Não é cá aquela coisa de termos de escrever todos até com o mesmo tipo de letra.
Governo vai alterar Acordo Ortográfico
Francisco José Viegas afirmou ontem que o Governo se prepara para alterar o Acordo Ortográfico até 2015 e que cada português é livre para escrever como entender.
Fevereiro 29, 2012 at 4:59 pm
posso largar a trabuchada? e tenho mesmo que por o logo do governo nos testes e outra tralhas?
partilhei no face a estrebuchada das autarquias devido aos transportes escolares….. estou à espera do circo pegar fogo eheheheheh
Fevereiro 29, 2012 at 4:59 pm
Trebuchet MS 10. Don’t forget! 😉
Fevereiro 29, 2012 at 5:00 pm
Aparentemente, uma decisão sensata. Vamos ver se não é apenas uma forma de tornear uma questão incómoda, acomodando no seu feudo o contestatário e mantendo tudo o resto em vigor, incluindo a obrigatoriedade de aplicar a coisa nas escolas tal como está.
De resto, uma medida em prol da liberdade, não propriamente uma medida liberal… Se o liberalismo fosse isto, convertia-me já!…
Fevereiro 29, 2012 at 5:09 pm
Atençãozinha que o Trebuchet é só para os documentos digitais. O resto é The Sans.
Quanto à trapalhada do AO, o que o Sr. Secretário de Estado está a dizer é que afinal o AO é um pedaço de bosta encomendado por um conjunto de mentecaptos, elaborado por um conjunto de pessoal com demasiado tempo livre, aprovado por um grupo de ignorantes e mandado implementar por amanuenses a quem nem uma garrafa vazia devia ser confiada. E assim se derreteu mais uma pipa de massa numa brincadeira de mau gosto.
Fevereiro 29, 2012 at 5:09 pm
Também é liberalismo que o conselho geral autorize o mapa de férias do diretor?
😀
#0 Eh uma voa noticia sim senhore.
Fevereiro 29, 2012 at 5:14 pm
Hem 2015 us purtuguezes ão de xcrever comu muntu bem hentenderem puque açim hé qu’é liberdáde i u rextu hé çó konverça. Hixtu cerá munta fíxe prós alunus que açim deixão de tere tãtas negahtivas hem língoa purtuguza, pá.
Fevereiro 29, 2012 at 5:18 pm
Hai qe confuxão que vai çer…
Fevereiro 29, 2012 at 5:37 pm
MUITO BEM!
Fevereiro 29, 2012 at 5:38 pm
Nem mais:
Questionado sobre a polémica decisão de Vasco Graça Moura que ordenou aos serviços internos do Centro Cultural de Belém (CCB) que não apliquem o novo acordo, o responsável pela pasta da cultura começou por lembrar que o presidente do CCB “é uma das pessoas que mais refletiu e se empenhou no combate contra o Acordo Ortográfico” para seguidamente lembrar aqueles que “não têm qualquer intimidade nem com a escrita, nem com a ortografia, terem vindo criticar e pedir sanções”.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/governo-vai-alterar-acordo-ortografico=f708008#ixzz1nnGLoFjs
Fevereiro 29, 2012 at 5:48 pm
Sr. Dr. Paulo Guinote,
Deixe-me dizer-lhe que o senhor é um portento de sabedoria. Passa pela política, batendo na direita, esmurrando a esquerda, socando o centro, … debate o futebol, vai à justiça estrangeira, aprofunda a economia, as finanças, passa por bordeis (salvo seja, notícia sobre Câmara de Lisboa!)…e, ainda, aconselha trechos musicais…
O Senhor, mal comparando, é o 3.º “Nuno Rogeiro” (com a devida vénia – o 2.º é o Professor Martelo!).
“Você” é engraçado!
Fevereiro 29, 2012 at 5:53 pm
Às vezes, há governantes que pensam pela própria cabeça e têm a sua própria opinião. FJV dá mostras de querer figurar como um desses casos excepcionais.
