É verdade que a divisão da carreira foi sempre o que mais feriu a maioria dos docentes em exercício. A criação dos titulares criou uma primeira fractura, que depois o modelo de ADD agravou.
Fizeram um acordo que deu a aparência de ter acabado com a divisão na carreira, mas no fundo apenas a tornou mais complexa, com os estrangulamentos na progressão, cruzados com a criação da figura dos relatores.
As coisas amansaram uns tempos, pareceu que a dupla negocial preferencial tinha conseguido acalmar as escolas, até que se constatou que não.
E não acalmou, provocando algo pior do que uma não-acalmia, pois agravou as divisões existentes, que antes até se conseguiam atenuar, mas agora estão mais expostas.
Eu explico: há dois anos – com maior ou menor sinceridade – a união de facto entre os professores era esmagadora. Aqueles que apoiavam as medidas do ME, embora existissem, eram claramente minoritários.
Neste momento, por omissão, acomodamento ou crença nova, o lote daqueles que aceitaram algumas políticas do ME aumentou. O que significa que, mesmo sendo minoritários, tornaram os conflitos nas escolas mais complicados de gerir.
Por causa das vaidadezinhas bacocas, mas não só.
Com a conivência de alguns sindicatos, o ME/Governo fez avançar a ADD até onde foi possível, colocando o aparato burocrático em marcha.
Até um ponto em que as fracturas internas entre docentes se começaram a agravar perante as diferentes estratégias de lidar com a situação – o chamado coping para os especialistas em dialectos – e sobreviver, melhor ou pior, perante a situação.
O que significa que neste momento, em especial com o cruzamento da ADD com a avaliação das direcções e com a nuvem dos mega-agrupamentos, mais as implicações da reforma curricular na redução de horários disponíveis, se avizinha um período de enorme tensão interna nas escolas que deve ter o seu período mais complicado em plena época de preparação e realização de exames.
Sem nenhuns ganhos evidentes para ninguém, excepto meia dúzia de observadores com diversas patologias e/ou traumas com antigos professores ou actuais colegas.
Mandaria um mínimo de bom senso que, perante um ambiente de austeridade que reduziu salários, congelou progressões e pulverizou horizontes de carreira, a tutela (ou quem manda nela) tivesse a perspicácia de suspender a aplicação de uma ADD que, na prática, é de uma confrangedora inutilidade.
Cada dia que passa é apenas um dia em que estas coisas servem para que o pequeno grupo de mentores desta ADD (com o engenheiro na forma de cereja oscilantes no topo de um bolo de algodão pouco doce) dê lustro ao seu orgulho e a grande maioria dos profissionais ligados à Educação vejam esboroar-se o ambiente em que trabalham.
Quem não vê isso é cego ou muito mais míope do que eu e olhem que a miopia me safou da tropa.
Ou então sente-se bem na função que a cadeia alimentar burocrático-educacional lhe reservou.
Fevereiro 28, 2011 at 11:06 pm
Alguém está a ver o “pugrama da Fatinha”?
Mete cada argolada que até dá choques na espinal medula 🙂
Fevereiro 28, 2011 at 11:09 pm
Focas tudo de forma concisa.
Se o Sócrates se lembra ainda reinstaura a CISA a pensar que é outra coisa – seja um novo imposto sobre a “focagem” e a objectividade.
Serão expressamente taxáveis aqueles que apresentarem capacidades extraordinárias de “botar faladura” e de se cingirem somente a cousas importantes. Não há que entrar em concorrência com os opostos…
Fevereiro 28, 2011 at 11:10 pm
Par quem quiser emagrecer vomitando é mais barato do que lipoaspiração!!!!
Fevereiro 28, 2011 at 11:10 pm
Excelente análise Paulo.
Abraço.
Fevereiro 28, 2011 at 11:10 pm
Ver o programa da Fátima claro…
Fevereiro 28, 2011 at 11:11 pm
Pois é, estamos bem pior do que há dois anos, em todos os aspectos, começando pela garra na luta contra esta m******. Esta COISA que por aí anda apenas pretende HUMILHAR os professores. Um profissional competente tem de exigir uma avaliação DIGNIFICANTE.
