, existia um contexto de liberdade recém-adquirida que a todos parecia justificar alguns excessos, mesmo se todos pareciam saber onde estavam as fronteiras naturais que eram ultrapassadas. Agora existe um contexto de liberdade incompreendida, em que as fronteiras se esbateram, em que este tipo de actos surge de forma errática e arbitrária e em que os protagonistas sinceramente parecem não perceber que estão a agir de forma incorrecta.
Mais grave: têm uma panóplia de discursos e individualidades a repetir o discurso da «comprensão» e «motivação», ao mesmo tempo que os professores são diabolizados pelo Ministério pelo seu «insucesso».
Já uma vez fui, como DT, quase acusado de enviar para a prostituição uma aluna pelo facto de discordar e usar do meu voto de qualidade para desempatar e assumir a responsabilidade de ela ficar no 5º ano. quem me acusou sabia que a aluna tinha oito negativas (claro que a positiva, com nível 5 que depois baixou para 4, era de uma das minhas acusadoras) e que tinha graves problemas de assiduidade e pontualidade, mesmo quando aparecia na Escola. Espero que acreditem que fiz na altura todos os possíveis para contactar a família e as autoridades competentes para a situação, as quais revelaram uma inactividade pouco surpreendente. Já agora, espero que os leigos acreditem que era então possível passar de ano uma aluna com oito negativas, graças à legislação guterrista-benaventista na sequência da herdada do último governo cavaquista maioritário.
O problema fundamental é que se perderam muitos dos referenciais modelares para os comportamentos correctos a adoptar na escola e na sociedade. Temos semanalmente Rangéis, Sousas Tavares e Ribeiros Ferreiras, ou produtos derivados a qualificar os professores como «indignos», hooligans ou profissionais vergonhosos, sem que a tutela nos defenda perante aopinião pública, muito pelo contrário. Temos uma Ministra que afirmou recentemente que não foi ela que prejudicou a imagem dos professores, que foram eles próprios. Temos a ocupar altos cargos de responsabilidade nacional e internacional figuras que sabemos serem, mais do que marcadas por pequenas máculas, exemplos de «sucesso» alcançado por vias rápidas e curtas, muitas vezes faltando aos seus compromissos.
Temos um descontrolado apelo ao consumo de produtos razoavelmente dispendiosos (quem fica hoje feliz aos 12 ou 14 anos com menos que um telemóvel 3G, uma consola da última geração ou um qualquer outro gadget perfeitamente supérfluo?), cuja impossibilidade de alcançar gera frustrações que antes só os amores e desamores adolescentes conseguiam num passado não muito afastado.
E, como é natural, sendo o «sucesso» medido por esses padrões, o «insucesso» mesmo em coisas tidas como menores (a nota de um teste, a proibição do uso do seu aparelhinho de ligação à vida) gera reacções de descontrole que, ausentes muitas barreiras éticas e morais, se traduzem na banalização da violência.
E temos ainda uma certa cultura de irresponsabilidade alimentada por todos aqueles que, para evitarem mais «chatices», ou não fazem o papelinho, ou fazem por não receber ou papelinho ou bloqueiam o normal desenvolvimento do processo despoletado pelo papelinho.
E depois ninguém sabe de nada, embora todos saibam de tudo.
Março 21, 2008 at 10:45 am
E ainda hoje a última página do Público brinda com um “nim” MLR (a setinha não aponta para baixo)… só fazendo referência a uma escola de Montemor que decidiu não iniciar a avaliação ( e todas as outras?) e mencionando, “en passant”, a lamentável ocorrência da passada semana no Carolina Micaelis. José Manuel Fernandes terá sofrido uma “simples recaída” tendo já regressado à posição “anti-coorporativista” assumida há 3 anos nos editoriais?
Março 21, 2008 at 11:04 am
Acho que todos os casos deviam ser tornados públicos. Já chega de protecção e tentar esconder o “sol com a peneira”.
No fim, quem se trama são os professores que têm de aguentar com situações destas e o enxovalho a continuar. Chega!
Março 21, 2008 at 11:15 am
A FALTA de regras, de respeito, de hierarquias, de autoridade, de civismo e de EDUCAÇÃO associadas a uma TOTAL IMPUNIDADE pagar-se-ão bem caro! Esta é a sociedade que se está a criar… e é monstruosa!
