Terei chegado tarde ou hoje na Regra do Jogo (SICN) o JM Júdice e o António Barreto decidiram nem sequer discutir a questão da educação. Tendo em conta o actual posicionamento de Júdice e as posições costumeiras de Barreto sobre a educação, uma tal opção afecta sobretudo a ME, que já nem com estes conta. Eles podem sempre dizer que ‘não senhor, não queremos empolar mais a questão’. Grandes amigos! Afundaram-se numa conversa vinhateira com ‘lavradores’, escolas de enólogos e assim. Tipo Methuen Remix.
Recebi via mail…
De um modo simples… se vai explicando o que não aceitamos…
Avaliação dos Professores
Tem-se falado muito e mal da avaliação dos professores. Nota-se que pouca gente sabe do que se trata na realidade.
Para defender o ponto de vista do governo, diz-se que não havia até agora… O que não é de todo verdade. Até agora, os professores tinham de apresentar um relatório crítico de actividade, que era analisado por uma comissão de avaliação, e de fazer formação na qual tinham de ser aprovados. Se não houvesse anormalidades, os docentes teriam “Satisfaz”. Se o professor não tivesse cumprido as suas funções ser-lhe ia atribuída a menção de “Não Satisfaz”. Para obter a classificação de “Bom” e de “Muito Bom” teria de se submeter a um processo com várias etapas de burocracia. Existia um sistema de avaliação, ao contrário do que o Primeiro-Ministro defende ao tentar, mais uma vez, enganar os portugueses, tentando colocá-los contra os “professorzecos” (como a Ministra da Educação os apelida no Parlamento). O Primeiro-Ministro podia dizer que não concordava com ele, mas não pode continuar a mentir, dizendo que não havia.
Passando ao novo modelo de avaliação de desempenho, que não é feito para avaliar os professores, mas para evitar que eles progridam e criar um sucesso fictício e estatístico para europeu ver. Todos reconhecem que não é um modelo perfeito, mas acham que mais vale um modelo imperfeito, subjectivo e injusto do que dialogar com os professores até se criar uma avaliação justa. Defendem que num país em que reina a injustiça não vale a pena avaliar os professores com equidade e justiça.
É um sistema injusto e impraticável, por vários factores:
1.º Os professores titulares e avaliadores foram escolhidos pelos anos de serviço e não pelo mérito nem pela competência (onde está a preocupação com o mérito e com a excelência?);
2.º Os professores que vão avaliar não têm formação na supervisão de aulas;
3.º Teremos professores de Francês a avaliar aulas de professores de Inglês, e de Educação Tecnológica a avaliar docentes de Educação Física ou vice-versa;
4.º Em muitos casos, os professores avaliados têm muito mais formação do que os avaliadores;
5.º Os professores titulares vão avaliar se os outros recorrem às novas tecnologias e muitos dos avaliadores não sabem enviar um mail, ligar um computador ou o que é um powerpoint;
6.º Os titulares vão avaliar o sucesso dos outros, quando, em grande parte dos casos, são eles que têm uma maior percentagem de insucesso;
7.º Os avaliadores vão avaliar professores de níveis de ensino diferentes daqueles que estão habituados a leccionar, sendo o discurso do docente obrigatoriamente distinto;
8.º Os professores perderão autoridade na sala de aula, perante os seus alunos, no dia em que entrar um titular para avaliar o professor;
9.º Só os resultados dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática poderão ser confrontados com os dos Exames Nacionais do 3º Ciclo, o que é uma injustiça para os docentes dessas disciplinas;
10.º Os professores só ficarão com as turmas com alunos com mais dificuldades, caso não possam fugir, pois terão famílias para sustentar e empréstimos para pagar;
11.º Um professor que queira ser honesto e exigente será avaliado negativamente e corrido do ensino;
12.º Serão premiados os professores de disciplinas que não dêem testes;
13.º Se um professor tiver o azar de ter um aluno que abandone a escola para emigrar ou que os pais não tenham condições para o manter a estudar, será penalizadíssimo na sua avaliação;
14.º Se um docente tiver o azar de perder um familiar próximo ou a sorte de ter um filho, será gravemente penalizado na sua avaliação, se faltar os dias a que tem direito por lei;
15.º Se acompanhar alunos de algumas turmas numa visita de estudo e deixar outras turmas com substituição, também é considerada falta de assiduidade às actividades lectivas, imagine-se!!!!