Fevereiro 28, 2011 at 11:12 pm
Pois foi BB, há bocado ela disse que a Europa dos anos 70 estava a regurgitar, querendo com isso dizer que estava a recuperar 🙂
Fevereiro 28, 2011 at 11:12 pm
Ainda hoje, qdo regressava a casa,depois das aulas, vinha a lembrar-me daquela manifestação de 120.000 professores que teve início no Terreiro do Paço e subiu a Av. da Liberdade. Lembrei-me de ver aquela praça cheia como um ovo, de ter demorado mais de uma hora para conseguir entrar na rua Augusta, e de ter pensado: “Isto é tudo professores?”.
Nunca tinha visto uma manif tão grandiosa ( e já vi muitas..). Aquilo eram só professores!!!
Neste momento em que há grupos a apelarem para “um milhão na rua”, eu relembro que fomos a classe profissional que mais gente teve na rua. Fomos os 1ºs desta contestação que se avizinha.
Por duas vezes no mesmo ano.
Dir-me-ão que alguns foram a correr entregar OI. Até pode ser…mas, naqueles dias, a energia era grande.
Tivesse esta malta toda sido bem conduzida e outra seria agora a nossa situação…
O pior de tudo é perder a esperança!
Fevereiro 28, 2011 at 11:15 pm
Pois foi Reb, mas as mentiras e as traições fizeram com que todos se desiludissem. Nunca mais apanham lá nem um décimo dos professores.
Fevereiro 28, 2011 at 11:16 pm
#8
Fevereiro 28, 2011 at 11:17 pm
#11
Tempo Volta Para Trás — António Mourão, Composição: Eduardo José Dantas
———–
A severa foi-se embora o tempo para mim parou,
o passado foi com ela para mim não mais voltou,
as horas para mim são dias, as horas para mim são dias
os dias para mim são anos,
recordação é saudade, recordação é saudade
saudades são desenganos
Ó tempo volta para trás, traz-me tudo o que eu perdi
tem pena e dá-me a vida, a vida que eu já vivi,
ó tempo volta para trás, mata as minhas esperanças vãs,
vê que até o próprio sol volta todas as manhãs.
Porque será que o passado e o amor são tão iguais,
porque será que o amor quando vai não volta mais,
mas para mim a severa, mas para mim a severa
é o eco dos meus passos,
eu tenho a saudade á espera, eu tenho a saudade á espera
que ela volte para os meus braços.
Ó tempo volta para trás, traz-me tudo o que eu perdi
tem pena e dá-me a vida, a vida que eu já vivi,
ó tempo volta para trás, mata as minhas esperanças vãs,
vê que até o próprio sol volta todas as manhãs.
Fevereiro 28, 2011 at 11:17 pm
#9, fizemos História, Olinda! Isso ninguém nos tira. Haverá fotos e estudos e reportagens…
O que ganhámos? Muito pouco. Apenas a esperança de que, por vezes, é possível a união.
Fevereiro 28, 2011 at 11:18 pm
#10, o passado não volta, mas ensina-nos.
Há erros que saberemos evitar.
Fevereiro 28, 2011 at 11:19 pm
Usando uma linguagem política: “Havia condições para…”
Fevereiro 28, 2011 at 11:20 pm
Boa malha Paulo G!
Tenho de ir…
Fevereiro 28, 2011 at 11:20 pm
Lançamento do Vício:
http://peroladecultura.blogspot.com/2011/02/lancamento-da-obra-o-vicio-em-lisboa.html
Fevereiro 28, 2011 at 11:21 pm
#13
Estás a levar demasiado “à letra”, a letra… enfim.
Fevereiro 28, 2011 at 11:26 pm
#10 – Desde que não volte antes de 25 Abril de 1974… mas cá para mim, a verdadeira Democracia acabou há muito.
Fevereiro 28, 2011 at 11:26 pm
Fevereiro 28, 2011 at 11:27 pm
Entre sangue, suor, lágrimas… gosto de ver o sangue a jorrar das facadas nas costas daqueles com quem se trabalha diariamente… lindo!!!
Fevereiro 28, 2011 at 11:27 pm
Aquilo que se passa nas escolas relativamente à ADD é que nem os seus defensores, ou mentores, como lhes chamas, acreditam mais naquilo.
Todo o processo é de uma inutilidade confrangedora.
Apoio as tuas palavras e partilho dos sentimentos de todos vós.
Abraço.
Fevereiro 28, 2011 at 11:27 pm
#19,
Ora bem…
Fevereiro 28, 2011 at 11:27 pm
Há uma música que de há uns tempos a esta parte não me sai do pensamento…
Fevereiro 28, 2011 at 11:27 pm
O problema é que as Severas voltaram!!!
