É a medida da dependência da Confap em relação ao ME no ano de 2006. Graças ao acesso às contas da organização (disponíveis em ficheiro de 8Mb no Umbigo ao Quadrado) podem constatar-se coisas que até ao momento não imaginava, pois duplicam as transferências conhecidas do ME para a Confap.
São quatro transferências trimestrais que atingem os 154.870 € num total de 166.172,71 € de receitas. As quotizações são residuais (1.302 €), assim como o resto dos dividendos (ver p. 15 do docuemnto).
Ou seja, a Confap existe porque o ME quer que exista. Deixada a si definharia por falta de oxigénio para viver. Tudo o que é feito pelos seus representantes é directamente pago pelo ME e pelos contribuintes portugueses.
Se isto é a tão glosada “sociedade civil” que o Estado pretende ter a seu lado como “parceira” de negociações, deixem-me rir.
Portanto, não há que ter ilusões. A Confap bem poderia surgir no organograma do ME, que o seu funcionamento seria pouco diferente.
Por isso mesmo há todo o direito de colocarmos em causa o voluntariado em que tudo isto assenta. E a linha de acção e intervenção nos debates sobre políticas educativas. Porque a Confap não depende dos seus associados para viver. É uma superestrutura que vive das verbas do Orçamento.
E, como hoje discutíamos lá pela minha Escola, incitar os sindicatos para que nunca se deixem cair em situações deste tipo, porque a independência conquista-se. E eu prefiro dar 25 euros mensais para uma organização sindical autónoma de quaisquer poderes exógenos do que dar 5 para uma organização que dependa de subsídios estatais ou fundos comunitários. O que acontece(u) com alguns daqueles micro-sindicatos que sabemos que existem para fazer número. Se fizermos uma cronologia da sua fundação certamente ficaremos bem elucidados dos contextos do seu nascimento.
Para quase finalizar, quero sublinhar que nada me move contra o Movimento Associativo de Pais. Pelo contrário. Gostaria dele forte e com uma voz própria. Mas isto é toda uma outra coisa.
Para mesmo finalizar, gostaria que este tipo de trabalho de questionamento e investigação – ajudado, como é óbvio, por fontes que pediram reserva de identidade – fosse feito por quem de direito, ou seja, a imprensa que quer ser de referência neste país.
Porque eu faço isto sem rede, sem qualquer rectaguarda institucional e dando aos visados todo o direito de responderem e esclarecerem o que acharem estar errado ou mal interpretado. O que pode ter custos nos tempos que correm. Porque eu não tenho propriamente muitos gabinetes de advogados nas minhas relações mais próximas.
Novembro 21, 2007 at 10:05 pm
31 mil contos!! Para estes números prefiro a moeda antiga. 31 MIL contos!!!!
Não me venham com tretas dizendo que isto e aquilo e mais o outro. Isto é um perfeito circo montado e alguém anda a comer à minha custa. Cada vez são mais. E para além de comerem à minha custa, ainda apoiam quem me quer lixar a vida. Para quê? Para poderem continuar a mamar na teta do Estado e dos nossos impostos.
Novembro 21, 2007 at 10:31 pm
Aí está! Excelente trabalho!
Tenho muita pena em voltar a dizer o mesmo… O estado paternalista que temos é tão salazarento como o do próprio!
Não me venham com a treta do 25 de Abril, porque essa história é de …encantar.
Quanto ao estado português, serve apenas para tornar realidade o sonho dos candidatos a sanguessugas! O caso da confap é apenas mais um.
E os sindicatos criados sob a protecção divina do pai estado? Esses sindicatos sempre assinaram tudo de cruz… Cavaco Silva utilizou esse método tão à portuguesa 🙂
Quer se queira quer não, quer se goste quer não, a sociedade portuguesa, por culpa do estado, continua exactamente como há 40 anos. O estado não permitiu nem permite que a sociedade se liberte das suas amarras.