Esperemos agora que a sua acção seja também consequente, que faça ouvir a sua voz no seio de um governo de pequenos tiranetes tecnocratas.
A língua não é propriedade de ninguém, a não ser dos seus utilizadores, sobretudo dos que a amam.
E evoluirá, transformar-se-á pelo seu exercício mesmo, e não por decreto.
Fevereiro 29, 2012 at 5:59 pm
#10
É o verdadeiro espírito liberal.
O Paulo Guinote, que eu tenho o prazer de conhecer pessoalmente, pensa pela sua (dele) cabeça, por isso não deve nada a ninguém.
E é para mim uma honra, já terem afirmado, que eu sou ele.
Fevereiro 29, 2012 at 5:59 pm
#13
Fevereiro 29, 2012 at 5:59 pm
…antes que venha o embirrante…
Fevereiro 29, 2012 at 6:01 pm
Esta notícia – veiculada pelo PG- foi para mim o ponto mais aito do meu dia.
(vejam só como os meus dias andam pobres….)
Fevereiro 29, 2012 at 6:02 pm
aito= alto
reticências com 4 pontos é uma criação minha.
Fevereiro 29, 2012 at 6:04 pm
Cadê os jardins de pedra para eu ir lá embirrar?
Fevereiro 29, 2012 at 6:11 pm
“Parece que, a pouco e pouco, o Acordo Ortográfico vai perdendo terreno.” – escrevia José Gil há dias com toda a propriedade…
Fevereiro 29, 2012 at 6:12 pm
…cada português é livre para escrever como entender.
Pior a emenda que o soneto. Saberá esta gente o que é comunicar? Ou, simplesmente, a comunicação incomoda-os?
Fevereiro 29, 2012 at 6:17 pm
#19
Se os meus alunos lêem isso, ou mesmo os meus filhos, estou lixada…
Fevereiro 29, 2012 at 6:21 pm
Concordo, mas também vale língua sms?
Fevereiro 29, 2012 at 6:41 pm
QUE BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM!!!
😎
Fevereiro 29, 2012 at 6:48 pm
#10,
É porque não sou apenas “Dr.”, mas Professor Doutor, feito tudo em modelo antigo pré-bolonhês.
Parecendo que não, aprendem-se umas “cenas”.
Fevereiro 29, 2012 at 6:49 pm
…cada português é livre para escrever como entender.
FJV deve querer com isso significar que se poderá optar, livremente, pela grafia antiga ou pela do AO.
Não é cada um escrever conforme lhe aprouver ou o seu analfabetismo lhe recomendar…
Fevereiro 29, 2012 at 6:49 pm
#15,
Tem lógica, pois soltou-se o “ai” que estava dentro de ti.
Fevereiro 29, 2012 at 6:51 pm
O Sr. FJV terá de se embrenhar mais um pouquito na sua língua materna.
Fevereiro 29, 2012 at 7:06 pm
Conforme me chegou, aqui vos deixo:
O acordo ortográfico e o futuro da língua portuguesa…
Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam .
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros .
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas .
É um fato que não se pronunciam .
Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ?
O que estão lá a fazer ?
Aliás, o qe estão lá a fazer ?
Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade .
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra .
Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s” ?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç” .
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som .
Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”.
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”.
Simples não é? se o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z” .
Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k” .Ponha um q.
Não pensem qe me esqesi do som “ch” .
O som “ch” será reprezentado pela letra “x”.
Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não ?
O “x” xama-se “xis”.
Poix é iso mexmo qe fiqa .
Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”.
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex .
Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex .
O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural .
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente .
Vejamox o qaso do som “j”.
Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”- ixtu é lójiqu?
Para qê qomplicar ? ! ?
Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”.
Serto ?
Maix uma letra mud
a qe eliminamox .
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem !
Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ?
Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ?
Outro problema é o dox asentox.
Ox asentox só qompliqam !
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox .
A qextão a qoloqar é: á alternativa?
Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra “a”.
Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado .
Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax .
Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax lê-se “u” e outrax, lê-se “ô” .
Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso!
qe é qe temux o “u”?
Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil!
Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”.
U mexmu para u som “ê”.
Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”.
I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”.
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex .
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” – pur “ainx” i “õix” pur “oinx”.
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu .
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum?
Fevereiro 29, 2012 at 7:13 pm
No meio de tanto disparate +arece-me medida assisada. Mas precisavam de ter demorado tanto tempo para dar nisto?
Fevereiro 29, 2012 at 7:21 pm
Que estranho aquele “parece” me saiu!
Fevereiro 29, 2012 at 7:22 pm
#10
Comparando bem devia então caracterizar o 1º:
“Você” é sábio.
http://pensador.uol.com.br/o_sabio_e_aquele_que/
Fevereiro 29, 2012 at 7:23 pm
#0
Uma notícia que secretamente sempre esperei vir a concretizar-se.
#27
Excelente texto para explicar que a simplificação não é tudo na língua, e muito menos se for introduzida por decreto.
Fevereiro 29, 2012 at 7:26 pm
Ainda bem que não me chamo Helder, nem Helena, nem Hermengarda ….
Fevereiro 29, 2012 at 7:28 pm
E agora??? Há escolas que estão em pleno com esta tralha. Apesar dos meus argumentos contra, fui “obrigada” a adoptá-lo. Em termos práticos, verifico que os alunos dão menos erros, no entanto haveria muita coisa a limar…
Em que ficamos?
Fevereiro 29, 2012 at 8:16 pm
Viegas, amigo, eu cá estou contigo!!!
Nunca me tinha ralado muito com esta coisa do Acordo, mas quando me OBRIGARAM, comecei a sentir-me ainda um bocadinho mais oprimido por esta estranha democracia.
Sou homem para votar no PSD pela 1ª vez na vida! Só à pala disto! 🙂
Fevereiro 29, 2012 at 8:31 pm
#27
😀
Fevereiro 29, 2012 at 8:45 pm
Uma boa notícia, finalmente.
Fevereiro 29, 2012 at 8:50 pm
#34,
Deve ser por isso que tem link para uma petição cheia de erros ortográficos, seja por que Acordo for?
Fevereiro 29, 2012 at 8:56 pm
Será que Francisco José Viegas fala em nome do Governo?
Fevereiro 29, 2012 at 9:00 pm
Fevereiro 29, 2012 at 9:06 pm
27 😉
Fevereiro 29, 2012 at 9:09 pm
Só li o título, mas …. afinal o governo vai “alterar” o AO ou vai suspender e deitá-lo para o lixo? É que são duas coisas diferentes e seria mais claro a segunda hipótese, para não andamos aí de novo aos papéis, com novas variantes!
Vai mesmo para o lixo?
Revogado?
Fevereiro 29, 2012 at 9:14 pm
#41…
Achas??? Todos os governantes gostam de alterar o que os anteriores fizeram,,, mesmo que seja só porque sim… é para mostrar que também percebem da coisa e ainda percebem melhor…
Basta ver o chorrilho de legislação que sai a alterar a anterior… ainda não se assimilou uma já saiu outra… mas sempre vão mostrando trabalho…mesmo que seja tudo uma treta…
Fevereiro 29, 2012 at 9:22 pm
#42
Exacto.
É isso que receio…
Pois a notícia diz que vai “alterar”… até 2015 !
Ou seja, se vier depois um outro Sócas ou até um Ervas pode voltar tudo ao mesmo!
Ou seja, bem podem saber que são mudanças legislativas como essas que fazem muitos investidores estrangeiros desistir de parar por cá, mas continuam nessa senda de asneira,uns e outros, porque nada mais sabem de como é governar e querem agradar às clientelas do momento, com leis-fato (sem C) por medida.
😦
Fevereiro 29, 2012 at 9:26 pm
LOL
Por outro lado,vai ser como as mudanças nas avaliações etc:
vamos ter muitos a choramingar que agora até já se tinham habituado ao novo AO e coisa e tal e é injusto…
Que país patético! 😦
Como em tudo e como a Europa e a treta que finge reger-nos:
http://margarida-alegria.blogspot.com/2012/02/ainda-o-cochicho-segredinhos-pela-ue.html
Fevereiro 29, 2012 at 9:27 pm
(#44
“Vamos ter muitos”… professores (e não só, neste caso).