Fevereiro 28, 2011 at 11:29 pm
As lutas só se repetem quando num determinado momento um grande conjunto de pessoas sonhava que era possível.
Só que, entretanto, houve traições, desilusões de carácter, desilusões com colegas e com alguns amigos.
Ninguém vai agora a uma manif e verificar que ao lado está aquele que desiludiu, ou aqueles que nos enganaram.
Só mesmo quando nada houver a perder e a necessidade assim o permitir, talvez,…, talvez… olhemos uns para outros e juntamos as poucas forças que nos restam e se esbatam os muros da desconfiança.
Fevereiro 28, 2011 at 11:29 pm
#24, as Severas fez-me lembrar o livro do “Vício”. 😉
Fevereiro 28, 2011 at 11:30 pm
#25
….houver nada a perder…
Fevereiro 28, 2011 at 11:30 pm
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Não me digas que não me compr´endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr´endes
(Que força…)
(Vi-te a trabalhar…)
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Fevereiro 28, 2011 at 11:40 pm
Meus amigos, o que preferem?
1.º) Ter um emprego a cada seis meses?
2.º) Cair na piscina do desemprego?
Fevereiro 28, 2011 at 11:45 pm
Gostei do texto, pena que retrate uma realidade tão triste.
Resistir ao desanimo para que o nosso pessimismo não pior a nossa qualidade de vida, já que a nível económico estamos tramados.
Fevereiro 28, 2011 at 11:47 pm
Em qualquer dos dos dois casos o futuro é nada vezes nada..num é com uma sardinha noutro é com uma côdea de pão…
Repito o Bertrand..
Lou Reed & John Cale – Waiting for the Man – Nós também….
maio 3, 2010 por silenteduck
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Quais são as tuas palavras essenciais?
maio 3, 2010 por silenteduck
Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha
Vergílio Ferreira
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OUTRO TIPO DE CRASH…FAZ-NOS PENSAR…E MUITO…
maio 3, 2010 por silenteduck
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NÃO ESQUEÇAM: DIA 8 DE MAIO PELAS 19.30 JANTAR UMBIGUISTA EM BRAGA…CONFIRMAR ATÈ DIA 6…
maio 2, 2010 por silenteduck
Para mais informações clicar aqui….
Jantar umbiguista: 8 DE MAIO PELAS 19.30 BRACARA AUGUSTA NO RESTAURANTE PIMENTA
CONVIDADA ESPECIAL….
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Bobby McFerrin – Don’t Worry Be Happy….
maio 2, 2010 por silenteduck
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DIA DA MÃE….
maio 2, 2010 por silenteduck
FOTO DE SEBASTIÃO SALGADO
“Bendita seja a Mãe que te gerou.”
Bendito o leite que te fez crescer
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama, para te adormecer!
Bendita essa canção que acalentou
Da tua vida o doce alvorecer …
Bendita seja a Lua, que inundou
De luz, a Terra, só para te ver …
Benditos sejam todos que te amarem,
As que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão fervente e louca!
E se mais que eu, um dia, te quiser
Alguém, bendita seja essa Mulher,
Bendito seja o beijo dessa boca!!
Florbela Espanca,
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CARTOON SOBRE AS ELEIÇÕES EM PORTUGAL…
maio 2, 2010 por silenteduck
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A Decadência do Espírito de Competição..
maio 2, 2010 por silenteduck
O espírito de competição, considerado como a principal razão da vida, é demasiado inflexível, demasiado tenaz, demasiado composto de músculos tensos e de vontade decidida para servir de base possível à existência durante mais de uma ou duas gerações. Depois desse espaço de tempo, deve produzir-se uma fadiga nervosa, vários fenómenos de evasão, uma procura de prazeres, tão tensa e tão penosa como o trabalho (pois o afrouxamento tornou-se impossível) e finalmente a desaparição da raça devido à esterilidade. Não somente o trabalho é envenenado pela filosofia que exalta o espírito de competição mas os ócios são-no na mesma medida.
O género de descanso que acalma e restaura os nervos chega a ser aborrecimento. Produz-se fatalmente uma aceleração contínua cujo fim normal são as drogas e a ruína. O remédio consiste na aceitação duma alegria sã e serena como elemento indispensável ao equilíbrio ideal da vida.
Bertrand Russel
Fevereiro 28, 2011 at 11:48 pm
http://1.bp.blogspot.com/_UeqGAL9eD1c/SlfQAJnLczI/AAAAAAAAAGc/etExb6H7GbE/s320/CRISE.bmp
Tchi é o cansaço..vou-me..inté..
