Camilo Lourenço no Jornal de Negócios em crónica absolutamente fora deste mundo, tenta comparar o movimento de contestação dos docentes ao que em Inglaterra opôs os mineiros a Thatcher. O paralelismo é um bocado ridículo, mas há pouco a esperar em especialistas instantâneos em tudo, em particular quando surge com um manual de Economia Para Tótós debaixo do braço. Nem vale a pena fazer mais do que citá-lo para criticá-lo pelo absoluto ridículo da «argumentação», se é que não estou a usar o termo de forma muito ampla.
O que me preocupa é que a minha filha possa ter, em Portugal, a Educação que a Economia exige. Os professores (há excepções) estão a aproveitar uma questão pessoal, a antipatia da ministra, para mascarar o verdadeiro problema: não querem ser avaliados. Porque se habituaram a viver sem terem que prestar contas pelo mau trabalho que (muitos) fazem. É essa a questão. Ponto final.
Em circunstâncias normais eu não evocaria aqui familiares de ninguém, mas como Camilo Lourenço o faz, só posso lamentar que a filha dele seja obrigada a seguir a Educação que a Economia do pai lhe ditará. A minha, assim me seja guardada alguma clarividência, seguirá aquela Educação que bem entender, Economias à parte, mais que não seja porque se a Educação em Portugal está mal, o que poderíamos dizer da Economia apesar de tão ditosos «especialistas»?
Já agora, quando é que Camilo Lourenço foi avaliado pela última vez? Ponto de Interrogação
Março 5, 2008 at 11:24 pm
Não acham que muita gente dos mais variados sectores do país deveria ser melhor avaliada??? Se tiveram avaliação foram muito mal avaliados.
Bastará ver o estado a que chegou Portugal em todops os sectores de actividade!!!
Começo a ficar enojado com estes falsos moralistas.
Março 5, 2008 at 11:28 pm
Camilo Lourenço pertence á nova vaga de yyupies que percebe de tudo faz de tudo tem tempo para tudo -ATÉ Para comentar futebol.
Esta geração é aquela que se gaba de trabalhar 13 horas por dia, dorme 4 horas -pobre mulher e filhos- e a sua única ambição é que um dia sejam recordados não pelo que fora .pessoas oca de sentimentos vazias de espirito- mas pelo que fizeram.
fazem-me lembrar os farós que ficaram imortalizados pelas pirâmides mas para isso escravaizaram um povo inteiro,
Março 5, 2008 at 11:49 pm
Camilo Lourenço, João Miranda, a mesma luta, o mesmo vazio naquelas cabecinhas…
Março 6, 2008 at 12:08 am
Eu sou avaliado DIARIAMENTE pelos meus alunos e seus pais/mães… 🙂
Trabalho a maior parte do tempo com a porta da sala aberta… se é que percebem o que isso quer dizer! 🙂
Março 6, 2008 at 12:13 am
Este Camilo é insuportável.
Março 6, 2008 at 12:22 am
Em Matosinhos, haverá hoje (dia 6) uma concentração de professores junto à Câmara Municipal. Decorrerá entre as 18 e as 19.30.
Apareça quem tiver disponibilidade.
Março 6, 2008 at 12:35 am
Paulo,
O Camilo é credível e competente (se não neste caso por certo em 90% dos casos que comenta). O que se passa é que o ambiente está de tal modo sobre-aquecido que não há contemplações nem tréguas dos dois lados da trincheira. Quem põe a cabeça de fora é sumariamente varrido a rajada de metralhadora. Espero que depois das manifestações e do que se lhes seguir se regresse a uma nível de discussão normal. Com o ambiente como está não dá para discutir decentemente o que quer que seja. A hora não é de discussão de ideias (e é bem verdade na vida tem de haver um tempo para tudo). É mesmo de porrada pura e dura.
PS: Boas manifs (votos sinceros).
Março 6, 2008 at 1:37 am
Ministra sem educação
Março 6, 2008 at 1:38 am
Sejamos justos com o homem. Ele tem todo direito de querer, para a sua filha, a educação que a Economia exige.
O problema dele é que muitos Pais, nos quais se incluem os Professores, que muita besta ainda não percebeu que também são Pais, querem para os seus filhos a educação que o Bom Senso exige.
Infelizmente há alguns que não querem educação para os filhos, querem a tal “escola a tempo inteiro” para os deixar lá em depósito. Pais em part-time.
Março 6, 2008 at 2:21 am
Os mineiros ingleses foram derrubados sobretudo pela decadência da sua indústria, Thatcher apenas apressou a processo. Os docentes serão sempre necessários à reprodução cultural. E já existíamos até antes dos economistas. Até estou em crer que podemos repartir os louros com a (proverbial) mais velha profissão do mundo.
Março 6, 2008 at 10:18 am
Aristides Adão Diz:
Março 6, 2008 at 9:37 am
Passaram apenas sessenta e dois anos sobre o fim da segunda guerra mundial. Não é de crer que figuras e estratégias de império, como as do senhor do bigodinho sinistro, possam repetir-se num tempo em que há ainda memórias vivas desse holocausto indizível.
Enquanto houver memória o fascismo não se repete na figura ridícula de mais nenhum Adolfo, nem haverá campos de extermínio. Quero crer !
Mas as cegueiras avassaladoras e dominadoras não estão extintas ! Os “bois” podem é não estar a ser chamados pelo nome. Economia , um nome ( ? ) …
Pelo menos, em nome dela se constroem irracionalidades, se ditam regras que fazem escola, e a escola que faz “soldadinhos”…
…assim se alimenta o “monstro” !!!
Março 6, 2008 at 10:59 am
Coitado do Camilo.
Como já nem a economia (que está de rastos) obedece aos palpites dos economistas (que servem para quê?), deu-lhe para falar dos professores. Que se junte ao Miranda e que vão os 2 investigar gambuzinos (com um bom subsídio, claro).
Março 6, 2008 at 1:39 pm
A vida está realmente para indivíduos deste tipo. Têm soluções para tudo, estão do lado dos poderes e, afinal, deixam a sociedade ter regressões que nos levam a tempos anteriores ao Humanismo. Todos sabemos que as ideias deles cairão de podres e serão colocadas nos períodos mais negros da História, que Aristides Adão referiu anteriormente. O rasto de destruição vê-se no estado do Ambiente, na degradação social (e em tantos outros aspectos) e começou mais recentemente a ver-se na forma como alguns políticos das chamadas democracias ocidentais tratam muitos dos seus mais válidos cidadãos.
Março 6, 2008 at 6:30 pm
Não li os post anteriores, mas Paulo tem cuidado que ainda és processado! 😉
Março 6, 2008 at 6:38 pm
è isso, paulo eu agora só quqero saber destes senhores opinativos quando, como e por quem foi avaliado ele e os outros profissionais todos de Porugal, porque todos dizem que avaliam e são avaliados mas grelhazinhas preenchidas e registos do facto nada niente nothing!!!
Hoje ( só hoje que não tenho tido tempo) acabei de ler o testemunho que a Visão publicou a semana passada sobre jovens com formação superior (aliás várias formações superiores no caso de alguns) que desanimam qualquer um ( em 1º lugar a eles mesmo claro!): ou lhes pagam mal, ou não arranjam emprego ou fazem estágios atrás de estágios com pouquíssima (ou nenhuma) remuneração e muitas vezes têm que voltar para casa dos Pais. Também é culpa dos professores? De quais? De todos desde o pré ao superior?