Basta dizer que é o estado que garante a educação para a cidadania, para a prevenção rodoviária, para a saúde, para o sexo, para a ecologia, para ………….. agora até estoura dinheiro na educação parental!!!!!!!!!!!!!
Se o estado faz tudo isto, está a transmitir à sociedade que não se devem preocupar com a educação dos descendentes porque, o estado o fará por decreto 🙂
E de quatro em quatro anos as elites dão a oportunidade ao povo de escolher um entre os dois previamente escolhidos por eles!!!
Como diz o outro, a democracia em Portugal aparece uma vez em cada quatro anos.
Temos, todos, que nos levantar da letargia, do deixa andar, do que se lixem os políticos, do pensar na minha vidinha e dizer BASTA!!! Basta, basta, basta!
Mas quem é que manda num país? O estado, ou a sociedade?
Nas próximas eleições, proponho que todos nos levantemos bem cedo, utilizemos as vestes mais negras que tivermos em casa e coloquemos o boletim em BRANCO na urna! Quando fecharem as urnas, proponho que todos nos levantemos e nos dirijamos todos, vestidos de negro, até às sedes dos dois principais partidos e ali fiquemos no mais absoluto silêncio até ouvirmos os habituais discursos de vitória de uns e de outros. Sim, porque é óbvio que num estado como este ganham sempre os dois principais partidos, porque tachos é coisa que não falta! E, depois dos discursos, regressemos em casa no mais absoluto silêncio.
Resumindo: chega de lamurias, é necessário acção.
Novembro 21, 2007 at 10:37 pm
Que situação… Alguém disse «democracia»???
Na minha escola sempre tive a melhor impressão dos representantes das Associações de Pais com assento em pedagógico e nenhum tomou, ao longo de quase duas décadas, posições nem de perto «confapianas», a atitude sempre foi a de útil e pronta colaboração e não de contenda relativamente aos professores. Admito que possa haver colegas com experiências diversas, mas foi esta a minha. Quanto a esta confederação e com os factos que o Paulo conseguiu apurar, tudo se torna mais claro.
Novembro 21, 2007 at 10:37 pm
Dizia o Paulo que as transferências detectadas eram inferiores.Antes fossem. Aplicaram a correcção monetária e ainda lhes deram mais uns quinze mil euritos. Deve ter sido por causa dos aumentos da gasolina.
Entre isto e a notícia do João Pedroso pende o nosso dinheiro.
Novembro 21, 2007 at 10:57 pm
Que impostura!
Obrigada PG
Novembro 21, 2007 at 10:58 pm
Devo reconhecer que o terreno não só está armadilhado como é aos sss.Todavia penso que não devemos generalizar em relação aos Encarregados de Educação, que também somos em relação aos nossos educandos. Acho prudente e faço minhas as palavras da Maria A como acho altamente elogioso e serviço público o que o Paulo Guinote está a fazer.
Seguindo a linha de acção proposta pelo Kimlovsky proponho,em vez das roupas negras, brancas; da assistência aos discursos que nos filiemos nas Associações de Encarregados de Educação das escolas que os nossos filhos frequentam e de forma activa mudemos este estado de coisas e aí não votemos em branco.
Votar em branco talvez sim mas em 2009. Para já acção de mudanças no movimento associativo de encarregados de educação.
Novembro 21, 2007 at 11:09 pm
Meus amigos, o que isto prova é que as Associações de Pais no terreno são uma coisa e a Confap é outra.
Muitas AP’s lutam o que podem por funcionar e a Confap nega-lhes apoio dizendo que as transferências do ME são só para o seu funcionamento.
Em alguns caos empresta dinheiro a Federações, o que dá burburinho em outras.
Tanto que haveria por investigar nesta área.
Embora eu tenha esperança que algo transpire daqui para os jornais.
Se necessário contactarei aqueles que, em outras alturas, me contactaram a propósito de outras questões.
Mesmo sabendo que este é terreno indesejado.