Nota: dois pares de “chapadões” ou umas “réguaditas” bem dadas na altura certa são uma estratégia bem eficaz na solidificação de regras de convivência, de limites, de educação e de respeito (filho meu não teria tempo de terminar a frase! Não, não sou apologista da violência! No momento certo, a sua aplicação, revelou-se eficaz e teve reflexos bem positivos na construção de limites relacionais e geracionais)!
Março 21, 2008 at 11:28 am
concordo inteiramente com a Ana(comentário 2)! E, já agora, os professores deviam, definitivamente, pensar que a escola não existe só dentro da sala de aula. Seria melhor se a escola fosse entendida como tal em todo o seu espaço físico.
Quantos professores se incomodam com a violência que assistem diariamente nos corredores das suas escolas? E quantos conselhos executivos consideram esta questão importante?
Já alguma vez alguém resolveu intervir perante um acto de violência entre alunos?
Sim? Qual foi o resultado?
Já agora façam uma pesquisa no YouTube (grande disponibilidade de títulos!)sobre “obras de arte” do género”. A culpa vem toda da 5 de Outubro?
Março 21, 2008 at 11:32 am
E sabem lá voces se a nossa ministra mão leva em casa do marido. Consta-me que sim. E que também gosta de sado masoquismo . Gotos que tenta transportar para o nosso sistema educativo no senti do de ele sewr mais apelativo.
Por exemplo: correias, grilhetas, chicotes.. estas novas correntes da pedagogia saõ inspiradas no Spock
Março 21, 2008 at 11:37 am
mmm ” correntes de pedagogia “
Março 21, 2008 at 11:51 am
Esta foi retirada de um post aqui postado mas é um retrato perfeito dos nossos ministros e ministras; vendem-se por pouco.
Março 21, 2008 at 11:51 am
Concordo inteiramente com o post e com os comentários 1,2,3 e 4. E com o humor do 5.
Na opinião publicada começam a aparecer os casos de indisciplina e de falta de respeito que se tornaram banais no meio escolar, sobretudo depois da desconsideração e desautorização dos professores pela tutela, com o aplauso frenético do presidente da CONFAP.
Acabo de ver mais um vídeo que julgo ser de uma aula de subsituição e com alunos do secundário:
http://denunciacoimbra2.wordpress.com/2008/03/21/socrates-deve-estar-as-gargalhadas/
É tão grave como o do telemóvel, embora neste caso haja permissividade da professora.
Março 21, 2008 at 11:59 am
Bem boa Páscoa a todos os colegas e se for possível pedir algo então que o coelhinho faça desaparecer a bruxa má,,voc~es sabem do que é que eu estou a falar.
Deixo-vos aqui uma musiquinha referente a esta época pascal.http://www.youtube.com/watch?v=3Sjt_t4-VSg&feature=related
Março 21, 2008 at 12:00 pm
ups aqui vai o link
Março 21, 2008 at 12:02 pm
No Jornal de Notícias, o árbitro Almeida:
“Já Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), “repudia o comportamento da aluna”, solidariza-se com a docente, mas ressalva ser preciso ouvir os argumentos de ambas as partes para ajuizar. “Se além de apresentar um comportamento indesculpável e inaceitável, a estudante for culposa e dolosa, ou seja, se não tiver razões que justifiquem o telemóvel, deverá ter uma pena das mais graves – mas nunca a expulsão”. E explica porquê “Se não estiver na escola, a aluna estará na rua em perigo. As sanções a aplicar devem obedecer a uma estratégia de reinserção, levando-a a reflectir sobre a sua conduta”.
Março 21, 2008 at 12:07 pm
Os professores atingidos não devem ter medo de denunciar. Nem os colegas devem apontar o dedo por “falta de autoridade”. Este é um problema sócio-cultural e de desautorização que temos sido alvo desde há uns anos, não é deste ou daquele professor. Eu próprio, numa situação grave em que um grupo de alunos me fez uma “espera” fiz queixa na polícia! Obviamente não levei o caso a tribunal, mas foi o suficiente para esses alunos terem mudado de comportamento! Não devemos ter medo, e devemos usar os meios que a lei nos dá, de forma a nos defendermos e a defendermos o nosso trabalho e os outros alunos, igualmente prejudicados.