16.º Como os avaliadores e os avaliados já leccionam juntos há muito tempo, há colegas de trabalho que não se falam e os titulares podem aproveitar para se vingar e estragar a vida aos avaliados…
17.º Numa primeira fase, os titulares não serão avaliados por ninguém (onde está a excelência?);
18.º Não vale a pena ter “excelente” ou “muito bom”, porque já não haverá vagas para titulares, quando nos for permitido tentar subir na carreira;
19.º Os resultados da avaliação dos alunos serão comparados entre disciplinas com competências totalmente diferentes. Por exemplo, ao comparar-se os resultados de Matemática com os de Educação Física, descobre-se facilmente qual o professor que sairá penalizado e terá de ir para o desemprego, se obtiver duas avaliações “Regulares”;
20.º Os professores serão avaliados pelo recurso às novas tecnologias e as escolas não têm projectores nem telas nas salas, as tomadas não funcionam, a electricidade desliga-se constantemente, nem há extensões suficientes!
21.º Os docentes serão avaliados pelas fichas formativas que forneçam aos alunos e só podem tirar fotocópias de testes de avaliação sumativa e, quando as escolas forem entregues às câmaras, nem a isso terão direito.
Estas são algumas situações reais, haverá muitas outras que eu desconheço. Só um louco pode achar isto positivo, a não ser que se queira destruir de vez com o ensino público, enviando todos os professores para o desemprego.
O que se conseguiu até agora com o novo modelo de avaliação:
a) Há um constrangimento entre os professores titulares e os “professorzecos”;
b) Não há diálogo entre os docentes, havendo um “ruidoso” silêncio sepulcral na sala de professores;
c) Não há partilha de materiais por causa da competição, pois as quotas, que ainda não foram publicadas, serão muito reduzidas;
d) Estão todos desmotivados;
e) Os professores estão a entrar na escola às 8 horas e 30 minutos e a saírem depois das 22 horas, sem que ninguém lhes pague horas extraordinárias, a analisar grelhas, indicadores e instrumentos de avaliação, como se estivessem a cavar a sua própria sepultura;
f) Não há tempo para preparar aulas, desenvolver estratégias diferenciadas, elaborar e corrigir testes.
Se nos aspectos que eu referi, houver algo que não seja correcto, agradeço que me provem o contrário pelo e-mail: salvarescola@gmail.com. É evidente que esta avaliação só terá efeitos em 2009, porque as injustiças e os processos em tribunal serão tantos que alguém acordará e mudará tudo outra vez, mas, até lá, seremos umas cobaias de algo que sabemos que foi feito por alguém que não conhece a realidade das escolas.
Sinceramente, digam-me se os professores conscientes não terão direito há indignação.
Gostava de poder explicar estes aspectos ao Primeiro-Ministro e propor um modelo de avaliação mais simples, justo e eficaz, mas ele não me recebe, porque não gosta de ouvir quem está no terreno e porque não sou militante socialista. Sou um reles “professorzeco”, como nos qualificou a Ministra, mas vindo dela só pode ser um elogio, porque eu sei desde muito novo que os Açores fazem parte da República Portuguesa.
Já que a melhor arma é a escrita vou escrever tanto até ser ouvido por quem possa salvar a Educação. Será que ainda há força para lutarmos unidos?
A propósito do Ministro da Reforma Administrativa do Governo Guterres (foi do seu “brilhante crâneo” que surgiu grosso modo a “riforma” a que se assiste na administração pública) e actual líder parlamentar do Partido do Sócrates.
