De acordo com o Público e o Jornal de Notícias a marcha de hoje terá mobilizado entre 20.000 (dados da polícia) e 25.000 (dados dos sindicatos) docentes e educadores de infância.
Mesmo aceitando como bom o valor mais baixo, desculpem-me lá mas foi muita gente. Será que é desta que os apêndices ministeriais não desertam à última hora, legitimando as pseudo-negociações que estão em decurso?
Será que agora vão começar a dizer que eram os primos, cunhados e tias que estavam na marcha, como alguns quiseram dar a entender em alguns recantos da blogosfera, em busca de resposta a provocações rasteiras?
Será que o autismo é tal que os responsáveis governamentais não percebem que a sua atitude é errada, pura e simplesmente?
Porque mudar por si só não é um bem. Eu estou aqui sentado; se decidir atirar-me da janela que está por trás de mim, do 3º andar lá para baixo, é verdade que mudei, que me mexi o que até faz teoricamente bem à saúde, mas será que ganhei alguma coisa com isso?
A teoria do é preciso mudar porque mudar é bom é tão má como a do é preciso mudar para ficar tudo na mesma. É verdade que a nossa Educação tem muitos problemas, é verdade que as Escolas nem sempre funcionam, bem, é verdade que há docentes incumpridores.
Mas não será mais adequado identificar essas situações e combatê-las – para isso existe a Inspecção Geral de Ensino, quantas vezes “cega” ao que não quer ver, a começar por alguns apressados aliados destas políticas e as suas clientelazinhas particulares – em vez de lançar o anátema sobre toda a gente?
E o pior, mesmo o pior, é aquela forma de aliciar alguns para dividir uma frente alargada de protesto, prometendo umas migalhas envenenadas para tentar abrir brechas. E há quem vá nisso, pois há quem se venda e à sua consciência por pouco.
Foto de JMC
Outubro 6, 2006 at 11:00 am
Desculpe-me lá, mas que estava lá muita gente de idade já reformada, estava!
E que a maioria dos que lá estavam querem a “Educação em saldo”, querem!
Outubro 6, 2006 at 2:14 pm
Parabéns, Paulo Guinote, pelo excelente blog. Felicidades para o doutoramento, pois sei pelo que está a passar por experiência própria. Ao “Henriquin” perguntaria: o que significa “idade já reformada”? E “Educação em saldo”? Haja paciência…
Outubro 6, 2006 at 4:32 pm
Queria dizer, no comentário anterior, “gente de idade já reformada”. Mas a questão ao primeiro comentador mantém-se: será que viu bem quem esteve na manifestação de 5 de Outubro?
Cumprimentos.
Outubro 6, 2006 at 4:48 pm
Obrigado ao Jorge.
Quanto ao “henriquin”, já lhe respondi no seu espaço que o serviço que pensa estar a fazer ainda fará ricochete, porque a forma de se referir aos profes é indigna de quem quer merecer alguma atenção e credibilidade.
Outubro 6, 2006 at 6:18 pm
Ao henriquin, receitaria uns óculos, algum chá de sálvia e uma boa porção de civilidade.
Se ele ao menos ASSINASSE com o seu nome todo, talvez indiciasse alguma decência.
A sua única desculpa seria encontrar-se na adolescência, em busca de uma identidade.
Pretender abrir um COLÉGIO PRIVADO, aproveitando o saque do ensino público, também explicaria muita coisa, mas não desculparia NADA!.
Outubro 7, 2006 at 12:40 am
Não sei quantos éramos, mas estava um mar de gente… Além disso, eu fui de Guimarães e passei por dezenas e dezenas de autocarros. Nunca vi tal movimento de professores! Cheguei a casa depois da uma da manhã e, de manhã já estava na escola porque tinha aulas. E henriquins não merecem sequer que se perca tempo com eles.
Parabéns, Paulo, pelo doutoramento e pelo blog!
Bom fim-de-semana!