Março 21, 2008 at 12:13 pm
o que é caso de policia deve ser tratado pela policia. Ou querem colocar os policias a leccionar?
Março 21, 2008 at 12:20 pm
No http://arrastao.org/
Arrastão: Os suspeitos do costume. O blogue de Daniel Oliveira discute-se, também a indisciplina da aluna e a “falta de preparação” da prof.
Eu quase que me atrevia a aconselhar a ministra a passar incluir nas fichas de avaliação de desempenho um iten sobre esta questão (pois parece que a culpa é nossa – não estarmos preparados), ou então nos planos de estudos dos cursos, uma disciplina que nos “prepare” para esta eventualidades cada vez mais frequentes.
Boa Páscoa
Março 21, 2008 at 12:22 pm
Peço desculpa, mas uma agressão ou tentativa de agressão, seja dentro da sala de aula, ou fora dela, é sempre caso de polícia. Ou considera que apenas por ser numa escola com miúdos, esta esteja fora da alçada da justiça? Há casos e casos, mas a violência tem de ser combatida através da prevenção, quando possível, e através dos meios que a Lei nos dá, quando essa violência ocorre!
Março 21, 2008 at 12:25 pm
Tudo isto é verdade. A opinião pública vai percebendo o que são as escolas. Mas terá de morrer algum de nós ainda… Os CE nada defendem. DRENEs, nem falemos: aí se acoitam os que viram há muito que não conseguem «dar aulas». Quem me dera ver um lingrinhas imoportante que há na DREN a dar aulas… Já deu: viu e fugiu.
Março 21, 2008 at 12:29 pm
Isto em primeiro lugar, tem de ser admitido e discutido por nós para depois constar das agendas políticas. Estou a gostar desta discussão, daqui há-de nascer algo de novo.
Março 21, 2008 at 12:29 pm
visiense: completamente de acordo! Foi isso que quis dizer.
Março 21, 2008 at 12:49 pm
Está aberto um novo blogue, em forma de Forum, aberto aos professores que queiram fazer as suas denúncias sobre o estado do actual sistema educativo.
http://indignidade.blogspot.com/
Durante alguns minutos ou horas a participação será experimental e livre.
Depois passará a ser moderada, para evitar abusos e desrespeito de direitos e interesses alheios.
Ao enviar um e-mail para o endereço
professor.indignado@gmail.com
ficará publicada a sua denúncia.
Como é de esperar, surgirão sabotadores ao projecto, que a moderação resolverá oportunamente.
Pede-se elevação e qualidade aos intervenientes.
http://indignidade.blogspot.com/
Março 21, 2008 at 12:50 pm
Parece-me, ao ver estes vídeos, que há, também nestes jovens, uma atracção perversa pelo abismo. Acho que sentem, apesar de não o conseguirem objectivar, que, ao negar a autoridade do professor e o respeito que lhe devem, estão a transpor a fronteira de uma certa imoralidade, que se estão a negar como homens e mulheres dignos desse nome. Acho, muito sinceramente, que o sentem.
E isso tem a ver com o que já foi dito, isto é, famílias e sociedade cada vez mais individualistas, onde o que é valorizado é o “subir na vida” a qualquer preço sem olhar a meios, onde os valores humanistas e de respeito mútuo são cada vez mais postos de lado.
E como esperar que a Escola, sozinha, rume contra a maré? Pessoalmente, não vejo solução para isto. Talvez a publicitação dos vídeos atenue temporariamente o problema, mas julgo que será apenas um paleativo.
Março 21, 2008 at 12:58 pm
para leonel. 🙂 Tinha percebido o contrário!
Este tema tem de ser discutido e tem de entrar na agenda mediática, sob o risco de voltar ao esquecimento, e aqueles professores, e alunos, que sofrem com a violência das escolas, continuarem a ser alvos de uma forma impune e castradora da sua qualidade de vida…
Março 21, 2008 at 1:07 pm
A questão que se coloca é: Os professores se agirem quais as consequências para os alunos?
Nos vídeos das aulas(post8), embora os comportamentos sejam repreensíveis e as professoras “deixem andar”, o que é que iria acontecer a nível de medidas disciplinares aplicáveis a estes alunos?