Novembro 21, 2007 at 11:19 pm
Seria importante conseguir que a questão do protocolo ultrapassasse as fronteiras deste blog.
Novembro 21, 2007 at 11:22 pm
VOTAR EM BRANCO? Vamos a isso..já há alguns anos que penso fazê-lo e faço-o! Perdi a paciência e naturalmente todo este ATAQUE E INJÚRIA feito à classe docente foi a gota de água! A partir deste momento quem quiser bolota (votos) que trepe!
Só os parvos é que votam!
O país tornou-se um esgoto, de democracia nada tem!
Novembro 22, 2007 at 12:55 am
Afinal, a Confap até é um grupo de pressão, só que funciona em sentido contrário!…
Novembro 22, 2007 at 1:20 am
Não tenho ouvido notícias.
Mas há pouco, passando pela Sic, ouvi que numa escola, um grupo de alunos de uma turma “especial do 5º ou 6º ano” “brincava” àquele jogo de formarem 2 colunas para darem “calduços” nos que passam.
Segundo percebi, porque acordei de repente, uma professora , ao passar, terá levado com um desses “calduços”. Ao que parece, ripostou com uma estalada na aluna.
Na entrevista, a aluna(adolescente) afirmou não estar arrependida e que iria participar da professora. A Encarregada de Educação afirmou que foi a professora que tinha batido na filha e que esta (a filha),lhe devia ter dado mais “porrada”.
Perdi o sono.
E não encontro palavras para comentar.
Eu sinto que estou sentada num barril de pólvora. E a coisa vai explodir.
Na escola e em todo o lado.
Novembro 22, 2007 at 1:34 am
Voto em BRANCO?
Nunca! Jamé!
NULOS, talvez.
No tempo de Salazar os mortos votavam.
Os BRANCOS, assim, tão limpinhos podem, sei lá….
Novembro 22, 2007 at 9:01 am
Eu sou mais pela hipótese de impedir seja quem for de usar o meu voto.
A abstenção também é um direito que me assiste.
A menos que…
😛
Novembro 22, 2007 at 10:50 am
A democracia portuguesa já não existe, se é que alguma vez existiu, o país está nas mãos de uma pseudo-elite falsa e manipuladora, que já está na fase de perda total de pudor. Agem às claras e em total despeito pelos eleitores, com o objectivo de se perpectuarem no poder e de resolverem a vidinha deles e a dos mais chegados.
A investida contra os professores ainda está no início e quando estes se aperceberem da tempestade, já não terão colete salva vidas!Resta-nos este excelente exercício de catarse! Obrigada Paulo!
Novembro 22, 2007 at 11:02 am
Desculpem, quis dizer desrespeito e não despeito!
Como professora contratada, e às vezes desempregada, confesso que me sinto até melhor do que há uns tempos atrás…Pelo menos, ao exercer o meu direito de opinião e ao manifestar livremente o meu pensamento, não corro o risco de perder o que não tenho!Vejo no olhar e nas atitudes dos meus colegas o medo do poder oculto, o medo da avaliação, o medo da perda do posto de trabalho, o medo da flexinsegurança! Os professores estão com medo e ninguém é livre quando se sente amedrontado! O pior é que ainda não compreenderam que o medo acabará por os conduzir onde não querem ir!
Novembro 22, 2007 at 11:21 am
O medo, a insegurança e a correspondente subserviência fertilizam o terreno de onde brota a tirania!
Novembro 22, 2007 at 1:53 pm
Comprova-se pelos dados apresentados pelo Paulo o que era até agora senso comum: o governo mexe-se e ataca por ataques dessimulados. Este apoio (e outros que existem mas dificilmente se provam) permite que se contorne as restrições democráticas a uma postura autoritária e persucotória por parte do governo PS, permitindo que a opinião pública seja moldada pela “voz do povo” controlado por algumas organizações ditas “independentes”.
