Boa tarde
Envio-lhe uma notícia de um jornal local sobre o “peditório” dos alunos / escola para computadores usados. Descanse que não é propriamente para o Paulo contribuir com alguma coisa . Apenas porque acho isto de uma enorme falta de senso, quando se abrem estes cursos e depois se colocam os alunos num jornal a actuar como “coitadinhos, somos pobres e não temos meios para aprender”.
Deveria ser a Escola a garantir estes e outros meios antes de abrir estes cursos, negociando nos bastidores com as empresas para garantir os meios necessários (que são apenas computadores usados!!)
Estas mostras de miserabilismo considero serem enormes tiros nos pés para as escolas e para os professores. Um meio-caminho andado para aquilo que aos poucos se avizinha.Não está em causa esta escola mas tão só a forma como muitas das escolas se deixam levar por este caminho da pedinchice.
Cumprimentos.
PD

É uma estratégia como qualquer outra. Se já conheci cursos de hotelaria e restauração aprovados pelo ME em que os alunos não não dispõem de qualquer equipamento específico da actividade, nem sequer existe verba para os adquirir, qual é a dúvida de se aprovarem CEF’s de Informática sem que a Escola tenha qualquer computador disponível?
Mas não esqueçamos algo essencial: estes projectos não podem avançar sem o aval do ME, sendo que a tutela até é muito atenta a todas as questões formais dos processos enviados para aprovação de funcionamento dos cursos (os dados biográficos dos alunos devem estar todos alinhadinhos, as manchas horárias devem estar todas definidas, os docentes devem enviar currículos e planificações, é necessária uma ladaínha para-eduquesa justificativa, etc, etc). Agora se existem os meios para implementar os cursos, népias.
Não me lembro de nos projectos que conheci de forma directa ou indirecta ser indispensável indicar os meios técnicos necesários para a concretização dos cursos. Pelo menos nos velhos 9ºs+1 essa exigência ainda existia e o PRODEP pagava (tarde…) alguns equipamentos.
Fevereiro 4, 2008 at 2:44 pm
Aqui está um belo exemplo de um curso concebido segundo a “óptica do aluno”, tão ao estilo do sistema educativo “exclusivamente direccionada para os alunos”, como alguns EE acham que deveria ser a escola ideal.
A “motivação” conta assim mais do que as aprendizagens reais, as saídas profissionais ou a própria viabilidade racional do curso.
O aluno-centrismo, o desenrascanço e o chico-espertismo constituem um coctail venenoso muito apreciado por vendilhões da escola e por amantes do faz-de-conta, desde que seja feito por amor aos jovens.
Num país onde os velhos são abandonados pelos filhos numa taxa cada vez maior e onde o Estado apresenta os idosos como os culpados pela falência da segurança social, esta palhaçada do aluno-centrismo só contribui para agravar o desprezo dos mais jovens pelos adultos e para minar ainda mais o que resta da autoridade.
Fevereiro 5, 2008 at 9:10 am
[…] post by Paulo Guinote and software by Elliott Back Posted by on Quinta-feira, Janeiro 1st, […]