Acham que se iriam considerar como passíveis de punição que os levasse a não repetir os actos? Com o regime disciplinar que existe isso não ia levar a nada! Há casos bem mais graves que acabam por uma “conversita” uma promessa de emenda, um acordo assinado…SÓ TRETAS!
Março 21, 2008 at 1:09 pm
Artigo do Noucel Obsevateur sobre violência nas escolas:
http://hebdo.nouvelobs.com/hebdo/parution/p2259/articles/a367043.html
Trata-se de um fenómeno socio-cultural. Não se trata de um fenómeno localizado em Portugal. Escondê-lo terá consequências nefastas para todos.
Falta aos professores e à escola apoio institucional. É que para além dos recursos que deeriam existir (equipas pluridisciplinares/ adequado funcionamento do CPCJ e da Segurança Social,mais funcionários) falta a um ME solidário com os professores (e não o seu principl detractor.
Março 21, 2008 at 1:12 pm
Numa turma de 28 alunos como ensinar,controlar o uso do telemóvel, repreender os meninos, tentar cativá-los para a aula… O cansaço e o saber que nada lhes irá acontecer leva, por vezes, ao “fechar dos olhos”.
É preciso que se recupere a autoridade e o respeito.
Março 21, 2008 at 1:24 pm
Esta pouca vergonha é mais generalizada do que a tutela quer fazer crer e há cumplicidade de muitos CE.
Há poucos anos atrás um aluno esvaziou os 4 pneus do carro de uma colega e amiga. Esse vândalo nem sequer era aluno da docente em questão. Houve testemunhas e sabia-se quem tinha sido. Ao relatar a ocorrência ao CE, foi-lhe dito que tinha sido do lado de fora do gradeamento da escola, pelo que não iriam intervir. Não mexeram uma palha!
Felizmente, a docente apresentou queixa na Polícia. Não adiantou muito, mas o aluno e os seus pais tiveram o incómodo de se deslocarem à esquadra.
Devia ser tudo publicado, talvez desse que pensar a “psicólatras” como Ana Vasconcelos e entupisse MST e os Rangéis deste país.
Março 21, 2008 at 1:25 pm
Quanto a mim, as causas de tudo isto são bem mais remotas e perversas.
1º culpado: os sucessivos governos e ministros da educação (com a nossa lurdinhas à cabeça), que tentam relativizar tudo, desautorizando sempre o professor, contribuindo para a imagem de um profissional sem poder de acção.
2º culpado: os pais; ocupam já demasiado espaço na escola, quando deviam era estar em casa a educar os filhos.
3º culpado: nós. Sim, cada um de nós por nos termos deixado (e parece que vamos continuar a deixar) espezinhar ao longo de todos estes anos.
Nem consigo imaginar o estado de espírito daquela nossa colega. Gostava de lhe poder transmitir toda a minha solidariedade! Eu metia atestado para o resto do ano e nunca mais entrava numa escola.
Março 21, 2008 at 1:31 pm
Existe a linha SOS professor. Acho que as denúncias (com salvaguarda dos envolvidos) deviam ser conhecidas publicamente.
Porque não fazer um levantamento das várias ocorrências e dos resultados das mesmas. Os professores a determinada altura desistem de preencher os registos por saberem que aquilo não leva a nada! Outros remetem-se ao silêncio por terem vergonha das situações em que se veêm envolvidos.
Agora, se não se puser travão nesta escalada e com a violência cada vez mais generalizada, vamos ter um futuro muito negro. Estes jovens vão ser os futuros cidadãos deste país!
Março 21, 2008 at 1:33 pm
Existe a linha SOS professor. Acho que as denúncias (com salvaguarda dos envolvidos) deviam ser conhecidas publicamente.
Porque não fazer um levantamento das várias ocorrências e dos resultados das mesmas. Os professores a determinada altura desistem de preencher os registos por saberem que aquilo não leva a nada! Outros remetem-se ao silêncio por terem vergonha das situações em que se veêm envolvidos.
Agora, se não se puser travão nesta escalada e com a violência cada vez mais generalizada, vamos ter um futuro muito negro. Estes jovens vão ser os futuros cidadãos deste país!
