Não tendo bastado a tentativa de relativizar os problemas do arranque do ano lectivo com números cozinhados acerca das falhas, percebe-se que a ideia do MEC é ir começando a, de fatia em fatia, esvaziar o número de queixosos por esta enorme palhaçada. Com colocações aqui ou ali, mais ou menos distantes, efeitos a 1 de Setembro, etc, etc, até poderem dizer que são apenas 0,1% os que estão a fazer barulho, assim tentando que a opinião pública se desinteresse do assunto.
Não deixa de ser curioso que o principal esforço para fragmentar o concurso nacional e a lógica tradicional de graduação para efeitos de concurso esteja a culminar neste enorme fiasco.
E há que encobrir isso.
Outubro 7, 2014 at 6:17 pm
A estratégia que ontem o Casavelha delineou consiste basicamente no seguinte: as consequências dos erros do MEC, para poderem ser eventualmente reparadas, vão ser decididas em sede judicial. O MEC sacode assim miseravelmente a água do capote: os prejudicados, se quiserem, que recorram aos tribunais…
Este é, de resto, um dos traços mais comuns destes governantes: como não há responsabilidade política – não assumem a responsabilidade nem gostam da política: apenas gostam de obedecer à inevitabilidade do pragmatismo financeiro ou administrativo -, o peso dos problemas abate-se sobre as instâncias extrapolíticas, o que tem a vantagem de retirar do palco os decisores políticos, colocando lá os representantes dos outros poderes, neste caso o judicial, que ficam com ónus das decisões, “batata quente” que se vêem obrigados a assumir (o sketch continuado do governo com o TC é o exemplo mais ilustrativo).
Os professores prejudicados, se forem para os tribunais, que se confrontem então com a “morosidade da justiça”, que reclamem dos “preguiçosos” dos juízes…
Outubro 7, 2014 at 6:21 pm
Eu temo que venham a utilizar este fiasco como argumento para transformar os concursos em contratação local, ao critério dos diretores, como aquela tia Raquel qualquer coisa (com ares de Madalena Iglésias dos anos 60) escreveu para aí num artigo jornalístico.
Outubro 7, 2014 at 6:30 pm
O problema foi mesmo a criação de um novo concurso nacional: a bce, que nem respeita os critérios definidos pelos conselhos pedagógicos das escolas/agrupamentos e a enorme quantidade. de professores que estão em situação de mobilidade pela simples razão de este mec ter impedido a abertura de vagas nos quadros de escola no último concurso interno.
Outubro 7, 2014 at 6:41 pm
também acho que “isto” está encaminhadinho para dar ainda mais cabo das escolas… por acaso sou a favor da “teoria da conspiração” … querem mesmo acabar com a qualidade da escola pública, que tinha alguma mas que começa a passos de gigante a diminuir. à minha volta só vejo professores descontentes, atafulhados em burocracia e autoritarismo dos diretores. desmotivados… enfim isto vai mesmo de mal a pior!
Outubro 7, 2014 at 7:29 pm
Rumores, apenas isso:
Crato não passa desta semana…
Outubro 7, 2014 at 8:06 pm
Crato+Passos+Portas sao piores que lapas presas nas rochas…
Outubro 7, 2014 at 8:10 pm
Vendo o que já vi NC fazer, não me admiraria nada que ele, daqui a algum tempo, já fora do governo, viesse fazer a acusação (à semelhança do que fez um ex-gestor da CP e actual deputado da maioria, que arruinou a empresa) de que “o governo é mau gestor, não sabe e não deve imiscuir-se no processo da colocação dos professores”.
Não, a culpa não é do Estado, por ele ser “por natureza mau gestor” (isso revela é preconceito ideológico), mas dos incompetentes ou dos que dolosamente – por intencionalidade, para beneficiar terceiros, privados – malbaratam ou delapidam os recursos públicos quando ocupam lugares no aparelho do Estado.