In Amocreve das Petas
Typos Lvsitanus: o chefe par(a)lamentar
Arrasta consigo uma freguesia ardente, amanuense ou não, ainda dos bons tempos do Quartier Latin à Porta Férrea (Coimbra me mata!). As alegres criaturas que lhe cobiçam o lugar (olhem o sr. Vitalino Canas a sorrir), invejam-lhe a barba, a pose, a voz e as medalhas. Porém, a historiografia é o seu infortúnio. É que noutros tempos, o chefe par(a)lamentar fez brejeirices anti-fascistas com os camaradas de luta. A ocasião era, evidentemente, dos românticos. E, o nosso typo par(a)lamentar deixou de praticar há anos, quando contraiu a doença da maturidade. Traz atestados de bom porte democrático e distribui-os diariamente aos indígenas. Quer homenagem! Um pedestal no Largo do Rato e estátua na aldeia que o viu nascer. Confuso, admira-se por os seus exercícios venatórios da mocidade lhe caírem aos pedaços entre os amigos, conhecidos, simples cidadãos. Há coisas que não se esquecem! Tomem nota.
Ontem, durante o debate par(a)lamentar, o chefe par(a)lamentar vestiu a sua bela farda de chefe par(a)lamentar para interpelar o senhor Presidente do Conselho de Ministros, sugerindo que sua Excelência enchesse a boca de promessas de obras públicas indígenas. O engenheiro, nada mouco, após considerar que estava perante uma sábia pergunta, não se fez rogado. E zás, perfumou a paróquia de estradas macadamizadas, avenidas à beira-mar, autoroutes ligeiras, trens de aluguer. Tudo isso acompanhado pelo olhar de rara cobiça do sr. Mário Lino.
A postura do Barreto faz-me lembrar alguém que “está fora” mas gostava de “estar dentro”. Mas não o chamam. Que maçada. Ele tem um feitio difícil. Consta. Pois.
Aquela de os professores do basico e secundario passarem a ser “geridos pelos presidentes de câmara” soa mesmo a-mais-um-artigo-dos-states (porque é bem ser saxónico).
Sugestão : Que tal propor ao Mariano Gago a ideia e começar primeiro com os professores do ensino universitário e na universidade onde lecciona?
A intimidação começa a funcionar. Os principais membros de um movimento de professores sentem ruídos estranhos nos seus telemóveis e dificuldades de acesso aos seus computadores pessoais. Suspeitam de que estão a ser vigiados, provavelmente pelo SIS.
Se isto for verdade, trata-se de um gravíssimo atentado às liberdades garantidas pela Constituição e pela lei.
A utilização de métodos “pidescos” sobre cidadãos pacíficos apenas porque discordam das políticas governativas não pode acontecer num Estado Democrático. Portugal não é a Rússia.
Há que denunciar este escândalo.
Se este PROFGATE se confirmar, o PM e todos os responsáveis deviam demitir-se (se ainda lhes restasse um pingo de dignidade) ou ser demitidos pelo PR.
Apelo aos partidos da oposição e à parte sã que ainda resta no PS para solicitar uma investigação séria e rigorosa a esta situação.
Dia 8, já não se trata apenas de uma marcha da indignição. É também uma marcha pela LIBERDADE.
Março 4, 2008 at 11:23 pm
Este Antero!!!! tem mesmo que publicar em livro. Será um livro que entrará nos anais da história da educação! 😀
Março 4, 2008 at 11:27 pm
Epá, esta fatinha é uma sereia a tentar nadar rápido nas águas turbulentas ou aquilo é uma âncora?:))
Março 4, 2008 at 11:43 pm
Agora também a Judite de Sousa vai entrevistar a ministra na 5ª feira… Comece a fazer o esboço, Antero. Já sabemos mais ou menos como será…
Março 4, 2008 at 11:44 pm
Para mim o Antero era um tesouro escondido … que o ministério da educação desenterrou. 🙂
Março 4, 2008 at 11:50 pm
Terei chegado tarde ou hoje na Regra do Jogo (SICN) o JM Júdice e o António Barreto decidiram nem sequer discutir a questão da educação. Tendo em conta o actual posicionamento de Júdice e as posições costumeiras de Barreto sobre a educação, uma tal opção afecta sobretudo a ME, que já nem com estes conta. Eles podem sempre dizer que ‘não senhor, não queremos empolar mais a questão’. Grandes amigos! Afundaram-se numa conversa vinhateira com ‘lavradores’, escolas de enólogos e assim. Tipo Methuen Remix.