O espírito de competição, considerado como a principal razão da vida, é demasiado inflexível, demasiado tenaz, demasiado composto de músculos tensos e de vontade decidida para servir de base possível à existência durante mais de uma ou duas gerações. Depois desse espaço de tempo, deve produzir-se uma fadiga nervosa, vários fenómenos de evasão, uma procura de prazeres, tão tensa e tão penosa como o trabalho (pois o afrouxamento tornou-se impossível) e finalmente a desaparição da raça devido à esterilidade. Não somente o trabalho é envenenado pela filosofia que exalta o espírito de competição mas os ócios são-no na mesma medida.
O género de descanso que acalma e restaura os nervos chega a ser aborrecimento. Produz-se fatalmente uma aceleração contínua cujo fim normal são as drogas e a ruína. O remédio consiste na aceitação duma alegria sã e serena como elemento indispensável ao equilíbrio ideal da vida.
Bertrand Russel
Fevereiro 28, 2011 at 11:50 pm
Triste realidade.
Só este ano lectivo notei, efectivamente, a degradação do ambiente na escola e do relacionamento entre professores. Evito a sala de professores e outros colegas também.
Há assuntos (ADD e quejandos) de que não se fala abertamente, só em surdina e vai-se mordendo pela calada com muitos encavalitanços à mistura.
Ir para a Escola trabalhar deixou de ser um prazer e tornou-se penoso.
Muitos dos desde sempre mais empenhados, com maior sentido e orgulho de pertença à Escola fazem contas para ver se é possível a reforma antecipada.
Foi o que se consegui com esta “revolução” que pretendia melhorar a qualidade do ensino. É esta a herança dos iluminados mentores destas “reformas”. Podem estar orgulhosos. Um raio que os parta a todos esses imbecis!
Fevereiro 28, 2011 at 11:52 pm
#29
Caír no aconchego dos lençóis.
Fevereiro 28, 2011 at 11:53 pm
# 34
🙂 🙂 🙂
Março 1, 2011 at 12:00 am
Numa cama de água com a alaçada e a lurdes a fazerem de chinelos.!!
Março 1, 2011 at 12:01 am
#0,
Uma análise com a qual concordo, na generalidade. Com efectiva redução de quezílias mais ou menos subtis.
Cito esta ideia por me parecer bastante importante:
“O que significa que neste momento, em especial com o cruzamento da ADD com a avaliação das direcções e com a nuvem dos mega-agrupamentos, mais as implicações da reforma curricular na redução de horários disponíveis, se avizinha um período de enorme tensão interna nas escolas…”
Março 1, 2011 at 12:04 am
Isto vai explodir.
Mais cedo – espero – ou mais tarde – receio -, este absurdo modelo de avaliação cairá.
O grande problema é que quanto mais tarde maiores serão os danos. E, receio, em algumas escolas eles poderão ser irreparáveis.
Será então interessante analisar, além do mais que evidente erro estratégico de um governo que apenas pretendeu “fazer contas e de conta” que avaliava os professores, o erro estratégico dos nossos representantes – em especial, da FENPROF.
É minha convicção que, caso não assistamos à uma ruptura definitiva do seu “modus operandi”, ao fim das coreografias e das negociações por debaixo da mesa, muitas mudanças ocorrerão nos tempos que se avizinham ao nível da representação da nossa classe.
– Os blogues e as redes sociais estão aí, demonstrando o claro descontentamento dos professores com as opções dos nossos representantes.
– A dessindicalização, nos últimos tempos, atingiu valores nunca antes vistos.
– O dia-a-dia dos professores nas escolas é vivido com um cada vez maior descrédito nas instituições que nos representam.
Enfim, seria bom que num futuro próximo José Sócrates fosse o único perdedor desta longa luta contra os professores.
Seria bom que os principais representantes da nossa classe “acordassem” a tempo.
Mas receio que não.
…
Março 1, 2011 at 12:06 am
Totalmente de acordo.
É uma forma dissimulada de actuar, dizendo uma coisa e fazendo o seu contrário… típico de Sócrates e seus acólitos…
Uma forma de destruir o futuro…
Só pode caminhar para o abismo com políticas destas, na área da educação!
Março 1, 2011 at 12:06 am
#25,
Pedro Castro,
É um pouco isso.
Quanto mais será preciso “levar na carola” para que os professores reajam, mas agora com menos lirismos e com os pés mais no chão?
