Se isto é um debate, eu vou ali e já venho de volta. Acabou a primeira parte do Prós e Contras e, pelo que vi, todos os que estão no alto do palanque estão felizes e contentes, ou porque esta Ministra fez o que alguém gostaria de ter feito (o ex-Secretário de Estado Canavarro) ou porque há quem tenha ido a reuniões a que não estava habituado(a) a ir e por isso se sente muito importante nos seus tamanquinhos. Do lado contrário, em baixo, um friso de sindicalistas de que se salva o sempre calmo e ponderado Pascoal, mas em que a monocromia do Avelãs desanima a qualquer alma com uma vaga esperança na salvação do sindicalismo que temos. Para a segunda parte fica a questão do ECD, sobre a qual tenho muita curiosidade em saber a opinião dos dois representantes de Conselhos Executivos.
Aliás, a principal dúvida que me ocorre por estas horas sobre este feliz conúbio entre Ministério e Conselhos Executivos é acerca das reuniões que existiram (ou não) entre estes órgãos de gestão e os docentes das suas Escolas, não apenas para transmitir as ordens de marcha (como tem sido habitual em muitos casos) mas para preparar a descida, ou subida, à capital para as tão elogiadas reuniões de trabalho.
Se concordo, em tese, que os Conselhos Executivos podem ser interlocutores do Ministério mais próximos dos docentes que os actuais sindicatos, isso só é válido se as suas posições nas tais reuniões forem dos docentes que teoricamente representam e não apenas dos elementos dos órgãos executivos.
Porque, não me levem a mal, mas repito que entre tantos cortes, não entrevejo nenhum em relação às prerrogativas e privilégios dos elementos dos Conselhos Executivos, seja obrigando-os a ter actividade docente, seja limitando-lhes os mandatos.
E como uma mão lava a outra, as duas em conjunto conduzem a carroça com maior firmeza.
Paulo Guinote
Setembro 18, 2006 at 11:11 pm
Muitos destas direcções executivas são a prova viva de que esta NÃO é uma versão realmente democrática de gestão: elas não se vêem, em muitos caso,s como representantes mandatadas pelas suas escolas, mas como entidades autónomas e com direitos próprios na tomada de decisões que ultrapassam as competências inerentes aos seus mandatos. Como tal, tornam-se verdadeiramente autocráticas e ao serviço desta liturgia teocrática do Ministério. Convém lembrar que são TODOS PROFESSORES. Como nós. Tristeza!
Setembro 19, 2006 at 2:20 pm
Os conselhos executivos sempre enfermaram desta contradição que é serem escolhidos pelos professores para representarem o Ministério na escola. Posto isto, quando são constituídos por profissionais competentes e com brio profissional, podem ser a melhor forma de gestão das escolas que até agora existiu. Podem ser a diferença entre uma escola de referência e um armazém de medíocres e infelizes. Por mim conheci muitos exemplos do primeiro caso e alguns do segundo. Os exemplos que conheci de gestores constituiam o meio termo. Mas todos desistiram.