Março 4, 2008 at 11:51 pm
Finalmente chegaram à avaliação, tipo à pressa.
Março 4, 2008 at 11:52 pm
Gosto do termo “destêmpero”.
Março 4, 2008 at 11:55 pm
ou tipo à pressa ou já viram que a onda vai fazer estragos
Março 4, 2008 at 11:56 pm
Acabei de chegar de Beja…mais 2000 profs….lindo de se ver! Mário Nogueira bem… todos estavam mobilizados para dia 8… não vamos parar
Março 4, 2008 at 11:57 pm
Mas comparar ao Maio de 68…
Março 5, 2008 at 12:01 am
pois…
é pena ser em março.
na impossibilidade dos idos, o dia da mulher
Março 5, 2008 at 12:03 am
Ouviram a última intervenção do Judice?! Inacreditável! Impressão minha ou chega a ser snob?
Março 5, 2008 at 12:07 am
É snob.
Março 5, 2008 at 12:17 am
No próximo sábado, ‘bora aí mostrar ao judice que os professoreszecos também têm classe!
Março 5, 2008 at 12:20 am
Recebi via mail…
De um modo simples… se vai explicando o que não aceitamos…
Avaliação dos Professores
Tem-se falado muito e mal da avaliação dos professores. Nota-se que pouca gente sabe do que se trata na realidade.
Para defender o ponto de vista do governo, diz-se que não havia até agora… O que não é de todo verdade. Até agora, os professores tinham de apresentar um relatório crítico de actividade, que era analisado por uma comissão de avaliação, e de fazer formação na qual tinham de ser aprovados. Se não houvesse anormalidades, os docentes teriam “Satisfaz”. Se o professor não tivesse cumprido as suas funções ser-lhe ia atribuída a menção de “Não Satisfaz”. Para obter a classificação de “Bom” e de “Muito Bom” teria de se submeter a um processo com várias etapas de burocracia. Existia um sistema de avaliação, ao contrário do que o Primeiro-Ministro defende ao tentar, mais uma vez, enganar os portugueses, tentando colocá-los contra os “professorzecos” (como a Ministra da Educação os apelida no Parlamento). O Primeiro-Ministro podia dizer que não concordava com ele, mas não pode continuar a mentir, dizendo que não havia.
Passando ao novo modelo de avaliação de desempenho, que não é feito para avaliar os professores, mas para evitar que eles progridam e criar um sucesso fictício e estatístico para europeu ver. Todos reconhecem que não é um modelo perfeito, mas acham que mais vale um modelo imperfeito, subjectivo e injusto do que dialogar com os professores até se criar uma avaliação justa. Defendem que num país em que reina a injustiça não vale a pena avaliar os professores com equidade e justiça.
É um sistema injusto e impraticável, por vários factores:
1.º Os professores titulares e avaliadores foram escolhidos pelos anos de serviço e não pelo mérito nem pela competência (onde está a preocupação com o mérito e com a excelência?);
2.º Os professores que vão avaliar não têm formação na supervisão de aulas;
3.º Teremos professores de Francês a avaliar aulas de professores de Inglês, e de Educação Tecnológica a avaliar docentes de Educação Física ou vice-versa;
4.º Em muitos casos, os professores avaliados têm muito mais formação do que os avaliadores;
5.º Os professores titulares vão avaliar se os outros recorrem às novas tecnologias e muitos dos avaliadores não sabem enviar um mail, ligar um computador ou o que é um powerpoint;
6.º Os titulares vão avaliar o sucesso dos outros, quando, em grande parte dos casos, são eles que têm uma maior percentagem de insucesso;
7.º Os avaliadores vão avaliar professores de níveis de ensino diferentes daqueles que estão habituados a leccionar, sendo o discurso do docente obrigatoriamente distinto;
8.º Os professores perderão autoridade na sala de aula, perante os seus alunos, no dia em que entrar um titular para avaliar o professor;
9.º Só os resultados dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática poderão ser confrontados com os dos Exames Nacionais do 3º Ciclo, o que é uma injustiça para os docentes dessas disciplinas;
10.º Os professores só ficarão com as turmas com alunos com mais dificuldades, caso não possam fugir, pois terão famílias para sustentar e empréstimos para pagar;
11.º Um professor que queira ser honesto e exigente será avaliado negativamente e corrido do ensino;
12.º Serão premiados os professores de disciplinas que não dêem testes;
13.º Se um professor tiver o azar de ter um aluno que abandone a escola para emigrar ou que os pais não tenham condições para o manter a estudar, será penalizadíssimo na sua avaliação;
14.º Se um docente tiver o azar de perder um familiar próximo ou a sorte de ter um filho, será gravemente penalizado na sua avaliação, se faltar os dias a que tem direito por lei;
15.º Se acompanhar alunos de algumas turmas numa visita de estudo e deixar outras turmas com substituição, também é considerada falta de assiduidade às actividades lectivas, imagine-se!!!!