Março 21, 2008 at 1:36 pm
Também gostava de deixar bem expressa a minha solidiaridade para com a docente de Francês.
E ainda há quem venha dizer que ela estaria “fragilizada”, tentando branquear uma situação inadmíssivel.
Por essa ordem de razões, qualquer vítima de assalto ou de “car jacking” tem de assumir a sua parte da culpa por se encontrar numa situação de fragilidade que possibilitou a ocorrência.
Esta gente é perversa!
Março 21, 2008 at 1:38 pm
Nao tenhamos ilusoes.
Depois de passado o pico de indignacao, tudo continuara como esta.
Qualquer medida logica e coerente com a gravidade da situacao, -entenda-se expulsar a aluna da escola -nao ira acontecer, porque isso vai contra a “escola inclusiva”-entenda-se deposito de criancas e adolescentes enquanto nao chegam ao mercado de trabalho.
Caso nao seja possivel metermos os nossos filhos naquelas arcas-de-Noe da Opus Dei e quejandos, onde os macons e quejandos metem os filhos a salvo das leis que aprovam, resta-nos fazer figas para que tudo corra bem no deposito publico.
Caso contrario, resta-nos o homeschooling.
Os excessos de compreensao e empatia conduzem sempre ao mesmo resultado:
O baralhar dos dados da questao, a perda de referencias e a instalacao da balburdia.
Março 21, 2008 at 1:44 pm
O presidente do Conselho de Escolas esteve há pouco no jornal da RTP.
Só disse banalidades…
Mas por que razão está aquela gente naqueles lugares? Irra!
Março 21, 2008 at 1:48 pm
A Fátinha deve andar radiante: “A Escola NÃO é dos professores”.
O que é que os professores vão fazer à escola? Invadem um espaço que não lhes pertence e depois queixam-se…
Março 21, 2008 at 1:56 pm
Os problemas da comunidade não ficam do lado de fora da escola: passam o portão das escolas e entram nas salas de aula…
Urge responsabilizar os pais pelos actos dos seus filhos. Sensibilizar não chega; há que actuar, nem que seja de forma coerciva e punitiva!!!
Março 21, 2008 at 2:00 pm
vamo-nos habituando ao desvirtuar fácil daquilo que merecia atenção e respeito.
Ou me engano muito ou a coisa vai estar complicada para a nossa colega professora de francês, por quem sinto muito respeito e a quem cumprimento, solidária.
Toda a onde “psi” vai desculpabilizar a “criança” e a campanha de desvalorização das escolas públicas vai avançando… como mandam os objectivos governamentais.
Março 21, 2008 at 2:15 pm
Segundo as estatísticas 94,3% das escolas não tiveram qualquer tipo de ocorrências.
Deixa-me rir!
Março 21, 2008 at 2:16 pm
A intervenção do Presidente do Conselho de Escolas deixou-me completamente indignada! Não me parece que sua excelentissima pessoa saiba o que é uma escola, o que lá se passa, nem me parece que saiba o que são alunos.Parecia um gestor de uma qualquer empresa a desculpar o indesculpável… Seria mesmo o Presidente do Conselho de Escolas ou um actor- figurante a fazer de conta….
Março 21, 2008 at 2:27 pm
Concordo com o comentário 33:”urge responsabilizar os pais pelos comportamentos dos filhos”. Acrescento apenas: urge responsabilizar a tutela por ser eficientemente coadjuvante deste tipo de atitudes.
Março 21, 2008 at 2:43 pm
Ao professor indignado
sugiro que permita os comentários anónimos no seu blogue porque assim teria mais participações.
Março 21, 2008 at 4:10 pm
A menina é inimputável?
No problem. Prende-se o papá.
Março 21, 2008 at 5:56 pm
No caso desta “aluna”, nem é só o facto de se tratar de uma professora que torna o caso grotesco. Como é possível a desculpabilização de uma criançola que ataca uma pessoa adulta que podia ser sua mãe? Claro que, como diz, ela sabe que “agiu mal”. E sabia que estava a agir, quando agiu. O que ela não sabia é que estava a ser filmada por outro da mesma estirpe. Por isso, merece um castigo exemplar. O papel de “heroína” que lhe caberia perante a turma ficou, assim, gorado. Se os pais têm tentado educá-la, a minha compreensão. Se forem daqueles que se divertem com os pontapés que recebem nas canelas, têm o que merecem. Quanto à professora, toda a minha solidariedade, incondicional.
