Professores do ensino superior juntam-se à Marcha da Indignação
“Asfixia financeira”, falta de progressão na carreira e despedimentos levam docentes da universidade e do politécnico à rua, no próximo sábado
No sábado, os professores do ensino superior vão também manifestar-se, em Lisboa. Vão participar na Marcha da Indignação não só por solidariedade para com os colegas do básico e do secundário; mas em defesa dos seus direitos. A convocatória é feita pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que quer que professores e investigadores contestem os “cortes violentos nos orçamentos” de universidades e politécnicos. (Público, sem link)
É muito aborrecido ter razão antes de tempo. Em 2006 escrevi várias vezes que o Ensino Superior estaria em seguida na lista das «racionalizações» governamentais na área da Educação (pois as áreas estão separadas porque a Mariano Gago parece não ter apetecido lidar de perto com a arraia-miúda) e que não percebia bem a adesão de alguns vultos da Universidade ao discurso de Maria de Lurdes Rodrigues.
A estratégia de ir cortando fatias sucessivas funcionou de início. Só que a fatia dos «zecos» demorou demasiado a cortar e agora estão outros a sofrer aquilo por que nós andamos a passar.
Aguarda-se a posição do Snesup com alguma expectativa.
Março 5, 2008 at 9:15 am
Dizia a Sra. Ministra que o problema nunca foi financeiro.
Março 5, 2008 at 9:53 am
Deve ser a única que não se queixa de falta de dinheiro… Todos os Ministérios, todo o tipo de instituições se queixam de faltas de verbas, mas ali para os lados da 5 de Outubro o dinheiro não é problema. É um oásis em todo o país em crise…
Falta de dinheiro? Não! Nem é por isso que nos impõem cotas para a progressão.
Março 5, 2008 at 10:57 am
Sei de colegas no ensino superior com um tempo considerável de serviço que têm vindo a recear, nos últimos 2 anos, pelo seu posto de trabalho.
É bom que sejamos muitos no dia 8. Tendo participado numa única manifestação, no 1º ano de faculdade, contra algumas reformas preocupantes que se pretendiam então pôr em prática nas universidades, lembro um “inocente” transeunte que nos interpelou, referindo que “os estudantes não deveriam participar em manifestações por terem uma ‘boa vida'” – na época considerámos o comentário tão impressionista que nem lhe demos ouvidos. Penso que deveremos marchar em descontentamento e sem respostas a este tipo de provocações, embora acredite que isso nem venha a suceder, já que seremos MUITOS o que, decerto, desmotivará quem gosta de fazer esse tipo de observações.
Março 5, 2008 at 11:16 am
Bem, o problema começa a ser o de identificar exactamente quais os reais objectivos da manifestação. Porque se lhes começam a juntar as “racionalizações” na área do Superior então isto começa a ser demasiado gato no mesmo saco. Ganha-se razão em alguns pontos, perde-se a razão em todos os outros. Porque hoje em dia marchar contra a “racionalização”, seja ela qual for, é marchar para trás.
Escolham os alvos, que os têm e dos bons. Se isto começar a ser aproveitado para capitalizar todas as pequenas e grandes corporativices, então vão dar munição ao Sócrates.
Março 5, 2008 at 12:09 pm
Só estranho o silêncio dos meus colegas que estão (como eu) nas Actividades Enriquecimento Curricular… Neste momento,eu que parti um pé, estou em casa, não posso ir dar aulas de exp.dramatica (as pobres 9h por semana). Como estou a recibos verdes, não recebo, simplesmente, durante um mês. Férias, nicles. Feriados, idem!Para que tirei eu o curso de prof 1º ciclo?Com óptima media numa boa universidade!Para k tou a tirar um mestrado actualmente?Para isto? Para estar nesta situação precária? Para nem ser tratada como verdadeira professora?
Por isso, por favor, caros colegas das AECs, mexam-se!Vao à manif!Acordem e façam barulho k esta ministra precisa de nos ouvir!
Juro…só nao vou à manif porque tinha de estar de pé horas e horas e com as muletas nao dá. Porque eu, apesar de viver em Braga, nunca faltei a uma manif em Lisboa!
FORÇA!
Março 5, 2008 at 12:18 pm
Vou à Manifestação dia 8, por uma questão de consciência. Será a minha terceira manifestação.
A minha primeira foi enquanto aluna universitária. A segunda foi por Timor.
A terceira será por um ensino público de qualidade.
Até dia 8!
Março 5, 2008 at 1:00 pm
Olá a todos,
Para discutir este e muitos outros assuntos relacionados com a educação visitem a Sala dos Professores em http://www.saladosprofessores.com!
Já somos mais de 11.000 membros registados. Juntem-se a nós já hoje! Vamo-nos fazer ouvir! Quantos mais formos melhor!!
Março 5, 2008 at 2:20 pm
É sempre bem vindo quem estiver por bem e vier por bem.
Discordo TOTALMENTE com a “convocatória feita pela Fenprof”.
Isto porque é sabido que ha alguns aspectos que merecem ser esclarecidos.
Ha 3 carreiras de professores:
-Ensinos Básico e Secundário
-Ensino Universitário
_Ensino Politécnico
Quando alguém ingressa (ou opta) por uma destas carreiras já sabe ao que vai. Terá que aceitar as regras do jogo. Mas não é exactamente assim. Através da troca de informações com professores das universidades e politecnicos soube que por aquelas bandas correm muitas (in)verdades. Uma delas é que os professores do basico e secundario são melhor remunerados. Claro, mentira.