Fevereiro 29, 2012 at 9:43 pm
Uma lição de Direito:
Questões do Estado de Direito
por VASCO GRAÇA MOURA
A primeira dessas questões é a da entrada em vigor do AO. Toda a gente sabe que, não tendo sido ratificado pelas Repúblicas Populares de Angola e de Moçambique, ele não entrou em vigor.
A ratificação é o acto pelo qual um estado adverte a comunidade internacional de que se considera obrigado nos termos do tratado que subscreveu juntamente com outros estados. No que a este caso interessa, o tratado entra em vigor na ordem jurídica internacional logo que ratificado por todos os estados signatários. A partir do momento em que entre em vigor na ordem jurídica internacional, essa convenção será recebida na ordem jurídica interna do estado signatário. Antes, não pode sê-lo.
Não estando em vigor na ordem jurídica internacional, nem ele nem, por identidade de razão, o bizarro segundo protocolo modificativo, uma vez que também não foi ratificado por aqueles estados, o AO não está nem pode estar em vigor na ordem jurídica portuguesa.
Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto.
Ora, sem o AO estar em vigor, a solução é muito simples: continua a vigorar a ortografia que se pretendia alterar. Como estamos num estado de Direito, a solução é só essa e mais nenhuma. E a lei deve ser cumprida por todos.
A segunda questão prende-se com a exigência, feita pelo próprio AO (art.º 2.º), de um vocabulário ortográfico comum, elaborado com a participação de instituições e órgãos competentes dos estados signatários. Não existe. Qualquer outro vocabulário que se pretenda adoptar, seja ele qual for, será uma fraude grosseira ao próprio acordo…
A resolução do Conselho de Ministros do Governo Sócrates (n.º 8/2011, de 25 de Janeiro) raia os contornos de um caso de polícia correccional: produz uma distorção ignóbil da verdade ao afirmar, no preâmbulo, que adopta “o Vocabulário Ortográfico do Português, produzido em conformidade com o Acordo Ortográfico”. É falso.
Nenhuma das individualidades referidas toma posição quanto a este ponto.
Mesmo que entendessem que o AO está em vigor, uma coisa é certa: nenhum entendimento, nenhum diploma, nenhum sofisma político ou jurídico pode dar existência àquilo que não existe.
Sendo assim, e não se podendo aplicar o AO por falta de um pressuposto essencial à sua aplicabilidade, continua em vigor a ortografia que se pretendia alterar por via dele. Como estamos num estado de Direito, a solução é só essa e mais nenhuma. E a lei deve ser cumprida por todos.
O grande problema é portanto o de que cumprir o Acordo Ortográfico, no presente estado de coisas do nosso estado de Direito, implica não o aplicar! Ou, dizendo por outras palavras, fazer de conta que se aplica o AO é violá-lo pura e simplesmente, na sua letra e no seu espírito…
…
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2318193&seccao=Vasco%20Gra%E7a%20Moura&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco&page=-1
Fevereiro 29, 2012 at 10:05 pm
Fico muito contente!!!
Só espero que esta informação chegue às escolas e possamos, enqto professores de Português, optar pela grafia pré-acordo!!
Fevereiro 29, 2012 at 10:07 pm
Na sic há noite já abordaram essa questão..Olha lá esse f,j Piegas…
Fevereiro 29, 2012 at 10:12 pm
Escrevam lá como quiserem, mas decidam-se de uma vez por todas, pois daqui a pouco também os professores de Português deixarão os alunos escrever as m£rd@s que quiserem, uma vez que, tal como diz Francisco José Viegas, “Não há uma polícia da língua” e “todos os portugueses podem fazer uso dessa possibilidade, isto é, a competência que têm para escolher a sua ortografia.”
Ora nem os professores de Português são polícias da língua, nem os alunos são menos do que a generalidade dos portugueses.
