Ainda da inenarrável e absolutamente caricata entrevista ao Correio da Manhã de MLR, que termina desta forma esplendorosa:
Como é que as escolas podem obter receitas?
Em muitas escolas os pavilhões são alugados e os espaços de convívio também para baptizados e casamentos. Muitas escolas têm as suas lojas de conveniência para os estudantes, mas não há muita racionalidade nestes negócios.O que é que pode mudar?
Há a possibilidade de desenvolver esses negócios de forma mais harmonizada, para que as escolas, mas sobretudo os alunos e as suas famílias, possam tirar proveito. A ideia é que a valorização desses espaços possa ter como objectivo a qualidade dos serviços. As escolas mandam fazer t-shirts que dão aos alunos com marcas, sem nenhuma harmonização e a qualidade não é a primeira preocupação. O mesmo em relação aos produtos de papelaria, caderninhos, mochilas, tudo isso são áreas de negócio. Podíamos não apenas harmonizar a imagem mas também a qualidade dos produtos que são fornecidos e a preços aceitáveis, com tabelas. Uma t-shirt tanto pode ser vendida a trinta euros como a dez euros, não há nenhuma orientação.
Ou seja, o novo modelo de gestão das escolas a salvação do financiamento do sistema educativo e o dinheiro para fazer as reparações sempre pode vir de meter os alunos a vender t-shirts junto ao portão (para quando a legalização da venda dos telemóveis roubados?) ou a alugar os pavilhões para casamentos e baptizados (!!!!), embora eu ache que é mais rentável alugá-los para eventos de igrejas evangélicas, pois ainda se pode ganhar qualquer tipo de milagre como bónus em cima do cheque do aluguer.
Já agora para quando bombas de gasolina nas zonas de recreio junto às estradas, com umas lojas de conveniências abertas tipo seven-eleven? Ou alugar as salas à noite como quartos de motel para estadias transitórias? O pequeno-almoço e almoço seriam servidos no bar, no caso de meia-pensão.
Só falha um detalhe: parece que MLR desconhece o facto básico de estes espaços como a cantina, o bar, a papelaria, etc oficialmente não poderem gerar lucros e os saldos de caixa positivos terem sempre de ser utilizados/reinvestidos nesses mesmos serviços. A menos que MLR tenha aprovado nova legislação a esse propósito, a sua sugestão é, até prova em contrário, ilegal e ao que sei até passível de procedimento disciplinar sobre os responsáveis pela utilização não regulamentar de tais verbas.
Mas uma Ministra não pode saber tudo, não é? Basta-lhe ter umas ideias assim em forma de coiso.
Fevereiro 28, 2007 at 10:32 pm
Já há muitos dias que não ria com tanta vontade,Paulo!!!…
Esta senhora é uma anedota.
Fevereiro 28, 2007 at 11:18 pm
Mas se MLR nem sabe que as leis nos Açores são as mesmas do continente…
Março 1, 2007 at 12:33 am
Eu sinceramente acho que estas declarações conseguem bater, quase por KO, tudo o que o Antero Valério pudesse imaginar como cartoon.
Março 1, 2007 at 12:38 am
Será que a “coisa” se referia também ao papel higiénico das Escolas?
Ainda lhe passa pela cabeça uniformizar o grau de dureza do mesmo.
E até poderia ser um negócio para ajudar ao equilíbrio do défice da Educação. No estado em que isto vai ficar, não deixa de ser comparável. Escatologicamente falando.
Ensandeceu, coitadinha.
Esta tirada da “”””senhora”””” “””Ministra””” deve dar um belo cartoon do Anterozóide.
Março 1, 2007 at 1:23 am
Isto não é anedota? A senhora disse mesmo isto? A sério?
Março 1, 2007 at 1:38 am
Tenho uma ideia perversa para rentabilizar os espaços escolares: abrir neles umas sex-shops. Pode-se pedir ao Antero (como ele é meu colega de escola até lhe posso sugerir pessoalmente) que ele desenhe a ministra em poses menos convenientes (a exemplo daquele desenho de nudez comprometedora que ele já fez) e vender essas imagens estampadas em t-shirts. O sucesso financeiro é garantido! E, de caminho, aproveita-se para se fazer a tal educação sexual às criancinhas, sempre prometida e nunca concretizada.
Março 1, 2007 at 2:53 am
Nós sorrimos com esta entrevista.
A “opinião pública” vai considerá-la normal e aplaudir. Têm dúvidas?
Março 1, 2007 at 8:46 am
Eu começo a ter dúvidas, porque os EE menos desligados sabem bem que há coisas que não se podem – nem devem – fazer nas Escolas. Aliás eles são dos primeiros a levantar on«bstáculos a muitas iniciativas de “flexibilização” no funcionamento das escolas.