16.º Como os avaliadores e os avaliados já leccionam juntos há muito tempo, há colegas de trabalho que não se falam e os titulares podem aproveitar para se vingar e estragar a vida aos avaliados…
17.º Numa primeira fase, os titulares não serão avaliados por ninguém (onde está a excelência?);
18.º Não vale a pena ter “excelente” ou “muito bom”, porque já não haverá vagas para titulares, quando nos for permitido tentar subir na carreira;
19.º Os resultados da avaliação dos alunos serão comparados entre disciplinas com competências totalmente diferentes. Por exemplo, ao comparar-se os resultados de Matemática com os de Educação Física, descobre-se facilmente qual o professor que sairá penalizado e terá de ir para o desemprego, se obtiver duas avaliações “Regulares”;
20.º Os professores serão avaliados pelo recurso às novas tecnologias e as escolas não têm projectores nem telas nas salas, as tomadas não funcionam, a electricidade desliga-se constantemente, nem há extensões suficientes!
21.º Os docentes serão avaliados pelas fichas formativas que forneçam aos alunos e só podem tirar fotocópias de testes de avaliação sumativa e, quando as escolas forem entregues às câmaras, nem a isso terão direito.
Estas são algumas situações reais, haverá muitas outras que eu desconheço. Só um louco pode achar isto positivo, a não ser que se queira destruir de vez com o ensino público, enviando todos os professores para o desemprego.
O que se conseguiu até agora com o novo modelo de avaliação:
a) Há um constrangimento entre os professores titulares e os “professorzecos”;
b) Não há diálogo entre os docentes, havendo um “ruidoso” silêncio sepulcral na sala de professores;
c) Não há partilha de materiais por causa da competição, pois as quotas, que ainda não foram publicadas, serão muito reduzidas;
d) Estão todos desmotivados;
e) Os professores estão a entrar na escola às 8 horas e 30 minutos e a saírem depois das 22 horas, sem que ninguém lhes pague horas extraordinárias, a analisar grelhas, indicadores e instrumentos de avaliação, como se estivessem a cavar a sua própria sepultura;
f) Não há tempo para preparar aulas, desenvolver estratégias diferenciadas, elaborar e corrigir testes.
Se nos aspectos que eu referi, houver algo que não seja correcto, agradeço que me provem o contrário pelo e-mail: salvarescola@gmail.com. É evidente que esta avaliação só terá efeitos em 2009, porque as injustiças e os processos em tribunal serão tantos que alguém acordará e mudará tudo outra vez, mas, até lá, seremos umas cobaias de algo que sabemos que foi feito por alguém que não conhece a realidade das escolas.
Sinceramente, digam-me se os professores conscientes não terão direito há indignação.
Gostava de poder explicar estes aspectos ao Primeiro-Ministro e propor um modelo de avaliação mais simples, justo e eficaz, mas ele não me recebe, porque não gosta de ouvir quem está no terreno e porque não sou militante socialista. Sou um reles “professorzeco”, como nos qualificou a Ministra, mas vindo dela só pode ser um elogio, porque eu sei desde muito novo que os Açores fazem parte da República Portuguesa.
Já que a melhor arma é a escrita vou escrever tanto até ser ouvido por quem possa salvar a Educação. Será que ainda há força para lutarmos unidos?