Mas convém que se decidam!
Inclusivamente, essa decisão vai dar jeito ao próprio Ministério da Educação/ GAVE para se perceber também de uma vez por todas qual a ortografia que preconiza quando envia Testes Intermédios para as escolas com questões redigidas assim:
«1. Indica o sector de atividade económica a que se refere a informação representada nas Figuras 7A e 7B.» (Teste Intermédio de Geografia – 9º Ano, página 10, 28/02/2012)
Então é “sector” pela ortografia antiga e “atividade” pela nova? Ou será que o Lynce estava inoperacional na hora de realizar este teste?!
Haja paciência… ou como rubrica o Paulo Guinote às vezes: “Ó faxavor!”
Fevereiro 29, 2012 at 10:15 pm
Bolas para o acordo…A língua é nossa…
Fevereiro 29, 2012 at 10:22 pm
A ESCRITA PODE MORRER MAS A LÍNGUA ESSA FICA..AFINAL DE CONTAS ESTAMOS CÁ VAI PARA MAIS DE 4 MILHÕES DE ANOS E APENAS MEIA DÚZIA DE MILHARES DE ANOS UTILIZAMOS A ESCRITA…FUI MESMO…
Escrever é TristeEscrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, puré de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo que ele ilumina. Tudo que se faz sem você, porque com você não é possível contar. Você esperando que os outros vivam, para depois comentá-los com a maior cara-de-pau (“com isenção de largo espectro”, como diria a bula, se seus escritos fossem produtos medicinais). Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um adultério grego — às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí, camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles.
Ah, você participa com palavras? Sua escrita — por hipótese — transforma a cara das coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos, verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Isso de escrever «O Capital» é uma coisa, derrubar as estruturas, na raça, é outra. E nem sequer você escreveu «O Capital». Não é todos os dias que se mete uma ideia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
Claro, você aprovou as valentes ações dos outros, sem se dar ao incómodo de praticá-las. Desaprovou as ações nefandas, e dispensou-se de corrigir-lhes os efeitos. Assim é fácil manter a consciência limpa. Eu queria ver sua consciência faiscando de limpeza é na ação, que costuma sujar os dedos e mais alguma coisa. Ao passo que, em sua protegida pessoa, eles apenas se tisnam quando é hora de mudar a fita no carretel.
E então vem o tédio. De Senhor dos Assuntos, passar a espectador enfastiado do espetáculo. Tantos fatos simultâneos e entrechocantes, o absurdo promovido a regra de jogo, excesso de vibração, dificuldade em abranger a cena com o simples pai de olhos e uma fatigada atenção. Tudo se repete na linha do imprevisto, pois ao imprevisto sucede outro, num mecanismo de monotonia… explosiva. Na hora ingrata de escrever, como optar entre as variedades de insólito? E que dizer, que não seja invalidado pelo acontecimento de logo mais, ou de agora mesmo? Que sentir ou ruminar, se não nos concedem tempo para isto entre dois acontecimentos que desabam como meteoritos sobre a mesa? Nem sequer você pode lamentar-se pela incomodidade profissional. Não é redator de boletim político, não é comentarista internacional, colunista especializado, não precisa esgotar os temas, ver mais longe do que o comum, manter-se afiado como a boa peixeira pernambucana. Você é o marginal ameno, sem responsabilidade na instrução ou orientação do público, não há razão para aborrecer-se com os fatos e a leve obrigação de confeitá-los ou temperá-los à sua maneira. Que é isso, rapaz. Entretanto, aí está você, casmurro e indisposto para a tarefa de encher o papel de sinaizinhos pretos. Concluiu que não há assunto, quer dizer: que não há para você, porque ao assunto deve corresponder certo número de sinaizinhos, e você não sabe ir além disso, não corta de verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida, fica em sua cadeira, assuntando, assuntando…
Carlos Drummind de Andrade, in ‘O Poder Ultrajovem’
Fevereiro 29, 2012 at 10:35 pm
Será para não se sentirem desautorizados pelo nariz empinado que dirige o Centro “comercial” de Belém ou porque querem deixar uma pegada no AO?