Março 21, 2008 at 8:29 pm
A escola é um problema de todos! Os professores têm de se compenetrar dessa realidade. Os pais e a comunidade devem ser envolvidos. O minsitério deve restaurar a autoridade dos professores, exigindo, ao mesmo tempo, que eles se comportem como pessoas de responsabilidade. Alguns casos recentes, protagonizados por professores-agitadores, não cairam bem na sociedade. Há que ter decência e impôr regras responsabilizando os pais pelo comportamento dos filhos.
Março 21, 2008 at 9:15 pm
Também me parece o mesmo que à Anabela (com. 34). E se assim acontecer, acho que nos devemos todos (100.000) solidarizar com a colega ultrajada.
Março 21, 2008 at 9:27 pm
O Nuno Sousa escreveu:
“Depois de passado o pico de indignacao, tudo continuara como esta.
Qualquer medida logica e coerente com a gravidade da situacao, -entenda-se expulsar a aluna da escola -nao ira acontecer, porque isso vai contra a “escola inclusiva”-entenda-se deposito de criancas e adolescentes enquanto nao chegam ao mercado de trabalho.
Caso nao seja possivel metermos os nossos filhos naquelas arcas-de-Noe da Opus Dei e quejandos, onde os macons e quejandos metem os filhos a salvo das leis que aprovam, resta-nos fazer figas para que tudo corra bem no deposito publico.
Caso contrario, resta-nos o homeschooling.
Os excessos de compreensao e empatia conduzem sempre ao mesmo resultado:
O baralhar dos dados da questao, a perda de referencias e a instalacao da balburdia.”~
É óbvio que em casos destes só há uma solução: Expulsão, mas como sabes o estatuto do aluno não o permite, até aos 18, uma alteração consensual, aprovada por todos os partidos, na AR.
Olha que as escolas públicas que seleccionam alunos não têm cenas daquelas.
E que tal impedirmos, tal como estamos a fazer com a avaliação de desempenho, a entrada em vigor do Estatuto do Aluno, recusando-nos a alterar os RIs, nos casos em que ainda não foram alterados?
Março 21, 2008 at 9:58 pm
Sabem o que faz falta? Rigor e exigência nas escolas. Não precisamos de uma Ministra mas de duas!
Março 21, 2008 at 10:11 pm
Esses problemas existem porque o nsinmo foi massificado e o laxismo é dominante. Professores de “aviário” de privadas, sem selecção foram para o ensino. É preciso avaliar!
Março 22, 2008 at 12:05 am
O EXERCÍCIO DA DISCIPLINA EXIGE EDUCAR PARA A RESPONSABILIDADE
A CONFAP condena todos os actos de indisciplina praticados por alunos nas escolas, tal como o que hoje foi dado a conhecer, ocorrido na escola secundária Carolina Michaelis, no Porto. Manifesta, igualmente, a sua solidariedade para com a professora e, simultaneamente, lança um apelo a todos os pais para que exerçam o seu poder paternal junto dos seus filhos, educando-os no sentido da responsabilidade e do comportamento que devem ter em sala de aula, o seu local privilegiado de aprender.
Apela-se aos pais, também, para que imponham regras muito firmes quanto ao uso de telemóveis pelos seus filhos. Muitos dos conflitos hoje existentes no interior das escolas devem-se ao uso indiscriminado de telemóveis.
Este caso não pode ser visto de forma isolada A DISCIPLINA deve ser entendida no sentido da partilha da responsabilidade de aprender, dos fins que justificam a existência da escola numa sociedade moderna e democrática, sociedade essa regida pelos valores da igualdade e da liberdade.
O desaparecimento da família tradicional e da escola tradicional está intrinsecamente ligado ao facto de assumirmos novos valores que se desenvolvem na base da igualdade. Isto levou, sem dúvida, à “crise da autoridade” e à “crise da educação” com que nos debatemos. A sua resolução, porém, não passa, nem pode passar, pela restauração da autoridade perdida, mas pela compreensão da História e pela procura de novos caminhos, que não surgem por magia, mas pela reflexão séria sobre o funcionamento democrático das instituições e o exercício do poder no seu interior, que seja compatível com os valores da igualdade e da liberdade e, obviamente, da responsabilidade pessoal e da compreensão de cada um do seu papel na escola e na sociedade.
