Igreja sugere calma e elogia professores
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou ontem ao consenso na educação e a uma cultura de exigência no sector, considerando que as tensões actuais prejudicam os alunos.
“Acompanhamos com interesse e alguma preocupação a situação dos professores, como grupo mais decisivo para o futuro de Portugal”, e “temos grande estima pela sua acção”, afirmou o porta-voz da CEP, D. Carlos Azevedo, que, no entanto, não quis tomar posição sobre a polémica que divide os docentes e a tutela.
Considerando que a sociedade deve assegurar “esse reconhecimento da sua função de professores”, o prelado salientou a necessidade de uma “cultura de exigência que deve nortear a sociedade portuguesa” nesta área.
“A Igreja não pode deixar de acompanhar toda esta polémica”, mas “não queremos tomar uma posição mais detalhada porque o assunto é muito complexo”, disse à Lusa D. Carlos Azevedo.
“Os professores e educadores são um grupo decisivo para o futuro do País, mais decisivo do que os políticos, técnicos e financeiros”, sustentou ainda D. José Policarpo, em declarações à Rádio Renascença, à margem do lançamento das Obras Escolhidas de D. António Ribeiro, em Lisboa.
Março 12, 2008
Abençoados Os Professores…
Posted by Paulo Guinote under Citações, Docentes, Esta Não Esperava, Lutas[17] Comments
Março 12, 2008 at 9:41 am
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/a6c905011138f5c81814a8.html
Março 12, 2008 at 9:47 am
Os Magistrados, a Igreja Católica, partidos políticos, pais, felizmente que há quem não se deixe cegar pela campanha de ataque à Escola Pública e aos professores, que este Governo tem produzido.
Estamos numa atitude positiva, só queremos bom-senso. Não queremos privilégios.
Temos aguentado calúnias, leis labirínticas, aumento da idade da reforma, salários congelados, bloqueio na progressão na carreira, ameaça à gestão democrática, (“mobilidade” já a conhecemos porque sempre andámos com a casa às costas), indisciplina e agressões dos alunos vistas com bonomia pela tutela, alunos com graves deficiências “integrados” no ensino regular, e até juntas médicas que mandam professores para a morte.
Continuamos a trabalhar para os alunos, apesar da teia burocrática e das leis sem sentido e contraditórias entre si que todos os dias nos caem nas secretárias.
Aos grupos que nos têm manifestado apoio, agradeço. E agradeço aos cidadãos que a título individual vieram para a rua no sábado aplaudir-nos, dar-nos flores e dizer que confiam em nós. Não foram poucos os colegas que não contiveram a lágrima teimosa. Foi o que mais me tocou na marcha da nossa indignação.
Março 12, 2008 at 9:53 am
Uma manifestação de bom senso, suficientemente explícita para deixar José Sócrates a falar sozinho.
Março 12, 2008 at 9:54 am
Para D. José Policarpo somos mais decisivos que os políticos, técnicos e financeiros!
Para reforçar esta consideração só poderei dizer que “os políticos” são os primeiros e únicos responsáveis pelo descalabro a que chegou a educação em Portugal. Só eles e mais ninguém! Por isso mais uma vez o digo que como professor não enfio barretes dos mesmos políticos que agora se querem armar em “santos” atribuindo a culpa e a punição aos professores, limpando-se de toda responsabilidade anterior. É preciso não esquecer que este governo é resultado do mesmo PS que governou com Guterres e Ana Benavente. Incluindo o actual PM que também fez parte desse Conselho de Ministros e por conseguinte foi também responsável por tudo, quer queira quer não!
Março 12, 2008 at 4:26 pm
Queria comentar, mas Anti-Rousseau disse exactamente o que eu ia dizer.
Ah, já agora, não sou professora, sou mãe e encarregada de educação, umas das que “eles” garantiram estar do lado do ME. Força, pessoal, mais razão do que a que têm é impossível!
Março 12, 2008 at 4:29 pm
A Pedra Amoleceu – e agora?
Na vida sempre aprendi que só temos o que conseguirmos conquistar. Ninguém nos dá nada! E o ME nunca nos dará nada. Teremos que ser nós a ganhar… LUTANDO!
A pergunta que surge é: e agora?
Vamos por partes:
1) Na manifestação de Lisboa estiveram presentes 100 mil professores. Tal como escrevi antes, em cada um de nós havia um motivo diferente. Ao nível das questões concretas há pelo menos 7 grandes questões:
– Estatuto da Carreira Docente (Concurso a Titular),
– Avaliação do desempenho,
– Exame de acesso à profissão,
– Gestão das escolas,
– Educação especial,
– Estatuto do aluno,
– Horários de trabalho.
Logo, qualquer posição terá que considerar todas estas questões.
2) Nos últimos três anos o ME nunca negociou com a FENPROF. Nunca! A equipa do ME, é por isso, uma parte do problema – não faz parte da solução. Não confio em quem nunca confiou em nós! A demissão da equipa só não é uma exigência se houver condições para um verdadeito diálogo. Para que isso aconteça creio que será necessário a presença de uma equipa de mediação.
3) Durante o processo de luta que nos levou à Marcha surgiram duas ideias em cima da mesa, ambas, escrevo eu, vindas da Presidência da República:
– A da existência de uma mediação para o conflito e a necessidade de alguma calma.
Penso que a FENPROF poderá aproveitar a deixa e solicitar à Presidência da República que “sugira” uma equipa para mediar este conflito.
Deste modo teríamos a garantia de que a negociação iria mesmo acontecer, sob pena de denúnica da equipa de mediação: esta situação obrigaria o ME a trabalhar a sério na procura de uma solução e teria também como consequência uma pressão forte sobre a FENPROF que teria de estar de forma construtiva na negociação.