Pelo sim, pelo não, eu só acredito quando vir escrito algo a contradizer as indicações anteriores.
Parabéns a quem escreveu o texto do # 27.
Fevereiro 29, 2012 at 11:00 pm
Se fosse necessária melhor prova de que este AO (e o de 1911 e o de 1945) é uma anedota, …
Fevereiro 29, 2012 at 11:06 pm
Acho que é aqui que quero comentar, mas o post está tão lá no cimo, que não tenho a certeza. É melhor ir espreitar, nãO?
Fevereiro 29, 2012 at 11:19 pm
# 27
Irónico! Muito bem!
Caso contrário… Repare-se: Lisboa escreveria «pixina»; a Beira Interior escreveria «pisina»; o país: «vaca», o Porto, «baca».
Esta intervenção do SE é uma aberração. Se é para mudar, mude-se já! Na escola, as criancinhas já escrevem segundo o AE.
Por outro lado, o «cada um escreve como quer» é uma pura imbecilidade.
Fevereiro 29, 2012 at 11:48 pm
#55
“…cada português é livre para escrever como entender”.
FJV deve querer com isso significar que se poderá optar, livremente, pela grafia antiga ou pela do AO.
Não é, propriamente, cada um escrever conforme lhe aprouver ou o seu analfabetismo lhe recomendar…
Fevereiro 29, 2012 at 11:49 pm
De fatu o teistu em [27] esta muito bem…
Fevereiro 29, 2012 at 11:55 pm
Palhaçada!!!
Então fazem um acordo internacional e o sr. secretário de Estado da cultura vem dizer que Portugal vai alterar o aborto Ortográfico.
Estavam todos bem empalados para não dizer enrabados!…
Se fossem brincar com a pilinha em vez de brincarem com Língua Portuguesa…
Março 1, 2012 at 12:25 am
Um texto espectacular! Parabéns, #27!!!
Março 1, 2012 at 12:49 am
«Afirmações de Francisco José Viegas sobre Acordo Ortográfico são clarificadas.
O secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas disse ontem em entrevista à TVI que vai “usar a possibilidade” de aperfeiçoar o Acordo Ortográfico. A Secretaria de Estado da Cultura esclarece as declarações.
A Secretaria de Estado da Cultura enviou à Lusa uma nota para clarificar as afirmações de Francisco José Viegas, ontem na TVI, durante uma entrevista em que o governante disse que iam “usar a possibilidade” de aperfeiçoar o Acordo Ortográfico (AO).
Na nota, a Secretaria de Estado admite que pode haver mudanças no período de transição. Deste modo, “é possível efetuar ajustamentos em alguns casos, relacionados com as palavras de dupla grafia e as sequências consonâncias”.
“Até 2015 decorre o período de coexistência entre as duas ortografias, sendo que o Artigo 2.º da Resolução da Assembleia da República n.º 35/2008 estabelece um prazo de seis anos contando a partir de 13 de Maio de 2009 para a transição definitiva para a nova ortografia”.
No programa “Política Mesmo”, Francisco José Viegas manifestou o seu desagrado com algumas das regras do novo Acordo Ortográfico e admitiu que “do ponto de vista teórico, a ortografia é uma coisa artificial” pelo que “até 2015 podemos corrigi-la, temos essa possibilidade e vamos usá-la”.
“Nós temos que aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar. Temos três anos para o fazer”, afirmou o secretário de Estado da Cultura. E rematou: “não há uma polícia da língua. Há um acordo que não implica sanções graves para nenhum de nós”.
Sobre a possibilidade de uma iniciativa oficial para alterações ao AO, o gabinete de comunicação SEC esclarece na nota, citada pela agência Lusa, que “qualquer extrapolação das suas palavras [de Francisco José Viegas] além do âmbito referido é desprovida de significado». (Expresso).
Pelos vistos, o melhor e mais sensato, é aguardar, antes de se tecerem mais considerações e especulações…
Março 1, 2012 at 8:56 am
Grandha Lello, aghora já posso chamar ao meu philho Phaullo, porque phallo na antiga ortoggraphia!
