Atendendo ao grau de detalhe da peça, identificando intervenientes, datas e horas, não tenho nada para duvidar da peça de hoje do Expresso sobre a forma encontrada para desbloquear a situação vivida na Educação nestes últimos meses.

Mesmo se muito fica ainda por saber – desde logo o nível de pressão de Belém, ou as contrapartidas prometidas entre todos os participantes nesta espécie de Trilateral formada pela Presidência da República, Governo e Sindicatos – algumas ilações podem tirar-se, com a natural margem de erro, sobre tudo isto:

  • Afinal os 100.000 na rua fizeram alguma diferença, mesmo se não de forma imediata e mesmo se não do modo mais radical. Algo se moveu. Algo foi percebido. Algumas teimosias foram removidas do caminho.
  • Os protagonistas aparentes da negociação foram meras peças intermédias de um processo que se jogou bem mais acima. Se os 100.000 foram peões, percebemos agora que a dupla MN/MLR também estão longe de ser os protagonistas principais ou de ter a força para resistir a pressões que os transcendem.
  • Qualquer das partes (ME/Plataforma Sindical) só terá ficado satisfeita no plano da retórica. O entendimento terá sido feito a contra-gosto das duas partes, para que nenhuma perdesse em definitivo a face.