Março 1, 2011 at 12:07 am
#39
Queira dizer: “Só podemos…” como é evidente.
Março 1, 2011 at 12:08 am
Concorda com a análise do Paulo.
Acrescento ainda que a capacidade de resistência dos professores será cada vez menor à medida que forem avançando as fusões de escolas e agrupamentos. A maior quantidade de professores longe das decisões resultará a um maior desconhecimento da legislação, seremos meros executores. Temos como exemplo a pouca capacidade reivindicativa dos professores do 1.º ciclo, que nos últimos anos viram as suas condições de trabalho bastante agravadas, com horários absurdos e um aumento brutal de responsabilidades.
Março 1, 2011 at 12:08 am
Esperemos que não! Há mais responsáveis e com mais poder! Gente que disseminou ideias que eu estou pacatamente a gramar aqui no Cós e Lontras.
Março 1, 2011 at 12:10 am
Mandaria [o] bom senso que… a tutela tivesse a perspicácia de suspender a aplicação de uma ADD
Será que o Paulo acredita mesmo que a ADD foi imposta por este governo para disciplinar as progressões na carreira docente? Lembro que, logo no início da actual legislatura (Novembro de 2009) José Sócrates, receando uma votação unânime dos partidos da oposição, chegou a ameaçar demitir-se caso a ADD fosse suspensa. Com o PSD num momento de saída de Ferreira Leite, foi fácil encostá-lo à parede e fazê-lo votar pela abstenção, o que surpreendeu todos os professores. Lembro isto hoje para tentarmos compreender o que está por detrás desta ADD: um ataque feroz à escola pública. A demagogia da melhoria do ensino parece tocar os menos suspeitos. Só quando se refizer a mobilização, objectivo que obriga a mais do que chorar sobre o leite derramado, será possível reverter a situação.
Março 1, 2011 at 12:11 am
Então, e a questão do medo? Ninguém fala do medo que paira sobre a cabeça de cada um/a? Como encontrar “forças” ou dar “força” a quem está tolhid@ pelo medo? O espectro do horário zero em todos os grupos disciplinares (e já nem falo d@s contratad@s, que estão num beco sem saída)corta as pernas a quem ainda tenha alguma força anímica para andar, marchar, desfilar, ou que quer que seja… Tudo se fala e tod@s falam em surdina… Ele é azul quando vejo que é verde? Pois azul seja! Ele é justo quando vejo que é injusto? Pois justo seja, mesmo que para isso tenha de abdicar dos meus princípios. Afinal, não é só a geração à rasca que não sabe o que fazer! Neste momento estamos tod@s à rasca, sem vermos a luz ao fundo do túnel, mesmo com manifs, marchas ou acções de cidadania… E desgraçad@ daquel@ que tentar “bater o pé”! Fica entregue à bicharada ou melhor aos leões, qual cristão/ã deitad@ às feras! Eles são olhares esquivos, encontros apressados, agora não posso, daqui a pouco tenho de ir … Amanhã talvez…
Digam-me: como dar a volta a isto? Eu receio generalizar e ser injust@, mas parece-me que “então sente-se bem na função que a cadeia alimentar burocrático-educacional lhe reservou” se está a revelar a grandes passos como a regra.
E, desculpem mais uma vez a minha insistência, mas toda esta indefinição, esta apatia, este ziguezaguear, este MEDO também reside no facto de a maioria da nossa classe profissional ser MULHER! Quando conseguiremos levantar cabeça? Quando conseguiremos ACREDITAR EM NÓS, NAS NOSSAS CONVICÇÕES, NOS NOSSOS POTENCIAIS E DIZER BASTA?
Março 1, 2011 at 12:12 am
Paulo: Bem dito (escrito)!
29:
a segunda variante também é de gritos:
a) a instabilidade do emprego
ou
b) a estabilidade do desemprego
Só falta dizer:
a) a exploração
ou
b)a exportação
aquela geração (dos mais velhos) falar de excesso de “garantismos” é de gritos… não se olham ao espelho???
Março 1, 2011 at 12:15 am
Quem é o débil mental que está a falar na rtp1?
Março 1, 2011 at 12:16 am
44:
Absolutamente de acordo!
Março 1, 2011 at 12:19 am
Este Ferreira Machado é um achado.
Março 1, 2011 at 12:22 am
#45 essa é fácil. Quem tem medo continuará a alimentá-lo cuidadosamente. Com ou sem ADD.