Esta equipa teria que ser constituída por gente aceite pelas três partes (Presidência, ME e FENPROF) – acredito que os professores iriam ver esta situação com bons olhos.
4) Do ponto de vista da negociação seria importante fazer o ME perceber que a questão não é só de tempo. Adiar, só por si, não é solução nenhuma. As medidas, elas mesmas, per si, são inaceitáveis.
Assim penso que a FENPROF só pode sair com “algum tipo de acordo” se todas estas condições estiverem garantidas:
a) o ME deixar que este ano termine calmamente sem ondas. Isto é, sem avaliação, sem gestão, sem exame de acesso, …
b) Assinar um plano negocial onde em cima da mesa estejam pelo menos três coisas: a revisão do estatuto, o modelo de avaliação e o modelo de gestão.
João Paulo Silva
http://serprof.blogspot.com
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“Deixem-nos ser Professores»
Março 12, 2008 at 4:37 pm
João Paulo: eu proponho que essa equipa de mediação seja eleita aqui na net, neste ou noutro site, entre uma lista de pessoas que qualquer um pode propor.
Março 12, 2008 at 5:06 pm
Obrigada JP, por relembrares que há outras situações por resolver… a que mais me assusta (para além do sistema de avaliação) é a reposição dos prof.s na nova carreira (pós descongelamento) que, acreditem, ainda vai dar muito que falar…
Março 12, 2008 at 5:29 pm
Concordo com o João Paulo. Já ouvi no terreno (em algumas escolas) coisas que me deixaram incomodado. Como é que se pode aceitar que os contratados sejam avaliados já este ano? O modelo serve para eles mas não serve para nós? O adiar para o próximo ano. O modelo não serve este ano, mas se for no próximo já serve? Não estou a gostar da conversa do PS (Partido do Sócrates): Não se muda nada e aplica-se no próximo ano. Como se a marcha tivesse por objectivo apenas adiar a aplicação da legislação produzida.
Março 12, 2008 at 5:33 pm
Somos hooligans mas abençoados, assim está melhor.
Março 12, 2008 at 5:40 pm
Há uma plataforma comum de sindicatos, e há movimentos não sindicais que se formaram espontaneamente. Não é só a Fenprof.
Não que a Fenprof me incomode, atenção. É um sindicato como outro qualquer, e, por enquanto, ainda há liberdade de se pertencer ao sindicato que se quiser. Os pruridos anti-Fenprof, a mim, que sou de outro sindicato, têm-me entristecido pelo seu fanatismo e má-fé.
Março 12, 2008 at 5:46 pm
A propósito da intervenção de GMaciel, gostava de agradecer o apoio e dizer que na minha prática profissional nunca senti os pais contra os professores. Há quem esteja a tentar criar um conflito que não existe.
Os pais que vão à escola espancar professoras por estas terem apreendido telemóveis aos rebentos não representam os Pais.
Não somos nem heróis nem vilões. Queremos é ser tratados como gente.
Março 12, 2008 at 7:11 pm
No comentário 8, o seu autor toca num problema que receio esteja esquecido. Qual a legitimidade e legalidade do congelamento de uma carreira para atirar aquele que nela está para uma outra que, por acaso, o prejudica completamente? O que se percebe é uma trafulhice que visa mascarar a lei com efeitos retroactivos. Seria conveniente que ninguém se contentasse com o docinho que foi dado apenas àqueles que, estando mais próximo da data do início do congelamento, foram agora promovidos. Tudo isto é um embuste, ou melhor é uma fracção de um embuste bem maior que, se pararmos, seguirá o seu caminho.
Março 12, 2008 at 7:13 pm
Eu bem digo ( ia dizer prego de pregar com e aberto) aos meus colegas que não se enervem nem se pressem nem arranjem quezílias, que os governos passam e eles vão continuar provavelmente durante muuuuuuuuitos anos juntos a trabalhar na mesma escola…
Março 12, 2008 at 7:58 pm
A propósito do comentário do Fernando e depois do que acabei de ver e ouvir na SIC, chego à conclusão que no ME, ninguém sabe ler.
E,a proprósito do congelaamento da progressão na carreira, creio que ainda nos resta o recurso aos tribunais. Cada vez mais, me parece que precisaremos de provar em tribunal, que não há na lei(antigo ECD)progressões automáticas. Precisamos é de um bom grupo de advogados, especialistas em Direito Administrativo e nas questões da carreira docente.
É por aí, que eu vou.
Só me falta é alguém que me apoie nas questões processuais que não domino.
Março 12, 2008 at 9:46 pm
Nunca me imaginei a dizer Amen a D. José Policarpo… mas neste caso estou-lhe grata pela intervenção.
Março 13, 2008 at 4:49 pm
Na questão da reposição na carreira, e depois de “saltitar” de Dec.Lei para ECD e deste para outros, cheguei à conclusão que estive a trabalhar 5 anos para nada… Passo a explicar: fiquei QZP em Julho de 2004. No ano lectivo 2004/2005 estive no periodo porbatório (inexistente até então à luz das antigas delegações escolares), não passando para o índice 167. Só em Novembro de 2005 me passam para esse índice (atraso de 3 meses). Venho a descobrir que vou para ao 1º escalão da nova carreira e que , como estivemos congelados, só tenho 1 ano no índice 167. Precisando de 5 anos neste índice para passar para o 2º escalão, fazendo as contas por alto, faltam-me 4 anos e meio… Onde estive nos meus 10 anos de serviço? Não contarão para nada?
Alguém me consegue explicar como nos vão repôr, caso tenha percebido mal?