Março 5, 2008 at 12:30 am
A propósito do Ministro da Reforma Administrativa do Governo Guterres (foi do seu “brilhante crâneo” que surgiu grosso modo a “riforma” a que se assiste na administração pública) e actual líder parlamentar do Partido do Sócrates.
In Amocreve das Petas
Typos Lvsitanus: o chefe par(a)lamentar
Arrasta consigo uma freguesia ardente, amanuense ou não, ainda dos bons tempos do Quartier Latin à Porta Férrea (Coimbra me mata!). As alegres criaturas que lhe cobiçam o lugar (olhem o sr. Vitalino Canas a sorrir), invejam-lhe a barba, a pose, a voz e as medalhas. Porém, a historiografia é o seu infortúnio. É que noutros tempos, o chefe par(a)lamentar fez brejeirices anti-fascistas com os camaradas de luta. A ocasião era, evidentemente, dos românticos. E, o nosso typo par(a)lamentar deixou de praticar há anos, quando contraiu a doença da maturidade. Traz atestados de bom porte democrático e distribui-os diariamente aos indígenas. Quer homenagem! Um pedestal no Largo do Rato e estátua na aldeia que o viu nascer. Confuso, admira-se por os seus exercícios venatórios da mocidade lhe caírem aos pedaços entre os amigos, conhecidos, simples cidadãos. Há coisas que não se esquecem! Tomem nota.
Ontem, durante o debate par(a)lamentar, o chefe par(a)lamentar vestiu a sua bela farda de chefe par(a)lamentar para interpelar o senhor Presidente do Conselho de Ministros, sugerindo que sua Excelência enchesse a boca de promessas de obras públicas indígenas. O engenheiro, nada mouco, após considerar que estava perante uma sábia pergunta, não se fez rogado. E zás, perfumou a paróquia de estradas macadamizadas, avenidas à beira-mar, autoroutes ligeiras, trens de aluguer. Tudo isso acompanhado pelo olhar de rara cobiça do sr. Mário Lino.
Eis como está a garagem política nativa. Um must!
Março 5, 2008 at 12:44 am
Não vi as Regras do Jogo,
o que disseram sobre a avaliação? alguem me pode esclarecer.
O Barreto não perde tempo com os problemas dos profs, até acha que deviamos passar para as autarquias!
Março 5, 2008 at 1:19 am
A postura do Barreto faz-me lembrar alguém que “está fora” mas gostava de “estar dentro”. Mas não o chamam. Que maçada. Ele tem um feitio difícil. Consta. Pois.
Aquela de os professores do basico e secundario passarem a ser “geridos pelos presidentes de câmara” soa mesmo a-mais-um-artigo-dos-states (porque é bem ser saxónico).
Sugestão : Que tal propor ao Mariano Gago a ideia e começar primeiro com os professores do ensino universitário e na universidade onde lecciona?
Março 5, 2008 at 1:20 am
“da universidade” em vez de “na universidade”
Março 5, 2008 at 1:37 am
A intimidação começa a funcionar. Os principais membros de um movimento de professores sentem ruídos estranhos nos seus telemóveis e dificuldades de acesso aos seus computadores pessoais. Suspeitam de que estão a ser vigiados, provavelmente pelo SIS.
Se isto for verdade, trata-se de um gravíssimo atentado às liberdades garantidas pela Constituição e pela lei.
A utilização de métodos “pidescos” sobre cidadãos pacíficos apenas porque discordam das políticas governativas não pode acontecer num Estado Democrático. Portugal não é a Rússia.
Há que denunciar este escândalo.
Se este PROFGATE se confirmar, o PM e todos os responsáveis deviam demitir-se (se ainda lhes restasse um pingo de dignidade) ou ser demitidos pelo PR.
Apelo aos partidos da oposição e à parte sã que ainda resta no PS para solicitar uma investigação séria e rigorosa a esta situação.
Dia 8, já não se trata apenas de uma marcha da indignição. É também uma marcha pela LIBERDADE.
Março 5, 2008 at 3:24 am
genial
Março 5, 2008 at 8:43 pm
A Fatinha está muito sexy, uma sereia encantadora que não convence ninguém.
Bem apanhada Antero.