Quanto aos sindicatos, se queremos que sejam o mais independentes possível, temos realmente de os apoiar. Quantos de nós (esta é para ti Paulo) somos sócios e pagamos a quotização sindical (qualquer ele que seja)? Não adianta reclamar dos subsídios recebidos, quando nos recusamos a apoiar quem nos defende!
Novembro 22, 2007 at 2:28 pm
Aí estão eles! Eu já estava admirado.
Os abutres começam a esvoaçar e a rondar atentamente o comportamento das vítimas enfraquecidas…
Novembro 22, 2007 at 4:09 pm
Nem branco, nem abstenção. Já pensaram em anular o voto? Vai-se votar, que é para ninguém dizer que não nos preocupamos, não se deixa o boletim em branco, que sabe-se lá o que fazem com ele depois, anula-se. Um milhãozito de votos nulos já dava que pnsar, ou não?
Novembro 22, 2007 at 5:05 pm
Sou pelo voto nulo também. É na mesa de voto que se ouve a voz do povo! Assim , não falto e ponho lá a minha vozita , nem que seja pra dizer que não gosto destes políticos e que quero outros. Haveria que inventar um slogan, e escreve-lo, aos milhares, nos boletins de voto. Aí, talvez, lhes desse que pensar!
Novembro 22, 2007 at 5:29 pm
H5n1, não percebi o seu comentário e dado que foi a seguir ao meu, importa-se de me esclarecer?
Novembro 22, 2007 at 6:14 pm
Eu acho que era mesmo contigo e quase percebo onde ele queria chegar, mas não me vou substituir a respostas alheias.
Mas no meu caso ( 😀 ) eu recordar-te-ia o que me aconselhaste por alturas das eleições na Fenprof e para o SPGL.
Lembras-te?
Novembro 22, 2007 at 7:14 pm
Não sei se me dirija ao Tico ou ao Teco.
Em relação ao Teco parece que já não vale a pena.
Quanto ao Tico, asilado em Cuba, presumo que deva ser o legítimo representante do próprio JP, tal como na cartilha política da sociedade do espectáculo, Mário Nogueira certamente defende toda a classe dos docentes.
Pela mesma ordem de razões, poderemos concluir que Sócrates representa todos os portugueses e que portanto tem toda a legitimidade para prosseguir a sua política até novas eleições.
A minha dúvida prende-se com o seguinte: se os sindicatos colaboraram politicamente ao longo de 30 anos para que se chegasse à situação que se vive actualmente na Educação, porque é que ainda mereceriam algum crédito, da parte daqueles que estão a ser vítimas do actual desvario conjugal Sindicatos-ME, agora em fase de separação litigiosa ?
Será que o mundo não evolui e a sociedade não é capaz de retomar o espaço público nas suas próprias mãos, estando condenada a ser eternamente pastoreada pela Nomenklatura ?
Novembro 22, 2007 at 10:02 pm
Um grupo mais ou menos organizado, que nem é demasiado grande, consegue submeter as bases do Partido Socialista, aproveitar a falta de jeito de Pedro Santana Lopes (que já havia conseguido calar as bases do PSD) e colocar do seu lado toda a pesada maquinaria dos media nacionais, verter em decretos-lei as pretensões confessadas e as inconfessáveis da OCDE e dos burocratas da Comissão Europeia, render homenagem aos bonhommes da praça, aviltar funcionários públicos, militares, juízes, professores, polícias e por aí fora.
Por muito virtuosa que seja a acção individual, não concebo qualquer hipótese de pôr cobro aos desmandos sem alguma linha de concertação. Aqui é que bate o ponto: as organizações podem ter mazelas, mas só uma qualquer forma de organização pode fazer frente a outra forma de organização. Quem pauta o seu comportamento pelo ataque sistemático à ineficácia das organizações existentes, ganha o ónus de começar a organizar outra, que se mostre mais eficaz. De outro modo, o que fica? Apenas a proximidade do campo com os restantes adversários das organizações criticadas, pese embora as eventuais divergências de discurso.
