Este excelente artigo, claro e conciso, de José Fernandes e Fernandes, no Expresso de hoje sobre a necessidade de salvaguardar a dignidade (e especificidade) das profissões que nos tempos que correm políticos curtos e breves (esta parte é minha e não do autor do artigo) atacam em nome do corporativismo e dos privilégios. De certa forma percebo-os, pois verdadeira profissão foram poucos os que a tiveram, pelo que dificilmente as poderão compreender.
Quem puder leia tudo, porque aqui é pouco visível. De qualquer modo fica aqui a entrada:
O conflito entre o Estado e as profissões, em vários sectores da vida pública, parece-me resultar de dois factores distintos. Primeiro, a identificação abusiva de objectivos gerais com interesses específicos de burocracias dirigentes, reclamando-se “virtuosamente” do bem público e da defesa dos seus profissionais. Depois, desconfiança ou temor das profissões, que algum discurso oficial vai evidenciando.
And the rest only gets better.
Sei que sou repetitivo no argumento e na desconfiança, mas acho que ajudou bastante à publicação integral deste artigo o facto de JFF ser o Director da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, entre outros títulos.
Dezembro 30, 2006 at 10:26 pm
O pior que ultimamente se está a instaurar na nossa sociedade, principalmente com este governo, é o clima de ataque às classes profissionais por si só, ou seja, criou-se o clima em que outros são levados, por estratégia(a opinião pública), a atacar as profissões alheias, como se as suas fossem a única virtude e, claro está, fosse o remédio para todos os males. A culpa não é de quem nos governa ou tem governado, mas sim dos “malandros” dos outros (dos outros profissionais).
O que tem acontecido à profissão docente, neste aspecto, é um grande sinal desta nova postura politico-social. Convém!
Dividir para reinar! Obviamente!
E os papalvos vão nisso!
Neste aspecto Portugal, aos poucos, está a tornar-se num país de “sacanas”!
Como dizia Alberto Pimenta: “50% de bufos, 50% de inquisitores!
Dezembro 31, 2006 at 4:32 pm
Aliás é reveladora esta frase da senhora Ministra:
“…posso ter perdido os professores, mas ganhei a opinião pública!”
Dezembro 31, 2006 at 6:26 pm
Quando qualquer governo envereda pela culpabilização de uma parte da população trabalhadora, invariavelmente está em causa a sua incapacidade para lidar com complexidade própria de um problema político, que assim fica ocultada. Este aspecto, na minha opinião, passa muitas vezes despercebido em muitos comentários. Não se trata de nos martirizarmos por merecermos esta sorte, mas tentar descrutinar em que momento começaram a manifestar-se essas limitações da acção.
BOM ANO NOVO