E eu acredito que a blogosfera anda triste com ele: o Abrupto tornou-se um espaço feito a 80% pelos leitores que mandam fotografias, quantas vezes irrelevantes de qualquer ponto de vista. O resto são excertos do material produzido por JPP para o Público e a Sábado, poemas ocasionais que serão poucos a ler (basta ver o tempo médio de consulta do blogue) e textos a fazer à actual liderança do PSD o que ele criticou a Menezes ter feito a Marques Mendes.
Quando JPP escreve sobre a blogosfera, como faz hoje no Público, deveria ter em conta que ela melhorou bastante mais desde os seus inícios do que o próprio Abrupto. Porque aquele que foi um modelo de espaço de expressão individual na net, tornou-se apenas um tique rotineiro ao que parece para o autor e leitores (também é interessante reparar como as ligações de/para posts do blogue em causa são cada vez menores). O que é pena, em especial para mim que de cedo o admirei, embora o não tenha erguido como modelo.
Resta a frase final da longa crónica, onde se escreve:
Como também tenho um blogue, deixo aos leitores o julgamento do que se me aplica do que digo aqui.
Pois, o problema é que os leitores não têm uma página inteira de Público para dissertar sobre o assunto, nem sequer acesso a comentarem livremente o Abrupto. Ou mesmo de forma moderadamente livre, pois JPP só deixa passar as críticas, quase sempre dos mesmos autores, que se mantêm dentro das regras do seu gosto pessoal. E não esqueçamos que JPP não encara a blogosfera como uma rede em que todos podem comunicar entre si, mas como uma teia que deveria tger o Abrupto no centro, já que ele não comenta em lado nenhum e cada vez se abre para outros espaços.
Mas acredito que JPP tenha agora mais tempo para enriquecer os conteúdos do Abrupto e assim fazer subir, a pulso solitário, o valor da blogosfera nacional.
Dezembro 29, 2007 at 7:08 pm
Pois anda.
A blogosfera massificou-se com o que isso tem de bom e mau.Alastrou. E depois, tem razão o Paulo, nem todos podem escrever em jornais e em revistas ou aparecer como comentador na televisão.
As elites conectadas ou desconectadas não gostam.É um dos problemas das elites.
Paciência.
Dezembro 29, 2007 at 8:53 pm
Lindo! Excelente! É verdade, andamos tristes com ele! Mas não vamos perder a esperança! Obrigada! 😉
Dezembro 29, 2007 at 9:30 pm
Não tive oportunidade de ler o artigo do JPP no Público.
Mas de qualquer forma, se ele acha que há problemas na blogosfera também é culpado. Quer se queira quer não, o Abrupto influencia os restantes blogs. E até hoje ainda não vi o JPP a tentar influenciar a blogosfera de modo positivo. Incentivando o diálogo e a produção de conteúdos de qualidade por parte de todos os blogs.
Sobram as redes de blogs (TE, prt.sc e Planet Geek) e alguns blogs mais conhecidos para tentar que se mude para melhor.
Dezembro 29, 2007 at 11:41 pm
Tinha lido o artigo do Pacheco Pereira e gostei de encontrar aqui uma ‘resposta’ do Paulo. 😉
(Pelo Abrupto não passo há muitos meses)
Janeiro 7, 2008 at 10:05 am
[…] no Abrupto incomodou-me apartir do momento em que só conhecia o título. Não o posso esconder e fui sincero desde que comecei a ler as reacções (ainda não tinha lido o […]