Novembro 22, 2007 at 10:18 pm
Já pensaram numa “ORDEM DE PROFESSORES”?
Os sindicatos quer se quera quer não está cheio ce “rousseauzinhos”!
Novembro 22, 2007 at 10:24 pm
AF está equivocado
As organizações, tal como estão, SÃO EFICAZES, mas na direcção da conservação do biopoder, na perspectiva da continuação da exploração, da humilhação e da destruição da sanidade mental da espécie humana.
A ambivalência e a construção de tribos paranóicas, fixadas na ideia totalitária da inclusão, conduz àquilo a que Castoriadis chama de “pretensão de tornar o mundo e a vida coerentes (com sentido), considerando-se em perigo mortal a partir do momento em que se pode fornecer a prova de que existem outras maneiras de tornar o mundo coerente e com sentido”.
“Pode a existência do Outro enquanto tal pôr-me em perigo ? Pode, sob a condição de que no mais fundo da fortaleza egocentrada uma voz repita, ténue mas incansavelmente: as nossas muralhas são de plástico, a nossa acrópole de cartão”.
Novembro 22, 2007 at 10:36 pm
ARousseau, eu acho que essa ordem seria óptima, caso contrário o poder instituído não andasse a tentar caçar exactamente essas organizações intermédias, apelidadas de “corporativas” (por vezes sendo-o) porque as encara como um obstáculo ao exercício da sua autoridade sobre os indivíduos que se pretendem atomizados ou enquadrados em Confap’s domesticadas.
Novembro 22, 2007 at 10:51 pm
Ao contrário do outro, António Ferrão engana-se e de nada se envergonha.
No quadro descrito fica por explicar:
1) porque ataca o governo os sindicatos.
2) porque razão tanta sanha não é acompanhada da proposta de uma organização depurada de todos os males enunciados (o tal ónus).
Novembro 23, 2007 at 8:43 am
“ Minha mão está suja.
Preciso cortá-la.
Não adianta lavar.
A água está podre.
Nem ensaboar.
O sabão é ruim.
A mão está suja,
suja há muitos anos”.
1) O governo não ataca os sindicatos, apenas os reduz à sua insignificância de adornos inúteis, porque neste momento dificultam o equilíbrio do Orçamento de Estado. Não porque sejam hostis ou perigosos, mas apenas porque de momento são inestéticos, tal como uma borbulha que se espreme e depois volta a crescer.
2) Já despi a capa de Profeta e não me reconheço como ovelha de nenhum Sacerdote de Novos Nundos, uma vez que já arrumei o marxismo-leninismo juntamente com a tenda da Harmonia Terrestre no baú do Circo Adolescente.
3) De momento comporto-me como um cidadão autónomo que intervém no fórum público, quando isso se justifica, afastado do espectáculo de miséria intelectual e de podridão humana que floresce nas organizações político-financeiras e mafiosas do país.
Novembro 23, 2007 at 8:58 am
só uma qualquer forma de organização pode fazer frente a outra forma de organização
Novembro 23, 2007 at 9:17 am
Já tinha saudades de vos ler assim em ping-pong.
😉
Novembro 23, 2007 at 9:46 am
Lá está o Ferrão a confundir as leis da física com as do social ou da “humanidade”.
“Uma qualquer forma de organização” até pode nem parecer nada de semelhante ao que já conhecemos. Por isso, aguardemos que a espécie humana evolua, social, biologica e politicamente para outros patamares que ainda não vislumbramos da nossa pequenez e finitude na Terra.
Até lá resta-nos argumentar com palavras ou com massacres, com a liberdade ou com o Gulag.
Novembro 23, 2007 at 10:44 am
Paulo, a minha resposta ao teu caso só pode ser uma : “Assim prega Frei Tomás, faz como ele diz, não faças como ele faz”!