Março 1, 2011 at 12:24 am
#50
Então devemos ser a geração do medo? Melhor, devemos continuar a ser a geração do medo? Da submissão? Da subserviência?
Março 1, 2011 at 12:26 am
Foi a ADD e a questão dos titulares que conseguiu congregar vontades por um período de tempo, apesar de tudo, curto.
No entanto, e não descurando esta ADD (que´continua a ser a pedra fundamental do descontentamento), tendemos a esquecer as outras questões tão graves e hipócritas quanto esta ADD.
– a “reforma” curricular e suas consequências (que muitos ainda não querem ver porque ainda é só para o ano e o ai! que não vamos já pensar nisso…)
– as escolas a transformarem-se em gigantescos espaços onde todos se amontoam e tudo se poderá descaracterizar ainda mais, com evidente prejuízo para a vida dos alunos
– as condições de trabalho, a todos os níveis, a tornarem-se cada vez mais difíceis para o trabalho dos professores e pessoal não docente: horários, mancha horária, recursos que vão deixando de funcionar (PCs, leitores de Cds, projectores, fotocopiadoras, etc)
– a escola da burocracia e do papel em triplicado
– a gestão das escolas, com um maior afastamento entre “hierarquias”, transformando a escola em “unidades de gestão”
– a pressão constante e agressiva para metas de sucesso educativo que sabemos administrativas
E, finalmente, last but not least, este descontentamento e desmotivação que muitos professores (mais velhos e menos velhos)vão sentindo em relação ao que dantes gostavam de fazer: ensinar.
Março 1, 2011 at 12:27 am
Não. Mas não depende desta circunstância ter medo.
Março 1, 2011 at 12:30 am
Vamos precarizar o emprego de todos, diz o Machado: «Há excesso de estabilidade para aqueles que têm emprego!»
«Felizmente (você) já tem!» – responde-lhe o aluno de Colimbra.
Grande gajo!
Março 1, 2011 at 12:34 am
#44,
António Ferrão,
Ainda bem que lembrou esta questão do “assalto” à escola pública e, já agora, ao chorar,muito para além do necessário, sobre o leite derramado:
“Lembro isto hoje para tentarmos compreender o que está por detrás desta ADD: um ataque feroz à escola pública. A demagogia da melhoria do ensino parece tocar os menos suspeitos. Só quando se refizer a mobilização, objectivo que obriga a mais do que chorar sobre o leite derramado, será possível reverter a situação.”
Março 1, 2011 at 12:39 am
#52
“este descontentamento e desmotivação que muitos professores (mais velhos e menos velhos)vão sentindo em relação ao que dantes gostavam de fazer: ensinar.”
Pois aqui estará outro problema e digo isto porque esta profissão tem sido este caminhar solitário, à porta fechada, onde estamos/estávamos à porta fechada a ensinar! Pois bem, as circunstâncias são agora outras: já não nos é pedido que “apenas” estejamos na sala a “ensinar”, de porta fechada, de costas voltadas para o mundo, mas que abramos as portas ao mundo, à realidade, à competitividade, ao RISCO, à INCERTEZA, à DÚVIDA e para tal temos de ter, volto eu, consciência das nossas potencialidades, do nosso lugar no mundo, das nossas fragilidades e delas fazer forças!
Março 1, 2011 at 12:50 am
Toda a problemática que se passa nas escolas, atingindo o seu ponto mais alto com esta ADD, não pode ser visto nem analisado, separando, os professores, com se estes não fossem portugueses.
Os professores carregam com um passado cultural, que nem os conhecimentos científico, pedagógicos,obtidos no seu percurso académico e atualizando-os dentro do necessário, fizeram com que se distanciassem dos demais portugueses, que tudo aceitam com a maior das complacências.
Talvez sejam os 40 anos de fascismo, de ideias silenciadas, e amordaçadas. Habituaram-nos no Estado Novo a aceitar a pobreza, como algo que não nos devia envergonhar..Ninguém me tira da cabeça que isto e outras ideias,não tenha influência na nossa forma de ser e de aceitar.
Há um fatalismo, há um aceitar resignado, como se todos os outros tivessem razão, menos nós.Fazemos tudo, como se por um toque de mágica, tudo fosse alterado, e a escola que temos actualmente, pudesse mudar num repente, poupando-nos a grandes desafios ou tomadas de posição mais extremas.
