De uma “memorável” entrevista da Ministra da Educação à Ensino Magazine, nem de propósito uma publicação online do Instituto Politécnico de Castelo Branco, por onde andou alguém entre o cavaquismo e a actualidade.
Qual é o modelo que defende em termos de gestão das escolas?
Estamos ainda a trabalhar na proposta. Temos que trabalhar com os conselhos executivos e com a Associação Nacional de Municípios. Mas aquilo que me parece crítico no actual modelo de gestão é a abertura da escola ao exterior. A gestão quotidiana da escola tem dois eixos críticos. Em primeiro lugar, a escola deve permitir uma efectiva participação das comunidades educativas locais, ou seja, de associações de pais, de instituições de proximidade, das autarquias. O segundo eixo é o funcionamento dos órgãos intermédios de gestão. O estatuto vem ajudar a tornar mais efectivo o trabalho desses órgãos. Mas esse facto deve ter consequências no diploma de gestão e autonomia, com uma responsabilização diferente destes órgãos e com a designação dos seus responsáveis de modo diferente.
Se não perceberam bem o substrato ou a excelência conceptual da resposta e se ficaram com a noção de estarem a ler algo de alguém que caminha para o desconhecido com enorme convicção de não saber bem ao que vai, já somos dois (ou mais).
Fevereiro 24, 2007 at 10:00 pm
Da aplicação do(s) concurso(s) para Prof. Titular vai resultar a “titularização” de quem está nos Conselhos Executivos, isto, é já uma nova forma de designar e cristalizar quem está no poder. Se antes, os CE representavam o corpo docente da Escola, agora, passam a representar o poder central. Responsabilizá-los de forma diferente ? Como ? Gestores à frente de uma massa de operários, digo, professores desqualificados ?
Na verdade, existe uma coerência (assustadora) na actuação desta tutela. O Sócrates e o seu séquito encontraram na educação o terreno ideal para o seu neoliberalismo.
A propósito das escolas serem geridas pelas autarquias, li, algures, que quando o 1º Ministro responde “Nem pensar, a colocação dos professores deverá ser sempre assegurada através de um Concurso Nacional que garanta a imparcialidade…” é como aquele que diz “O que é que ele diz ?..Segurem-me, segurem-me que eu vou-me a ele!…
Assim é Sócrates a responder a Fernando Ruas. Até porque já aí estão as contratações directas pelos Executivos…qual imparcialidade??????
(só me apetece dizer uma imprecaução…).
Desconfio de uma aliança secreta entre a tutela, executivos e sindicatos…estamos “deitados aos bichos”, e DEPOIS será o pleno triunfo do ignóbil “eduquês”. De facto, para tal não serão precisos professores, apenas, generalistas.