Março 1, 2007 at 11:55 am
Esta entrevista é má de mais para ser verdade. A senhora conhece o despacho de há 2 anos a dizer às escolas que as receitas próprias seriam descontadas no orçamento do ano seguinte? Qual a motivação das escolas para arranjar receitas extraordinárias?
Março 1, 2007 at 7:57 pm
A querida senhora está um pouco distraída… Qual dos serviços ou dos SECRETÁRIOS DE ESTADO terá preparado os materiais para a entrevista? 😉
Março 2, 2007 at 2:42 am
Contradições da inquilina do 13º,iliterata não só no que à educação diz respeito, mas também sobre a legislação que a sua própria casa produz, e que já só tem duques e manilhas secas para atirar para a opinião pública
Vender tshirts?… e porque não bustos da milu?… ou cromos autografados do “trio merdilhas”? – realmente já só nos falta montar banca à porta das escolas!!! De resto, já fazemos de tudo um pouco.
Alugar pavilhões para baptizados e casamentos também é uma boa ideia … a chatice é se nos aparece um casamento de ciganos e lá se vai uma semanita de aulas ao ar… Paciência! Tudo em nome do lucro!
Só que eu tenho um problema. Um problema mesmo muito grande, porque bem prega Soror Milu, mas…
Eu explico (transcrição de parte de uma carta que enviei para o parlamento):
O Estado e os seus maus gastos!!!!
Maus gastos do Estado … mas nestes “pormenores” não mexem … iriam estragar os “negócios” a várias “capelinhas” e aos “padres” dessas capelinhas!!!!
O Estado gasta mal porque quer!!! e não pede satisfações a quem o faz ou a quem legisla de modo a que esses gastos sejam feitos.
Eis um exemplo prático de gastos escusados e, que para além do gasto, não permite o “fazer dinheiro.
Na minha escola, tal como em todas as escolas em que foram construídos (em regime de parceria tri-partida – ME, CMs e IND), os “pavilhões desportivos 2000”; a gestão destes pavilhões foi entregue a empresas camarárias, quase todas constituídas para o efeito nessa altura (porquê!!!!! Jobs for the boys?) – no nosso caso a empresa chama-se “Oeiras Viva” – empresa camarária direccionada para a gestão do complexo desportivo do concelho e para os seus eventos.
Os Pavilhões foram, há muito, entregues às diferentes DREs mas a sua gestão continuou a ser da competência das ditas empresas.
As escolas, para as suas actividades curriculares e de complemento curricular, pagam as horas em que os utilizam. Quer isto dizer que pagam todas as horas das 8.15 até às 18.30. Pagam também as horas que utilizam depois das 18.30 para actividades de Desporto Escolar. Pagam ainda as horas que utilizam nos sábados de manhã para jogos dos campeonatos de Desporto Escolar. E ainda a electricidade, o gas, a água.
Este pagamento vai já muito além dos 20000€.
Quer isto dizer que pagamos aluguer, e bem, para usar os nossos próprios pavilhões!!!!
A desculpa dada é que assim a manutenção e limpeza das instalações é por conta da empresa – engano!!! Qt. à limpeza se não forem os nossos funcionários a fazê-la o pavilhão está sempre sujo … a empresa de limpezas que a empresa camarária contrata só limpa no meio!!!; quanto à manutenção, temos as portas dos balneários desde o início do ano sem fechaduras. No ano passado tivemos uma das portas sem dobradiças quase desde o início do ano. E o problema é que não arranjam nem deixam arranjar. Portanto, a desculpa da manutenção sair mais barata não colhe.
Por outro lado, quando a gestão destas instalações é da competência das escolas, estas, fora das horas de actividades escolares, podem alugá-las aos clubes locais, fazendo dinheiro, verba esta que cobre os gastos de energia, de manutenção e ainda dá para apetrechar convenientemente as arrecadações de material. Muitas vezes ainda sobra para outras despesas, tais como visitas de estudo,medalhas para os putos, organização de outras actividades, etc.
Assim, nem as escolas fazem dinheiro como é gasto muito mais do que o necessário.
Para além disso, na minha escola existe um campo (frente ao pavilhão) cheio de capim, cortado pela Câmara duas vezes por ano, depois de muita insistência. Neste espaço serão oportunamente (?!!!!), há quase 10 anos, construídos os campos exteriores. Bastava terem terraplanado e alcatroado ou cimentado este espaço na altura da construção do pavilhão para se terem poupado milhões de euros, que agora não existem para a construção de um projecto que só quem não percebe nada do assunto pode propor. Deste projecto constam 3 campos, todos encostados à rede exterior, com bancadas para assistência. Entre os diferentes campos estão projectadas nada mais, nada menos do que hortas pedagógicas (!!!!!!!!!) … é o ideal entre campos desportivos, local onde caem sistematicamente bolas. Com estes projectos e a indefinição de a quem cabe a sua construção não se constrói nada … fica melhor assim.