Habituámo-nos a carpir as mágoas aqui ou noutro qualquer lugar, dando a conhecer um pouco do que se vai pensando em algumas escolas, mas sem que isso sirva como factor de reflexão suficiente, para fazer mudar seja o que for.
É constrangedor, ver como todos os dias se fala das mesmas coisas, todos apontam os mesmos erros, injustiças, perdas de energia, com esta ADD, todos falam que ninguém sai a ganhar, a não ser o próprio ministério, que consegue com a habitual arrogância de carácter, e vistas curtas, ganhar este processo junto da opinião pública menos esclarecida.
A maior parte anda calada e sem força mobilizadora seja para o que for…
É aqui que reside o meu mau estar..
Poucas andorinhas raramente fazem a Primavera…
Eu sinto-me sozinha e cansada destes voos…
Março 1, 2011 at 12:50 am
#56,
OK.
Quando escrevia – ensinar- não estava a referir uma realidade claustrofóbica. Antes pelo contrário.
Implica o que refere e ainda mais, entre os professores: a partilha e a solidariedade, o convívio salutar e intelectualmente muito mais estimulante.Quem fala hoje nas escolas sobre livros que lê, filmes que vê, concertos a que vão?
É uma pobreza, regra geral.
(eu queria ver o programa na rtp1, mas, ao ler alguns comentários, desisti de imediato.
Já não consigo!)
Março 1, 2011 at 12:57 am
#58
Não desista! Tente conciliar as coisas: ver, postar e reflectir! Afinal, voltando à escola, estamos a trabalhar com uma geração multifunções!
Abraços
Março 1, 2011 at 1:05 am
#38,
Reparo agora que continuas no mesmo, Maurício!
Pára de “chorar sobre leite derramado”.
Muitas estratégias foram erradas?
Foram!
Já se dabateu muito isso?
Já!
Com tanta explosão/implosão, ainda há mortos e feridos.
“A dessindicalização, nos últimos tempos, atingiu valores nunca antes vistos.”
Provavelmente. E as razões são mais do que as que possas estar a pensar.
Alargando o leque, diria que com tanto desemprego e trabalho precário e salários baixos, isso continue a acontecer.
O que não é nada bom, especialmente no tempo em que vivemos.
Março 1, 2011 at 1:06 am
#57
Compreendo, ó se compreendo! Mas, também, por morrer uma andorinha não acaba a Primavera!
Toca a voar, a voar alto e bem alto!
“Se alguém @ ameaçar…, VOE CADA VEZ MAIS ALTO…! Se alguém @ criticar…, VOE CADA VEZ MAIS ALTO…! Se alguém @ tentar destruir por inveja, fofocas ou, por fim, quiser injustiçá-l@…, VOE CADA VEZ MAIS ALTO !!! SEMPRE MAIS ALTO !!!
Sabe porquê ?!
@s ameaçador@s, @s crític@s, @s invejos@s e @s injust@s são iguais aos ratos: não resistem às grandes alturas!
Pense nisso…!”
Março 1, 2011 at 1:15 am
Hoje foi um dia mau:
– a cançaõ não motivou os alunos quanto eu pensava (aquela canção…)Estamos a falar sobre os jovens e o mundo do trabalho e…lembrei-me de utilizar a dita cuja, apesar de ser em Português. Caramba, estão no 11º ano/12º anos!
Preferiram rever o Caso Possessivo e andar às voltas e às voltas com este puzzle que escrevi no quadro: THE SON OF PHARAO’S DAUGHTER WAS THE DAUGHTER OF PHARAOH’S SON
– mais um ex-aluno na escola para um trabalho de estágio não remunerado:
Então, vais a Lx no dia 12?
Eu?! Quando é? Ah! é sábado? Não me apanham lá! Fartei-me “disso” no curso que tirei de Relações Internacionais……
(glup…glup…)
Março 1, 2011 at 1:29 am
#59,#60,
Anda nalgum curso de yôga ou do Deepak Chopra?
(sem ofensa, sem ofensa!)
:-))
:-))
Março 1, 2011 at 1:36 am
#45,
AC,
Agora é que reparei:
“… este MEDO também reside no facto de a maioria da nossa classe profissional ser MULHER! Quando conseguiremos levantar cabeça?…”
Mas, mas, o que é isto?
Hum, hum?
Março 1, 2011 at 1:38 am
#63
Yôga sei o que é, Deepak Chopra não faço a mínima, mas pelo menos fê-la esquecer por momentos o “dia mau”, certo?