Não podes argumentar que queres sindicatos fortes e autónomos, considerando até o exemplo que dás das contribuições monetárias,”…E eu prefiro dar 25 euros mensais para uma organização sindical autónoma de quaisquer poderes exógenos do que dar 5 para uma organização que dependa de subsídios estatais ou fundos comunitários…”, se na prática não os apoias. A estrutura sindical existe para defesa de toda a classe profissional, mas caramba, não neguem que sem apoio nenhuma instituição sobrevive.
Quanto ao h5n1, pode acompanhar o abutre e ir bicar para outra freguesia. Aqui o Tico e o Teco estão muito bem obrigado, seja em Cuba ou Alentejo. Criticar de fora e com garganta cheia todos conseguem, até porque de críticos e treinadores de bancada está este Portugal bem cheio ( e de anti-comunistas primários também). Sim realmente Sócrates é meu representante político apesar de não ter votado nele, e me democracia participada assim o tenho de aceitar. Mas aceitar não significa engolir todos os sapos que me querem impingir. Meu caro h5n1, está enganado. A legitimidade de Sócrates nas suas decisões políticas e governamentais apenas o é enquanto o programa eleitoral for cumprido. Após o incumprimento, o povo eleitor tem todo o direito de questionar o rumo da nação.
Concordo com António Ferrão, as organizações por mais pequenas que sejam, têm mais peso (nem que seja argumentativo) que os indivíduos. A não ser que os indivíduos pertençam à AL-Qaeda, aí têm todo o peso que quiserem. 😉
Novembro 23, 2007 at 12:49 pm
João,
Acho que não te lembras mesmo do conselho que me deste, pois só assim percebo a tua resposta.
Porque se calhar eu apoio mais do que muitos sindicalizados.
Novembro 23, 2007 at 3:11 pm
JP
O que é isso de criticar “de fora”???
Noutro local já alertei para as tribos constituídas por indivíduos paranóicos que querem incluir todos à força num qualquer projecto messiânico de um Mundo Novo.
Evidentemente que haverá sempre os “reaccionários”, “impuros”, “infiéis”, “anti-comunistas” e outros desbocados e excluídos, que não compreendem o Bem que lhes querem fazer, a precisarem de campos de reeducação ou de alívio das suas “vidas que não merecem ser vividas” (ver a este propósito a fundamentação científica, tecno-biológica da política de extermínio nazi).
O Sócrates não segue a política anunciada ??? Mas o Nogueira parece que segue e seguirá, sem qualquer ponta de interrogação, o desígnio da classe docente, mesmo em relação à imensa maioria dos que não se revêem nesse ícone moderno dos Ticos órfãos.
Enfim, cada um é livre de escolher a canga organizacional que mais lhe aprouver.
Entretanto vou gargarejar com Betadine porque já tenho a garganta infectada, deve ser com o vírus “anti-comunista primário”…
Novembro 23, 2007 at 3:54 pm
Paulo,
Lembro-me da resposta, sim…mas dava mais jeito ir por este “caminho revolucionário da luta partidária, pá”… 🙂
Quanto a si h5n1, com todo o respeito que me merece nestas discussões político-sociológicas (que aprecio e tenho presenciado poucas), parece-me que está mais interessado em criticar a oposição e salvaguardar a sua posição individualista.
Enquadrar os sindicatos e partidos políticos como “…tribos constituídas por indivíduos paranóicos …” é redutor da sua função e peso na organização social em que estamos inseridos. Não concorda com as posições tomadas? É de seu direito. Não pode no entanto esperar que quem participa nesses movimentos partilhe das suas ideias sem retorquir. E já agora, se partilha da opinião de Sócrates que tudo o que é manifestação e oposição “de rua” é movimentado pelo PCP, desengana-se. Nogueira é autónomo nas suas posições sindicais, que têm reflectido apenas a sua linha de acção quando era dirigente do SPZC. Mas tem toda a razão, cada um escolhe a sua “..canga organizacional…”, uns sozinhos outros acompanhados. Respondendo à sua questão, a sociedade não evolui não por mérito próprio, apenas porque não é vantajoso a sua evolução. Somos carneiros que tendem a seguir um determinado dogma, seja ideológico ou espiritual, porque para tal fomos condicionados. Ou acredita que o seu individualismo (autonomia, como lhe chama) é original?