As regras de jogo nas carreiras são diferentes e não se podem “medir” ou “comparar” determinados aspectos sem ter em conta muitos outros aspectos de benefícios e penalizações destas.
Quem optou por trabalhar num destes sistemas tem que assumir essas responsabilidades.
Mas alguma Fenprof é (algo) “elitista”. Todos o sabemos. O seu grande recrutamento foram professores de ensino secundário que nunca virão com muito bons olhos esta coisa dos do basico serem “seus iguais”. Mas já passou, decerto.
Contudo, gostava de perguntar: um professor em situação de contrato nos ensino basico e secundario (já) pode entrar directamente para as vagas dos ensinos universitário e politecnico (atençao, com as mesmas habilitações académicas)e com a contagem integral do tempo de serviço como contratado, passando á frente dos próprios professores já integrados nas carreiras do universitario e politcnic0?
É que no último concurso de professores do basico e secundario foi isso que aconteceu…
Março 5, 2008 at 2:30 pm
Ainda no outro dia estava a falar com um amigo sobre o Povo Português e a sua fama de povo brando e pouco dado a confusões.
Cheguei à conclusão — porventura errada mas apoiada por várias experiências de que o 25 de Abril de 1974 é um bom exemplo — que, pelo contrário, o Povo Português é mais um vulcão, aparentemente sereno e bom de viver ao pé mas que quando explode é dificilmente controlável.
Já há muito tempo que os sinais se têm vindo a demonstrar preocupantes; por exemplo a cada vez menor participação cívica e o aumento do protesto e uso dos blogs — novos sistemas panfletários de resistência e clandestinidade.
Agora começaram os primeiros tremores, com acções que, mais uma vez, fogem ao controle fascinocrático.
Vamos a vêr se serena ou se rebenta a sério.
Março 5, 2008 at 3:17 pm
myself,
As AEC é assunto das Camaras Municipais. Em minha ipinião nem deviam ser professores a orientá-las. Mas sim monitores/animadores como no pré-escolar.
“Para que tirei eu o curso de prof 1º ciclo?Com óptima media numa boa universidade!”
U.Minho? Bons professores do 1.º ciclo forma, a maioria no desemprego, pois são ultrapassados pela malta dos piagets, Eses, Variantes, etc
No vosso caso só têm uma salvação: exigir a tal prova de ingresso na profissão, para barrar os incompetentes.
E quem vai à manif está contra esta prova.
Março 5, 2008 at 4:32 pm
DA,
Nao sei como pode achar que isto é um assunto da camara. nao somos todos profs?nao devemos estar todos unidos?ou so olhamos para o nosso umbigo?
a prova de ingresso é uma incognita da qual nos vamos ser cobaias.desvaloriza toda a formaçao que tivemos (sim,na u.minho)e serve apenas fins economicistas.
Nao sei de que area é, nem ha qt tempo é prof, mas nos nao temos culpa desta situaçao, simplesmente nao nascemos + cedo…
Neste momento é o que temos e mais do que tudo precisamos de salvar a nossa dignidade – sim, porque nos somos professores!
Por isso, acho que nos deve apoiar. Porque a questao das AECs, como da avaliaçao de profs, a progressao na carreira, ou o que for, é um assunto de TODOS OS PROFESSORES.
Se reparar ha por ai muitos profs reformados, que apesar de ja nao estarem a leccionar, continuam com unhas e dentes nesta luta!
Março 5, 2008 at 6:01 pm
A minha 1.º, 2.ª, 3.ª manifestação ?- Se calhar é por isso que chegámos onde chegámos. Ou vocês são todos muito novos ou têm andado distraídos, que manifestações em prol de um ensino público de qualidade não têm faltado nos últimos anos. E razões de sobra para o nosso descontentamento também. Ou não?
Pois eu tenho ido a todas aquelas com cujos protestos me identifico. E não, não sou nem do PC nem de outro partido qualquer. Apenas vejo, oiço e leio…
Março 5, 2008 at 7:46 pm
Ana Lima
As manifestações são para se usarem esporadicamente, como as greves, se não perdem o seu efeito.
Por outro lado são quase todas realizadas em Lisboa impossibilitando a participação dos que se encontram a centenas de quilómetros.
Depois nem todos têm estado de acordo com a posição dos sindicatos e foram sempre eles a convocar as ditas.
Este movimento foi diferente, partiu dos professores que se organizaram de forma independente, sem sindicatos nem partidos, embora depois tenham aderido todos ao movimento inicial.
É por isso que estamos unidos como nunca.
Março 5, 2008 at 11:52 pm
myself,
Sou professor de Geografia desde 1996, do QZP Porto.
Porque é que sou favorável à prova de acesso?
Para proteger os professores com melhor formação.
Para a escola pública ser servida pelos melhores.
Para que quem quer ser professor,na altura de escolher o curso superior opte pela Universidade/Instituto que dá melhor formação e não por aquele(a) que dá melhores notas!
Quando me referi às AEC, queria dizer que a gestão destas é da responsabilidade das Camaras Municipais.
Tenho um familiar a trabalhar nas AECs, prof. de E.Física, na cidade do Porto.
Março 6, 2008 at 12:05 am
Eu não vou à manifestação. Estarei a trabalhar: sessão de júri do RVCC. Estas sessões acontecem aos sábados, sem pagamento de horas extraordinárias. Claro! Não acredito que mude alguma coisa, mas também não se perde nada. Teremos, sequer, alguma coisa a perder????? Segunda-feira, estaremos de volta… à realidade!!! Sabem a última? Já existe clonagem em Portugal. Conheço vários clones da senhora ministra. A directora da minha escola, é!