Fique bem…
Março 1, 2011 at 1:40 am
“Entre os 3.029 formandos em Medicina que se inscreveram em 2009, 1.645, o que representa 54%, são mulheres e 1.384, 46%, são homens.”
http://vilamulher.terra.com.br/mulheres-conquistam-espaco-na-medicina-5-1-37-409.html
Março 1, 2011 at 1:41 am
#64
São cá umas teorias minhas, mas se as cruzar com parte do post de #57, talvez perceba a que me refiro.
Março 1, 2011 at 1:44 am
#66
Exactamente! Na mouche! E a que tem levado isto, hem,hem?? A que continuamos com mais formação, mais qualificação e outras terminadas em “ão” excepto, excepto… nas tomadas de decisão!
Março 1, 2011 at 1:46 am
Portugal é o país da União Europeia com maior percentagem de alunas
de Direito, Informática, Matemática, Engenharia e Arquitectura e está entre
os que têm mais raparigas em Ciências Naturais, segundo o relatório de
informação sobre educação Eurydice, 1998
Click to access 1218737757C9xYD6fb1Nz74ES3.pdf
Março 1, 2011 at 1:50 am
#69
Ora bem, e se for aos lugares de decisão de Direito, Informática, Matemática, Engenharia, Arquitectura, Ciências Naturais, etc, etc, etc… quem lá encontra, hem, hem??
Março 1, 2011 at 1:55 am
#68,
Pois,
mas as tomadas de decisão estão maioritariamente (ainda) nas mãos dos homens, em domínios chave, como se costuma dizer.
hem, hem…..
Março 1, 2011 at 1:57 am
#70,
Então, parece-me que estamos de acordo, hem, hem?
E se assim é, o que é que estamos aqui a fazer?
Até amanhã.
:-))
Março 1, 2011 at 2:20 am
#72
Estamos a aferir ideias, certo? E ainda bem que concordamos, pois estes espaços também devem servir para consensos e não só para desacordos.
Até amanhã, talvez…
Gostava de deixar aqui um smile bonitinho, mas ainda não sei como o fazer…
😉
Março 1, 2011 at 2:21 am
Olha! Resultou! IUPI!!!
Março 1, 2011 at 9:02 am
AC, a colega é um espetáculo! Não quer vir para a minha escola? Precisava de alguém assim 🙂
Março 1, 2011 at 11:58 am
GOSTO:
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo…
COMO FOMOS PERDER A FORÇA QUE TINHAMOS QUANDO 120.000 PROFESSORES FORAM PARA A RUA?
Março 1, 2011 at 12:46 pm
#75
Esperando que não o diga em tom irónico, pergunto: e por que não é VOCÊ assim?
😉
Março 1, 2011 at 3:11 pm
Um resumo, em jeito de apelo ao bom senso da tutela, com pouco salero. Tive de verificar a autoria para me convencer que era do Paulo.
Março 1, 2011 at 3:13 pm
versão fofa.
Março 1, 2011 at 3:19 pm
E onde ficam os hermofroditas lésbicas e homos ??
Março 1, 2011 at 7:14 pm
“Mandaria um mínimo de bom senso que, perante um ambiente de austeridade que reduziu salários, congelou progressões e pulverizou horizontes de carreira, a tutela (ou quem manda nela) tivesse a perspicácia de suspender a aplicação de uma ADD que, na prática, é de uma confrangedora inutilidade.”
Gosto muito. Pena que o pessoal do poder não seja perspicaz.
Março 1, 2011 at 9:26 pm
[…] https://educar.wordpress.com/2011/02/28/cada-dia-que-passa-as-feridas-agravam-se/ […]
Março 1, 2011 at 10:04 pm
“Nós nascemos para ter asas meus amigos.
Não se esqueçam de escrever por dentro do peito: nós nascemos para ter asas.
No entanto, em épocas remotas vieram com dedos pesados de ferrugem para gastar as nossas asas assim como se gastam tostões.
Cortaram-nos as asas como se fôssemos apenas operários obedientes, estudantes atenciosos, leitores ingénuos de notícias sensacionais, gente pouca, pouca e seca.
Apesar disso, sábios, estudiosos do arco-íris e de coisas transparentes, afirmam que as asas dos homens crescem mesmo depois de cortadas, e, novamente cortadas de novo voltam a ser.
Aceitemos essa hipótese, apesar de não termos dela qualquer confirmação prática.
Por hoje é tudo. Abram as janelas. Podem sair.”
José Fanha, 1985, Cartas de Marear