“Na escola, a participação deve ser a regra, pois é a base da autoridade: só respeitamos quem nos respeita, nos ouve e tem interesse por aquilo que pensamos e sentimos. A autoridade é sustentada na relação de confiança e de respeito mútuo que caracteriza a interacção saudável entre aluno e mestre”, escreveu Daniel Sampaio, num artigo recente. E acrescentou: “Devemos ser exigentes para com os mais novos, para os podermos responsabilizar – aceitamos que podem trabalhar aos dezasseis anos, mas nunca solicitamos a sua opinião sobre as coisas que lhes dizem respeito, como por exemplo o funcionamento da escola que frequentam.”
A CONFAP defende que é necessário desenvolver na sociedade portuguesa o exercício de participação na vida democrática, que conduza à prática consciente da cidadania. Daí que seja importante, fundamental, Educar para a Cidadania, quer na família, quer na escola, ou seja, Educar para a Responsabilidade.
Março 22, 2008 at 12:56 am
… muitos pais, que assitiram por video a este acto vergonhoso, sabem que lá em casa se confrontam também com situações que “lhes fazem medo”, e os “os especialistas destas disfunções sabem bem que vai aparecendo cada vez com mais frequência um novo tipo de violência doméstica… não se tape o sol com uma peneira…
Março 22, 2008 at 1:25 am
Fernando Torres comete dois erros de uma só vez. Primeiro, pensa que tudo o que diz Daniel Sampaio está certo. Eu parei ao terceiro livro. Falta-lhe a experiência de ter à sua frente mais de vinte jovens, muitos deles “hiperactivos”, como às vezes se chama à falta de educação. Segundo, é exactamente o contrário do que pretende justificar. Quando trabalham aos dezasseis anos, obedecem às ordens que lhes dão, se não… Ou julga que o patrão lhes pergunta que regras querem cumprir? Mas acrescente-se que fica no ar a ideia de que deveria ter sido pedida à “aluna” a opinião sobre se ela poderia usar o telemóvel ou não. Eis aqui várias das razões para a escola estar como está e por que não vai mudar!
Março 22, 2008 at 1:26 am
Fernando Torres
Existiu durante os últimos 30 anos, por parte do ME, uma política de facilitismo, em que verdadeiramente os professores nunca foram ouvidos. Relativaram-se os maus comportamentos, os procedimentos disciplinares tornaram-se verdadeiros actos de engenharia jurídica, especialitas da educação, sem qualquer experiência de docência, incutiram nos professores, que cada aluno deve ser compreendido pelo contexto social onde vive, muitos pais estão cada vez mais ausentes, trabalhando muitos deles das 8.00h às 20.00h, não podendo prestar qualquer assistência aos seu educandos, não existe diálogo entre pais e alunos, e, consequentemente a Escola tornou-se o depósito dos males de que enferma esta sociedade.
Consequência:
Como a Escolaridade é obrigatória, e os políticos querem estatísticas para mostrarem às instâncias internacionais, houve durante estes anos uma implementação subtil (lavagem ao cérebro dos professores) de uma política de facilitismo. Ora esse facilitismo foi crescendo tanto no ambiente Escola como no ambiente familiar. E acrescentar, o Ministério, por via legislativa, tornou a reprovação num acto burocrático, numa tentativa de aumentar de forma fictícia o sucesso.
Estes alunos não foram balizados para reconhecerem autoridade. Logo como podem reconhecer a autoridade se nem em casa os pais a conseguem exercer! Quantas vezes ouvi de Pais: “professor ajude-me porque o meu filho já não me obedece”, e até pedidos de socorro do género ” Senhor Professor, o meu filho agrediu-me, que é que eu posso fazer?”
POr esse motivo, os professores estão revoltados, levaram com todos os problemas sociais desempenhando funções de assistentes sociais, psicólogos, mediadores familiares, etc etc.
A avaliação foi uma questão de pormenor: entornou-se o copo de água!