Março 1, 2012 at 12:02 pm
27
Excelente!
Março 1, 2012 at 5:50 pm
Esta mensagem, por parte de trabalhadores que foram despedidos sem apelo nem agravo do Casino do Estoril, mostra bem o que significa as leis laborais: letra morta, a falta de cumprimento das próprias leis do sistema.
Esta denúncia também demonstra que sem a determinação na luta contra as políticas reaccionárias do governo, estas situações propagam-se como faúlhas. Por isso façamos, explorados, em contrapartida que o combate contra o grande capital se intensifique, alastrando como o fogo numa floresta.
“Nestas condições não constituirá um escândalo e uma imoralidade proceder-se à destruição da expectativa de vida de tanta gente? Para mais quando a média de idades das mulheres e homens despedidos se situa nos 49,7 anos?
Infelizmente, a notícia de mais um despedimento colectivo tem-se vindo a tornar no nosso país numa situação de banalidade, à qual os órgãos de comunicação social atribuem cada vez menos relevância, deixando por isso escondidos os verdadeiros dramas humanos que sempre estão associados à perda do ganha-pão de um homem, de uma mulher ou de uma família.
Mas, para além do quase silêncio da comunicação social, o que mais choca os cidadãos atingidos por este flagelo é a impassibilidade do Estado a quem compete, através dos organismos criados para o efeito, vigiar e fazer cumprir os imperativos Constitucionais e legais de protecção ao emprego.
E o que mais choca ainda é a própria participação do Estado, quer por omissão do cumprimento de deveres quer, sobretudo, por cumplicidade activa no cometimento de actos que objectivamente favorecem o despedimento de trabalhadores.
Referimo-nos, Senhores Deputados da República, à impassibilidade de organismos como a ACT-Autoridade para as Condições do Trabalho e DGERT (serviço específico do Ministério do Trabalho) que, solicitados a fiscalizar as condições substantivas do despedimento, nada fizeram mediante as provas que presenciaram.
Não gosto de ver o caos em que puseram este país, por irresponsabilidade, por falta de respeito, pelo cidadão nos casos da justiça que a civilização criou como valores para a igualdade.
Muitas das vezes, os nossos governantes não têm a capacidade de perceber para onde nos estão a conduzir ou não têm a coragem de assumir. Isso custa-me, porque há vítimas que estão a sofrer imenso.
Por má gestão, por causa de carreiras meteóricas.
Não posso deixar de condenar, todo o governante ou político, que pôs o seu trajecto individual e social acima do trajecto colectivo.
Podem não se importar com as palavras, mas o certo é que não deixa de ser egoísmo, egocentrismo, quase tirania.
Quem com responsabilidades está por detrás deste despedimento ilegal, que leva o estado a suportar o subsídio destes 112 trabalhadores.”
Meus Srs., vão ver, pelo menos, se aumentou a quantidade de zarolhos entre os trabalhadores e se vão permitir que uma empresa com lucros possa despedir as pessoas e se o Estado não assume as suas responsabilidades para com o monopólio.
É voz corrente, que alguns empregados postos na lista de despedimentos, são profissionais de primeiríssima qualidade…
Por exemplo, quanto é que o Estado pagou por aquela parte da sala de jogos do Casino Estoril, que agora é uma discoteca alugada a uma amiguinha do presumivel “mau jardineiro”, pelo preço da uva mijona?”
Março 1, 2012 at 6:30 pm
Bem, quanto à hipótese de alteração/revisão/chumbo do Acordo Ortográfico, não sei se chore ou se me ria muito!…
Esta gente da política que “pensa” e decide estas coisas porta-se como um bando de irresponsáveis, autêntico gang de criminosos inimputáveis!….
Março 2, 2012 at 2:10 am
#27,
Texto de Maria Clara Assunção, escrito em 2009.
http://abibliotecadejacinto.blogspot.com/2009/08/o-acordo-ortografico-e-o-futuro-da.html