Entretanto, uma escola de risco, não tem espaços nem para desenvolver mais actividades, nem para que alunos que precisam de expandir energias o façam nos intervalos. Se o pavilhão fosse da escola já, há muito que com o dinheiro do aluguer aos clubes locais, se poderia ter mandado, pelo menos, terraplanar este espaço, pintar os campos e apetrechar com o material necessário … devagar, mas já se poderia ter sido feito qualquer coisita (assim o deixassem – porque também é norma do estado não fazer, nem deixar fazer!). Assim pagamos à empresa!!!!!!!
Multipliquemos o gasto do aluguer, que cada escola paga pela utilização de um bem que é seu (da DRE, do ME), por aproximadamente 100 escolas e veja-se quanto o ME gasta sem necessidade. … Porque cortam nos professores quando podem cortar nestes gastos, ainda por cima com benefício para a organização escolar e portanto para o Ministério?
Há dois anos coloquei esta questão, ao Coordenador Nacional do Desporto Escolar (que a desconhecia), quando lhe expliquei que a escola não tem dinheiro para se envolver em todas as propostas que o DE nos faz, nem para suportar todas as saídas (para campeonatos) dentro do quadro competitivo que nos propõem. Disse-lhe que só nos candidatávamos a Clubes de DE como forma de garantir mais postos de trabalho. Se não fosse isso não quereríamos DE uma vez que só dá despesas e incómodos (há meses em que não há um sábado livre!…). Ele pôs a questão ao ME, o Justino, na altura, acabadinho de ir do pelouro da educação daqui da Câmara (Oeiras), para o ME. Claro que ele disse logo que assim a escola gastava menos, blá, blá, blá … pois!!!! Todos sabemos que estas empresas foram feitas para dar lugar a alguns boys.
Já agora, os gastos são com conhecimento do estado… está legislado assim, porquê, não sei… ou talvez saiba… o ME não deve ter pago a parte dele na construção dos pavilhões e fez aquele acordo… só que esse acordo deveria ter o prazo do pagamento e já devia ter parado porque a parte dele já está mais do que paga… o que acontece é que ficou institucionalizado!!! e transformou-se numa maneira do Estado transferir verbas para as Autarquias sem passar pelo Orçamento para Autarquias … assim pesa no Orçamento da Administração Pública, mais especificamente no Orçamento do ME … é destes “pequenos grandes pormenores” que se fazem as grandes contas da Administração Pública … se procurassem bem, veriam quantos milhões se perdem nestes “negócios” … mas é tão mais fácil cortar nos nossos direitos do que arrumar a casa e entrar em “guerrinhas” com outras instituições do estado por causa destes “pequenos pormenores” que somarão milhões!!!!!
Os problemas da gestão das escolas e das suas contas não têm a ver com técnicos formados para a gestão, como o ME faz crer aos contribuintes, têm a ver com a impossibilidade das escolas, apesar da sua autonomia, não poderem gerir as verbas, os espaços e as formas de angariar fundos e investi-los.
E arroga-se o governo o direito de cortar naquilo que nos diz respeito quando os seus membros não fazem os trabalhos de casa, quando os seus membros não perguntam aos seus organismos onde se gasta mal!!!! … Se fizessem os trabalhos de casa, bem feitos, se não quisessem cortar a eito, para se justificar perante a opinião pública, talvez conseguissem resolver os problemas do país … assim, iremos continuar sempre na mesma … quando é necessário cortar na despesa pública corta-se naquilo que se refere ao trabalhador e no próprio trabalhador e não no que é supérfluo, não no que pode estragar os interesses instalados de algumas capelinhas.
PS: Posteriormente, já no tempo desta ME, fiz “queixa” para o parlamento, sobre esta situação. Recebi a resposta que a ME deu ao parlamento… a justificação era a mesma do Justino.
Continuamos a pagar!… Continuamos sem campos exteriores!!!!
E vem ela “mandar-nos” abrir “a feira do relógio”!!!!
Junho 13, 2007 at 1:07 pm
eu entrei neste site e pedi um progeto de negocio
Junho 13, 2007 at 1:08 pm
eu entrei neste site e pedi um progeto de negocio .
Novembro 29, 2012 at 7:39 pm
[…] Isto ecoa aquilo que Maria de Lurdes Rodrigues considerava ser a possibilidade de alugar as escolas para casamentos e bap…… […]