Novembro 23, 2007 at 6:56 pm
A organização é necessária. Até mesmo para permitir que duas pessoas se encontrem num café. Por duas vezes espevitei Paulo Guinote para uma Super Bock, no Barreiro para facilitar. Um vez em comentário no Umbigo, outra por mail: porém nada aconteceu. Porquê? – Por falta de organização. Ou será antes canga organizacional, projecto messiânico de um Mundo Novo, tenda da Harmonia Terrestre no baú do Circo Adolescente, sei lá já. Chame-se o que se quiser, sem ela, nickles batatikles (os kk’s são para não destoar do neologista que inovou o vocabulário recentemente).
Novembro 23, 2007 at 7:36 pm
Amigo Ferrão,
Eu ando com uma canga laboral que não digo nada.
Mas se puder ser, proponho desde já a próxima 4ª ou 5ª feira, pela hora do almoço, e por isso entendo algo como um espaço do meio dia e pouco até às 2, se não me espetarem com mais reuniões (é que esta semana foram 7!!!).
Novembro 23, 2007 at 7:53 pm
SPRC, João Pires…
Novembro 23, 2007 at 8:08 pm
Nutro alguma simpatia por Sócrates, mas apenas por aquele que viveu há 2500 anos.
Quanto à critica das organizações remeto para as palavras de Castoriadis:
“Representam formas novas, autónomas, de organização colectiva? Instaura-se nelas um OUTRO TIPO de relação entre as pessoas e a sua organização colectiva, fazendo com que as pessoas EFECTIVAMENTE a controlem” ?
“É esse o critério essencial. Não condenamos o Partido Comunista, ou qualquer outra organização burocrática, pelo facto de ser uma instituição, mas por ser um instituição BUROCRÁTICA, uma vez que essa instituição, na sua forma, na sua estrutura, na sua organização, na sua ideologia, é necessariamente heterónoma, alienada e alienante, opressiva para os seus membros e para os outros”.
Novembro 23, 2007 at 9:34 pm
Uma organização é necessariamente apenas aquilo que os seus elementos queiram que seja. É certo que a maior parte de nós – eu incluido – não estão em nenhuma organização extra-laboral, porém, mesmo estando fora, não implica aceitar de tudo o que é voz corrente sobre as organizações em geral.
Quanto a cartilhas, prefiro a alemã à grega. Questão de gosto pessoal, meu caro H5n1. Mas respeito as suas opções.
Paulo Guinote: ao meio dia de quarta-feira com segunda convocatória, caso não se verifique quorum, passadas 24 horas.
Novembro 23, 2007 at 9:38 pm
Registado.
Seguiu confirmação da disponibilidade por mail e depois o nº de tm para acertar detalhes.
Novembro 23, 2007 at 10:11 pm
Acknowledged.
Novembro 24, 2007 at 1:57 am
Acho que dos 93,2% já se vai por aqui a 200… enfim, coisas.
Novembro 30, 2007 at 9:38 am
[…] A Confap existe como representantes das Associações de Pais ou como estrutura dependente do Ministério da Educação, que a subsidia em mais de 93% do seu orçamento? […]
Janeiro 5, 2009 at 7:10 pm
[…] Protagonistas O homem da Educação Integrada, mas ainda vazia, surgiu em defesa dos 93% do orçamento, desculpem, da sua dama, desculpem, do seu Ministério: O presidente da Confederação Nacional das […]
Abril 20, 2009 at 9:15 pm
[…] parece nunca ter percebido este post que eu mantive no […]