Quem tiver espreitado a discussão que por aqui se gerou, perceberá que a certo ponto alguém se descaiu e revelou a mando de quem apareceu.

Já todos o sabíamos – acho que o próprio- mas assim é mais claro.

O comentador Portuga, a dado momento, esqueceu-se que fora enviado como agent provocateur e escorregou no seu próprio tapete, confessando que está a mando da Confap como uma espécie de meu stalker bloguístico.

Andou a perder tempo a pesquisar coisas sobre mim e terá chegado a estes resultados: a minha escrita online distribuída a cerca de 90% pelo Umbigo, umas colaborações por aqui e ali, uns artigos publicados em sites de investigação e nada que me associasse a qualquer malfeitoria ou nomenklatura estranha. Tinha sido mais fácil perguntar-me que eu teria feito o devido esclarecimento.

Por outro lado dá-se a uns remoques acerca da anterior presidente do CE da Confap e insinua que haverá qualquer alinhamento meu com essa tendência que foi defenestrada à força durante este ano. Se fizesse uma pesquisa no Google subordinado ao termo “Confap”, perceberia que uma das primeiras referências é um texto meu de há quatro meses sobre as lutas intestinas da organização, que acompanho com interesse há algum tempo.

Nesse percurso, o Portuga (que vamos imaginar não ser nenhum dos “Henriques” ou “M’s” ou “Albinos” ou “Bastos” ou “Mariasmães”) perdeu a hipótese de esclarecer alguns pontos interessantes como:

  • A Confap existe como representantes das Associações de Pais ou como estrutura dependente do Ministério da Educação, que a subsidia em mais de 93% do seu orçamento?
  • A Confap sobreviveria sem os subsídios trimestrais do Ministério da Educação?
  • Como é que uma Confederação não depende dos seus associados para existir (lembremos a polémica que atravessa a CIP e que tem um dos pontos na parcela de financiamento interno com que as empresas de construção civil contribuem para a sua estrutura representativa) e se gaba de serem essas Federações a dela dependerem?
  • Como se compreende que de um universo de milhares de estabelecimentos de ensino onde existem pais e Associações de Pais, a Confap tenha os seus órgãos dirigentes eleitos por menos de uma centena de eleitores, tendo esse número diminuído para menos de metade em relação a eleições anteriores?
  • O seu actual presidente poderia andar em digressão pelo país – em regime de “voluntariado”, mas com tudo pago pelo que se percebe nas contas da Confap – sem o patrocínio das verbas do Gabinete da ME?
  • Porque o balanço e contas relativo ao exercício do anterior mandato do seu actual Presidente, foi aprovado por uma minoria dos votantes presentes (65 em 136, com as abstenções a serem 68) e o relatório do Conselho Fiscal ainda mereceu menor confiança (está tudo aqui)?
  • Já agora, e por agora, porque foi que o Presidente do CE da Confap escreveu em comentário neste blogue que “não concordo com o que dizem , mas lutarei até à morte para que possam dizê-lo” (atribuindo a frase erradamente a Churchill, sendo que é uma citação apócrifa que um biógrafo colocou na boca de Voltaire), se depois se percebe que existe um enorme desconforto perante a simples crítica pública de certos aspectos do funcionamento da Confap, sendo essa crítica escorada em documentos da própria organização e num protocolo oficial?
  • E, para finalizar, porque afirmou o cidadão Albino Almeida isto, quando publiquei o dito protocolo quase uma semana depois de ele ter assegurado que o incluiria nos documentos online da Confap?

Nada me move contra o Movimento Associativo de Pais em Portugal. Gostaria que ele fosse forte, activo, crítico, interventivo, incómodo, mas já agora independente e autónomo. Que a sua estrutura representativa reconhecida como parceiro pelo ME emanasse dos seus associados e não fosse uma superestrutura artificial cujo financiamento depende de relatórios de actividades entregues para aprovação na 5 de Outubro.

Isto são factos. Não são opiniões.

Se é motivo para andarem atrás de mim, tudo bem. Mas já pensaram que estão a dar demasiado nas vistas? É que em Novembro o movimento global do Umbigo vai chegar perto das 70.000 entradas. São muitos olhos. E podem existir alguns ligados a cérebros bem mais lúcidos e informados que o meu.

Eu, com toda a sinceridade, em vez de enveredar pela vendetta pessoal, provavelmente tentaria que a coisa passasse despercebida. Assim só vai aumentar o ruído.

Por mim, não tenho nada a temer e gosto de uma boa discussão, se possível com ideias lá dentro, como escrevi algures e o Portuga insiste em citar nos seus comentários.